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Sofistas: professores viajantes

Contexto histórico: Consolidação da democracia em Atenas no século V. a.C.


* Os sofistas: não se trata de uma escola filosófica;
* Eram professores itinerantes que ensinavam os jovens, mediante pagamento, a arte da oratória,
imprescindível para a vida adulta em um regime democrático;
* O que sabemos deles é em grande parte aquilo que foi citado por seus principais adversários
teóricos e, por isso, não podemos ter uma conclusão adequada sobre o que eles pensavam;
* Entre os mais importantes sofistas estão Protágoras e Górgias.
* Protágoras pensava que o homem é a medida de todas as coisas, inclusive da verdade que não
poderia ser pautada, portanto, pela fé nos deuses. Seu pensamento pode ser considerado humanista e
relativista.
Sócrates: O marco divisor da filosofia grega
Com Sócrates a filosofia passa a ser uma investigação sobre os fundamentos éticos, o
conhecimento de si mesmo, passa a investigar o próprio homem, o homem se torna o objeto da
filosofia.
Ironia, isto é, refutação: feita a pergunta, Sócrates comenta as várias respostas que a ela são
dadas, mostrando que são sempre preconceitos recebidos, imagens sensoriais percebidas ou opiniões
subjetivas e não a definição buscada.
Maiêutica, isto é, parturição: Sócrates, ao perguntar, vai sugerindo caminhos ao interlocutor até
que este chegue à definição procurada. Esta segunda parte é uma arte de realizar um parto, no caso,
parto de uma ideia verdadeira.
O diálogo socrático é aporético, pois não consegue alcançar a definição completa daquilo que se
perguntou: “só sei que nada sei”.
Platão (427 – 347 a C.): Do mundo das sombras ao mundo das ideias
Duas ordens de realidade: o mundo sensível (doxa) da mudança, da aparência, do devir dos
contrários, e o mundo inteligível (epistême) da identidade, da permanência, da verdade, conhecido
pelo intelecto puro, sem qualquer interferência dos sentidos e das opiniões.
O mundo sensível é uma sombra, uma cópia deformada ou imperfeita do mundo inteligível das
ideias ou essências. O movimento dialético da alma começa com as sombras (ilusões), passa pelos
objetos sensíveis (doxa), vai para o primeiro momento do inteligível que são os raciocínios
(matemática) até contemplar o bem (analogia do sol).
Para Platão o conhecimento é reminiscência. O conhecimento é recordação, é a visão interior da
verdade que alma havia contemplado no mundo inteligível. Aqueles que conheceram a ideia
verdadeira de justiça, de igualdade e do Bem são os melhores e governarão a cidade; os filósofos.
Aristóteles (384 – 322 a C.): A Metafísica
A substância primeira é o ser individual concreto, existente por si mesmo e que não se diz de
algum outro, pois é sujeito, suporte e substrato. Já a substância segunda são os universais, gêneros e
espécies das substâncias primeiras.
Aristóteles concebe os seres ou entes como uma unidade substancial de matéria e forma.
A forma é quem determina a matéria. Informa o ser /ente, diz o que ele é.
Conhecer para Aristóteles é buscar as causas. Causa para ele é em sentido bastante amplo: tudo
aquilo que determina a realidade de um ser ou ente. Distingue então as quatro causas primeiras de
todos os seres/entes: a material, a formal, a eficiente e a final.
Ato e Potência: Explicando a mobilidade/transformação dos seres/entes
A matéria possui potencialidade indeterminadas e a forma lhe dá determinações na constituição
de um ser/ente em ato.
Noções de Lógica – Proposição, dedução (Silogismo)
O silogismo: Um silogismo é constituído por três proposições. A primeira é chamada de premissa
maior, a segunda, de premissa menor e a terceira de conclusão, inferida das premissas pela mediação
de um termo médio. Por isso, a arte do silogismo consiste em saber encontrar o termo médio que
ligará os termos extremos e permitirá chegar à conclusão.
O silogismo deve obedecer a um conjunto complexo de regras. Que são as do silogismo clássico;
exemplo: Todo homem é mortal. Sócrates é homem. Logo, Sócrates é mortal.
.a premissa maior deve conter o(s) termos extremo(s) maior e médio: mortal e homem
.a premissa menor deve conter o(s) termos extremo(s) menor e médio: Sócrates e homem
.a conclusão deve conter os termos maior e menor: mortal e Sócrates
Sendo a função do termo médio ligar os termos extremos, ele deve estar nas premissas, nunca
na conclusão.
O silogismo científico e o dialético: O silogismo dialético é aquele cujas premissas se referem ao
que é apenas possível ou provável já o silogismo científico é aquele que se refere ao universal e
necessário, suas premissas são apodíticas (necessárias) e sua conclusão também é apodítica. Suas
premissas devem verdadeiras (não podem ser possíveis ou prováveis).
HELENISMO

A Cultura Helenística ou Helenismo foi o resultado da fusão dos elementos da cultura helênica
grega com a cultura ocidental, destacando-se com elementos originais e marcantes, que caracterizou
as regiões conquistadas pelo Império de Alexandre Magno.
Hélade, região entre a Grécia central e a do norte, cujos habitantes, os helenos, emprestaram seu
nome à civilização helenística, que se estendeu Oriente afora, por meio não só de uma língua comum
(koiné) mas também através das práticas da educação, do artesanato, do comércio e da escultura.
Na Filosofia, o Helenismo fez surgir novas correntes filosóficas, tais como:
Estoicismo: fundada por Zênon de Cítion, defendia a felicidade como equilíbrio interior, no qual
oferecia ao homem a possibilidade de aceitar, com serenidade, a dor e o prazer, a ventura e o
infortúnio.
Epicurismo: fundada por Epicuro de Samos, que pregava a obtenção do prazer, base da felicidade
humana, e defendia o alheamento dos aspectos negativos da vida.
Ceticismo: fundada por Pirro, caracterizava-se pelo negativismo e defendia que a felicidade
consiste em não julgar coisa alguma, desprezava as coisas materiais pois afirmava que todo
conhecimento humano é relativo.

A Filosofia Patrística ( séc. I a V d. c.)


No interior da patrística surgiram duas posições em relação ao uso da filosofia grega para defesa
da nova fé : os padres mais ligados à Igreja Grega defenderam e usaram a filosofia grega como
apologia de sua fé. A Igreja ligada mais a Roma, com Tertuliano (séc. II e III) a frente reagiram contra
esta mistura e defenderam a originalidade da revelação cristã.
Santo Agostinho ( 354 – 430): A doutrina da iluminação divina
Deus cria as coisas a partir de modelos imutáveis e eternos, que são as ideias divinas. Essas
ideias ou razões não existem em um mundo à parte, como afirmava Platão, mas na própria mente ou
sabedoria divina, conforme o testemunho da Bíblia.
Agostinho entende a percepção do inteligível na alma como irradiação divina no presente. Assim
como os objetos exteriores só podem ser vistos quando iluminados pela luz do sol, também as
verdades da sabedoria precisam ser iluminadas pela luz divina para se tornarem conhecidas pelo
intelecto. Deus não substitui o intelecto quando o homem pensa o verdadeiro, a iluminação teria
apenas a função de tornar o intelecto capaz de pensar corretamente em virtude de uma ordem natural
estabelecida por Deus.
A questão dos Universais.
Duas soluções opostas foram dadas pelos filósofos da Idade Média:
A posição realista : de Santo Anselmo e Guilherme de Champeaux , afirma que: os universais
existem como natureza comum real, e os indivíduos diferem apenas em seus acidentes e não em sua
substância (essência, universalidade comum).
A posição nominalista de Roscelino, que afirma uma posição diametralmente oposta ao realismo,
defendendo a tese de que a realidade é constituída pelos indivíduos, não sendo o universal mais do
que uma simples emissão de voz humana (flatus vocis), meros nomes.
ESCOLÁSTICA
Seguindo-se ao período da escola patrística, a filosofia praticada no seio do cristianismo passou
a ser ensinada em escolas, a partir do século IX. O período conhecido como escolástica perdurou até
o fim da idade média e tem seu nome derivado da palavra latina "scholasticus", que significa "aquele
que pertence a uma escola". Utilizou-se da base proposta pela patrística, mas com maior dedicação a
atividade especulativa, deixando de lado, em parte, a teologia e dedicando-se a formulação da filosofia
cristã.
O método escolástico consistia em leitura critica de obras selecionadas, aprendendo a apreciar
as teorias do autor, por meio do estudo minucioso de seu pensamento e das consequências deste.
As setentiae serviriam para formular os dois lados da argumentação, buscando um acordo, livre
de contradições, acerca do pensamento do autor ou do tema por ele discutido.
Santo Tomás de Aquino (1221-1274)
S. Tomás de Aquino procurou estabelecer o perfeito equilíbrio entre Fé e Razão, teologia e
filosofia; distinguindo-as mas não as separando necessariamente:
A Teologia, tem como fonte as luzes da razão divina manifestadas na revelação;
A Filosofia, tem como fonte as luzes da razão natural, tal como na obra de Aristóteles.
Mas, não pode haver conflitos entre elas, ambas buscam uma só verdade.
É por sua dupla natureza que o homem pode conhecer (já que é alma), mas não pode ter contato
direto com o inteligível, já que também é corpo.
O conhecimento humano parte sempre dos sentidos, que revelam objetos concretos e singulares:
mas, através da abstração, é capaz de finalmente forjar conceitos universais. Exemplo: deste gato
concreto e singular que inicio conhecendo pelos sentidos, sou capaz de abstrair e forjar o seu conceito
universal: felino
As cinco provas da existência de Deus:Pelo movimento, o primeiro motor. Pela causa eficiente, a
causa primeira é Deus. Pelo necessário e o contingente, o ser necessário é Deus. Pelos graus de
perfeição, o ser perfeitíssimo é Deus. Pela finalidade, pela ordem e governo do mundo, o ser
inteligente que dirige todas as coisas da natureza é Deus.

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