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“A experiência parece um pouco semelhante à ciência (epistéme) e à arte (tékhne). Com efeito,
os homens adquirem ciência e arte por meio da experiência. A experiência, como diz Polo,
produz a arte, enquanto a inexperiência produz o puro acaso. A arte se produz quando, de
muitas observações da experiência, forma-se um juízo geral e único passível de ser referido a
todos os casos semelhantes” (Aristóteles, Metafísica, 981a5).
I. Somente a ciência é conhecimento universal, cujos juízos gerais se aplicam a todos os casos
semelhantes.
II. A tékhne é uma forma de conhecimento universal, pois, com base nas experiências, se
forma um juízo geral.
III. Por ser semelhante à experiência, a tékhne não constitui um conhecimento universal.
IV. A experiência é pressuposto dos conhecimentos universais (tékhné e epistéme), mas não é
ainda um conhecimento universal.
2. (Enem PPL 2017) Dado que, dos hábitos racionais com os quais captamos a verdade,
alguns são sempre verdadeiros, enquanto outros admitem o falso, como a opinião e o cálculo,
enquanto o conhecimento científico e a intuição são sempre verdadeiros, e dado que nenhum
outro gênero de conhecimento é mais exato que o conhecimento científico, exceto a intuição, e,
por outro lado, os princípios são mais conhecidos que as demonstrações, e dado que todo
conhecimento científico constitui-se de maneira argumentativa, não pode haver conhecimento
científico dos princípios, e dado que não pode haver nada mais verdadeiro que o conhecimento
científico, exceto a intuição, a intuição deve ter por objeto os princípios.
ARISTÓTELES. Segundos analíticos. In: REALE, G. História da filosofia antiga. São Paulo:
Loyola, 1994.
3. (Enem 2ª aplicação 2016) Ninguém delibera sobre coisas que não podem ser de outro
modo, nem sobre as que lhe é impossível fazer. Por conseguinte, como o conhecimento
científico envolve demonstração, mas não há demonstração de coisas cujos primeiros
princípios são variáveis (pois todas elas poderiam ser diferentemente), e como é impossível
deliberar sobre coisas que são por necessidade, a sabedoria prática não pode ser ciência, nem
arte: nem ciência, porque aquilo que se pode fazer é capaz de ser diferentemente, nem arte,
porque o agir e o produzir são duas espécies diferentes de coisa. Resta, pois, a alternativa de
ser ela uma capacidade verdadeira e raciocinada de agir com respeito às coisas que são boas
ou más para o homem.
Aristóteles considera a ética como pertencente ao campo do saber prático. Nesse sentido, ela
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A arte de imitar está bem longe da verdade, e se executa tudo, ao que parece, é pelo facto de
atingir apenas uma pequena porção de cada coisa, que não passa de uma aparição.
Adaptado de: PLATÃO. A República. 7.ed. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa:
Calouste Gulbenkian, 1993. p.457.
Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética e a questão da mímesis em Platão e
Aristóteles, assinale a alternativa correta.
a) Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomênicas, um exemplo particular e, por
isso, algo inadequado e inferior, tanto em relação aos objetos representados quanto às
ideias universais que os pressupõem.
b) Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, pintores e escultores representam
perfeitamente a verdade e a essência do plano inteligível, sendo a atividade do artista um
fazer nobre, imprescindível para o engrandecimento da pólis e da filosofia.
c) Na compreensão de Aristóteles, a arte se restringe à reprodução de objetos existentes, o
que veda o poder do artista de invenção do real e impossibilita a função caricatural que a
arte poderia assumir ao apresentar os modelos de maneira distorcida.
d) Aristóteles concebe a mímesis artística como uma atividade que reproduz passivamente a
aparência das coisas, o que impede ao artista a possibilidade de recriação das coisas
segundo uma nova dimensão.
e) Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é imitação e entende que a música, o teatro e
a poesia são incapazes de provocar um efeito benéfico e purificador no espectador.
5. (Unisc 2013) O problema da mímesis em Platão e Aristóteles até hoje tem ressonância no
mundo contemporâneo. Grande parte do público recusa a arte produzida na
contemporaneidade por conta da estética platônica. Aristóteles liberta a arte dos limites
determinados por Platão e afirma que
a) a arte não tem como fim a verdade.
b) a arte tem a ver com a catharsis, uma função social terapêutica.
c) a arte é mimética, ou seja, apenas imita a aparência das coisas.
d) Todas as alternativas estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
No ethos (ética), está presente a razão profunda da physis (natureza) que se manifesta no
finalismo do bem. Por outro lado, ele rompe a sucessão do mesmo que caracteriza a physis
como domínio da necessidade, com o advento do diferente no espaço da liberdade aberto pela
práxis. Embora, enquanto autodeterminação da práxis, o ethos se eleve sobre a physis, ele
reinstaura, de alguma maneira, a necessidade de a natureza fixar-se na constância do hábito.
(Adaptado de: VAZ, Henrique C. Lima. Escritos de Filosofia II. Ética e Cultura. 3ª edição. São
Paulo: Loyola. Coleção Filosofia - 8, 2000, p.11-12.)
Com base no texto, é correto afirmar que a noção de physis, tal como empregada por
Aristóteles, compreende:
a) A disposição da ação humana, que ordena a natureza.
b) A finalidade ordenadora, que é inerente à própria natureza.
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(CHAUÍ, Marilena, Convite à Filosofia, São Paulo, Editora Ática, 2003, p. 284, texto adaptado).
O exemplo citado no texto acima ilustra como os gregos na Antiguidade concebiam a relação
entre arte e natureza. Tendo por base a concepção aristotélica acerca dessa relação, podemos
dizer que a estátua grotesca venceu o concurso porque o escultor
a) imitou a deusa Atena considerando que para uma obra ser bela tem de ter, além da
proporção, certa esquisitice.
b) não se preocupou em reproduzir uma cópia fiel da deusa Atena, pois no mundo sensível
temos apenas uma imitação da verdadeira realidade que se encontra no mundo inteligível.
c) tomou como parâmetro, ao representar a deusa Atena, a ideia de que o belo é relativo ao
gosto de cada pessoa, por isso a deusa poderia ser percebida diferentemente por cada um,
dependendo do lugar onde fosse colocada.
d) reproduziu a deusa Atena tendo como padrão de beleza o imaginário popular da época, que
apreciava figuras grotescas.
e) representou a deusa Atena levando em conta que o belo consiste na proporção, na simetria
e na ordem, por isso fez um cálculo matemático das proporções entre as partes do corpo, o
local em que seria instalada e como seria vista.
(ARISTÓTELES. “Metafísica”. Livro IV, 3, 1005b apud FARIA, Maria do Carmo B. de.
Aristóteles: a plenitude como horizonte do ser. São Paulo: Moderna, 1994. p. 93.)
Com base nos textos e nos conhecimentos sobre Aristóteles, é correto afirmar:
a) Aqueles que sustentam, com Heráclito, conceber verdadeiramente que propriedades
contrárias podem subsistir e não subsistir no mesmo sujeito opõem-se ao princípio de não
contradição.
b) Pelo princípio de não contradição, sustenta-se a tese heracliteana de que, numa enunciação
verdadeira, se possa simultaneamente afirmar e negar um mesmo predicado de um mesmo
sujeito, em um mesmo sentido.
c) Nas demonstrações sobre as realidades suprassensíveis, é possível conceber que
propriedades contrárias subsistam simultaneamente no mesmo sujeito, sem que isso incorra
em contradição lógica, ontológica e epistêmica.
d) Para que se possa fundamentar o estatuto axiomático do princípio de não contradição,
exige-se que sua evidência, enquanto princípio primário, seja submetida à demonstração.
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e) Com o princípio de não contradição, torna-se possível conceber que, se existem duas coisas
não idênticas, qualquer predicado que se aplicar a uma delas também poderá ser aplicado
necessariamente à outra.
Uma vez que o poeta é um imitador, como um pintor ou qualquer outro criador de imagens,
imita sempre necessariamente uma das três coisas possíveis: ou as coisas como eram ou são
realmente, ou como dizem e parecem, ou como deviam ser. E isto exprime-se através da
elocução em que há palavras raras, metáforas e muitas modificações da linguagem: na
verdade, essa é uma concessão que fazemos aos poetas.
I. O poeta pode imitar a realidade como os pintores e, para isso, deve usar o mínimo de
metáforas e priorizar o acesso às ideias inteligíveis.
II. O poeta pode imitar tendo as coisas presentes e passadas por referência, mas não precisa
se ater a esses fatos apenas.
III. O poeta pode imitar as coisas considerando a opinião da maioria e pode também elaborar
fatos usando várias formas de linguagem.
IV. O poeta pode imitar as coisas ponderando o que as pessoas dizem sobre os fatos, mesmo
que não haja certeza sobre eles.
Ronan Colin A.. História ilustrada da ciência: da Renascença à revolução científica. São Paulo:
Círculo do Livro, s/d, p. 73, 82-3 e 99 (com adaptações).
10. (Unb 2010) Os trabalhos de Aristóteles e Galileu representam dois momentos marcantes
do desenvolvimento das ciências naturais no Ocidente. Assinale a opção que sintetiza
corretamente as contribuições de cada um deles para a história da ciência.
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11. (Uel 2009) No Sofista, Platão faz a seguinte observação sobre a mímesis (imitação):
Assim, o homem que se julgasse capaz, por uma única arte, de tudo produzir, como sabemos,
não fabricaria, afinal, senão imitações e homônimos das realidades. Hábil, na sua técnica de
pintar, ele poderá, exibindo de longe os seus desenhos, aos mais ingênuos meninos, dar-lhes a
ilusão de que poderá igualmente criar a verdadeira realidade, e tudo o que quiser fazer.
(PLATÃO. Sofista. Coleção “Os pensadores”. São Paulo: AbriI Cultural, 1972. p. 159-160.)
E, como aprender e admirar é agradável, necessário é também que o sejam as coisas que
possuem estas qualidades: por exemplo, as imitações, como as da pintura, da escultura, da
poesia, e em geral todas as boas imitações, mesmo que o original não seja em si mesmo
agradável; pois não é o objeto retratado que causa prazer, mas o raciocínio de que ambos são
idênticos, de sorte que o resultado é que aprendemos alguma coisa.
Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o tema da mímesis em Platão e em
Aristóteles, assinale a alternativa correta.
a) A pintura, para Platão, se afasta do verdadeiro, por apresentar o mundo inteligível, mas, para
Aristóteles, o problema é que ela causa prazer.
b) Platão considera que o pintor pode esclarecer as pessoas ingênuas, fazendo-as acreditar
que sua pintura é o real, mas Aristóteles considera que o engano está no pintor e não na
pintura.
c) Para Platão, a mímesis representa a cópia da cópia e o artista não conhece a realidade do
imitado em seu grau mais elevado; já para Aristóteles, uma das causas do surgimento da
mímesis é o fato de os homens se comprazerem no imitado.
d) Para Platão, aprendemos com as imitações, uma vez que elas nos distanciam do engano,
enquanto que, para Aristóteles, por causar prazer, a imitação deve ser banida.
e) De acordo com Platão, ao imitar, o pintor apresenta a realidade ideal, o que causa
admiração; para Aristóteles, a imitação também desvela o mundo ideal, no entanto, por ser
ingênua, não permite que os homens contemplem a verdade.
12. (Uel 2009) Com base nos conhecimentos sobre o pensamento político de Aristóteles, é
correto afirmar.
a) A reflexão aristotélica estabelece uma clara separação entre política e ética, uma vez que a
parte (vida individual) não pode se confundir com o todo (comunidade política).
b) A lei, para Aristóteles, como expressão política da ordem natural e, portanto, intimamente
ligada à justiça, é o princípio que rege a ação dos homens na polis.
c) Aristóteles sustenta que cada homem, por sua liberdade natural, sempre age tendo em vista
algo que lhe parece ser um bem, alcançando sua perfeição pela satisfação de suas paixões
e necessidades individuais.
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Só julgamos que temos conhecimento de uma coisa quando conhecemos sua causa. E há
quatro tipos de causa: a essência, as condições determinantes, a causa eficiente
desencadeadora do processo e a causa final.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a metafísica aristotélica, é correto afirmar.
a) A existência de um plano superior constituído das ideias e atingido apenas pelo intelecto
permite a Aristóteles a compreensão objetiva dos fenômenos que ocorrem no mundo físico.
b) A realidade, para Aristóteles, sendo constituída por seres singulares, concretos e mutáveis,
pode ser conhecida indutivamente pela observação e pela experimentação.
c) Para a compreensão das transformações e da mutabilidade dos seres, Aristóteles recorre ao
princípio da criação divina.
d) Na metafísica aristotélica, a compreensão do devir de todas as coisas está vinculada à
determinação da causa material e da causa formal sobre a causa final.
e) Para Aristóteles, todas as coisas tendem naturalmente para um fim (telos), sendo esta
concepção teleológica da realidade a que explica a natureza de todos os seres.
A amizade perfeita é a dos homens que são bons e afins na virtude, pois esses
desejam igualmente bem um ao outro enquanto bons, e são bons em si mesmos. Ora, os que
desejam bem aos seus amigos por eles mesmos são os mais verdadeiramente amigos, porque
o fazem em razão da sua própria natureza e não acidentalmente.
Os amigos formam uma unidade mais completa e mais perfeita do que os indivíduos
isolados e, pela ajuda recíproca e desinteressada, fazem com que cada um seja mais
autônomo e mais independente do que se estivesse só.
Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre o pensamento ético e político de
Aristóteles, considere as afirmativas a seguir.
I. Uma sociedade de amigos é mais perfeita e durável por considerar a lei como norma
mantenedora da amizade.
II. Os amigos tornam a sociedade política perfeita ao se isolarem.
III. Os virtuosos e bons são verdadeiramente amigos por desejarem o bem reciprocamente.
IV. A amizade só pode existir entre os virtuosos, que são semelhantes em caráter; por isso,
formam uma sociedade justa.
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Dado que dos hábitos racionais com os quais captamos a verdade, alguns são sempre
verdadeiros, enquanto outros admitem o falso, como a opinião e o cálculo, enquanto o
conhecimento científico e a intuição são sempre verdadeiros, e dado que nenhum outro gênero
de conhecimento é mais exato que o conhecimento científico, exceto a intuição, e, por outro
lado, os princípios são mais conhecidos que as demonstrações, e dado que todo conhecimento
científico constitui-se de maneira argumentativa, não pode haver conhecimento científico dos
princípios, e dado que não pode haver nada mais verdadeiro que o conhecimento científico,
exceto a intuição, a intuição deve ter por objeto os princípios.
(ARISTÓTELES. Segundos Analíticos, B 19, 100 b 5-17. In: REALE, G. História da Filosofia
Antiga. São Paulo: Loyola, 1994.)
16. (Uel 2007) “Desde suas origens entre os filósofos da antiga Grécia, a Ética é um tipo de
saber normativo, isto é, um saber que pretende orientar as ações dos seres humanos”.
Fonte: CORTINA, A.; MARTÍNEZ, E. Ética. Tradução de Silvana Cobucci Leite. São Paulo:
Edições Loyola, 2000, p. 9.
Com base no texto e na compreensão da ética aristotélica, é correto afirmar que a ética:
a) Orienta-se pelo procedimento formal de regras universalizáveis, como meio de verificar a
correção ética das normas de ação.
b) Adota a situação ideal de fala como condição para a fixação de princípios éticos básicos, a
partir da negociação discursiva de regras a serem seguidas pelos envolvidos.
c) Pauta-se pela teleologia, indicando que o bem supremo do homem consiste em atividades
que lhe sejam peculiares, buscando a sua realização de maneira excelente.
d) Contempla o hedonismo, indicando que o bem supremo a ser alcançado pelo homem reside
na felicidade e esta consiste na realização plena dos prazeres.
e) Baseada no emotivismo, busca justificar a atitude ou o juízo ético mediante o recurso dos
próprios sentimentos dos agentes, de forma a influir nas demais pessoas.
17. (Ufma 2006) No capítulo X do livro VIII da Ética a Nicômaco, Aristóteles discursa sobre as
constituições existentes, bem como sobre suas características. Tomando por base suas
observações, é correto afirmar:
a) A democracia é o governo estabelecido pelo voto universal e obrigatório, uma vez que o
Estado é de todos.
b) A Monarquia é a melhor forma de constituição de um Estado e que sua degeneração é a que
causa mais prejuízo.
c) A democracia é a degeneração de um tipo de constituição menos prejudicial, devendo todos
optar por ela.
d) A aristocracia é o governo dos nobres e é a forma mais adequada para a administração
pública.
e) As opções c e d são as corretas.
18. (Uel 2005) “[...] não é ofício do poeta narrar o que aconteceu; é, sim, o de representar o
que poderia acontecer, quer dizer: o que é possível segundo a verossimilhança e a
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necessidade. Com efeito, não diferem o historiador e o poeta por escreverem verso ou prosa
[...] diferem, sim, em que diz um as coisas que sucederam, e outro as que poderiam suceder.
Por isso a poesia é algo de mais filosófico e mais sério do que a história, pois refere aquela
principalmente o universal, e esta o particular”.
(ARISTÓTELES. Poética. Trad. de Eudoro de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 209.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a estética em Aristóteles, é correto afirmar:
a) A poesia é uma cópia imperfeita, realizada no mundo sensível, sob a inspiração das musas e
distante da verdade.
b) Os poetas, de acordo com a sua índole, representam pessoas de caráter elevado, como
ocorre na tragédia, ou homens inferiores, como na comédia.
c) A poesia deve ser fiel aos acontecimentos históricos e considerar os fatos em sua
particularidade.
d) A poesia deve a sua origem à história e a compreensão daquela supõe o entendimento da
própria natureza do ser humano.
e) A imitação, que ocorre na tragédia, representa uma ação completa e de caráter elevado, de
uma forma narrativa e não dramática.
20. (Ufu 2003) “Substância – aquilo a que chamamos substância de modo mais próprio,
primeiro e principal – é aquilo que nem é dito de algum sujeito nem existe em algum sujeito,
como, por exemplo, um certo homem ou um certo cavalo. Chamam-se substâncias segundas
as espécies a que as coisas primeiramente chamadas substâncias pertencem e também os
gêneros dessas espécies. Por exemplo, um certo homem pertence à espécie homem, e animal
é o gênero da espécie; por conseguinte, homem e animal são chamados substâncias
segundas”.
Aristóteles. Categorias. Trad. Ricardo Santos. Porto: Porto Editora, 1995, p. 39.
Tendo o texto acima como referência, é correto afirmar que, segundo Aristóteles,
a) a substância primeira, assim como o acidente, existe em algum sujeito e é dito dele.
b) as substâncias segundas assemelham-se às Formas de Platão por ambas existirem em si e
por si mesmas.
c) as substâncias segundas são universais que não existem por si mesmos, mas que podem
ser conhecidos.
d) a substância primeira diferencia-se da substância segunda por esta última englobar todos os
acidentes a ela pertencentes.
21. (Uece 2019) “Chamo de princípio de demonstração às convicções comuns das quais todos
partem para demonstrar: por exemplo, que todas as coisas devem ser afirmadas ou negadas e
que é impossível ser e não ser ao mesmo tempo.”
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22. (Enem PPL 2019) Vimos que o homem sem lei é injusto e o respeitador da lei é justo;
evidentemente todos os atos legítimos são, em certo sentido, atos justos, porque os atos
prescritos pela arte do legislador são legítimos e cada um deles é justo. Ora, nas disposições
que tomam sobre todos os assuntos, as leis têm em mira a vantagem comum, quer de todos,
quer dos melhores ou daqueles que detêm o poder ou algo desse gênero; de modo que, em
certo sentido, chamamos justos aqueles atos que tendem a produzir e a preservar, para a
sociedade política, a felicidade e os elementos que a compõem.
23. (Uepg 2018) Sobre a lógica aristotélica, assinale o que for correto.
01) A lógica é um instrumento para o exercício do pensamento e da linguagem.
02) Os sofistas e o filósofo grego Platão alcançaram a mesma amplitude, rigor e sistematização
da lógica desenvolvida por Aristóteles.
04) A lógica aristotélica subdivide em: lógica formal e lógica crítica conceitual.
08) A lógica formal apresenta métodos que auxiliam no exercício de identificação dos
argumentos válidos e na distinção dos inválidos.
24. (Uem 2013) A lógica formal aristotélica estuda a relação entre as premissas e a conclusão
de inferências válidas e inválidas (segundo a forma), a partir de proposições falsas e
verdadeiras (segundo o conteúdo). Chamamos de falácias ou sofismas as formas incorretas de
inferência. Levando em conta a forma da inferência, assinale o que for correto.
01) A inferência “Fulano será um bom prefeito porque é um bom empresário.” é uma falácia.
02) A inferência “Todos os homens são mortais. Sócrates é homem, logo Sócrates é mortal.” é
válida.
04) A inferência “Ou fulano dorme, ou trabalha. Fulano dorme, logo não trabalha.” é uma
falácia.
08) A inferência “Nenhum gato é pardo. Algum gato é branco, logo todos os gatos são
brancos.” é uma falácia.
16) A inferência “Todos que estudam grego aprendem a língua grega. Estudo grego, logo
aprendo a língua grega.” é válida.
25. (Ufu 2013) [...] após ter distinguido em quantos sentidos se diz cada um [destes objetos],
deve-se mostrar, em relação ao primeiro, como em cada predicação [o objeto] se diz em
relação àquele.
Aristóteles, Metafísica. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo: Edições Loyola, 2002.
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b) o primeiro entre os modos de ser, ontologicamente, é o “por acidente”, isto é, diz respeito ao
que não é essencial.
c) a substância é princípio e causa de todas as categorias, ou seja, do ser enquanto ser.
d) a substância é princípio metafísico, tal como exposto por Platão em sua doutrina.
26. (Uem 2013) Um texto de um filósofo anônimo da Idade Média apresenta de modo claro um
problema central para a filosofia e a ciência do seu tempo. Ele afirma: “Boécio divide em três as
partes da ciência especulativa: natural, matemática e teológica. Da mesma forma, o Filósofo
[isto é, Aristóteles] divide-a em natural, matemática e metafísica. Assim, isto que Boécio chama
teologia, o Filósofo chama metafísica. Elas são, portanto, idênticas. Mas a metafísica não é
acerca de Cristo. Logo, a teologia também não o é” (Quaestio de divina scientia. In:
FIGUEIREDO, V. Filósofos na sala de aula. Vol. 3. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2008, p.
68). A partir do trecho citado, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) A teologia apresenta-se na Idade Média como a ciência principal.
02) A teologia é objeto da filosofia de Aristóteles, apesar de ela não ter esse nome para ele.
04) A teologia é uma ciência que não diz respeito à investigação da natureza de Cristo.
08) A teologia é, para esses filósofos, tão científica quanto a matemática.
16) A teologia e a metafísica são conhecimentos adquiridos por meio da ciência especulativa.
27. (Uem-pas 2012) “Na abertura de sua obra Política, Aristóteles afirma que somente o
homem é um ‘animal político’, isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de
linguagem. Os outros animais, escreve Aristóteles, possuem voz (phoné) e com ela exprimem
dor e prazer, mas o homem possui a palavra (lógos) e, com ela, exprime o bom e o mau, o
justo e o injusto. Exprimir e possuir em comum esses valores é o que torna possível a vida
social e, dela, somente os homens são capazes.” (CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 14ª edição.
São Paulo: Ática, 2011, p. 185). A partir dessa reflexão sobre o homem e a linguagem, assinale
o que for correto.
01) O homem se distingue dos animais porque possui linguagem simbólica, isto é, capaz de
estabelecer ligações entre os signos e as coisas.
02) Expressões artísticas, como a pintura, a fotografia e a dança, não podem ser consideradas
formas de linguagens.
04) A linguagem é um instrumento político, pois o domínio da linguagem culta é uma forma de
segregação entre distintas classes sociais.
08) A Lógica se distingue da linguagem natural porque não se ocupa com a significação dos
conteúdos do pensamento, mas sim com sua expressão formal.
16) Palavras “tabu” são aquelas proibidas de serem pronunciadas, sob pena de punição, como
forma de reforçar laços sociais e reprimir costumes.
28. (Uenp 2011) As discussões iniciais sobre Lógica foram organizadas por Aristóteles no texto
conhecido como “Organon”, onde o filósofo sistematiza e problematiza algumas das afirmações
que tinham sido feitas pelos pré-socráticos (Parmênides, Heráclito) e por Platão. Sobre a lógica
aristotélica é incorreto afirmar:
a) Aristóteles considera que a dialética não é um procedimento seguro para o pensamento,
tendo em vista posições contrárias de debatedores, e a escolha de uma opinião contra a
outra não garante chegar à essência da coisa investigada, por isso sugere a substituição da
dialética pela lógica.
b) Entre as principais diferenças que existem entre a lógica aristotélica e a dialética platônica
estão: a primeira é um instrumento para o conhecer que antecede o exercício do
pensamento e da linguagem; a segunda é um modo de conhecer e pressupõe a aplicação
imediata do pensamento e da linguagem.
c) A lógica aristotélica é um instrumento para trabalhar os contrários, e as contradições para
superá-los e chegar ao conhecimento da essência das coisas e da realidade.
d) A lógica aristotélica sistematiza alguns princípios e procedimentos que devem ser
empregados nos raciocínios para a produção de conhecimentos universais e necessários.
e) Contemporaneamente não se pode considerar a lógica aristotélica como plenamente formal,
tendo em vista que Aristóteles não afasta por completo os conteúdos pensados, para ficar
com formas vazias (como se faz na lógica puramente formal). Embora tenha avançado no
sentido da lógica formal, se comparada com a dialética platônica, que dependia
absolutamente do conteúdo dos juízos.
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29. (Ufba 2011) Na teoria geral do Estado distinguem-se, embora nem sempre com uma clara
linha demarcatória, as formas de governo dos tipos de Estado. Na tipologia das formas de
governo, leva-se mais em conta a estrutura de poder e as relações entre os vários órgãos dos
quais a constituição solicita o exercício do poder; na tipologia dos tipos de Estado, mais as
relações de classe, a relação entre o sistema de poder e a sociedade subjacente, as ideologias
e os fins, as características históricas e sociológicas.
As tipologias clássicas das formas de governo são três: a de Aristóteles, a de Maquiavel e a de
Montesquieu.
(BOBBIO, 1987, p. 104).
30. (Uem-pas 2011) Um dos principais objetivos do filósofo grego Aristóteles (388-322 a. C.) é
elaborar um modo de conhecimento verdadeiro e não refutável. Para isso, ele dedica boa parte
dos seus escritos, que resulta nos pressupostos fundamentais para o conhecimento científico
na antiguidade e na medievalidade.
31. (Uenp 2010) Para Aristóteles “o homem é por natureza um animal político”, isto é, um ser
vivo (zoon) que, por sua natureza (physei), é feito para a vida da cidade (bios politikós, a
comunidade política). Essa definição revela a intenção teleológica do filósofo na caracterização
do sentido último da vida do homem: o viver na polis, onde o homem se realiza como cidadão
(politai) manifestando, no termo de um processo de constituição de sua essência, a sua
natureza. Sobre a natureza política do ser humano, de acordo com o pensamento de
Aristóteles, não é correto afirmar que:
a) O “zoon politikon” não deve ser compreendido como “animal socialis” da tradução latina.
Este desvio semântico resultou num sentido alargado do termo grego que acabou se
identificando com o social. Para Aristóteles, o social significava mais o instinto gregário, algo
que os homens compartilham com algumas espécies de animais.
b) O simples viver junto, em sociedade, não caracteriza a destinação última do homem: a
“politicidade”. A verdadeira vida humana deve almejar a organização política, que é uma
forma superior. A partir da compreensão da natureza do homem determinados aspectos da
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vida social adquirem um estatuto eminentemente político, tais como: a noção de governo, de
dominação, de liberdade, de igualdade, do que é comum, do que é próprio, entre outras.
c) Aristóteles acreditava que a sociedade nascia de um consenso, e que, portanto, não era
natural, a despeito da natureza política do homem. Isso implica em que, o homem poderia
viver fora da comunidade política.
d) Entre os filósofos contemporâneos, Marx é um daqueles que faz referencia explicita ao
pensamento aristotélico e a sua definição de homem como animal político, especialmente
em Os fundamentos da crítica da economia política escrito em 1857/1858.
e) Reconhecer a natureza política do homem é, para Aristóteles, uma forma de publicizar a
ética de forma a considerá-la como uma instância de governo das relações sociais que tem
sempre em vista o Bem coletivo.
Fonte: ARISTÓTELES. Política. Tradução de Mário da Gama Kury. 2ª ed. Brasília: UnB, 1988,
p.15.
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I. Para Aristóteles a cidade é uma criação artificial decorrente da necessidade que os homens
têm de não causar danos uns aos outros.
II. A cidade autossuficiente é o estágio final das primeiras comunidades e existe para garantir a
vida de seus membros e tornar possível uma boa vida.
III. A reflexão acerca da cidade revela a concepção teleológica da filosofia política de
Aristóteles.
IV. Para Aristóteles, a cidade deve ser entendida como uma espécie de comunidade que tem
como única função proporcionar a segurança dos indivíduos.
35. (Ufu 2006) A respeito do papel da proposição na lógica de Aristóteles (384 − 322 a.C),
assinale a alternativa incorreta.
a) Verdade e falsidade são atributos necessários de uma proposição.
b) Somente são aceitas nos argumentos as proposições universais afirmativas.
c) Qualidade (afirmativas/negativas) e quantidade (universais/particulares) são modos de
classificar as proposições.
d) Os termos de uma proposição são o Sujeito e o Predicado.
36. (Uel 2006) “Aristóteles foi o primeiro filósofo a elaborar tratados sistemáticos de Ética. O
mais influente desses tratados, a Ética a Nicômaco, continua a ser reconhecido como uma das
obras-primas da filosofia moral. Ali nosso autor apresenta a questão que, de seu ponto de vista,
constitui a chave de toda investigação ética: Qual é o fim último de todas as atividades
humanas?”
(CORTINA, Adela; MARTÍNEZ, Emilio. Ética. Trad. Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Loyola,
2005. p. 57.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a ética aristotélica, é correto afirmar:
a) É uma ética que desconsidera os valores culturais e a participação discursiva dos envolvidos
na escolha da concepção de bem a ser perseguida.
b) É uma ética do dever que, ao impor normas de ação universais, transcende a concepção de
vida boa de uma comunidade e exige o cumprimento categórico das mesmas.
c) É uma ética compreendida teleologicamente, pois o bem supremo, vinculado à busca e à
realização plena da felicidade, orienta as ações humanas.
d) É uma ética que orienta as ações por meio da bem-aventurança proveniente da vontade de
Deus, porém sinalizando para a irrealização plena do bem supremo nesta vida.
e) É uma ética que compreende o indivíduo virtuoso como aquele que já nasce com certas
qualidades físicas e morais, em função de seus laços sanguíneos.
37. (Ufu 2000) Aristóteles estabeleceu sua lógica sobre alguns princípios, percebidos por
intuição e que são anteriores a qualquer raciocínio, devendo servir de base a toda
argumentação científica. Esses princípios são:
a) de identidade, de não contradição e de terceiro excluído.
b) de identidade, de contradição e da negação da negação.
c) de tese, de antítese e de síntese.
d) de salto qualitativo, de interpenetração dos opostos e de negação da negação.
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
[D]
O aluno deve identificar que o item [II] está correto a partir do texto apresentado pela questão,
no qual Aristóteles apresenta a ideia de que a arte, partindo de experiências semelhantes,
produz um juízo geral, universalizante, como se observa no trecho “A arte se produz quando,
de muitas observações da experiência, forma-se um juízo geral e único passível de ser referido
a todos os casos semelhantes”. O aluno deve saber, ainda, que, segundo o pensamento
aristotélico, a experiência é condição para a obtenção do conhecimento universal, mas não é,
por si só, produtora de um conhecimento universal, uma vez que o uso da razão, a partir do
intelecto humano, é o ponto de partida para o mesmo, identificando o item [IV] como correto.
Resposta da questão 2:
[D]
Resposta da questão 3:
[A]
A ética, dentro do pensamento filosófico aristotélico, constitui uma prática racional e livre,
sendo por isso diferente dos demais saberes apontados no texto.
Resposta da questão 4:
[A]
Resposta da questão 5:
Questão anulada no gabarito oficial.
Mímesis é basicamente, para esses filósofos antigos, imitação da natureza. Para Platão, toda
criação é imitativa, ou seja, faz uma referência vaga e repleta de falhas àquilo que é perfeito, à
ideia. Para Aristóteles, a criação é imitação no sentido de representação e, sobre a arte
dramática, por exemplo, ele afirmará que esta representação possui um efeito catártico.
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Portanto, ambos viam a arte a partir do viés da imitação da natureza, porém o primeiro de
acordo com uma posição negativa e o segundo de acordo com uma posição positiva.
Resposta da questão 6:
[B]
Resposta da questão 7:
[E]
O artista que venceu o concurso não copiou nem reproduziu uma mulher e sim a simulou,
calculando matematicamente as proporções entre as partes de seu corpo, entre estas e o local
em que seria instalada e a maneira como seria vista. Nas artes, imitar, explica Aristóteles, é
simular.
Resposta da questão 8:
[A]
Resposta da questão 9:
[E]
Aristóteles opõe-se claramente ao modo como Platão concebia a mimese segundo uma
perspectiva oposta - o que imediatamente nos faz descartar como certa a afirmativa I, a ponto
de fazer dela uma atividade que, longe de reproduzir passivamente as coisas, como que recria
as coisas segundo uma dimensão, como ele diz de modo exemplar nesta passagem: “A função
do poeta não é a de dizer as coisas acontecidas, mas sim as que poderiam acontecer e suas
possibilidades, de acordo com a verossimilhança e a necessidade”.
Aristóteles, discípulo de Platão, foi suficientemente crítico para ir além do mestre. Recusando o
idealismo do mundo das ideias, admite que somente o ser humano concreto existe. O modelo
astronômico de Aristóteles baseia-se na cosmologia de Eudoxo (400-347 a.C.), um dos
discípulos de Platão. Esse modelo é geocêntrico, ou seja, (tem a Terra no centro) e é
conhecido como “modelo das esferas homocêntricas”, em que os sete corpos celestes (Lua,
Sol e cinco planetas) se acham cravados na própria esfera. O modo como Aristóteles propunha
a visão e o universo foi desfeito apenas no Renascimento, quando Galileu e, posteriormente
Kepler e Newton, “igualam Céu e Terra”, isto é, explicam a física e a astronomia pelas mesmas
leis. O próprio Galileu, quando ao seu método nos explica:
“A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos
olhos (isto é, o universo), que não se pode compreender antes de entender a língua e
conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito em língua matemática, os
caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é
impossível entender humanamente as palavras: sem ele nós vagamos perdidos dentro de um
obscuro labirinto”.
(GALILEU, G. O ensaiador, Col. Os pensadores, São Paulo, Abril Cultural, 1973, p. 119).
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Ambos consideram a arte como imitação. Pode-se, em certa medida, dizer que a concepção
platônica sobre a mímesis é negativa, enquanto que a concepção aristotélica é positiva. Para o
primeiro, a arte como a pintura leva os mais ingênuos à ilusão. O segundo, por sua vez, crê
que a arte de imitar causa prazer.
A respeito do pensamento de Aristóteles, somente a alternativa [B] está correta. A sua visão
política estava intimamente relacionada com a moral. Verifica-se, no pensamento de
Aristóteles, uma íntima relação entre atividade política, justiça e felicidade, sendo a justiça a
finalidade da vida política. A justiça seria o respeito ao modo que a comunidade definiu a
participação no poder.
Aristóteles concebe quatro causas primeiras que explicam a origem, o motivo e o ser das
coisas (essências): a causa material (a matéria que é feita uma coisa), a causa formal (a forma
que uma essência possui), a causa eficiente (a origem da essência) e a causa final (que dá a
razão para alguma coisa existir). É em relação a esta última causa que se pode dizer que
Aristóteles compreende um fim para toda realidade da natureza dos seres.
A questão é difícil para o aluno. Com base nos dois textos, pode-se dizer que a afirmativa III é
a mais correta entre todas. A afirmativa I está incorreta dado que a lei não é o fundamento de
uma sociedade de amigos, mas a ajuda recíproca e desinteressada. A afirmativa II é absurda e
contraria os dois textos, tanto o de Aristóteles, quanto o da Marilena Chaui. Por último, a
afirmativa IV também é verdadeira. Segundo Aristóteles, ou a amizade é virtude ou está
acompanhada necessariamente da virtude.
Somente a alternativa [C] está correta. A ética aristotélica pode ser chamada de teleológica na
medida em que estabelece um fim para as ações humanas: a felicidade, sendo esta o bem
supremo, que é alcançado mediante a constante atividade racional, própria do ser humano.
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Somente a alternativa [B] está correta. Aristóteles estabelece seis formas de governo, três
principais (monarquia, aristocracia e democracia) e três degeneradas (tirania, oligarquia e
demagogia), sendo que a monarquia é, dentre elas, a melhor, e a tirania (forma degenerada da
monarquia), a pior.
Questão difícil. Não existe alternativa que esteja totalmente de acordo com o texto do
enunciado. Entretanto, é possível fazer um esforço de compreensão e de resolução da
questão. A alternativa [A] está errada porque apresenta o pensamento de Platão, e não de
Aristóteles. As alternativas [C] e [D] contrariam o enunciado da questão. A poesia não está
vinculada à história, contrapondo-se a ela justamente pelo fato de não precisar narrar
(necessariamente) acontecimentos passados. Pelo contrário, a poesia deve representar o que
pode acontecer, e por isso a alternativa [E] está também errada. Por fim, compreende-se como
somente a alternativa [B] pode estar correta, ainda que não diretamente relacionada ao texto.
A proposição de que “Todo homem é animal” não se constitui como um argumento. Entretanto,
segundo Aristóteles, ela é verdadeira. Todo homem é não somente um animal, mas um animal
político. Vale ressaltar que, a partir do conhecimento da metafísica aristotélica, podemos
identificar, nessa proposição, duas substâncias segundas: homem e animal. Ambas as
substâncias correspondem a sujeitos universais que não existem em si mesmos.
A substância corresponde a algo que não pode ser dito do sujeito. É o substrato das qualidades
de um ser. Quanto à diferenciação entre substância primeira e substância segunda, a primeira
é aquela referente aos seres individuais, enquanto que a segunda é referente aos sujeitos
universais que não existem em si, mas que podem ser conhecidos pelo pensamento,
exatamente como afirma a alternativa [C].
O princípio da não contradição aristotélico afirma que duas afirmações que se contradizem não
podem ser, ambas, verdadeiras ao mesmo tempo e em referência à mesma coisa. Ou seja, não
seria possível que algo tenha uma característica e não a tenha ao mesmo tempo, sob as
mesmas circunstâncias, tal como indica a alternativa [C].
O legislador deve, segundo Aristóteles, agir em função do bem comum, perseguindo, portanto,
o exercício da virtude.
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Ademais, a lógica proposta por Aristóteles é fundamentada nos silogismos, e não na subdivisão
em lógica formal e crítica conceitual, de modo que apenas os itens [01] e [08] apresentam
proposições verdadeiras.
Isso não quer dizer que o conteúdo da afirmação é necessário, e sim quer dizer que dada a
organização correta daquelas proposições, devemos admitir que a conclusão é,
necessariamente, a resultante. Por conseguinte, não estaremos formalmente errados se
dissermos, por exemplo:
Todavia, não seria aceitável afirmar que todo pássaro é uma corneta, pois empiricamente
constatamos diferentemente; nenhum pássaro é uma corneta.
Apesar de formalmente o conhecimento científico estar baseado em raciocínios dedutivos,
como o silogismo, ele não pode depender apenas disto para assegurar a correção de suas
afirmações sobre o mundo. A experiência – a juíza dos raciocínios lógicos bem construídos –
assegura, até o máximo possível pelo hábito, que a inferência de uma afirmação do tipo: “todo
homem é mortal”, seja válida pela sua grande probabilidade e, portanto, com pouquíssimos
motivos para que duvidemos de sua veracidade.
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O homem se distingue dos outros animais por vários motivos; talvez o principal deles seja o
fato de o homem ser capaz de fazer uso de uma linguagem muitíssimo sofisticada, uma
linguagem capaz de abstração, reflexão, exposição, etc. dos tipos mais complexos. Essa
linguagem estabelece uma comunicação tão abrangente que o relacionamento entre os
homens passa a depender de interações sintonizadas finamente. A política depende da
linguagem, pois o estabelecimento daquilo que se chama mundo realiza-se através dela, e no
estabelecimento desse mundo certas expressões tornam-se impronunciáveis para garantir que
certos comportamentos, que perturbariam a ordem, sejam evitados e os costumes sejam
incentivados.
A lógica aristotélica é um exercício do pensamento e da linguagem que nos oferece meios para
realizar o conhecimento e o discurso de modo a conquistar raciocínios que se referem a todas
as coisas das quais possamos ter um conhecimento universal e necessário e seu ponto de
vista não são opiniões contrárias, mas princípios, regras e leis necessários e universais do
pensamento.
Aristóteles estabelece uma tipologia das formas de governo que se tornou clássica. Usa o
critério da quantidade para distinguir um do outro, portanto Monarquia (governo de um só);
Aristocracia (de um pequeno grupo). E Democracia (governo da maioria).
Maquiavel funda uma nova perspectiva de política em relação aos gregos, onde, para fazer
política é preciso compreender o sistema de forças existentes e calcular a alteração do
equilíbrio provocada pela interferência de sua própria ação nesse sistema.
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Na teoria política aristotélica, não é preciso buscar nos deuses, nas leis ou nas técnicas a
origem da cidade: basta conhecer a natureza humana para nela encontrar a causa política. Os
humanos, falantes e pensantes, são seres de comunicação e é essa a causa da vida em
comunidade ou da vida política. Nessa concepção, a natureza humana funda a política.
A validade não depende do conteúdo das proposições de um argumento, mas somente da sua
estrutura. Tanto o primeiro quanto o segundo argumento possuem estruturas formais idênticas.
É por isso que o primeiro é considerado como válido, ainda que contenha premissas falsas.
Somente a afirmativa III é falsa. Todo silogismo possui três características básicas: deve ser
mediato, necessário e dedutivo. Os raciocínios indutivos não são trabalhados pela lógica
aristotélica.
A resposta para esta questão está contida no texto do enunciado. Nesse, Aristóteles afirma que
“a natureza de uma coisa é o seu estágio final” e que “a autossuficiência é uma finalidade e o
que há de melhor”. Isso está em íntima consonância com as afirmativas II e III. Já I e IV são
afirmações que em nada se aproximam do pensamento de Aristóteles e, por isso, estão
incorretas.
Segundo Aristóteles, o fim último das atividades humanas é a felicidade. Sendo assim, a ética
deve ser orientada por esse fim, tal como apresenta a alternativa [C].
Os três princípios da lógica são: o princípio de identidade (que estabelece que um ser é sempre
idêntico a si mesmo); de não contradição (segundo o qual um ser não pode ser e não ser ao
mesmo tempo); e o de terceiro excluído (que estabelece que diante de uma afirmativa e de sua
negação não há nenhuma outra possibilidade lógica). Desta maneira, somente a alternativa [A]
está correta.
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Legenda:
Q/Prova = número da questão na prova
Q/DB = número da questão no banco de dados do SuperPro®
1.............182614.....Elevada.........Filosofia.........Uece/2019............................Múltipla escolha
4.............136794.....Elevada.........Filosofia.........Uel/2015...............................Múltipla escolha
5.............125522.....Elevada.........Filosofia.........Unisc/2013...........................Múltipla escolha
6.............108760.....Elevada.........Filosofia.........Uel/2012...............................Múltipla escolha
7.............104720.....Elevada.........Filosofia.........Ufpa/2011.............................Múltipla escolha
8.............103042.....Elevada.........Filosofia.........Uel/2011...............................Múltipla escolha
9.............96431.......Elevada.........Filosofia.........Uel/2010...............................Múltipla escolha
10...........100017.....Elevada.........Filosofia.........Unb/2010..............................Múltipla escolha
11...........108532.....Elevada.........Filosofia.........Uel/2009...............................Múltipla escolha
12...........108516.....Elevada.........Filosofia.........Uel/2009...............................Múltipla escolha
13...........108522.....Elevada.........Filosofia.........Uel/2009...............................Múltipla escolha
14...........98333.......Elevada.........Filosofia.........Uel/2008...............................Múltipla escolha
15...........98358.......Elevada.........Filosofia.........Uel/2008...............................Múltipla escolha
16...........98102.......Elevada.........Filosofia.........Uel/2007...............................Múltipla escolha
17...........107910.....Elevada.........Filosofia.........Ufma/2006............................Múltipla escolha
18...........107157.....Elevada.........Filosofia.........Uel/2005...............................Múltipla escolha
19...........111140.....Elevada.........Filosofia.........Ufu/2003...............................Múltipla escolha
20...........111097.....Elevada.........Filosofia.........Ufu/2003...............................Múltipla escolha
21...........185363.....Média.............Filosofia.........Uece/2019............................Múltipla escolha
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23...........180578.....Elevada.........Filosofia.........Uepg/2018............................Somatória
24...........123071.....Baixa.............Filosofia.........Uem/2013.............................Somatória
25...........125801.....Média.............Filosofia.........Ufu/2013...............................Múltipla escolha
26...........123080.....Baixa.............Filosofia.........Uem/2013.............................Somatória
27...........122971.....Baixa.............Filosofia.........Uem-pas/2012......................Somatória
28...........108333.....Média.............Filosofia.........Uenp/2011............................Múltipla escolha
29...........102631.....Média.............Filosofia.........Ufba/2011.............................Somatória
30...........115741.....Média.............Filosofia.........Uem-pas/2011......................Somatória
31...........108305.....Média.............Filosofia.........Uenp/2010............................Múltipla escolha
32...........108456.....Média.............Filosofia.........Unioeste/2010......................Múltipla escolha
33...........96127.......Média.............Filosofia.........Ufu/2009...............................Múltipla escolha
34...........98030.......Baixa.............Filosofia.........Uel/2007...............................Múltipla escolha
35...........107375.....Média.............Filosofia.........Ufu/2006...............................Múltipla escolha
36...........107115.....Média.............Filosofia.........Uel/2006...............................Múltipla escolha
37...........110208.....Baixa.............Filosofia.........Ufu/2000...............................Múltipla escolha
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