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Filosofia do Direito - Assuntos

AV1 – 06/05/2023
AV2 –
AV3 – (1º) Reunir a turma em 10 grupos para cada grupo ficar com um capítulo do livro. E fazer uma prévia
apresentação, 5 ou 6 componentes. Prazo – antes da AV1 (08 e 15 de abril); (2º) Julgado de qualquer
tribunal que tenha alguma relação com o capítulo, e dizer o porquê a justiça se baseou ou
fundamentou aquele julgado. (10 de junho);

Assuntos baseados no livro de Eduardo Bittar – Curso de Filosofia do Direito


 Aula 01: Aspectos iniciais da matéria
Filosofia do direito é um saber crítico a respeito das construções jurídicas erigidas pela ciência do direito e
pela própria práxis do direito. Sua tarefa é buscar os fundamentos do Direito, e descobrir o verdadeiro ainda
que se tenha ponto de vistas diferentes.
A filosofia do direito possui um objeto universal, não formal, e um método que faculta que a investigação se
prolongue tamanhamente, que abra mão da possibilidade de circunscrever seus umbrais.
DIREITO E MORAL
 Direito: bilateral atributivo, visa o ato exteriorizado partindo da intenção, possui a forma heterônomo,
coercível, predeterminado e certo, tendo como objetivo o bem social.
 Moral: unilateral, visa a intenção partindo da exteriorização do ato, possui forma nunca heterônoma,
incoercível, e não apresenta predeterminação, visando o bem individual.

OS SOFISTAS (defensores do caráter | convencional | da justiça e da lei)


 Eram considerados mestres da retorica e oratória, acreditavam que a verdade é múltipla, relativa e
mutável. Protágoras foi um dos mais importantes sofistas. Na Grécia Antiga, haviam professores
itinerantes que percorriam as cidades ensinando, mediante pagamento, a arte da retórica às pessoas
interessadas. A principal finalidade de seus ensinamentos era introduzir o cidadão na vida política.
Tudo o que temos desses professores são fragmentos e citações e, por isso, não podemos saber
profundamente sobre o que eles pensavam. Aquilo que temos de mais importante a respeito deles foi
aquilo que disseram seus principais adversários teóricos, Platão e Aristóteles.

 Eles eram chamados de sofistas, termo que originalmente significaria “sábios”, mas que adquiriu o
sentido de desonestidade intelectual, principalmente por conta das definições de Aristóteles e Platão.
Aristóteles, por exemplo, definiu a sofística como "a sabedoria (sapientia) aparente, mas não real”.
Para ele, os sofistas ensinavam a argumentação a respeito de qualquer tema, mesmo que os
argumentos não fossem válidos, ou seja, não estavam interessados pela procura da verdade e sim
pelo refinamento da arte de vencer discussões, pois para eles a verdade é relativa de acordo com o
lugar e o tempo em que o homem está inserido.

Período pré-socrático
Os pré-socráticos possuem uma importância histórica, por inaugurarem uma nova ciência, com o objetivo de
decifrar a origem do universo.
Para Tales de Mileto, a origem do universo se daria através da água, com o confronto de pensamentos,
propondo uma nova teoria, conhecida como cosmológica.
Por este motivo, os pré-socráticos tiveram como objetivo principal, desenvolver uma origem racional para o
universo, através de análises empíricas da natureza e do uso da razão.
1. Escolas pré-socráticas
Estavam a busca da compreensão dos aspectos naturais do mundo, chamados de physis, através de um
princípio criador chamado, arché. A maioria dos pensamentos buscavam explicar a origem do mundo
através dos elementos existentes, como terra, ar, água, fogo, átomo etc. Com uma diversidade de
pensamentos, se fez necessário dividir os pré-socráticos em escolas.

A. ESCOLA JÔNICA PRÉ-SOCRÁTICA


Entre os principais filósofos estavam Tales de Mileto, Anaxímenes, Anaximandro e Heráclito. Estes
pensadores enxergavam o universo de forma estática e buscavam as explicações através de um único
elemento fundamental chamado arché. Porém nem todos concordavam sobre qual seria o arché,
normalmente se divergiam sobre ser elementos naturais, como a água para Tales, ápeiron para
Anaximandro, fogo para Heráclito e ar para Anaxímenes.
B. ESCOLA ITÁLICA PRÉ-SOCRÁTICA
Seu principal pensador foi Pitágoras de Samos, que afirmava que a formação dos elementos era
possível por causa da física, matemática e os números unidos com elementos místicos. Por isso, para
esta escola pré-socrática, os números eram os princípios criadores do mundo e de todas as coisas.
C. ESCOLA PLURALISTAS PRÉ-SOCRÁTICA
Entre os principais pensadores estavam Empédocles, Anaxágoras, Demócrito e Leucido. Diferente de
outras escolas, eles afirmavam que a criação de todas as coisas se dava através da união de vários
elementos, como para Empédocles, que acreditava serem os quatro elementos, água, ar, fogo e terra,
o princípio de tudo.
D. ESCOLA ELEÁTICA PRÉ-SOCRÁTICA
Parmênides e Zenão, se tornaram os principais nome dessa escola, por não acreditarem num
elemento criador, mas sim numa essência eterna e imutável de todas as coisas.
E, por isso, a mudança que percebemos é uma apenas uma ilusão. Nesta escola pré socrática, se
desenvolve o pensamento do “um” e “é”, uma coisa existe e apenas é que ela é. Essa unidade se liga
a religião sobre o pensamento de que Deus é perfeito, eterno, não se cria ou se modifica.

 Aula 02 – Platão, Aristóteles e Cícero


PLATÃO

Como discípulo de Sócrates, Platão carregou muito das premissas socráticas. Para Platão, que permanece
na linhagem de raciocínio de Sócrates, a virtude aparece como conhecimento, já a ignorância é o
componente de formação dos vícios.

Para Platão, cabe apenas à ciência tudo aquilo que for eterno e imutável, e para ele, somente a alma
logística seria capaz da ciência, sendo esse referente às ideias perfeitas e imutáveis dos filósofos.
VIRTUDE E VÍCIO
 A virtude para Platão retrata poder de comando para disposições agressivas, coléricas e desejos
intensos a bens materiais. Porém, essas disposições estão submissas à alma que é racional, ou seja, a
racionalidade exerce soberania quanto às funções da alma. Logo, para um ser-humano ser virtuoso,
é necessário ser dotado de razão, para controlar tais disposições. Em suma, como as funções da
alma são direcionadas para um fim, a ordem faz relação com a virtude, pois com a alma racional,
faz-se o controle das funções irracionais, mantendo o equilíbrio e a ordem.
 Já o vício para tal filósofo, está totalmente em oposição com a virtude. Está
relacionado com a predominância da emoção na razão. Tanto desejos carnais como materiais. A
desordem está totalmente relacionada com o vício, porque é o resultado do vício. É esse desgoverno
que perpassa em pessoas não dotadas de virtude. O caos, a “bagunça” se sobrepõe à razão.
IDEALISMO ÉTICO
 Platão é um filósofo idealista, logo, em sua teoria existem acepções acerca de dois mundos: mundo
sensível e o inteligível.
 A ética e a virtude para Platão estão associadas ao conhecimento. Tal fato explicita a razão de sua
teoria ser denominada idealismo ético. Assim, para exemplificação de tal concepção, Platão
desenvolve a teoria da reminiscência que tem como exemplo primordial o mito de Er.
 A teoria da reminiscência tem como base edificante a questão do conhecimento. Nesse sentido, é
necessário ratificar que o conhecimento está atrelado, na concepção platônica aética e a virtude.
Assim, Platão exorta a existência de dois mundos: O mundo das ideias e o mundo terreno. Desse
modo, o mundo perfeito estaria vinculado às ideias perfeitas, iluminadas e condizentes com
a realidade, já o mundo terreno, estaria associado às falsas realidades, sendo um reflexo do mundo
ideal.
ÉTICA, ALMA E ORDEM POLÍTICA
 A filosofia de Platão é triádica, ou seja, cada um de seus elementos analisados são divididos em três
partes. O primeiro elemento seria a alma, a qual para o pensador é imortal e se liberta do corpo do
homem quando o mesmo morre, indo para o Além onde irá escolher o caminho que vai seguir de
acordo com a sua verdade, observada no Mundo das Ideias ademais, a repartição é importante pois
atribui explicação a estrutura do Estado.
 A primeira virtude da alma seria denominada de concupiscível por corresponder às necessidades do
corpo, a segunda mostra-se irascível por condizer aos afetos e impulsos e a terceira,
evidencia-se racional, sendo assim, é possível o conhecimento das ideias.
 Portanto, no Estado Ideal a Constituição era apenas para ordem jurídica, pois os indivíduos, estão
subordinados pelos interesses da comunidade que é regida pela justiça. Assim, Platão acreditava que o
governo ideal não era o democrático, pois o povo não sabe governar, mas sim o teocrático, com o
filósofo no poder pois por ter contemplado a Verdade, era o único capaz a realizá-la socialmente, neste
ponto poder e filosofia platônica se aliam.

ÉTICA, JUSTIÇA E METAFÍSICA


 A ética platônica tem como finalidade conduzir o homem à prática do bem. Esta é a base para se
conhecer a ética e a política na concepção platônica. A ética, segundo Platão, deve ter por base a
ideia da ordem ou da justa proporção que consiste em equilibrar elementos diversos que possuem
o mesmo fim. Por exemplo, a justa medida entre o prazer e a inteligência, é por meio
deste equilíbrio que as ações humanas atingem o bem.
 Quanto a uma análise relacionada a justiça, quando o filósofo platônico governa não são necessárias
leis, pois sua vontade é a vontade do estado, as leis somente aparecem como um paliativo, como uma
alternativa viável para a falta de um verdadeiro ser sábio.
 Dessa maneira, Platão tem como princípio a absolutividade da justiça, então toda ação deve ser justa.
A cidade justa, para Platão, é cada indivíduo, de acordo com sua maior aptidão, ocupar seu lugar
dentro da polis. Aquele com maior sabedoria deve governar a cidade, o mais corajoso irá compor o
exército e o temperado deve trabalhar. O justo é aquele que exerce seu lugar na polis dentro de sua
aptidão.
 É válido ressaltar que quando da análise da perspectiva da metafísica, o sistema metafísico de Platão
centraliza-se e culmina no mundo divino das ideias, e estas contrapõem-se a matéria obscura e
incriada. Entre as ideias e a matéria estão o Demiurgo e as almas. Assim, o que preocupa Platão é a
questão à respeito do ser e do não- ser, e sua metafísica busca a solução para tornar compatível o uno
e o múltiplo. Simbolicamente, para Platão, a primeira navegação era o percurso da filosofia sob o
impulso do vento da filosofia naturalista, e a segunda navegação era aquela realizada por força
própria em busca de uma realidade suprassensível, ou seja, do ser inteligível.

ARISTÓTELES
A justiça para Aristóteles é uma virtude (areté) prática ou moral, da mesma forma, por exemplo, que a
coragem e a temperança.
O homem justo é um homem virtuoso, tal como, por exemplo, o homem corajoso, e a justiça de suas ações
receberá tal qualificação pelo hábito. Para Aristóteles, justo é o homem que cumpre e respeita a lei e injusto
é o homem “sem lei” e ímprobo. Essa vinculação entre justiça e o cumprimento da lei será temperada por
aquilo que Aristóteles vai chamar de “equidade”.
Dentre todas as virtudes, a justiça seria a “maior das virtudes”, a “virtude completa”, pois “... a pessoa que a
possui pode exercer sua virtude não só em relação a si mesmo, como também em relação ao próximo”.
Aqui fica clara a importância que Aristóteles dá às virtudes públicas exercidas na Cidade-Estado e em favor
da coletividade. Assim, a justiça é uma virtude relacional, é exercida tendo em conta a existência do outro, o
que revela a dimensão profundamente ética do conceito de justiça.
O conceito de justiça, por isso, possui uma importante implicação política. Isso significa que a justiça se
exercita e tem como referência a vida em sociedade, a vida na pólis. Trata-se, então, de uma ética construída
na vida coletiva e para a melhor organização do Estado, não propriamente para a realização da felicidade
individual.
 A justiça em sentido particular diz respeito à divisão dos bens numa determinada sociedade. justiça
universal diz respeito ao exercício de todas as virtudes. Trata-se de fazer o “que é certo,” em sentido amplo.
A justiça em sentido universal, portanto, está ligada a fazer aquilo que é correto, considerando todas as
demais virtudes, todos os aspectos da vida (ou de uma “boa vida”). Já a justiça em sentido particular está
ligada especificamente àquilo que é correto no que diz respeito à divisão dos bens.
 A justiça distributiva foi formulada pelo filósofo Aristóteles, que a considerava como uma forma
de estabelecimento da igualdade proporcionalmente, ou seja, baseando-se no mérito do indivíduo,
diferenciando-se da justiça corretiva, que prevê a igualdade absoluta.
 Já a ideia de justiça corretiva, que a função é exatamente a de corrigir a situação de injustiça. E
como ela faz isso? Por meio de uma relação de igualdade absoluta: quer dizer, retirando
absolutamente tudo o que está com quem não deveria estar e entregando para aquela pessoa que
merecia originalmente. Tanto surge nas transações voluntárias (contratos de compra e venda, por
exemplo) como nas involuntárias (estelionatos, homicídios, roubos etc.), está associada à
recomposição da situação de igualdade entre os envolvidos. Essa recomposição é feita pelo Juiz, que
é aquele “que divide ao meio”, através da aplicação da pena.

Justo doméstico: trata das relações familiares (pais e filhos) e escravistas (senhor e escravo).
Justo político: consiste na aplicação da justiça, de regras de convívio na polis, tendente a organizar um modo
de vida comunitária entre indivíduos que partilham um espaço comum, dividindo atividades, em vista à
liberdade e igualdade entre eles. O justo político é a forma abrangente de duas outras formas de justo:
 Justo natural: encontra sua fundamentação não na vontade humana preceituada, mas na própria
natureza; independe de qualquer ato de positividade, legislativo. Consiste no conjunto de regras que
encontram aplicação, validade, força e aceitação universais.
 Justo legal: corresponde às prescrições vigentes entre os cidadãos. A opção é feita pelo legislador, de
forma que aquilo que a princípio era indiferente passa a ser vinculativo para todos os cidadãos.
Possui conteúdo de relatividade espaço-temporal, uma vez que sujeito à variabilidade do juízo
humano.
CÍCERO
Foi de grande influência no estoicismo romano e direito natural. Cícero pregava a obediência às leis
naturais, e às leis criadas pelos homens. Para ele, o homem só encontra a felicidade, quando consegue
libertar de suas paixões e respeitar a lei do universo.
Marcus Tullius Cícero, (106 – 43 a.C), é o grande expoente de uma sincrética tradição filosófica. Cícero
pronunciou-se sobre diversos assuntos: política; moral; teologia; direito; literatura; retórica; oratória e entre
outros temas.
Cícero se dedicava à pesquisa e à investigação do direito e também estudava sobre o entrelaçamento da
ética, o direito e seus fundamentos. Em sua teoria jurídica, Cícero teve uma participação nos fundamentos
do Direito Romano.
Cícero seguiria estudando os conceitos de direito das gentes, de direito positivo e de direito natural,
compreendido como o direito de todos dos homens. Para Cícero, o direito positivo são as leis criadas pelos
homens que deveriam submeter às leis naturais.
Na teoria de Cícero, a lei natural é eterna e a fonte desse direito. Não reside na convenção nem na
inteligência do legislador a formação das leis, mas numa razão natural, insubmissa ao pensamento humano.
Cícero difundiu a filosofia grega em Roma, sendo considerado mediador entre pensamento grego e o Direito
romano. Que buscava como atitude e austeridade física e moral, que refletia a lei natural nas ações humanas.
Na teoria Ciceroniana o Direito Clássico Romano, buscava entender os conceitos de direito e sua ligação
com a ética e seus fundamentos, estudando os conceitos do Direito natural e do Direito positivo. Porém,
Cícero tinha em mente que para o mundo o Direito Natural é que domina.
O Direito Natural é comum a todos os homens compreendendo na reta razão. Já o Direito Positivo é a lei
criada pelo homem.
A lei natural antecede o homem e é como o seu guia, na construção de uma estrutura de organização social.
Para Cícero, já existia uma lei suprema, antes mesmo da construção do Estado. Fazendo uma referência ao
Direito Natural. Para ele o homem sempre foi orientado trazendo para si a certeza da igualdade. Todos os
homens são iguais e livres por natureza. Há de se dizer que as leis naturais, elas nem sempre estão escritas, o
que não diminui a sua importância.
Direito Natural
 Para Cícero lei natural é a fonte do Direito Positivo, as leis humanas surgem da inspiração das leis
naturais. A razão suprema da natureza divina é confirmada pela mente humana, o direito deveria se
organizar de acordo com os mandamentos naturais.
“Se a razão é o distintivo humano, a virtude de acordo com a reta razão será o distintivo do ser
humano justo: ”
Estoicismo
 É uma filosofia que pretende dar direção as nossas vidas. Ela fornece ferramentas concretas para
aumentar a felicidade e superar as adversidades. Diante dos problemas, deve-se agir com virtude,
aceitar a realidade, controlar as emoções, e, concentrar-se no que se pode controlar.
Ética Estoica
 A ética estoica é o resultado da interpenetração do direito adquirido pelo homem, isto porque a
lógica confere a certeza e o raciocínio.
 baseado numa ética rigorosa de acordo com as leis da natureza, assegurava que o universo era
governado por uma razão universal divina (Logos Divino). Dessa forma, para os estoicos, a
felicidade era encontrada na dominação do homem ante suas paixões (considerada um vício da alma)
em detrimento da razão.
Ética ciceroniana e justiça

 Para Cícero, a justiça é uma virtude essencialmente social, de modo que a sociedade dos homens
deve se agrupar em torno dela. Em sentido amplo, justiça consiste em dar a cada um o que é seu,
incide sobre a distribuição dos bens e se liga à equidade e à liberalidade.

SANTO AGOSTINHO
As justiças humanas são restritas as decisões em sociedade, enquanto a justiça divina é absoluta. Em sua
teoria, ele mostra a perfeição das leis divinas, descrevendo-as como infinitamente boas e justas. Enquanto as
leis humanas, mesmo derivadas das próprias leis divinas, acabam trazendo erros e injustiças oriundas da
imperfeição da própria natureza humana.
Agostinho introduz o conceito de que as leis divinas são mais severas por julgar a própria alma, enquanto as
leis humanas apenas interferem no comportamento em sociedade. Para o filósofo “justiça é dar a cada um o
que é seu, punindo os que não agirem de forma correta”.
Destaca-se em seu pensamento uma grande preocupação em defender a ideia de que o Direito só pode ser
Direito se ele condizer com a justiça, e todo governo ainda, para ser justo deve seguir os preceitos da lex
divina.
Suas teorias colocam o homem como a união de corpo e alma, que é dotado do “livre arbítrio” onde tem
liberdade para agir de acordo com sua vontade, seja ela de boa índole ou não. Deste conceito então que
surge a ideia de justiça, onde cada ser humano é julgado por suas escolhas, quem pratica o bem merece o
bem, e quem pratica o mal merece o mal.
Nesta ordem ele separa a Cidade de Deus da Cidade dos Homens, onde a primeira tem a eterna beleza do
imutável e perfeito, enquanto a segunda está repleta de imperfeições, injustas leis e o pecado original.
SÃO TOMÁS DE AQUINO
Tomás de Aquino considera que a alma é a forma essencial do corpo, responsável por dar vida a ele. A alma
humana é subsistente, imortal e única; para isso, o homem tende naturalmente para Deus.
Para Tomás, a justiça tem a função de estabelecer a igualdade nas relações e instituições e, com isso,
combater o vício da corrupção, que torna as pessoas contaminadas pela ganância.
O pensamento ético de Tomás de Aquino está composto por duas vertentes: uma é a teológica, que traz o
pensamento cristão dos primeiros defensores da fé, principalmente em Santo Agostinho (no entanto, Tomás
distingue-se de Agostinho: este fundamenta a moral no voluntarismo, na vontade, como condição e fim do
conhecimento; aquele, no intelecto, agregada à natureza humana sob a impressão da essência divina);37 e
outra é a filosófica, que orienta a sua ética especulativa, fundamentada em Aristóteles e em toda tradição
filosófica do pensamento ontológico.
A ética de Tomás de Aquino, assim como o pensamento ético clássico, é uma ética da perfeição e da ordem.
A sindérese para SÃO TOMÁS DE AQUINO é o conjunto de conhecimentos conquistados a partir da
experiencia habitual.
bonum est quod omnia appetunt, ou seja, o bem é o que a todos agrada.
Para Tomás de Aquino a justiça pode ser entendida como um hábito segundo o qual cada um dá ao outro o
que lhe pertence segundo o direito, permanecendo nele com uma vontade constante e perpétua. A virtude,
entendida como aquela que faz com que os atos humanos sejam bons, é própria da justiça, consoante
Aquino.
Tomás de Aquino distingue quatro tipos de lei:
a) lei eterna – é a eterna razão de Deus, fundamento ultimo de todas as outras leis, assim, todas as leis
participam da lei eterna.
b) lei natural – diz que se deve fazer o bem e evitar o mal, o que implica em saber distinguir entre bem e
mal. Portanto, outro preceito da lei natural é evitar a ignorância. Daí seguem-se: tender à vida social, a união
dos sexos, a educação dos filhos, não ofender àqueles com quem se convive.
c) lei positiva – é a aplicação da lei natural, adaptada às contingências decorrentes das circunstâncias
particulares de tempo e lugar. 
d) lei divina – inacessível à razão humana, é perfeita e tem como objetivo a salvação humana.

CONTRATUALISMO

I. Thomas Hobbes (1588-1678)


a) Leviatã – o Estado deve ser absoluto, sendo assim, um poder centralizado.
b) “O homem é o lobo do homem”
c) Estado de natureza – o homem pode tudo; o homem é mau; estado contínuo da guerra;
Para Hobbes, a natureza humana é baseada no auto interesse e no desejo contínuo do poder. A
primeira Lei do ser humano é a autopreservação, que leva os indivíduos a se imporem aos demais,
gerando a guerra de todos contra todos, em que o homem é o lobo homem;
Para o homem poder viver em sociedade, deve fazer um pacto, - o Contrato Social. Nesse contrato é
obrigatório renunciar parte da liberdade original e assim haverá um respeito mútuo.
A solução para acabar a guerra e construir uma sociedade, cada individuo deve renunciar parte de
seus desejos e estabelecer um acordo mútuo – o contrato social.
Estado de Natureza
 Direito a si mesmo, não existe propriedade privada.
 As coisas pertencem a alguém somente enquanto consegue ter forças.
 Guerra de todos contra todos.
Necessidade do Contrato
 No estado de natureza é solitária, pobre, bruta e curta.
 Para superar essa condição é necessário algo que garanta a confiança mutua.
O Contrato
 É a transferência para o estado de todo poder (força) e liberdade que os indivíduos possuem.
 A força é o monopólio do estado.
O Estado
 Um poder compartilhado, devida a grande quantidade de interesses pessoais, tem mais chance de se
corromper.
 Um monarca exerce melhor função de governante.

A semelhança entre HOBBES e LOCKE é que ambos tinham pensamentos baseados no jusnaturalismo;
tinham a concepção de que o individuo anterior a sociedade; e introduzem a noção de representação politica
e legitimidade do poder.

II. John Locke (1632-1704)


a) Defendia a tolerância religiosa, liberdade politica e propriedade privada
b) Era um filosofo liberal, empirista e contratualista
c) Para ele o poder do estado é limitado
d) Propriedade como principio organizador da vida em sociedade.
Para Locke, no Estado de Natureza, o homem tem razão e propriedade. No entanto, a violação ao
direito a propriedade colocou-lhe em estado de guerra. A solução é preservar os direitos a
propriedade. > Contrato por consentimento <.

Estado de Natureza
 Cada homem tem direito a sua pessoa e ao que produz com seu trabalho;
 A força pode ser usada legitimamente para defesa.

Necessidade do Contrato
 Nem todos observam os limites individuais.
 Há uma necessidade de garantir a segurança dos indivíduos e de suas propriedades.
O Contrato
 É a transferência do poder individual para o estado, o estado deve usar esse poder para preservar a
liberdade e propriedade dos cidadãos.
O Estado
 Deve respeitar a lei natural = direito a própria pessoa e a propriedade.
 Funcionava como uma assembleia de homens – parlamentarismo. E havia uma separação dos
poderes, entre o executivo e legislativo.

III. Jean Jacques Rousseau (1712-1778)


a) Defendia a liberdade natural do homem;
b) Entendia que o homem nascia bom, mas que a sociedade o corrompia.
c) O estado de natureza para Rousseau é que o homem usufrui da natureza com o máximo de
liberdade e não reconhece a propriedade privada.
Para Rousseau, no Estado de Natureza o homem é bom. Então surge a propriedade privada que o
corrompe, deixa-o mal e egoísta. A solução é preservar a vontade geral em vez da vontade particular.
> Contrato Social <.
O estado de natureza é o indivíduo social como o homem sendo um bom selvagem;
O estado de sociedade é a propriedade e desigualdade, a justiça é fundada na igualdade perante a lei;
O contrato social é a abolição da propriedade, democracia direta e soberania popular;
Estado de natureza
 Homens usam os recursos naturais em equilíbrio com o ambiente, a natureza e os outros. Vivem
pacificamente.

Necessidade do contrato
 Com o passar do tempo e com a complexificação da sociedade é necessário pensar o fazer político.
O Contrato
 Vontade geral é representada pela soma das vontades individuais. A associação que recruta todo o
poder dos indivíduos e que os coloca sob o governo da vontade geral.
O Estado
 A vontade geral são os cidadãos que participam das assembleias deliberativas e tem igual poder de
voto. Há o executivo e legislativo e os cidadãos também fiscalizam.

JUSNATURALISMO
Ou o direito natural é a corrente de pensamento jurídico-filosófica que pressupõe a existência de uma norma
de conduta intersubjetiva universalmente. O direito natural origina-se a depender da corrente de pensamento,
de Deus, da natureza das coisas ou da razão humana.
Há três teses centrais do direito natural:
 Direito ligado com a moral;
 Existência de princípios universais;
 Prevalência do direito natural sobre o direito positivo;

1. Jusnaturalismo teológico: são direitos estabelecidos e revelados por Deus. Surgiu durante a idade
media e tinha como principio a ideia de uma divindade onipotente, onisciente e onipresente.
2. Jusnaturalismo cosmológico: seguindo as leis que são consideradas naturais em todo o universo.
Esta corrente foi vigente durante a antiguidade clássica.
3. Jusnaturalismo racionalista: são leis naturais da vida que são estabelecidas pelos humanos com
base na razão e no bom senso. Surgiu durante o século XVII e XVIII, num período em que as
revoluções liberais dos burgueses estavam em alta.

Utilitarismo
O Utilitarismo é uma corrente filosófica do século XIX que surge como uma resposta contrária às
afirmações de Kant. Para os Utilitaristas, a ética não estaria tão relacionada com o corpo social como um
todo, mas sim como o próprio nome já diz, com a sua utilidade.
Para os utilitaristas, mentir – por exemplo – pode ser ético, pois sua utilidade pode evitar transtornos
maiores. Isso contradiz completamente a ideia do Imperativo Categórico de Kant, pois segundo o iluminista,
se todos mentissem, isso não seria saudável para a sociedade, logo, deve-se evitar. No entanto, os
utilitaristas afirmariam “A mentira só pode ser considerada prejudicial dependendo da ocasião que se
enquadra”.
KANT E O POSITIVISMO
Para Kant, devemos aprofundar apenas nas temáticas que se apresentam, deixando de lado o que não merece
ser estudo, que não contribuiu com a ciência.
Kant une a razão (racionalismo) e a experiência (empirismo).
Kant teve contato com obras de filósofos empiristas, como Roger Bacon e racionalistas como René
Descartes. No entanto, procurou um caminho entre as duas correntes de pensamentos.
Ética Kantiana é movida pela razão individual, mas pensando no social, a ética para Kant é um

deslocamento do sentido instinto do ser humano, desejo restringido pela rotina de certo e errado. É
comporta-se de forma a contribuir com o equilíbrio social.
A moral para Kant é o conjunto de regras, costumes ou dogmas impostos pela sociedade
Kant também diferencia dois tipos de ações: “agir por dever” e “agir conforme dever”. Quando agimos
objetivando um outro fim além da própria ação, essa seria uma ação antiética – agir conforme o dever.
Quando agimos objetivamos a realização da própria ação sem ganhar nada em troca, essa seria uma ação
ética – agir por dever.

Por fim, Kant desenvolve um de seus principais conceitos, o Imperativo Categórico. Para ele, quando um
indivíduo se encontrar diante de um dilema, sem saber o que seguir, ele deve perguntar-se “seria saudável
para a sociedade se todos fizessem isso que estou prestes a fazer?”. Se não for, você deve evitar a ação,
através do uso da racionalidade.
Teoria dos Juízos (formas de conhecimento):
Juízo sintético – conhecimento inseguro, duvidável, muda com o contexto e o predicado altera o sujeito.
Exemplo: aquela garrafa é verde, mas as outras podem não ser.
Juízo analítico – forma de conhecimento segura, (in)duvidável, em que o predicado não altera o sujeito.
Exemplo: todo triangulo tem 3 lados.
Juízo sintético a priori – é uma junção dos outros dois juízos, seguro por um aspecto, e inseguro por outro.
Exemplo – todo corpo é pesado, todo corpo tem massa, portanto pesa, mas o peso varia.

POSITIVISMO
Escola histórica – Savigny
Savigny (1779-1861) foi um jurista alemão. Para ele, o direito é o resultado da construção histórica de um
povo. Não há um direito único em dois momentos ou duas sociedades diferentes. O direito é sempre relativo
ao momento histórico de uma sociedade.

PANDECTISMO E EXEGESE
O movimento do Pandectismo originou-se na Alemanha, e influenciou o surgimento da codificação na
Alemanha, através do apego ao Digesto de Justiniano. Tal corrente era adepta da elaboração do saber
jurídico com base na formulação de conceitos, organizados de maneira sistemática.

Já a Escola da Exegese originou-se na França, a partir das discussões sobre como interpretar o Código de
Napoleão (1804). De acordo com ela, o ordenamento jurídico é completo e as lacunas devem ser resolvidas
pelo próprio sistema jurídico. Também não há um espaço para o direito natural.

JURISPRUDÊNCIA DOS CONCEITOS DE PUCHTA


Para ele, o sistema jurídico deve ser lógico-dedutivo, ou seja, vai da generalidade para a singularidade.
Dessa maneira, existem normas estabelecidas primeiramente, as quais gerarão os conceitos e normas
abstratas, que se desdobram, formando um ordenamento fechado e acabado.

IHERING E JURISPRUDÊNCIA DOS INTERESSES


Rudolf von Ihering (1818—1892) foi um jurista alemão. Ihering foi adepto da jurisprudência dos conceitos,
até que, em 1861, abre caminho para a jurisprudência dos interesses, que muito fala sobre a harmonização
entre segurança e justiça na sociedade. Para esta corrente, o direito brota na sociedade através das lutas
históricas pela conquista e proteção de interesses, e deve ter o escopo de servi-la.

POSITIVISMO - JOHN AUSTIN E HLA HART


John Austin (1790-1859) foi um jurista inglês, primeiro expoente do positivismo jurídico. Esta escola surgiu
notadamente com ideias opostas às do direito natural.
Para Austin, o que faz o direito ser compreendido como tal não é o fato de ser justo, mas sim de ter sido
emanado por um soberano sob ameaça de sanção. O objeto da Filosofia do Direito é o Direito positivo; a lei,
simples e estritamente designada: a lei posta por superiores políticos para ser seguida por pessoas
politicamente inferiores. (AUSTIN, 1998).
Por dizer que o direito é um comando, a teoria de Austin é considerada imperativista.

HERBERT LIONEL ADOLPHUS HART


Para ele, o sistema legal consiste na união de regras primárias e regras secundárias.
As regras primárias impõem sanções para desvios na conduta humana. Pode-se citar como exemplo a
seguinte regra primária: passar no sinal vermelho - multa de R$100,00.
As regras secundárias pretendem solucionar a problemática das regras primárias e dividem-se em:
1. Regras de reconhecimento: torna válida determinada norma jurídica (norma fundamental, como
descrito na teoria de Kelsen);
2. Regras de alteração: dispõem quando serão introduzidas novas regras primárias e removidas as
regras anteriores;
3. Regras de modificação: atribuem jurisdição a um indivíduo ou grupo de indivíduos para decidirem
quando uma regra primária foi violada.

POSITIVISMO - HANS KELSEN


Para Kelsen, o direito deve ser estudado separadamente de outras áreas do conhecimento, como economia,
política e a filosofia.
Para que o direito seja válido, é necessário que ele tenha poder coercitivo. Como o Estado possui o
monopólio de coação, é o soberano que possui a capacidade de criar o direito válido.
Para Kelsen, todas as normas jurídicas devem encontrar seu fundamento de validade em outra norma
jurídica superior.
Em regra geral, as normas superiores devem regular a aplicação das normas inferiores. No topo da pirâmide,
para a teoria do autor, existirá uma única norma que dará validade a todo o ordenamento jurídico.
Normas superiores criam e conferem validade às normas inferiores. Normas inferiores se legitimam pelas
normas superiores.

BOBBIO E A TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO


Para Bobbio, o direito é definido a partir de um conjunto de normas relacionadas entre si: simplesmente, o
complexo orgânico de normas é o que forma o ordenamento jurídico.
Bobbio procura é observar a norma jurídica em sua essência de permitir, proibir ou obrigar. Para o pensador,
são características fundamentais do ordenamento jurídico:

 Unidade: as normas estão dispostas em uma ordem, inter-relacionadas entre si e com o sistema
jurídico “amarrando-as”.
 Coerência: significa que as normas não devem estar em conflito. Para tanto, existem mecanismos que
resolvem as antinomias, como veremos a seguir.
 Completude: ela se dá pela ausência de lacunas.

Bobbio foi quem formulou o conceito de antinomias. Elas dividem-se em:


 Antinomias aparentes: incompatibilidade entre normas que pode ser solucionada através dos
critérios cronológico, hierárquico e da especialidade.
 Antinomias reais: incompatibilidade entre normas que não pode ser solucionada.

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