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2. Argumento teleológico.
Telos significa fim , propósito, desígnio. O argumento teleológico
baseia-se no propósito ou desígnio que se verifica na ordem das coisas
criadas. O universo revela organização, ordem, harmonia, propósito,
indicando assim a existência de um ser inteligente que o teria planejado e
criado conforme os seus desígnios.
Este fato foi ilustrado, pensando-se num navio carregado, navegando.
Ao vermos esse navio, jamais poderemos concluir que ele teria se originado
de um amontoado de materiais jogados ao mar. Ao contrá rio, vamos
entender que ele foi planejado e construído por alguém inteligente, para
um propósito definido. Assim é o mundo, cuja organização e propósito
denunciam um planejador e construtor. Ele não pode ser resultado do acaso.
Ao contrá rio, uma mente divina, grande em poder e sabedoria, deu origem
a todas as coisas, com um propósito. A Bíblia afirma: O Senhor fez tudo
com um propósito (Pv 16.4).
3. Argumento ontológico.
Os dois primeiros argumentos têm por base a natureza do universo.
Este e o próximo argumento apóiam -se na natureza humana. Ontos
significa ser. Este argumento foi desenvolvido por Anselmo (1033-1109).
Baseia-se nas ideias abstratas necessá rias que vêm inevitavelmente à mente
humana. Ideia necessá ria é aquela que vem naturalmente à consciência
à medida que a mente se desenvolve em suas relações com o mundo.
O homem tem a ideia da existência de um ser absolutamente perfeito,
superior e infinito.
46 | Manual de Teologia Sistemática - Revisado e Ampliado
4 . Argumento moral .
Este raciocínio baseia-se na natureza moral do homem. O ser humano
tem consciência do bem e do mal, e do seu dever de evitar o mal e praticar
o bem (Rm 2.14,15). Essa consciência moral põe o sujeito sob absoluta
obrigação de obedecer às ordens, sem desculpas, como um imperativo
categórico . O homem sente que deve responder por tudo que faz.
O caráter moral do ser humano se reflete no seu convívio social, onde
ele sabe que há uma ordem moral a ser obedecida. Mas ele sabe também
que neste mundo o bem e o mal não são proporcionalmente retribu ídos. Há
uma disparidade entre a conduta de alguns e o que sucede com eles. Tal de ¬
.
1 Ate ísmo.
Os que negam a existência de Deus não nasceram ateus. Provavelmen ¬
.
2 Materialismo.
O materialismo nega qualquer conhecimento válido no campo religioso,
pois para o materialista tudo é matéria ou alguma manifestação dela. Nega
a realidade do espírito. Explica todos os fenômenos mentais ou espirituais
como propriedades e funções da matéria. Dizem: O cérebro tem fibras para
o pensamento como as pernas têm fibras para o movimento” ; ou “ o cérebro
segrega o pensamento como o fígado segrega a biles” . Para o materialista não
existe Deus, nem diabo, nem anjos, nem céu, nem inferno, nem imortalida ¬
3. Panteísmo.
No panteísmo não há um Deus pessoal nem revelação especial. Deus é
tudo, tudo é Deus. Deus é a inteligência impessoal e a vida que penetra todo
o universo. Portanto, o panteísta nega a existência de um ser divino distinto
da natureza; Deus é a natureza. Mas a Bíblia faz clara distinção entre Deus e
a criação, sendo esta oriunda e dependente do Criador. O panteísmo é, pois,
uma forma de ateísmo.
4. Agnosticismo.
O agnosticismo afirma que o homem não pode conhecer a realidade
das coisas. Não nega que haja uma realidade divina, mas nega que dela
possamos saber alguma coisa. Portanto, o agnóstico não pode afirmar
que Deus existe nem que não existe. Mas isto é um argumento falho.
Nós aprendemos com a Escritura que o homem foi feito à imagem e
semelhança de Deus, e isto implica em o ser humano ser capaz de conhecer
as manifestações do Criador e ter comunhão com ele (Rm 1.19-21).
Todos esses argumentos contrá rios à existência de um Deus pessoal,
que se revelou e que se deixa conhecer pelo homem, podem ser superados
pelo conhecimento certo que nos vem da revelação especial e da própria
experiência, conhecimento esse elaborado e explicitado na teologia.