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1. (Uece 2019) Leia atentamente a seguinte passagem:

“A experiência parece um pouco semelhante à ciência (epistéme) e à arte (tékhne). Com efeito,
os homens adquirem ciência e arte por meio da experiência. A experiência, como diz Polo,
produz a arte, enquanto a inexperiência produz o puro acaso. A arte se produz quando, de
muitas observações da experiência, forma-se um juízo geral e único passível de ser referido a
todos os casos semelhantes” (Aristóteles, Metafísica, 981a5).

Com base no texto acima, considere as seguintes afirmações:

I. Somente a ciência é conhecimento universal, cujos juízos gerais se aplicam a todos os casos
semelhantes.
II. A tékhne é uma forma de conhecimento universal, pois, com base nas experiências, se
forma um juízo geral.
III. Por ser semelhante à experiência, a tékhne não constitui um conhecimento universal.
IV. A experiência é pressuposto dos conhecimentos universais (tékhné e epistéme), mas não é
ainda um conhecimento universal.

É correto somente o que se afirma em


a) I e IV.
b) II e III.
c) I e III.
d) II e IV.

2. (Enem PPL 2017) Dado que, dos hábitos racionais com os quais captamos a verdade,
alguns são sempre verdadeiros, enquanto outros admitem o falso, como a opinião e o cálculo,
enquanto o conhecimento científico e a intuição são sempre verdadeiros, e dado que nenhum
outro gênero de conhecimento é mais exato que o conhecimento científico, exceto a intuição, e,
por outro lado, os princípios são mais conhecidos que as demonstrações, e dado que todo
conhecimento científico constitui-se de maneira argumentativa, não pode haver conhecimento
científico dos princípios, e dado que não pode haver nada mais verdadeiro que o conhecimento
científico, exceto a intuição, a intuição deve ter por objeto os princípios.

ARISTÓTELES. Segundos analíticos. In: REALE, G. História da filosofia antiga. São Paulo:
Loyola, 1994.

Os princípios, base da epistemologia aristotélica, pertencem ao domínio do(a)


a) opinião, pois fazem parte da formação da pessoa.
b) cálculo, pois são demonstrados por argumentos.
c) conhecimento científico, pois admitem provas empíricas.
d) intuição, pois ela é mais exata que o conhecimento científico.
e) prática de hábitos racionais, pois com ela se capta a verdade.

3. (Enem 2ª aplicação 2016) Ninguém delibera sobre coisas que não podem ser de outro
modo, nem sobre as que lhe é impossível fazer. Por conseguinte, como o conhecimento
científico envolve demonstração, mas não há demonstração de coisas cujos primeiros
princípios são variáveis (pois todas elas poderiam ser diferentemente), e como é impossível
deliberar sobre coisas que são por necessidade, a sabedoria prática não pode ser ciência, nem
arte: nem ciência, porque aquilo que se pode fazer é capaz de ser diferentemente, nem arte,
porque o agir e o produzir são duas espécies diferentes de coisa. Resta, pois, a alternativa de
ser ela uma capacidade verdadeira e raciocinada de agir com respeito às coisas que são boas
ou más para o homem.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

Aristóteles considera a ética como pertencente ao campo do saber prático. Nesse sentido, ela

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difere-se dos outros saberes porque é caracterizada como


a) conduta definida pela capacidade racional de escolha.
b) capacidade de escolher de acordo com padrões científicos.
c) conhecimento das coisas importantes para a vida do homem.
d) técnica que tem como resultado a produção de boas ações.
e) política estabelecida de acordo com padrões democráticos de deliberação.

4. (Uel 2015) Leia os textos a seguir.

A arte de imitar está bem longe da verdade, e se executa tudo, ao que parece, é pelo facto de
atingir apenas uma pequena porção de cada coisa, que não passa de uma aparição.
Adaptado de: PLATÃO. A República. 7.ed. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa:
Calouste Gulbenkian, 1993. p.457.

O imitar é congênito no homem e os homens se comprazem no imitado.


Adaptado de: ARISTÓTELES. Poética. 4.ed. Trad. De Eudoro de Souza. São Paulo: Nova
Cultural, 1991. p.203. Coleção “Os Pensadores”.

Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética e a questão da mímesis em Platão e
Aristóteles, assinale a alternativa correta.
a) Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomênicas, um exemplo particular e, por
isso, algo inadequado e inferior, tanto em relação aos objetos representados quanto às
ideias universais que os pressupõem.
b) Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, pintores e escultores representam
perfeitamente a verdade e a essência do plano inteligível, sendo a atividade do artista um
fazer nobre, imprescindível para o engrandecimento da pólis e da filosofia.
c) Na compreensão de Aristóteles, a arte se restringe à reprodução de objetos existentes, o
que veda o poder do artista de invenção do real e impossibilita a função caricatural que a
arte poderia assumir ao apresentar os modelos de maneira distorcida.
d) Aristóteles concebe a mímesis artística como uma atividade que reproduz passivamente a
aparência das coisas, o que impede ao artista a possibilidade de recriação das coisas
segundo uma nova dimensão.
e) Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é imitação e entende que a música, o teatro e
a poesia são incapazes de provocar um efeito benéfico e purificador no espectador.

5. (Unisc 2013) O problema da mímesis em Platão e Aristóteles até hoje tem ressonância no
mundo contemporâneo. Grande parte do público recusa a arte produzida na
contemporaneidade por conta da estética platônica. Aristóteles liberta a arte dos limites
determinados por Platão e afirma que
a) a arte não tem como fim a verdade.
b) a arte tem a ver com a catharsis, uma função social terapêutica.
c) a arte é mimética, ou seja, apenas imita a aparência das coisas.
d) Todas as alternativas estão corretas.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

6. (Uel 2012) Leia o texto a seguir.

No ethos (ética), está presente a razão profunda da physis (natureza) que se manifesta no
finalismo do bem. Por outro lado, ele rompe a sucessão do mesmo que caracteriza a physis
como domínio da necessidade, com o advento do diferente no espaço da liberdade aberto pela
práxis. Embora, enquanto autodeterminação da práxis, o ethos se eleve sobre a physis, ele
reinstaura, de alguma maneira, a necessidade de a natureza fixar-se na constância do hábito.

(Adaptado de: VAZ, Henrique C. Lima. Escritos de Filosofia II. Ética e Cultura. 3ª edição. São
Paulo: Loyola. Coleção Filosofia - 8, 2000, p.11-12.)

Com base no texto, é correto afirmar que a noção de physis, tal como empregada por
Aristóteles, compreende:
a) A disposição da ação humana, que ordena a natureza.
b) A finalidade ordenadora, que é inerente à própria natureza.

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c) A ordem da natureza, que determina o hábito das ações humanas.


d) A origem da virtude articulada, segundo a necessidade da natureza.
e) A razão matemática, que assegura ordem à natureza.

7. (Ufpa 2011) “A cidade de Atenas promoveu um concurso para a escolha da estátua da


deusa Atena, a ser instalada no Paternon. Dois escultores apresentaram suas obras. Uma
delas era uma mulher perfeita e foi admirada por todos. A outra, era uma figura grotesca: a
cabeça enorme, os braços muito longos e as mãos maiores que os pés. Quando as duas
estátuas foram colocadas nos altos pedestais do Paternon, onde eram vistas de baixo para
cima, a estátua perfeita tornara-se ridícula: a cabeça e as mãos de Atena pareceram
minúsculas e desproporcionais para seu corpo; em contrapartida, a estátua grotesca tornara-se
perfeita, pois a cabeça, os braços e as mãos se tornaram proporcionais ao corpo. A estátua
grotesca foi considerada a boa imitação e venceu o concurso.”

(CHAUÍ, Marilena, Convite à Filosofia, São Paulo, Editora Ática, 2003, p. 284, texto adaptado).

O exemplo citado no texto acima ilustra como os gregos na Antiguidade concebiam a relação
entre arte e natureza. Tendo por base a concepção aristotélica acerca dessa relação, podemos
dizer que a estátua grotesca venceu o concurso porque o escultor
a) imitou a deusa Atena considerando que para uma obra ser bela tem de ter, além da
proporção, certa esquisitice.
b) não se preocupou em reproduzir uma cópia fiel da deusa Atena, pois no mundo sensível
temos apenas uma imitação da verdadeira realidade que se encontra no mundo inteligível.
c) tomou como parâmetro, ao representar a deusa Atena, a ideia de que o belo é relativo ao
gosto de cada pessoa, por isso a deusa poderia ser percebida diferentemente por cada um,
dependendo do lugar onde fosse colocada.
d) reproduziu a deusa Atena tendo como padrão de beleza o imaginário popular da época, que
apreciava figuras grotescas.
e) representou a deusa Atena levando em conta que o belo consiste na proporção, na simetria
e na ordem, por isso fez um cálculo matemático das proporções entre as partes do corpo, o
local em que seria instalada e como seria vista.

8. (Uel 2011) Leia os textos a seguir.

Aristóteles, no Livro IV da Metafísica, defende o sentido epistêmico do princípio de não


contradição como o princípio primário, incondicionado e absolutamente verdadeiro da “ciência
das causas primeiras”, ou melhor, o princípio que se apresenta como fundamento último (ou
primeiro) de justificação para qualquer enunciado declarativo em sua pretensão de verdade.

“É impossível que o mesmo atributo pertença e não pertença ao mesmo tempo ao


mesmo sujeito, e na mesma relação. [...] Não é possível, com efeito, conceber alguma vez que
a mesma coisa seja e não seja, como alguns acreditam que Heráclito disse [...]. É por esta
razão que toda demonstração se remete a esse princípio como a uma última verdade, pois ela
é, por natureza, um ponto de partida, a mesma para os demais axiomas.”

(ARISTÓTELES. “Metafísica”. Livro IV, 3, 1005b apud FARIA, Maria do Carmo B. de.
Aristóteles: a plenitude como horizonte do ser. São Paulo: Moderna, 1994. p. 93.)

Com base nos textos e nos conhecimentos sobre Aristóteles, é correto afirmar:
a) Aqueles que sustentam, com Heráclito, conceber verdadeiramente que propriedades
contrárias podem subsistir e não subsistir no mesmo sujeito opõem-se ao princípio de não
contradição.
b) Pelo princípio de não contradição, sustenta-se a tese heracliteana de que, numa enunciação
verdadeira, se possa simultaneamente afirmar e negar um mesmo predicado de um mesmo
sujeito, em um mesmo sentido.
c) Nas demonstrações sobre as realidades suprassensíveis, é possível conceber que
propriedades contrárias subsistam simultaneamente no mesmo sujeito, sem que isso incorra
em contradição lógica, ontológica e epistêmica.
d) Para que se possa fundamentar o estatuto axiomático do princípio de não contradição,
exige-se que sua evidência, enquanto princípio primário, seja submetida à demonstração.

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e) Com o princípio de não contradição, torna-se possível conceber que, se existem duas coisas
não idênticas, qualquer predicado que se aplicar a uma delas também poderá ser aplicado
necessariamente à outra.

9. (Uel 2010) Leia o texto de Aristóteles a seguir:

Uma vez que o poeta é um imitador, como um pintor ou qualquer outro criador de imagens,
imita sempre necessariamente uma das três coisas possíveis: ou as coisas como eram ou são
realmente, ou como dizem e parecem, ou como deviam ser. E isto exprime-se através da
elocução em que há palavras raras, metáforas e muitas modificações da linguagem: na
verdade, essa é uma concessão que fazemos aos poetas.

(ARISTÓTELES. Poética. Tradução e Notas de Ana Maria Valente. Lisboa: Calouste


Gulbenkian, 2004. p. 97.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a estética de Aristóteles, considere as


afirmativas a seguir:

I. O poeta pode imitar a realidade como os pintores e, para isso, deve usar o mínimo de
metáforas e priorizar o acesso às ideias inteligíveis.
II. O poeta pode imitar tendo as coisas presentes e passadas por referência, mas não precisa
se ater a esses fatos apenas.
III. O poeta pode imitar as coisas considerando a opinião da maioria e pode também elaborar
fatos usando várias formas de linguagem.
IV. O poeta pode imitar as coisas ponderando o que as pessoas dizem sobre os fatos, mesmo
que não haja certeza sobre eles.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Do princípio do século XVII ao fim do século XVIII, 1o aspecto geral do mundo natural
2
alterou-se de tal forma que Copérnico teria ficado pasmo. A revolução que ele iniciara
desenvolveu-se tão rápido e de modo tão amplo que não só a astronomia se transformou, mas
também a física. Quando isso aconteceu, dissolveram-se os últimos vestígios do universo
aristotélico. A matemática tornou-se uma ferramenta cada vez mais essencial para as ciências
físicas.
A visão do universo adotada por Galileu — morto em 1642, ano do nascimento de
Isaac Newton — baseava-se na observação, na experimentação e numa generosa aplicação
da matemática. Uma atitude de certa forma diferente daquela adotada por seu contemporâneo
mais jovem, René Descartes,que começou a formular uma nova concepção filosófica do
universo, que viria a destruir a antiga visão escolástica medieval.
Em 1687, Newton publicou os Principia, cujo impacto foi imenso. Em um único volume,
reescreveu toda a ciência dos corpos em movimento com uma incrível precisão matemática.
Completou o que os físicos do fim da Idade Média haviam começado e que Galileu tentara
trazer à realidade. As três leis do movimento, de Newton, formam a base de todo o seu
trabalho posterior.

Ronan Colin A.. História ilustrada da ciência: da Renascença à revolução científica. São Paulo:
Círculo do Livro, s/d, p. 73, 82-3 e 99 (com adaptações).

10. (Unb 2010) Os trabalhos de Aristóteles e Galileu representam dois momentos marcantes
do desenvolvimento das ciências naturais no Ocidente. Assinale a opção que sintetiza
corretamente as contribuições de cada um deles para a história da ciência.

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a) Aristóteles produziu conhecimento acerca do universo de modo empírico e experimental, ao


passo que Galileu defendeu o uso da matemática como ferramenta de descoberta,
relegando a lógica a uso apenas argumentativo.
b) O conhecimento de Aristóteles acerca do universo era especulativo, embasado na lógica que
ele mesmo criara, diferentemente do conhecimento de Galileu, que defendia o uso da
matemática como ferramenta de descoberta, relegando a lógica a uso apenas
argumentativo.
c) A despeito de diferenças quanto à percepção do universo, como heliocêntrico ou
geocêntrico, tanto Galileu quanto Aristóteles atribuíam à lógica o poder de desvelar relações
de causalidade entre os fenômenos naturais.
d) O conhecimento de Aristóteles acerca do universo era empírico, e o de Galileu,
contemplativo, diferindo ambos quanto ao grau de manipulação dos fenômenos naturais na
construção dos conceitos científicos.

11. (Uel 2009) No Sofista, Platão faz a seguinte observação sobre a mímesis (imitação):

Assim, o homem que se julgasse capaz, por uma única arte, de tudo produzir, como sabemos,
não fabricaria, afinal, senão imitações e homônimos das realidades. Hábil, na sua técnica de
pintar, ele poderá, exibindo de longe os seus desenhos, aos mais ingênuos meninos, dar-lhes a
ilusão de que poderá igualmente criar a verdadeira realidade, e tudo o que quiser fazer.

(PLATÃO. Sofista. Coleção “Os pensadores”. São Paulo: AbriI Cultural, 1972. p. 159-160.)

Já Aristóteles, na Retórica, salienta o seguinte aspecto da mímesis:

E, como aprender e admirar é agradável, necessário é também que o sejam as coisas que
possuem estas qualidades: por exemplo, as imitações, como as da pintura, da escultura, da
poesia, e em geral todas as boas imitações, mesmo que o original não seja em si mesmo
agradável; pois não é o objeto retratado que causa prazer, mas o raciocínio de que ambos são
idênticos, de sorte que o resultado é que aprendemos alguma coisa.

(ARISTÓTELES. Retórica. Lisboa Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 2006. p. 138.)

Com base nos textos e nos conhecimentos sobre o tema da mímesis em Platão e em
Aristóteles, assinale a alternativa correta.
a) A pintura, para Platão, se afasta do verdadeiro, por apresentar o mundo inteligível, mas, para
Aristóteles, o problema é que ela causa prazer.
b) Platão considera que o pintor pode esclarecer as pessoas ingênuas, fazendo-as acreditar
que sua pintura é o real, mas Aristóteles considera que o engano está no pintor e não na
pintura.
c) Para Platão, a mímesis representa a cópia da cópia e o artista não conhece a realidade do
imitado em seu grau mais elevado; já para Aristóteles, uma das causas do surgimento da
mímesis é o fato de os homens se comprazerem no imitado.
d) Para Platão, aprendemos com as imitações, uma vez que elas nos distanciam do engano,
enquanto que, para Aristóteles, por causar prazer, a imitação deve ser banida.
e) De acordo com Platão, ao imitar, o pintor apresenta a realidade ideal, o que causa
admiração; para Aristóteles, a imitação também desvela o mundo ideal, no entanto, por ser
ingênua, não permite que os homens contemplem a verdade.

12. (Uel 2009) Com base nos conhecimentos sobre o pensamento político de Aristóteles, é
correto afirmar.
a) A reflexão aristotélica estabelece uma clara separação entre política e ética, uma vez que a
parte (vida individual) não pode se confundir com o todo (comunidade política).
b) A lei, para Aristóteles, como expressão política da ordem natural e, portanto, intimamente
ligada à justiça, é o princípio que rege a ação dos homens na polis.
c) Aristóteles sustenta que cada homem, por sua liberdade natural, sempre age tendo em vista
algo que lhe parece ser um bem, alcançando sua perfeição pela satisfação de suas paixões
e necessidades individuais.

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d) O conceito de felicidade a que, segundo Aristóteles, visa individualmente a ação humana


está desvinculado do conceito de justiça como um exercício político orientado ao bem
comum.
e) Na concepção política de Aristóteles, torna-se evidente que a ideia de bom governo, de
regime justo e de cidade boa depende da tripartição dos poderes.

13. (Uel 2009) Para Aristóteles,

Só julgamos que temos conhecimento de uma coisa quando conhecemos sua causa. E há
quatro tipos de causa: a essência, as condições determinantes, a causa eficiente
desencadeadora do processo e a causa final.

(ARISTÓTELES. Analíticos Posteriores. Livro II. Bauru: Edipro. 2005. p. 327.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a metafísica aristotélica, é correto afirmar.
a) A existência de um plano superior constituído das ideias e atingido apenas pelo intelecto
permite a Aristóteles a compreensão objetiva dos fenômenos que ocorrem no mundo físico.
b) A realidade, para Aristóteles, sendo constituída por seres singulares, concretos e mutáveis,
pode ser conhecida indutivamente pela observação e pela experimentação.
c) Para a compreensão das transformações e da mutabilidade dos seres, Aristóteles recorre ao
princípio da criação divina.
d) Na metafísica aristotélica, a compreensão do devir de todas as coisas está vinculada à
determinação da causa material e da causa formal sobre a causa final.
e) Para Aristóteles, todas as coisas tendem naturalmente para um fim (telos), sendo esta
concepção teleológica da realidade a que explica a natureza de todos os seres.

14. (Uel 2008) Leia os textos a seguir:

A amizade perfeita é a dos homens que são bons e afins na virtude, pois esses
desejam igualmente bem um ao outro enquanto bons, e são bons em si mesmos. Ora, os que
desejam bem aos seus amigos por eles mesmos são os mais verdadeiramente amigos, porque
o fazem em razão da sua própria natureza e não acidentalmente.

(ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão


inglesa de W. D. Ross. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 381-382. Os Pensadores IV.)

Os amigos formam uma unidade mais completa e mais perfeita do que os indivíduos
isolados e, pela ajuda recíproca e desinteressada, fazem com que cada um seja mais
autônomo e mais independente do que se estivesse só.

(CHAUÍ, M. de S. Introdução à história da filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo:


Brasiliense, 1994. p. 323.)

Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre o pensamento ético e político de
Aristóteles, considere as afirmativas a seguir.

I. Uma sociedade de amigos é mais perfeita e durável por considerar a lei como norma
mantenedora da amizade.
II. Os amigos tornam a sociedade política perfeita ao se isolarem.
III. Os virtuosos e bons são verdadeiramente amigos por desejarem o bem reciprocamente.
IV. A amizade só pode existir entre os virtuosos, que são semelhantes em caráter; por isso,
formam uma sociedade justa.

Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas.


a) I e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.

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15. (Uel 2008) Leia o texto a seguir:

Dado que dos hábitos racionais com os quais captamos a verdade, alguns são sempre
verdadeiros, enquanto outros admitem o falso, como a opinião e o cálculo, enquanto o
conhecimento científico e a intuição são sempre verdadeiros, e dado que nenhum outro gênero
de conhecimento é mais exato que o conhecimento científico, exceto a intuição, e, por outro
lado, os princípios são mais conhecidos que as demonstrações, e dado que todo conhecimento
científico constitui-se de maneira argumentativa, não pode haver conhecimento científico dos
princípios, e dado que não pode haver nada mais verdadeiro que o conhecimento científico,
exceto a intuição, a intuição deve ter por objeto os princípios.

(ARISTÓTELES. Segundos Analíticos, B 19, 100 b 5-17. In: REALE, G. História da Filosofia
Antiga. São Paulo: Loyola, 1994.)

Considere as afirmativas a seguir a partir do conteúdo do texto acima.


I. Todo conhecimento discursivo depende de um conhecimento imediato.
II. A intuição é um hábito racional que é sempre verdadeiro.
III. Os princípios da ciência devem ser demonstrados cientificamente.
IV. O conhecimento científico e a opinião não admitem o falso.

Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas, mencionadas anteriormente.


a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

16. (Uel 2007) “Desde suas origens entre os filósofos da antiga Grécia, a Ética é um tipo de
saber normativo, isto é, um saber que pretende orientar as ações dos seres humanos”.

Fonte: CORTINA, A.; MARTÍNEZ, E. Ética. Tradução de Silvana Cobucci Leite. São Paulo:
Edições Loyola, 2000, p. 9.

Com base no texto e na compreensão da ética aristotélica, é correto afirmar que a ética:
a) Orienta-se pelo procedimento formal de regras universalizáveis, como meio de verificar a
correção ética das normas de ação.
b) Adota a situação ideal de fala como condição para a fixação de princípios éticos básicos, a
partir da negociação discursiva de regras a serem seguidas pelos envolvidos.
c) Pauta-se pela teleologia, indicando que o bem supremo do homem consiste em atividades
que lhe sejam peculiares, buscando a sua realização de maneira excelente.
d) Contempla o hedonismo, indicando que o bem supremo a ser alcançado pelo homem reside
na felicidade e esta consiste na realização plena dos prazeres.
e) Baseada no emotivismo, busca justificar a atitude ou o juízo ético mediante o recurso dos
próprios sentimentos dos agentes, de forma a influir nas demais pessoas.

17. (Ufma 2006) No capítulo X do livro VIII da Ética a Nicômaco, Aristóteles discursa sobre as
constituições existentes, bem como sobre suas características. Tomando por base suas
observações, é correto afirmar:
a) A democracia é o governo estabelecido pelo voto universal e obrigatório, uma vez que o
Estado é de todos.
b) A Monarquia é a melhor forma de constituição de um Estado e que sua degeneração é a que
causa mais prejuízo.
c) A democracia é a degeneração de um tipo de constituição menos prejudicial, devendo todos
optar por ela.
d) A aristocracia é o governo dos nobres e é a forma mais adequada para a administração
pública.
e) As opções c e d são as corretas.

18. (Uel 2005) “[...] não é ofício do poeta narrar o que aconteceu; é, sim, o de representar o
que poderia acontecer, quer dizer: o que é possível segundo a verossimilhança e a

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necessidade. Com efeito, não diferem o historiador e o poeta por escreverem verso ou prosa
[...] diferem, sim, em que diz um as coisas que sucederam, e outro as que poderiam suceder.
Por isso a poesia é algo de mais filosófico e mais sério do que a história, pois refere aquela
principalmente o universal, e esta o particular”.

(ARISTÓTELES. Poética. Trad. de Eudoro de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 209.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a estética em Aristóteles, é correto afirmar:
a) A poesia é uma cópia imperfeita, realizada no mundo sensível, sob a inspiração das musas e
distante da verdade.
b) Os poetas, de acordo com a sua índole, representam pessoas de caráter elevado, como
ocorre na tragédia, ou homens inferiores, como na comédia.
c) A poesia deve ser fiel aos acontecimentos históricos e considerar os fatos em sua
particularidade.
d) A poesia deve a sua origem à história e a compreensão daquela supõe o entendimento da
própria natureza do ser humano.
e) A imitação, que ocorre na tragédia, representa uma ação completa e de caráter elevado, de
uma forma narrativa e não dramática.

19. (Ufu 2003) Observe a seguinte afirmação: “Todo homem é animal”.

É correto afirmar que, para Aristóteles, tal assertiva

I. é uma dedução verdadeira, pois parte de uma premissa também verdadeira;


II. é uma proposição verdadeira;
III. relaciona dois termos, sendo ambos, quanto às categorias, substâncias segundas;
IV. é um raciocínio válido.

Assinale a única alternativa que contém as assertivas verdadeiras.


a) I e IV
b) I e II
c) II e III
d) II e IV

20. (Ufu 2003) “Substância – aquilo a que chamamos substância de modo mais próprio,
primeiro e principal – é aquilo que nem é dito de algum sujeito nem existe em algum sujeito,
como, por exemplo, um certo homem ou um certo cavalo. Chamam-se substâncias segundas
as espécies a que as coisas primeiramente chamadas substâncias pertencem e também os
gêneros dessas espécies. Por exemplo, um certo homem pertence à espécie homem, e animal
é o gênero da espécie; por conseguinte, homem e animal são chamados substâncias
segundas”.

Aristóteles. Categorias. Trad. Ricardo Santos. Porto: Porto Editora, 1995, p. 39.

Tendo o texto acima como referência, é correto afirmar que, segundo Aristóteles,
a) a substância primeira, assim como o acidente, existe em algum sujeito e é dito dele.
b) as substâncias segundas assemelham-se às Formas de Platão por ambas existirem em si e
por si mesmas.
c) as substâncias segundas são universais que não existem por si mesmos, mas que podem
ser conhecidos.
d) a substância primeira diferencia-se da substância segunda por esta última englobar todos os
acidentes a ela pertencentes.

21. (Uece 2019) “Chamo de princípio de demonstração às convicções comuns das quais todos
partem para demonstrar: por exemplo, que todas as coisas devem ser afirmadas ou negadas e
que é impossível ser e não ser ao mesmo tempo.”

ARISTÓTELES. Metafísica, 996b27-30.

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Em sua Metafísica, Aristóteles apresenta um conjunto de princípios lógico-metafísicos que


ordenam a realidade e nosso conhecimento acerca dela. Dentre eles está o princípio de não
contradição, o qual
a) indica que afirmações contraditórias são lógica e metafisicamente aceitáveis, pois a
contradição faz parte da realidade.
b) estabelece que é possível que as coisas que tenham tais e tais características não as
tenham ao mesmo tempo sob as mesmas circunstâncias.
c) afirma que é impossível que as coisas que tenham tais e tais características não as tenham
ao mesmo tempo sob as mesmas circunstâncias.
d) é normativo, ou moral; portanto, deve ser rejeitado como antimetafísico, ou seja, não
caracteriza a realidade.

22. (Enem PPL 2019) Vimos que o homem sem lei é injusto e o respeitador da lei é justo;
evidentemente todos os atos legítimos são, em certo sentido, atos justos, porque os atos
prescritos pela arte do legislador são legítimos e cada um deles é justo. Ora, nas disposições
que tomam sobre todos os assuntos, as leis têm em mira a vantagem comum, quer de todos,
quer dos melhores ou daqueles que detêm o poder ou algo desse gênero; de modo que, em
certo sentido, chamamos justos aqueles atos que tendem a produzir e a preservar, para a
sociedade política, a felicidade e os elementos que a compõem.

ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010 (adaptado).

De acordo com o texto de Aristóteles, o legislador deve agir conforme a


a) moral e a vida privada.
b) virtude e os interesses públicos.
c) utilidade e os critérios pragmáticos.
d) lógica e os princípios metafísicos.
e) razão e as verdades transcendentes.

23. (Uepg 2018) Sobre a lógica aristotélica, assinale o que for correto.
01) A lógica é um instrumento para o exercício do pensamento e da linguagem.
02) Os sofistas e o filósofo grego Platão alcançaram a mesma amplitude, rigor e sistematização
da lógica desenvolvida por Aristóteles.
04) A lógica aristotélica subdivide em: lógica formal e lógica crítica conceitual.
08) A lógica formal apresenta métodos que auxiliam no exercício de identificação dos
argumentos válidos e na distinção dos inválidos.

24. (Uem 2013) A lógica formal aristotélica estuda a relação entre as premissas e a conclusão
de inferências válidas e inválidas (segundo a forma), a partir de proposições falsas e
verdadeiras (segundo o conteúdo). Chamamos de falácias ou sofismas as formas incorretas de
inferência. Levando em conta a forma da inferência, assinale o que for correto.
01) A inferência “Fulano será um bom prefeito porque é um bom empresário.” é uma falácia.
02) A inferência “Todos os homens são mortais. Sócrates é homem, logo Sócrates é mortal.” é
válida.
04) A inferência “Ou fulano dorme, ou trabalha. Fulano dorme, logo não trabalha.” é uma
falácia.
08) A inferência “Nenhum gato é pardo. Algum gato é branco, logo todos os gatos são
brancos.” é uma falácia.
16) A inferência “Todos que estudam grego aprendem a língua grega. Estudo grego, logo
aprendo a língua grega.” é válida.

25. (Ufu 2013) [...] após ter distinguido em quantos sentidos se diz cada um [destes objetos],
deve-se mostrar, em relação ao primeiro, como em cada predicação [o objeto] se diz em
relação àquele.
Aristóteles, Metafísica. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

De acordo com a ontologia aristotélica,


a) a metafísica é “filosofia primeira” porque é ciência do particular, do que não é nem princípio,
nem causa de nada.

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b) o primeiro entre os modos de ser, ontologicamente, é o “por acidente”, isto é, diz respeito ao
que não é essencial.
c) a substância é princípio e causa de todas as categorias, ou seja, do ser enquanto ser.
d) a substância é princípio metafísico, tal como exposto por Platão em sua doutrina.

26. (Uem 2013) Um texto de um filósofo anônimo da Idade Média apresenta de modo claro um
problema central para a filosofia e a ciência do seu tempo. Ele afirma: “Boécio divide em três as
partes da ciência especulativa: natural, matemática e teológica. Da mesma forma, o Filósofo
[isto é, Aristóteles] divide-a em natural, matemática e metafísica. Assim, isto que Boécio chama
teologia, o Filósofo chama metafísica. Elas são, portanto, idênticas. Mas a metafísica não é
acerca de Cristo. Logo, a teologia também não o é” (Quaestio de divina scientia. In:
FIGUEIREDO, V. Filósofos na sala de aula. Vol. 3. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2008, p.
68). A partir do trecho citado, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) A teologia apresenta-se na Idade Média como a ciência principal.
02) A teologia é objeto da filosofia de Aristóteles, apesar de ela não ter esse nome para ele.
04) A teologia é uma ciência que não diz respeito à investigação da natureza de Cristo.
08) A teologia é, para esses filósofos, tão científica quanto a matemática.
16) A teologia e a metafísica são conhecimentos adquiridos por meio da ciência especulativa.

27. (Uem-pas 2012) “Na abertura de sua obra Política, Aristóteles afirma que somente o
homem é um ‘animal político’, isto é, social e cívico, porque somente ele é dotado de
linguagem. Os outros animais, escreve Aristóteles, possuem voz (phoné) e com ela exprimem
dor e prazer, mas o homem possui a palavra (lógos) e, com ela, exprime o bom e o mau, o
justo e o injusto. Exprimir e possuir em comum esses valores é o que torna possível a vida
social e, dela, somente os homens são capazes.” (CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 14ª edição.
São Paulo: Ática, 2011, p. 185). A partir dessa reflexão sobre o homem e a linguagem, assinale
o que for correto.
01) O homem se distingue dos animais porque possui linguagem simbólica, isto é, capaz de
estabelecer ligações entre os signos e as coisas.
02) Expressões artísticas, como a pintura, a fotografia e a dança, não podem ser consideradas
formas de linguagens.
04) A linguagem é um instrumento político, pois o domínio da linguagem culta é uma forma de
segregação entre distintas classes sociais.
08) A Lógica se distingue da linguagem natural porque não se ocupa com a significação dos
conteúdos do pensamento, mas sim com sua expressão formal.
16) Palavras “tabu” são aquelas proibidas de serem pronunciadas, sob pena de punição, como
forma de reforçar laços sociais e reprimir costumes.

28. (Uenp 2011) As discussões iniciais sobre Lógica foram organizadas por Aristóteles no texto
conhecido como “Organon”, onde o filósofo sistematiza e problematiza algumas das afirmações
que tinham sido feitas pelos pré-socráticos (Parmênides, Heráclito) e por Platão. Sobre a lógica
aristotélica é incorreto afirmar:
a) Aristóteles considera que a dialética não é um procedimento seguro para o pensamento,
tendo em vista posições contrárias de debatedores, e a escolha de uma opinião contra a
outra não garante chegar à essência da coisa investigada, por isso sugere a substituição da
dialética pela lógica.
b) Entre as principais diferenças que existem entre a lógica aristotélica e a dialética platônica
estão: a primeira é um instrumento para o conhecer que antecede o exercício do
pensamento e da linguagem; a segunda é um modo de conhecer e pressupõe a aplicação
imediata do pensamento e da linguagem.
c) A lógica aristotélica é um instrumento para trabalhar os contrários, e as contradições para
superá-los e chegar ao conhecimento da essência das coisas e da realidade.
d) A lógica aristotélica sistematiza alguns princípios e procedimentos que devem ser
empregados nos raciocínios para a produção de conhecimentos universais e necessários.
e) Contemporaneamente não se pode considerar a lógica aristotélica como plenamente formal,
tendo em vista que Aristóteles não afasta por completo os conteúdos pensados, para ficar
com formas vazias (como se faz na lógica puramente formal). Embora tenha avançado no
sentido da lógica formal, se comparada com a dialética platônica, que dependia
absolutamente do conteúdo dos juízos.

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29. (Ufba 2011) Na teoria geral do Estado distinguem-se, embora nem sempre com uma clara
linha demarcatória, as formas de governo dos tipos de Estado. Na tipologia das formas de
governo, leva-se mais em conta a estrutura de poder e as relações entre os vários órgãos dos
quais a constituição solicita o exercício do poder; na tipologia dos tipos de Estado, mais as
relações de classe, a relação entre o sistema de poder e a sociedade subjacente, as ideologias
e os fins, as características históricas e sociológicas.
As tipologias clássicas das formas de governo são três: a de Aristóteles, a de Maquiavel e a de
Montesquieu.
(BOBBIO, 1987, p. 104).

De acordo com o texto e com os conhecimentos sobre formas de governo e estruturas de


poder político, são verdadeiras as proposições
01) Monarquia, aristocracia e democracia são formas de governo definidas por Aristóteles, a
partir do conhecimento da diversidade política existente nas cidades-Estado da antiga
Grécia.
02) A divisão de poderes fundamentou a organização da primeira Constituição republicana
brasileira, promulgada em 1891, demonstrando a influência da teoria política de
Montesquieu.
04) O pensamento político de Montesquieu opunha-se à estrutura do Estado absolutista e
propiciou as bases do Estado Liberal.
08) As “razões de Estado”, concebidas como valor político acima de qualquer outro ideal, foi
um princípio defendido por Maquiavel, considerado o fundador da moderna ciência política.
16) O modelo de república liberal idealizado por Maquiavel é reconhecível nas formas de
governo dos países que, na contemporaneidade, constituem o denominado Grupo G8.
32) Aristóteles elaborou o projeto político responsável pela unificação política da Grécia dentro
do modelo de tirania temporária.
64) Montesquieu privilegiava o Poder Executivo, em detrimento dos demais poderes, razão do
seu distanciamento do pensamento político e filosófico de Maquiavel.

30. (Uem-pas 2011) Um dos principais objetivos do filósofo grego Aristóteles (388-322 a. C.) é
elaborar um modo de conhecimento verdadeiro e não refutável. Para isso, ele dedica boa parte
dos seus escritos, que resulta nos pressupostos fundamentais para o conhecimento científico
na antiguidade e na medievalidade.

Sobre essa noção de ciência, assinale o que for correto.


01) Antes do século XVI, não houve conhecimento científico de fato, pois não existiam critérios
de prova empírica, fundamento maior da verdade científica.
02) A lógica aristotélica estabelece os critérios para o conhecimento verdadeiro, base de todo
conhecimento científico.
04) Os filósofos árabes, leitores dos textos aristotélicos, desenvolveram o conhecimento
científico, principalmente nos campos da medicina, geometria e ótica.
08) Conforme Aristóteles, a ciência busca o conhecimento das primeiras causas das coisas
naturais, algo impossível para o homem, que não é o criador da natureza.
16) A ciência antiga postulava que o conhecimento parte das coisas particulares e chega aos
princípios universais, visto que só existe ciência do universal e não do particular.

31. (Uenp 2010) Para Aristóteles “o homem é por natureza um animal político”, isto é, um ser
vivo (zoon) que, por sua natureza (physei), é feito para a vida da cidade (bios politikós, a
comunidade política). Essa definição revela a intenção teleológica do filósofo na caracterização
do sentido último da vida do homem: o viver na polis, onde o homem se realiza como cidadão
(politai) manifestando, no termo de um processo de constituição de sua essência, a sua
natureza. Sobre a natureza política do ser humano, de acordo com o pensamento de
Aristóteles, não é correto afirmar que:
a) O “zoon politikon” não deve ser compreendido como “animal socialis” da tradução latina.
Este desvio semântico resultou num sentido alargado do termo grego que acabou se
identificando com o social. Para Aristóteles, o social significava mais o instinto gregário, algo
que os homens compartilham com algumas espécies de animais.
b) O simples viver junto, em sociedade, não caracteriza a destinação última do homem: a
“politicidade”. A verdadeira vida humana deve almejar a organização política, que é uma
forma superior. A partir da compreensão da natureza do homem determinados aspectos da

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vida social adquirem um estatuto eminentemente político, tais como: a noção de governo, de
dominação, de liberdade, de igualdade, do que é comum, do que é próprio, entre outras.
c) Aristóteles acreditava que a sociedade nascia de um consenso, e que, portanto, não era
natural, a despeito da natureza política do homem. Isso implica em que, o homem poderia
viver fora da comunidade política.
d) Entre os filósofos contemporâneos, Marx é um daqueles que faz referencia explicita ao
pensamento aristotélico e a sua definição de homem como animal político, especialmente
em Os fundamentos da crítica da economia política escrito em 1857/1858.
e) Reconhecer a natureza política do homem é, para Aristóteles, uma forma de publicizar a
ética de forma a considerá-la como uma instância de governo das relações sociais que tem
sempre em vista o Bem coletivo.

32. (Unioeste 2010) Observe os seguintes argumentos silogísticos:

I. Todos os cães são alados


Todos os pássaros são cães
Logo, todos os pássaros são alados.

II. Todos os humanos são mortais


Todos os brasileiros são humanos
Logo, todos os brasileiros são mortais.

É correto afirmar, a partir de um ponto de vista lógico, que


a) os argumentos são distintos quanto à estrutura ou forma lógica.
b) ambos os argumentos são válidos, embora as premissas do primeiro sejam falsas.
c) o primeiro argumento é inválido, e o segundo é válido.
d) ambos os argumentos são inválidos.
e) o segundo conjunto de enunciados forma um argumento, mas o primeiro não.

33. (Ufu 2009) Analise as seguintes afirmativas a respeito da lógica de Aristóteles.


I - A forma mediata do pensamento ou raciocínio é chamada, por Aristóteles, de silogismo.
II - Em grego, syllogismós significa raciocinar, vem do verbo syllogizo, que significa reunir,
juntar pelo pensamento, conjeturar.
III - O silogismo é um raciocínio indutivo.
IV - O exemplo clássico de silogismo é aquele que contém duas premissas e uma conclusão.

Marque a alternativa correta.


a) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
b) Somente a afirmativa III é falsa.
c) Todas as afirmativas são falsas.
d) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.

34. (Uel 2007) Leia o texto a seguir:

“A comunidade constituída a partir de vários povoados é a cidade definitiva, após


atingir o ponto de uma autossuficiência praticamente completa; assim, ao mesmo tempo que já
tem condições para assegurar a vida de seus membros, ela passa a existir também para lhes
proporcionar uma vida melhor. Toda cidade, portanto, existe naturalmente, da mesma forma
que as primeiras comunidades; aquela é o estágio final destas, pois a natureza de uma coisa é
o seu estágio final, porquanto o que cada coisa é quando o seu crescimento se completa nós
chamamos de natureza de cada coisa, quer falemos de um homem, de um cavalo ou de uma
família. Mais ainda: o objetivo para o qual cada coisa foi criada - sua finalidade - é o que há de
melhor para ela, e a autossuficiência é uma finalidade e o que há de melhor.”

Fonte: ARISTÓTELES. Política. Tradução de Mário da Gama Kury. 2ª ed. Brasília: UnB, 1988,
p.15.

Com base na citação acima e em seus conhecimentos sobre a concepção de Estado e


sociedade em Aristóteles, considere as afirmativas a seguir:

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I. Para Aristóteles a cidade é uma criação artificial decorrente da necessidade que os homens
têm de não causar danos uns aos outros.
II. A cidade autossuficiente é o estágio final das primeiras comunidades e existe para garantir a
vida de seus membros e tornar possível uma boa vida.
III. A reflexão acerca da cidade revela a concepção teleológica da filosofia política de
Aristóteles.
IV. Para Aristóteles, a cidade deve ser entendida como uma espécie de comunidade que tem
como única função proporcionar a segurança dos indivíduos.

Estão corretas apenas as afirmativas:


a) I e IV.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

35. (Ufu 2006) A respeito do papel da proposição na lógica de Aristóteles (384 − 322 a.C),
assinale a alternativa incorreta.
a) Verdade e falsidade são atributos necessários de uma proposição.
b) Somente são aceitas nos argumentos as proposições universais afirmativas.
c) Qualidade (afirmativas/negativas) e quantidade (universais/particulares) são modos de
classificar as proposições.
d) Os termos de uma proposição são o Sujeito e o Predicado.

36. (Uel 2006) “Aristóteles foi o primeiro filósofo a elaborar tratados sistemáticos de Ética. O
mais influente desses tratados, a Ética a Nicômaco, continua a ser reconhecido como uma das
obras-primas da filosofia moral. Ali nosso autor apresenta a questão que, de seu ponto de vista,
constitui a chave de toda investigação ética: Qual é o fim último de todas as atividades
humanas?”

(CORTINA, Adela; MARTÍNEZ, Emilio. Ética. Trad. Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Loyola,
2005. p. 57.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a ética aristotélica, é correto afirmar:
a) É uma ética que desconsidera os valores culturais e a participação discursiva dos envolvidos
na escolha da concepção de bem a ser perseguida.
b) É uma ética do dever que, ao impor normas de ação universais, transcende a concepção de
vida boa de uma comunidade e exige o cumprimento categórico das mesmas.
c) É uma ética compreendida teleologicamente, pois o bem supremo, vinculado à busca e à
realização plena da felicidade, orienta as ações humanas.
d) É uma ética que orienta as ações por meio da bem-aventurança proveniente da vontade de
Deus, porém sinalizando para a irrealização plena do bem supremo nesta vida.
e) É uma ética que compreende o indivíduo virtuoso como aquele que já nasce com certas
qualidades físicas e morais, em função de seus laços sanguíneos.

37. (Ufu 2000) Aristóteles estabeleceu sua lógica sobre alguns princípios, percebidos por
intuição e que são anteriores a qualquer raciocínio, devendo servir de base a toda
argumentação científica. Esses princípios são:
a) de identidade, de não contradição e de terceiro excluído.
b) de identidade, de contradição e da negação da negação.
c) de tese, de antítese e de síntese.
d) de salto qualitativo, de interpenetração dos opostos e de negação da negação.

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[D]

O aluno deve identificar que o item [II] está correto a partir do texto apresentado pela questão,
no qual Aristóteles apresenta a ideia de que a arte, partindo de experiências semelhantes,
produz um juízo geral, universalizante, como se observa no trecho “A arte se produz quando,
de muitas observações da experiência, forma-se um juízo geral e único passível de ser referido
a todos os casos semelhantes”. O aluno deve saber, ainda, que, segundo o pensamento
aristotélico, a experiência é condição para a obtenção do conhecimento universal, mas não é,
por si só, produtora de um conhecimento universal, uma vez que o uso da razão, a partir do
intelecto humano, é o ponto de partida para o mesmo, identificando o item [IV] como correto.

Resposta da questão 2:
[D]

Aristóteles atribui, para as formas racionais de apreensão da realidade destacadas no texto - o


cálculo, a opinião, o conhecimento científico e a intuição - uma hierarquização que classifica as
duas últimas como sendo sempre verdadeiras. Dentre essas formas de conhecimento racional
que somente admitem o que é verdadeiro, ele atribui, ainda, maior grau de exatidão à intuição,
sendo essa, portanto, a única forma de conhecimento adequada para formular juízos acerca
dos princípios.

Resposta da questão 3:
[A]

A ética, dentro do pensamento filosófico aristotélico, constitui uma prática racional e livre,
sendo por isso diferente dos demais saberes apontados no texto.

Resposta da questão 4:
[A]

Platão defendeu a teoria de que o conhecimento verdadeiro se encontra no mundo inteligível


(Mundo das Ideias), representado pelas ideias perfeitas que não sofrem a corrupção, captadas
pelo pensamento. Neste mundo, as ideias estão organizadas hierarquicamente das mais
elevadas a de menor perfeição, sendo o bem, o belo e o justo as ideias mais elevadas. Oposto
ao Mundo das Ideias está o Mundo Sensível (Mundo da Matéria). Neste mundo residem os
objetos que temos acesso, porém estes são cópias imperfeitas captadas pelos sentidos. Desta
forma, qualquer representação das ideias ou da beleza são apenas imitações (mimesis) das
coisas sensíveis e não das verdadeiras ideias. Assim, a arte é uma imitação inferior da
perfeição das ideias, sendo considerada como uma mera ilusão para os sentidos.
De forma diferente, embora Aristóteles concorde que a arte é imitação, isto não ocorre da
mesma forma que Platão. Para este filósofo, a arte é uma imitação de coisas possíveis que não
tem realidade, mas podem vir a ter. A mimesis é algo natural dos seres humanos, como forma
de invenção da realidade. Portanto, a arte representa possibilidade de compreensão e
conhecimento da realidade, servindo também como aprimoramento do ser humano na busca
de sua realização moral, nas palavras do filósofo é uma “catarse” que por meio da educação
dos sentidos conduz o ser humano ao equilíbrio. A alternativa [A] é a única que se enquadra
nas teorias explicitadas.

Resposta da questão 5:
Questão anulada no gabarito oficial.

Mímesis é basicamente, para esses filósofos antigos, imitação da natureza. Para Platão, toda
criação é imitativa, ou seja, faz uma referência vaga e repleta de falhas àquilo que é perfeito, à
ideia. Para Aristóteles, a criação é imitação no sentido de representação e, sobre a arte
dramática, por exemplo, ele afirmará que esta representação possui um efeito catártico.

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Portanto, ambos viam a arte a partir do viés da imitação da natureza, porém o primeiro de
acordo com uma posição negativa e o segundo de acordo com uma posição positiva.

Resposta da questão 6:
[B]

A razão da physis se manifesta no finalismo do bem. É esse finalismo que assegura a


ordenação da natureza, como bem afirma a alternativa [B].

Resposta da questão 7:
[E]

O artista que venceu o concurso não copiou nem reproduziu uma mulher e sim a simulou,
calculando matematicamente as proporções entre as partes de seu corpo, entre estas e o local
em que seria instalada e a maneira como seria vista. Nas artes, imitar, explica Aristóteles, é
simular.

Resposta da questão 8:
[A]

A melhor maneira de compreender o princípio do terceiro excluído é nos reportarmos à lógica.


Como todo pensamento, a proposição está submetida a três princípios lógicos (princípio da
identidade, da não-contradição e do terceiro excluído) fundamentais que são condições de toda
a verdade. Dadas no princípio do terceiro excluído, duas proposições com o mesmo sujeito e o
mesmo predicado, uma afirmativa e outra negativa, uma delas é necessariamente verdadeira e
a outra necessariamente falsa. A é x ou não-x, não havendo terceira possibilidade.

Resposta da questão 9:
[E]

Aristóteles opõe-se claramente ao modo como Platão concebia a mimese segundo uma
perspectiva oposta - o que imediatamente nos faz descartar como certa a afirmativa I, a ponto
de fazer dela uma atividade que, longe de reproduzir passivamente as coisas, como que recria
as coisas segundo uma dimensão, como ele diz de modo exemplar nesta passagem: “A função
do poeta não é a de dizer as coisas acontecidas, mas sim as que poderiam acontecer e suas
possibilidades, de acordo com a verossimilhança e a necessidade”.

Resposta da questão 10:


[B]

Aristóteles, discípulo de Platão, foi suficientemente crítico para ir além do mestre. Recusando o
idealismo do mundo das ideias, admite que somente o ser humano concreto existe. O modelo
astronômico de Aristóteles baseia-se na cosmologia de Eudoxo (400-347 a.C.), um dos
discípulos de Platão. Esse modelo é geocêntrico, ou seja, (tem a Terra no centro) e é
conhecido como “modelo das esferas homocêntricas”, em que os sete corpos celestes (Lua,
Sol e cinco planetas) se acham cravados na própria esfera. O modo como Aristóteles propunha
a visão e o universo foi desfeito apenas no Renascimento, quando Galileu e, posteriormente
Kepler e Newton, “igualam Céu e Terra”, isto é, explicam a física e a astronomia pelas mesmas
leis. O próprio Galileu, quando ao seu método nos explica:

“A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos
olhos (isto é, o universo), que não se pode compreender antes de entender a língua e
conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito em língua matemática, os
caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é
impossível entender humanamente as palavras: sem ele nós vagamos perdidos dentro de um
obscuro labirinto”.

(GALILEU, G. O ensaiador, Col. Os pensadores, São Paulo, Abril Cultural, 1973, p. 119).

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Ao contrário de Aristóteles, Galileu valoriza a experiência e se preocupa com a descrição dos


fenômenos.

Resposta da questão 11:


[C]

Ambos consideram a arte como imitação. Pode-se, em certa medida, dizer que a concepção
platônica sobre a mímesis é negativa, enquanto que a concepção aristotélica é positiva. Para o
primeiro, a arte como a pintura leva os mais ingênuos à ilusão. O segundo, por sua vez, crê
que a arte de imitar causa prazer.

Resposta da questão 12:


[B]

A respeito do pensamento de Aristóteles, somente a alternativa [B] está correta. A sua visão
política estava intimamente relacionada com a moral. Verifica-se, no pensamento de
Aristóteles, uma íntima relação entre atividade política, justiça e felicidade, sendo a justiça a
finalidade da vida política. A justiça seria o respeito ao modo que a comunidade definiu a
participação no poder.

Resposta da questão 13:


[E]

Aristóteles concebe quatro causas primeiras que explicam a origem, o motivo e o ser das
coisas (essências): a causa material (a matéria que é feita uma coisa), a causa formal (a forma
que uma essência possui), a causa eficiente (a origem da essência) e a causa final (que dá a
razão para alguma coisa existir). É em relação a esta última causa que se pode dizer que
Aristóteles compreende um fim para toda realidade da natureza dos seres.

Resposta da questão 14:


[C]

A questão é difícil para o aluno. Com base nos dois textos, pode-se dizer que a afirmativa III é
a mais correta entre todas. A afirmativa I está incorreta dado que a lei não é o fundamento de
uma sociedade de amigos, mas a ajuda recíproca e desinteressada. A afirmativa II é absurda e
contraria os dois textos, tanto o de Aristóteles, quanto o da Marilena Chaui. Por último, a
afirmativa IV também é verdadeira. Segundo Aristóteles, ou a amizade é virtude ou está
acompanhada necessariamente da virtude.

Resposta da questão 15:


[A]

Somente as afirmativas I e II são corretas. Um conhecimento discursivo (como o conhecimento


científico) depende do conhecimento dos princípios, que é, de certa forma, um conhecimento
imediato da intuição. Também a alternativa II é correta. Segundo as palavras de Aristóteles: “o
conhecimento científico e a intuição são sempre verdadeiros”. Já as afirmativas III e IV são
incorretas. A opinião é um conhecimento que admite o falso, e por isso a afirmativa IV é
incorreta. Já a afirmativa III contraria a frase de que “não pode haver conhecimento científico
dos princípios”.

Resposta da questão 16:


[C]

Somente a alternativa [C] está correta. A ética aristotélica pode ser chamada de teleológica na
medida em que estabelece um fim para as ações humanas: a felicidade, sendo esta o bem
supremo, que é alcançado mediante a constante atividade racional, própria do ser humano.

Resposta da questão 17:


[B]

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Somente a alternativa [B] está correta. Aristóteles estabelece seis formas de governo, três
principais (monarquia, aristocracia e democracia) e três degeneradas (tirania, oligarquia e
demagogia), sendo que a monarquia é, dentre elas, a melhor, e a tirania (forma degenerada da
monarquia), a pior.

Resposta da questão 18:


[B]

Questão difícil. Não existe alternativa que esteja totalmente de acordo com o texto do
enunciado. Entretanto, é possível fazer um esforço de compreensão e de resolução da
questão. A alternativa [A] está errada porque apresenta o pensamento de Platão, e não de
Aristóteles. As alternativas [C] e [D] contrariam o enunciado da questão. A poesia não está
vinculada à história, contrapondo-se a ela justamente pelo fato de não precisar narrar
(necessariamente) acontecimentos passados. Pelo contrário, a poesia deve representar o que
pode acontecer, e por isso a alternativa [E] está também errada. Por fim, compreende-se como
somente a alternativa [B] pode estar correta, ainda que não diretamente relacionada ao texto.

Resposta da questão 19:


[C]

A proposição de que “Todo homem é animal” não se constitui como um argumento. Entretanto,
segundo Aristóteles, ela é verdadeira. Todo homem é não somente um animal, mas um animal
político. Vale ressaltar que, a partir do conhecimento da metafísica aristotélica, podemos
identificar, nessa proposição, duas substâncias segundas: homem e animal. Ambas as
substâncias correspondem a sujeitos universais que não existem em si mesmos.

Resposta da questão 20:


[C]

A substância corresponde a algo que não pode ser dito do sujeito. É o substrato das qualidades
de um ser. Quanto à diferenciação entre substância primeira e substância segunda, a primeira
é aquela referente aos seres individuais, enquanto que a segunda é referente aos sujeitos
universais que não existem em si, mas que podem ser conhecidos pelo pensamento,
exatamente como afirma a alternativa [C].

Resposta da questão 21:


[C]

O princípio da não contradição aristotélico afirma que duas afirmações que se contradizem não
podem ser, ambas, verdadeiras ao mesmo tempo e em referência à mesma coisa. Ou seja, não
seria possível que algo tenha uma característica e não a tenha ao mesmo tempo, sob as
mesmas circunstâncias, tal como indica a alternativa [C].

Resposta da questão 22:


[B]

O legislador deve, segundo Aristóteles, agir em função do bem comum, perseguindo, portanto,
o exercício da virtude.

Resposta da questão 23:


01 + 08 = 09.

A lógica aristotélica é um conjunto de ferramentas que sistematizam o discurso científico, a


partir da aplicação de um raciocínio que permite identificar argumentos válidos ou inválidos na
formulação de uma conclusão. Assim, a lógica aristotélica fornece elementos que estruturam a
linguagem para a construção do conhecimento. Partindo-se desse conhecimento, o aluno deve
identificar que a lógica aristotélica visa um rigor discursivo que não era utilizado pelos sofistas,
uma vez que os últimos faziam uso da manipulação retórica para induzir pensamentos.

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Ademais, a lógica proposta por Aristóteles é fundamentada nos silogismos, e não na subdivisão
em lógica formal e crítica conceitual, de modo que apenas os itens [01] e [08] apresentam
proposições verdadeiras.

Resposta da questão 24:


01 + 02 + 08 + 16 = 27.

O silogismo é o tipo de raciocínio cuja conclusão é resultado necessário dos movimentos


realizados nas passagens entre as premissas, por exemplo:

Todo homem é mortal


Sócrates é homem
Então,
Sócrates é, necessariamente, mortal.

Isso não quer dizer que o conteúdo da afirmação é necessário, e sim quer dizer que dada a
organização correta daquelas proposições, devemos admitir que a conclusão é,
necessariamente, a resultante. Por conseguinte, não estaremos formalmente errados se
dissermos, por exemplo:

Todo pássaro é uma corneta


João é um pássaro
Então,
João é uma corneta.

Todavia, não seria aceitável afirmar que todo pássaro é uma corneta, pois empiricamente
constatamos diferentemente; nenhum pássaro é uma corneta.
Apesar de formalmente o conhecimento científico estar baseado em raciocínios dedutivos,
como o silogismo, ele não pode depender apenas disto para assegurar a correção de suas
afirmações sobre o mundo. A experiência – a juíza dos raciocínios lógicos bem construídos –
assegura, até o máximo possível pelo hábito, que a inferência de uma afirmação do tipo: “todo
homem é mortal”, seja válida pela sua grande probabilidade e, portanto, com pouquíssimos
motivos para que duvidemos de sua veracidade.

Resposta da questão 25:


[C]

Em Categorias, Aristóteles concebe a substância apenas como indivíduos e define distinções


lógicas importantes entre tipos de atributos que se referem a estas substâncias, já em
Metafísica, o filósofo engendra uma análise fundante sobre a substância mesma e a posiciona
diferentemente como um complexo de matéria e forma. De maneira geral podemos tomar a
substância como o ser dito de várias maneiras: 1) ela é o princípio da realidade e do
conhecimento, 2) é a causa por excelência sendo em todos os sentidos causa formal, material,
eficiente e final, 3) é o suporte de propriedades essenciais e 4) é a essência, ou seja, aquilo
sem o qual a coisa deixa de ser o que é.

Resposta da questão 26:


02 + 04 + 08 + 16 = 30.

O texto citado apresenta um problema fundamental da filosofia na Idade Média apenas no


sentido de que os medievais precisavam de algum modo resolver o problema de
relacionamento entre o aristotelismo e o conhecimento revelado. Entre os medievais há uma
completa distorção da metafísica aristotélica na insistência de sua proximidade com a teologia,
que no caso é evidentemente a teologia cristã. Apesar de Aristóteles afirmar que a metafísica é
a ciência teológica, diz isso somente no sentido de ser a filosofia primeira, ou o conhecimento a
respeito dos seres imateriais. O filósofo não diz isso no sentido de um conhecimento sobre
Deus e sua criação. A questão não deixa muito claro o período do texto citado e,
consequentemente, acaba confundindo certas noções como, por exemplo, a de teologia, que
na escolástica é sim acerca de Cristo, porém no caso do texto não o é.

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Resposta da questão 27:


01 + 04 + 08 + 16 = 29.

O homem se distingue dos outros animais por vários motivos; talvez o principal deles seja o
fato de o homem ser capaz de fazer uso de uma linguagem muitíssimo sofisticada, uma
linguagem capaz de abstração, reflexão, exposição, etc. dos tipos mais complexos. Essa
linguagem estabelece uma comunicação tão abrangente que o relacionamento entre os
homens passa a depender de interações sintonizadas finamente. A política depende da
linguagem, pois o estabelecimento daquilo que se chama mundo realiza-se através dela, e no
estabelecimento desse mundo certas expressões tornam-se impronunciáveis para garantir que
certos comportamentos, que perturbariam a ordem, sejam evitados e os costumes sejam
incentivados.

Resposta da questão 28:


[C]

A lógica aristotélica é um exercício do pensamento e da linguagem que nos oferece meios para
realizar o conhecimento e o discurso de modo a conquistar raciocínios que se referem a todas
as coisas das quais possamos ter um conhecimento universal e necessário e seu ponto de
vista não são opiniões contrárias, mas princípios, regras e leis necessários e universais do
pensamento.

Resposta da questão 29:


01 + 02 + 04 + 08 = 15.

Aristóteles estabelece uma tipologia das formas de governo que se tornou clássica. Usa o
critério da quantidade para distinguir um do outro, portanto Monarquia (governo de um só);
Aristocracia (de um pequeno grupo). E Democracia (governo da maioria).
Maquiavel funda uma nova perspectiva de política em relação aos gregos, onde, para fazer
política é preciso compreender o sistema de forças existentes e calcular a alteração do
equilíbrio provocada pela interferência de sua própria ação nesse sistema.

Resposta da questão 30:


02 + 04 + 16 = 22.

É duvidoso se Aristóteles realmente intenciona a elaboração de “um modo de conhecimento


verdadeiro e não refutável”. Valeria uma referência objetiva ao texto aristotélico para se
determinar corretamente esta teleologia da obra do filósofo, pois apesar de os pensadores
medievais tomarem Aristóteles como o filósofo, não é exatamente adequado tomar este autor
dessa maneira. Alguns historiadores da filosofia mostram, sobretudo, a partir de Jaeger (1888-
1961), a existência de uma evolução interna das ideias em sua obra. Além disso, há nas
próprias maneiras da reflexão de Aristóteles, retomando todas as vezes em primeiro lugar as
opiniões já emitidas e realizando uma crítica sobre elas, algo que impõe um procedimento
lógico através do qual uma posição é estabelecida e, sendo assim, ocorre sempre um realizar
constante ao invés de um reafirmar constante, ou seja, o processo de revisão é sempre anterior
ao processo de cristalização de uma proposição. Que a lógica aristotélica determine critérios de
veracidade e que a forma lógica possua caráter universal ninguém discute, que os
medievalistas tenham utilizado destes critérios para o estabelecimento inicial de alguns
conhecimentos científicos – e, principalmente, de uma teologia – também não, porém há uma
distância muito grande entre o formalismo da posição aristotélica e o juízo que se faz sobre
esta forma. Há uma grande distância entre dizer que a forma do conhecimento aristotélico
determina procedimentos de verificação e critérios de verdade e dizer que estes procedimentos
e critérios fundam um conhecimento que se pretende objetivamente irrefutável e verdadeiro. Se
o ser é dito de várias maneiras, segundo o filósofo, então como poderíamos esperar alcançar a
irrefutabilidade dos discursos e, finalmente, a sua veracidade? Fica a questão.

Resposta da questão 31:


[C]

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Na teoria política aristotélica, não é preciso buscar nos deuses, nas leis ou nas técnicas a
origem da cidade: basta conhecer a natureza humana para nela encontrar a causa política. Os
humanos, falantes e pensantes, são seres de comunicação e é essa a causa da vida em
comunidade ou da vida política. Nessa concepção, a natureza humana funda a política.

Resposta da questão 32:


[B]

A validade não depende do conteúdo das proposições de um argumento, mas somente da sua
estrutura. Tanto o primeiro quanto o segundo argumento possuem estruturas formais idênticas.
É por isso que o primeiro é considerado como válido, ainda que contenha premissas falsas.

Resposta da questão 33:


[B]

Somente a afirmativa III é falsa. Todo silogismo possui três características básicas: deve ser
mediato, necessário e dedutivo. Os raciocínios indutivos não são trabalhados pela lógica
aristotélica.

Resposta da questão 34:


[C]

A resposta para esta questão está contida no texto do enunciado. Nesse, Aristóteles afirma que
“a natureza de uma coisa é o seu estágio final” e que “a autossuficiência é uma finalidade e o
que há de melhor”. Isso está em íntima consonância com as afirmativas II e III. Já I e IV são
afirmações que em nada se aproximam do pensamento de Aristóteles e, por isso, estão
incorretas.

Resposta da questão 35:


[B]

A alternativa [B] é incorreta. Os argumentos aceitam todos os tipos de proposições. Entretanto,


a validade dos argumentos é dada mediante o tipo de relação entre essas proposições. Isso se
verificar, por exemplo, nas regras do silogismo criadas por Aristóteles.

Resposta da questão 36:


[C]

Segundo Aristóteles, o fim último das atividades humanas é a felicidade. Sendo assim, a ética
deve ser orientada por esse fim, tal como apresenta a alternativa [C].

Resposta da questão 37:


[A]

Os três princípios da lógica são: o princípio de identidade (que estabelece que um ser é sempre
idêntico a si mesmo); de não contradição (segundo o qual um ser não pode ser e não ser ao
mesmo tempo); e o de terceiro excluído (que estabelece que diante de uma afirmativa e de sua
negação não há nenhuma outra possibilidade lógica). Desta maneira, somente a alternativa [A]
está correta.

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Resumo das questões selecionadas nesta atividade

Data de elaboração: 28/04/2020 às 14:00


Nome do arquivo: lógica

Legenda:
Q/Prova = número da questão na prova
Q/DB = número da questão no banco de dados do SuperPro®

Q/prova Q/DB Grau/Dif. Matéria Fonte Tipo

1.............182614.....Elevada.........Filosofia.........Uece/2019............................Múltipla escolha

2.............177047.....Elevada.........Filosofia.........Enem PPL/2017...................Múltipla escolha

3.............166084.....Elevada.........Filosofia.........Enem 2ª aplicação/2016......Múltipla escolha

4.............136794.....Elevada.........Filosofia.........Uel/2015...............................Múltipla escolha

5.............125522.....Elevada.........Filosofia.........Unisc/2013...........................Múltipla escolha

6.............108760.....Elevada.........Filosofia.........Uel/2012...............................Múltipla escolha

7.............104720.....Elevada.........Filosofia.........Ufpa/2011.............................Múltipla escolha

8.............103042.....Elevada.........Filosofia.........Uel/2011...............................Múltipla escolha

9.............96431.......Elevada.........Filosofia.........Uel/2010...............................Múltipla escolha

10...........100017.....Elevada.........Filosofia.........Unb/2010..............................Múltipla escolha

11...........108532.....Elevada.........Filosofia.........Uel/2009...............................Múltipla escolha

12...........108516.....Elevada.........Filosofia.........Uel/2009...............................Múltipla escolha

13...........108522.....Elevada.........Filosofia.........Uel/2009...............................Múltipla escolha

14...........98333.......Elevada.........Filosofia.........Uel/2008...............................Múltipla escolha

15...........98358.......Elevada.........Filosofia.........Uel/2008...............................Múltipla escolha

16...........98102.......Elevada.........Filosofia.........Uel/2007...............................Múltipla escolha

17...........107910.....Elevada.........Filosofia.........Ufma/2006............................Múltipla escolha

18...........107157.....Elevada.........Filosofia.........Uel/2005...............................Múltipla escolha

19...........111140.....Elevada.........Filosofia.........Ufu/2003...............................Múltipla escolha

20...........111097.....Elevada.........Filosofia.........Ufu/2003...............................Múltipla escolha

21...........185363.....Média.............Filosofia.........Uece/2019............................Múltipla escolha

22...........190119.....Média.............Filosofia.........Enem PPL/2019...................Múltipla escolha

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23...........180578.....Elevada.........Filosofia.........Uepg/2018............................Somatória

24...........123071.....Baixa.............Filosofia.........Uem/2013.............................Somatória

25...........125801.....Média.............Filosofia.........Ufu/2013...............................Múltipla escolha

26...........123080.....Baixa.............Filosofia.........Uem/2013.............................Somatória

27...........122971.....Baixa.............Filosofia.........Uem-pas/2012......................Somatória

28...........108333.....Média.............Filosofia.........Uenp/2011............................Múltipla escolha

29...........102631.....Média.............Filosofia.........Ufba/2011.............................Somatória

30...........115741.....Média.............Filosofia.........Uem-pas/2011......................Somatória

31...........108305.....Média.............Filosofia.........Uenp/2010............................Múltipla escolha

32...........108456.....Média.............Filosofia.........Unioeste/2010......................Múltipla escolha

33...........96127.......Média.............Filosofia.........Ufu/2009...............................Múltipla escolha

34...........98030.......Baixa.............Filosofia.........Uel/2007...............................Múltipla escolha

35...........107375.....Média.............Filosofia.........Ufu/2006...............................Múltipla escolha

36...........107115.....Média.............Filosofia.........Uel/2006...............................Múltipla escolha

37...........110208.....Baixa.............Filosofia.........Ufu/2000...............................Múltipla escolha

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