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INTRODUÇÃO:

“A existência de Deus é uma premissa fundamental das Escrituras, que não tecem argumentos para
afirmá-las ou comprová-la. Por conseguinte, nossa principal base para a crença na realidade de Deus se
encontra nas páginas da Bíblia. A Bíblia, portanto, não se destina ao ateu, que nega a existência de Deus,
nem ao agnóstico declarado, que nega a possibilidade de saber se existe Deus ou não. Também não tem
valor para incrédulo que rejeita a revelação de Deus e, por isso mesmo, o Deus da revelação. O ateu rejeita o
conceito de Deus por não ser capaz de descobri-lo no universo material. Deus porém, sendo Espírito, não
pertence à categoria da matéria e, portanto, não pode ser descoberto por investigações naturais ou materiais.”
(E.H. Bancroft, D.D., Teologia Sistemática)
I. A EXISTÊNCIA DE DEUS.
Pensamento: “Só tem sentido falar da existência de Deus, se cremos, realmente, que Ele existe. No
estudo deste assunto, a Bíblia é infinitamente rica e definida. Ela não apenas que há algo, alguma coisa,
alguma idéia ou tendência a que se deve dar o nome de Deus. Absolutamente! Deus existe! Este é o
insofismável testemunho das Escrituras. “ (Raimundo Oliveira, As Grandes Doutrinas da Bíblia, Pág. 49)
Formas de Negação da existência de Deus. (idéias errôneas acerca de Deus.)
Ateísmo:
Nega a existência de Deus pessoal. Os ateus se dividem em dois grupos: Ateus práticos, e os Ateus Teóricos.
Ateus Práticos: São aqueles que através do seu comportamento deixam externada não crerem em Deus.
Ateus Teóricos: São aqueles que se consideram intelectuais e acham que podem provar a não existência de
Deus através de seus raciocínios. Sl 14:1;53:1.
O Agnosticismo:
O vocábulo “agnosticismo” se deriva da partícula negativa grega “a” ( a = não) e do termo grego
“gnosko” (conhecer), tendo assim o sentido de não conhecer.
“O agnóstico crê que nem a criação e nem mesmo os alegados fatos quando a existência de Deus
possa fazê-lo conhecido. O adepto do agnosticismo diz crer unicamente no que pode ver e tocar. Assim,
todas as demais coisas, incluindo a fé em Deus, haja vista que as alegadas provas de sua existência estão
fora do domínio das cousas materiais”. (Cl 1.9,10; 2.8).
O Deísmo:
“Este termo, da palavra latina Deus, está intimamente ligada à palavra “Theos” (QeoV). Como
filosofia, a alegação é que Deus é pessoal, infinito, santo, e o criador de todas as coisas; mas ele
propositadamente abandonou a sua criação depois de completa com a intenção de que ela se auto-sustentasse
e auto-promovesse através das forças residentes nela. Deus não é inerente à criação, mas a transcende. De
acordo com este sistema, não há possibilidade de se alcançar a Deus através da oração, ou manter a
comunhão ou amizade com Ele. É a ‘religião da natureza’, uma vez que defende que tudo o que podemos
saber a respeito de Deus restringe-se às deduções que tiramos da criação”.
O Materialismo:
“A doutrina de que os fatos da experiência devem todos ser explicados referindo-se à realidade,
às atividades e leis da substância física ou material.
O Panteísmo:

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Como a termo dá a entender, o panteísmo à crença de que Deus está em todas as cousas e que
todas as cousas são de Deus, confundindo assim Deus com a natureza, a matéria com o espírito, e o criador
com as cousas criadas. (O Bramanismo e o Budismo têm essa crença).
O Politeísmo:
A crença e a doutrina que há mais do que um Deus é chamada de politeísmo e é uma grande
desconsideração para com o primeiro mandamento da Lei.
Argumentos que provam a existência de Deus.

Argumentos Cosmológicos: ( Kosmos = mundo e Logos = tratado ).“Este argumento em geral encerra a
idéia de que tudo que existe no mundo, deve ter uma ‘causa’ primária ou uma razão de ser.
Emanuel Kant, filósofo alemão, indicou que se tudo que existe tem uma razão de ser, isto deve ter um
ponto de origem em Deus. Assim sendo, deve haver um agente único que equilibra e harmoniza em si todas
as coisas.
Argumento Teleológico.
A palavra grega “telos” significa: desígnio, fim (propósito) e “logos” que significa tratado. O
mundo criado por Deus tem uma finalidade. Assim como todas as coisas criadas por Ele.
Ilustração: “Numa aula, a professora explica aos alunos que os sapos embora feios são animais
úteis, limpam os jardins e hortas, comem insetos e lagartas que destroem as plantas. Uma menina perguntou:
Professora, as lagartas para que servem? A professora ficou um pouco perturbada e não pôde responder de
pronto. Um menino atrás gritou: eu sei, professora. Então diga, rapaz, para que servem as lagartas?
Perguntou a professora. Para alimentar os sapos, respondeu o aluno!”
Cada membro do nosso corpo tem uma função específica, os olhos, os ouvidos, etc, todos têm
uma finalidade.
Pensamento: “O homem para viver, consome o ar do qual retira todo o oxigênio, resultando
disso o dióxido de carbono, inútil ao ser humano. As plantas, por sua vez, consomem o dióxido como
elemento essencial e produz daí o oxigênio, que será novamente consumido pelo homem”. Sl 104.10-15.
Argumento Antropológico ( Natureza do Homem ).
O homem dispõe de natureza moral, isto é, a sua vida é regulada por conceitos do bem e do mal.
Ele reconhece que há um caminho reto de ação que deve seguir e um caminho errado que deve evitar. Este
conhecimento chama-se “consciência”. Ao fazer o bem a consciência o aprova; ao fazer o mal, ela o
condena…..”. Rm 2.15; I Jo 3.20.
Emanuel Kant, filósofo alemão, disse: “Duas coisas me impressionam: O alto céu estrelado e a
lei moral dentro do coração do homem”.
Argumento da Crença Universal.
O homem é um ser religioso por excelência, não existe nenhuma tribo indígena, povos e nações
que não tem uma noção religiosa, ainda que distorcida da verdadeira imagem do Todo-Poderoso, o Deus
verdadeiro.
Pensamento: Esta crença universal em Deus é a prova de que a natureza do homem é de tal
maneira constituída que é capaz de compreender e apreciar essa idéia como expressou certo escritor: ‘O
homem é incuravelmente religioso. ’ Que no sentido mais amplo inclui:
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A aceitação do fato da existência de um ser acima das forças da natureza.
Um sentimento de dependência de Deus como quem domina o destino do homem; este sentimento é
despertado pelo pensamento de sua própria debilidade e pequenez e pela magnitude do Universo.
A convicção de que se pode efetuar uma união amistosa e que o homem por natureza, é constituído para crer
na existência de Deus, para confiar na sua bondade e para adorar em sua presença.
II. A NATUREZA DE DEUS.
Por natureza entende-se a essência ou a condição de Ser; Temperamento; Caráter; Constituição de um
corpo.
Pensamento: “Os termos ‘Essência’ e ‘Substância’ são praticamente sinônimos quando usados a
respeito de Deus. Eles podem ser definidos como algo que está implícito em todas as manifestações
externas; a própria realidade quer material, quer imaterial; o substrato de tudo aquilo no qual as qualidades
ou atributos são inerentes. Os dois termos referem-se ao aspecto básico da natureza de Deus; se não
houvesse essência ou substância, não poderia haver atributos. Vamos deixar bem claro, então, que quando
falamos de Deus, falamos de uma essência, uma substância, não de uma simples idéia ou a personificação de
uma idéia.” (Henry Thiensen, Palestras em Teologia Sistemática. Pág. 74 ).
“Já se tem declarado em algumas ocasiões que o que se discut5e não é a existência de Deus, mas sim a
sua natureza; e o que se discute não é se Deus existe, mas o que Ele é. Tenho em vista que a mente humana
finita, jamais poderá conceder em forma adequada o Deus infinito e, neste sentido, não pode definir
apropriadamente a natureza do Ser divino. Só o Infinito pode compreender o Infinito. Isto é o que, de
maneira explícita, se declara no Novo Testamento quando se fala de Deus como que habita em luz
inacessível, a que homem algum jamais viu, nem é capaz de ver ( I Tm 6.16 ). Deus, portanto, só pode ser
conhecido mediante a revelação que Ele faz de Si próprio; e ainda que estas manifestações sejam
imperfeitas, dadas as limitações humanas, não obstante, até onde podem ser entendidos, devem ser
considerados como canais pelos quais nos chega o conhecimento de Deus, verídico e genuíno.” ( Willey &
Culbertson – Introdução à Teologia Cristã. Págs. 98,99 ).
DEFINIÇÃO DE DEUS.
Confissão de Fé da Igreja Anglicana:
“Só há um Deus, vivo e verdadeiro, eterno, sem corpo, partes ou paixão; de poder, sabedoria e
bondades infinitas; o criador e conservador de todas as cousas tanto visíveis como invisíveis. E na unidade
da sua Divindade existem três Pessoas, de uma só Substância, Poder e Eternidade: O Pai, o Filho e o Espírito
Santo”.
O Catecismo de Westminster, define Deus como: “Um Espírito Infinito, Eterno, Imutável em Seu
Poder e Santidade, Justiça, Bondade e Verdade”.
OS NOMES DE DEUS.
ELOIM – ( Traduzido “Deus”) Esta palavra emprega-se sempre que sejam descritos ou implícitos o Poder e
a Onipotência de Deus de Deus. Diz-se que Deus é possuidor de toda a forma de poder. Por isso, a palavra
usa-se geralmente no plural para expressar a plenitude e glória dos poderes divinos e a majestade deste Ser a
quem se atribuem tais poderes.
JEOVÁ OU JAVÉ – ( Traduzido “Senhor” na Almeida ) “… Até Moisés parecia precisar de instrução
relativa a este título quando lhe foi explicado ( Ex 3.14 ). A nova relação é de Jeová como auto-existente “Eu
Sou o que Sou”, e a palavra haiá, comp. Iavé, da qual evidentemente continua, isto é, através de uma

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revelação crescente. Assim através de cognome foi revelado que Jeová é “O auto existente que se revela.”(
L.S. Chafer, pag. 218).
“O nome Jeová tem origem no Verbo Ser e incluem os três tempos desse verbo – passado, Presente e
futuro. O nome, portanto, significa: Ele que era, que eé, e que há de ser; em outras palavras, o eterno.” (
Myer Pearlman, Pag. 41).
ADONAI – ( Traduzido “Senhor ou Mestre”) Este nome da Divindade aparece no Antigo Testamento com
grande frequência e expressa o domínio e a possessão Soberana.
OS NOMES COMPOSTOS DE DEUS. ( Evidencia a relação de Deus com seu povo):
JEOVÁ-JIRÊ: “O Senhor Proverá” Gn 22:14 ( Para os necessitados ).
JEOVÁ-RAFÁ: “O Senhor que cura” Êx 15.26 ( Para os doentes).
JEOVÁ-NISSI: “O Senhor é nossa Bandeira” Gn 22.14 ( Para os oprimidos pelo inimigo ).
JEOVÁ-SHALOM: “O Senhor, nossa Paz” Jz 6.23,24 ( Para os que estão conturbados de espírito).
JEOVÁ-RÁ-A: “O Senhor, meu Pastor” Sl 23.1 (Para os que estão precisando de direção na vida).
JEOVÁ-TSIDKENU: “O Senhor, nossa Justiça” Jr 23.6 ( Para os que precisam de Salvação e Justificação )
JEOVÁ-SHAMÁ: “O Senhor está ali” Ez 35 ( Quando o Reino de Deus houver se concretizado na terra).
JEOVÁ-SABAOTE: “Senhor dos Exércitos” I Sm 1.3.
JEOVÁ-ELION: “Senhor Altíssimo” Sl 97.9.
JEOVÁ-MIKADISKIM: “Senhor que vos Santifica” Êx 31.13.
EL ( DEUS ). É usado em certas combinações:
EL-ELYON ( Gn 14:18-20 ), “O Deus Altíssimo” o Deus que é exaltado sobre tudo o que se chama deus ou
deuses.
EL -SHADDAI ( Êx 6.3 ), O “Deus Todo-Poderoso” que é suficiente para suprir todas as necessidades do
seu povo.
EL-OLAM ( Gn 21.33 ), O “Eterno Deus”.
EL-EMANU ( Mt 1.23 ), “O Deus Conosco”.
III. ATRIBUTOS ABSOLUTOS ( NATURAIS ) DE DEUS
“Os Atributos de Deus são qualidades e perfeições que pertencem somente à natureza divina.”
“O termo ‘Atributo’, em sua aplicação às pessoas ou cousas, significa algo pertencente às pessoas ou
cousas. Pode ser definido como qualidades ou característica essencial, permanente, distintiva e que pode ser
afirmada, como por exemplo a cor ou o perfume de uma rosa. Os atributos de uma cousa lhe são tão
essencial que, sem eles, ela não poderia ser o que é: e isso é igualmente verdade dos atributos de uma
pessoa. Se um homem se visse privado dos atributos que lhe pertence, deixaria de ser homem. Se
transferimos essas idéias a Deus, descobriremos que seus atributos lhe pertencem inalienavelmente, e,
portanto, o que ele é agora há de ser sempre.” (Pendleton – Teologia Elementar, pág. 23).
“Os atributos de Deus, portanto, são aquelas características essenciais, permanentes e distintivas que
podem ser afirmados a respeito de seu Ser. Seus atributos são suas Perfeições, inseparáveis de sua Natureza
e que condicionam seu Caráter.” (Idem. Pág. 25).
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“Por atributos Absolutos entendemos aquelas qualidades que se relacionam ao modo da existência de
Deus em oposição aos que se referem ao seu modo de operar a sua atividade.” (Wiley & Culbertson –
Introdução à Teologia Cristã, pág. 105)
A ESPIRITUALIDADE DE DEUS
A Bíblia testifica “Deus é espírito, e importa que seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”. Jo
4.24.
Portanto, temos uma revelação de Deus, Ele é espírito, ou seja, Ele é incorpóreo, invisível, sem
substância material, sem partes físicas e, portanto é livre de todas às limitações temporais.
“O vocábulo espírito é empregado para denotar uma entidade imaterial e inteligente, ou um ser, uma
entidade destituída das propriedades análogas àquelas que caracterizam a mente humana. Nesse sentido,
Deus é um espírito: Ele não tem extensão, não é sólido, nem divisível, como se fosso uma rocha, uma árvore
ou um corpo humano; no entanto, ele pensa e tem vontade própria, e isso livre de qualquer imperfeição” (
John L. Dagg – Manual de Teologia. Pág. 41).
A declaração de Jesus deixa evidente que um espírito não tem forma incorpórea. Lc 24.39.
Pergunta: Como entender as partes na Bíblia que demonstram Deus ter forma humana?
Mãos. Is 65.2.
Pés. Gn 3.8.
I Rs 8.29.
Ne 1.6; Sl 34.15.
Resposta: Elas são representações antropomórficas e simbólicas para trazer o infinito ao alcance da
apreensão do finito. Elas servem para tornar Deus real e para expressar seus vários interesses, poderes e
atividades.
Obs. Antropomorfismo: É a doutrina que atribui a Deus uma forma humana.
Deus é invisível, jamais foi visto por olhos humanos. Jo 1.18; Cl 1.15; I Tm 6.16; I Tm 1.17.
Pergunta: Então o que dizer das passagens que homens afirmam ter visto Deus? Gn 32.30; Êx 3.6; 24.9,10;
Nm 12.6-8; Dt 34:10; Is 6.1.
Resposta: Eles não viram Deus na sua essência mas apenas manifestações da sua presença ou poderíamos
afirmar que eles viram o reflexo de sua Glória. Êx. 33.21-23; Jo 1.18.
Ilustração: “Um homem vê o reflexo de seu rosto no espelho. Seria igualmente verdade se esse homem
dissesse: “Vi meu Rosto”, e : “Nunca vi meu rosto”. Assim os homens têm visto uma manifestação de Deus,
e é perfeitamente verídico dizer que viram a Deus, nenhum homem, porém, jamais viu a Deus conforme Ele
é em sua essência invisível, pelo que é perfeitamente certo dizer: Ninguém jamais viu a Deus.” (Torrey –
Teologia Elementar, pág. 29 ).
Existem várias manifestações de Deus em forma corpórea (Teofania).
Através do Espírito Santo. Mt 3.16.
Através do “Anjo do Senhor”. Gn 16.7-10,13 O Anjo do Senhor, no versículo 10 é claramente identificado,
no versículo 13, como Senhor (Jeová).

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Em Gênesis 22.11,12 o Anjo de Jeová é claramente identificado no versículo 11; no versículo 12, fica
evidente que ele é Deus.
Em Gênesis 18.1-24 um dos três anjos é identificado claramente com o Senhor Jeová. Em Gênesis 19.1,
apenas dois se dirigiram a Sodoma, tendo ficado um com Abraão, nos versículos 17, 18, 22 e 23 do Capítulo
18, ficamos sabendo quem era esse que ficou. ( Jo 8.15, 56,58 ). Ver ainda: Jz 2.1,2; Js 5.13,14,15.
O Anjo do Senhor é a personificação de Jesus Cristo no Antigo Testamento. Jz 13.18; Is 9.6.
A PERSONALIDADE DE DEUS
Pode-se definir personalidade como existência dotada de autoconsciência e do poder de
autodeterminação.
Não se pode confundir personalidade com corporalidade ou existência em corpo material, mas antes,
corretamente definida, a personalidade abrange as propriedades e qualidades coletivas que caracterizam a
existência pessoal e a distinguem da existência impessoal e da vida animal; pois encaramos os animais
irracionais como possuidores de natureza e não de personalidade. A personalidade, portanto, representa a
soma total das características necessárias para descrever o que é ser uma pessoa.
“São três os elementos constitutivos da personalidade: Intelecto (ou o poder de pensar); Sensibilidade
(ou o poder de sentir); e a volição (ou o poder de vontade). Associados a esses, temos a consciência e a
liberdade de escolha.” A.D.
O intelecto deve dirigir, a sensibilidade deve desejar e a vontade deve determinar a direção dos fins
racionais.
Deus tem autoconsciência. (Gn 18.19; Êx 3.7).
Deus tem autodeterminação. (Rm 9.11; Hb 6.17)
Ele tem características psicológicas da personalidade:
(Gn 18.19; Êx 3.7)
(Gn 6.6; Sl 103.8-13; Jo 3.16).
(Gn 3.5; Sl 115.3; Jo 6.38).
A UNIDADE DE DEUS
“Há um só Deus” Dt 6. 4; Sl 86:10; Mc 12:29,32; Jo 17.3; Gl 3.20; Ef 4.6; I Tm 2.5; Tg 2.19.
Devido à influência das nações pagãs que tinha adoração a vários deuses falsos; Deus deixa
evidenciado através de seus profetas a existência de um único Deus.
Pensamento: “Haverá contradição entre este ensino de unidade de Deus e o ensino da Trindade do
Novo Testamento? É necessário distinguir entre duas qualidades de unidade absoluta e unidade composta. A
expressão “um homem” traz a idéia de unidade absoluta, porque se refere a uma só pessoa. Mas quando
lemos que o homem e a mulher serão “uma só carne” (Gn 2.24) essa é uma unidade composta, visto que se
refere a união de duas pessoas. Vide também Ed 3.1; Ez 37.17. Estas referências bíblicas empregam a
mesma palavra para significar um “Só”( Ëchad” na Língua Hebraica) como se usa em Dt 6.4. Existe outra
palavra (“Yachidh” no hebraico) que se usa para exprimir a idéia de unidade absoluta (Gn 22.2,12; Am 8.10;
Jr 6.16; Zc 12.10; Pv 4.3).
Qual classe de unidade se refere Dt 6.4? Pelo fato de a palavra “Nosso Deus” estar no plural (“Elohim”
no Hebraico), concluímos que se refere a unidade composta.
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A doutrina da trindade ensina a unidade de Deus como unidade composta, inclusive de três pessoas
Divinas unidas na essencial unidade eterna. (Myer Pearlman – Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Pág 46.).
A ETERNIDADE DE DEUS
Definições: “A eternidade de Deus significa sua infinidade em relação ao tempo; significa que Ele não
tem começo nem fim; que Ele está livre de toda a passagem de tempo; e que ele é a causa do tempo.
Podemos deduzir que Ele não tem começo nem fim de sua existência necessária: Aquele que existe devido a
Sua natureza mais do que a Sua vontade, deve ter sempre existido e continuará a existir para sempre. A
Escritura nos ensina abundantemente que Deus é eterno. Ele é chamado de “O Deus Eterno” (Gn 21.33); os
salmistas dizem: “de eternidade a Eternidade Tu és Deus” (Sl 90.2). Isaías apresenta Deus como “o Alto, o
Sublime, que habita a eternidade” (Is 57.15); Paulo diz: Ele é “Eterno, imortal, Deus único”. (I Tm 1.17)”
(Henry Thiensen – Palestras de Teologia Sistemática, Pág.76).
“Com a palavra eternidade entendemos o relacionamento de Deus com a duração. Deus, sendo autor do
tempo, não fica de modo nenhum condicionado a ele. Ele está livre para agir em relação ao tempo e está
igualmente livre para agir fora de suas limitações. Agindo no tempo Ele disse a Abraão: “Acaso para Deus
há cousa demasiadamente difícil? Daqui a um ano, neste mesmo tempo, voltarei a ti, e Sara terá um filho.”
Gn 18.14. Assim, também: “Vinda, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho…” (Gl 44.4). (L.S.
Chafer – Teologia Sistemática, pág.183).
A IMUTABILIDADE DE DEUS
“Por imutabilidade se entende que Deus, em Sua Natureza, Seus Atributos e conselhos, é imutável;
pois tais coisas pertencendo a um Ser Infinito, são absolutamente perfeitas e, portanto, não admitem
possibilidade de variação”. (Tg 1.17; Hb 6.17,18; I Sm 15.29; Sl 102.26,27; Nm 23.19; Ml 3.6). (Strong –
Systematic Theology, pág.124).
Pergunta: Então como conciliar as palavras da Bíblia em que diz que Deus “se arrependeu”?
Resposta: A declaração de Gn 6.6, de que “se arrependeu o Senhor de ter feito o homem,” deve ser
considerada à luz de Nm 23.19 “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se
arrependa”. Em outro capítulo, I Sm 15, encontra-se registrado que Deus também disse por intermédio de
Samuel: “Também a Glória de Israel não mente nem se arrepende; porquanto não é homem, para que se
arrependa.” Vs 29. Deus, embora imutável, não é imóvel. Se Ele consistentemente segue um curso reto, sua
atitude deve se adaptar à cada mudança moral nos homens. “A Santidade imutável de Deus exige que Ele
trate os ímpios diferentemente dos retos. Quando os retos se tornam ímpios, seu tratamento tem de mudar: O
sol não é instável ou parcial porque derrete a cera, mas endurece o barro; a mudança não acontece no sol,
mas nos objetos sobre os quais ele brilha. A mudança na maneira de Deus tratar os homens ficou descrita
antropomorficamente, como se houvesse uma mudança no próprio Deus; outras passagens em íntima ligação
com a primeira apresentada corrigem qualquer possível má interpretação. Ameaças que não foram
cumpridas, como em Jonas 3.4,10, devem ser explicadas por Sua Natureza condicional. Portanto, a
imutabilidade de Deus propriamente dita torna claro que o seu Amor vai se adaptar a qualquer variação dos
seus filhos, para orientar os seus passos, simpatizar com suas tristezas, responder suas orações. Deus nos
responde mais rapidamente do que o rosto da mãe às alterações do humor de seu filhinho.” (Shafer –
Teologia Sistemática, Pág. 186).
A ONISCIÊNCIA DE DEUS
Definições: “A palavra ‘Onisciente’ se deriva de duas palavras latinas: ‘Omnes’ que
significa ‘tudo’ e ‘Scientia’, que significa ‘conhecimento’, ou seja, Ele tem conhecimento de tudo e de
todos. Ele é Espírito perfeito e, como tal, possui perfeito conhecimento.”.

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“Com Onisciência de Deus queremos dizer que Ele conhece a Si próprio e todas as outras coisas, quer
sejam reais ou apenas possíveis, quer sejam passadas, presentes ou futuras, e que Ele conhece perfeitamente
e por toda a eternidade. ele conhece as cousas imediata, simultânea, completa e verdadeiramente. Ele
conhece também as melhores maneiras de chegar aos fins desejados”.
Deus conhece todas as cousas. I Jo 3.20.
Deus conhece tudo o que se passa em todos os lugares tanto o bem como o mal. Pv 5.21; 15.3; Sl 33.13-15;
Jr 23-25; Sl 101.6.
Deus e só ele conhece o que s passa em todos os corações humanos. I Rs 8.39; sl 139.4.
Deus conhece cada estrela e lhe chama pelo nome e também toda ave que singra os céus. Sl 147.4; Mt
10.29,30.
Deus conhece todos os procedimentos humanos. Hb 4.13; Sl 139.
A ONIPOTÊNCIA DE DEUS
Definições: ‘A palavra ‘Onipotência’ deriva de dois termos latinos, ‘Omnes’ e ‘Potentia’, que juntas
significam ‘Todo-Poder’. Esse atributo significa que seu poder é ilimitado, que Ele tem o poder de fazer
quaisquer coisas que queira. A Onipotência de Deus é aquele atributo pelo qual Ele pode fazer suceder
quaisquer coisas que deseje. A declaração de Deus da Sua intenção é a garantia de que ela se realizará. ( E.H.
Bancroft – Teologia Elementar, pág. 57. Is 43.11-13; Dt 3.24; 32.39; I Cr 16.25; Jr 32.17.
O poder infinito de Deus, que é chamado onipotência, é empregado na realização de tudo o que Deus
quer. Grande parte do que Deus faz é através de uma vontade direta à parte de meios e agentes. Deus disse:
“Haja luz; e houve luz”. Isto é onipotência operando através da vontade. A vontade do homem se restringe
aos pensamentos, propósitos, desejos e certos movimentos corporais. O homem não pode criar do nada pela
força de sua vontade. A capacidade divina de criar um universo a partir do nada através da vontade é a
grande manifestação de Poder. Tal poder só pertence a Deus. Ele é capaz de fazer tudo o que deseja, mas Ele
pode não desejar agir na medida plena de sua onipotência. Sua vontade é dirigida para fins santos e dignos.
Ele não pode se contradizer.
Há algumas cousas que Deus não pode fazer; são aquelas que estão contrárias à sua Natureza Santa. Por
exemplo:
Deus não pode ver o mal. Hc 1.13.
Negar-se a si mesmo. II Tm 2.13; Hb 6.18.
Praticar pecado. Tg 1.13.
Para Deus tudo é possível. Mt 19.26; Lc 1.37.
Toda a vida terrena é sustentada por Deus. Hb 1.3; At 17.24-28.
A ONIPRESENÇA DE DEUS
Definições: “A palavra ‘Onipresença’ deriva de dois vocábulos latinos: ‘Omnes’, que significa
‘tudo’ e ‘Praesum’ que significa ‘estar próximo ou presente’. As Escrituras representam Deus a preencher a
imensidade; Ele está presente em todos os lugares, e não existe ponto no universo onde Ele não se encontre”.
Um filósofo pagão perguntou uma vez a um cristão: “Onde está Deus?”
O que ele respondeu: ” Primeiro desejo saber: onde não está Ele?”

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Para as suas criaturas Ele está presente nas seguintes maneiras:
Em glória, para as hostes adoradoras do céu. (Is 6.1-3).
Eficazmente, na ordem natural. (Na 1.3).
Providencialmente, nos assuntos relacionados com os homens. ( Sl 68.7,8).
Atentamente, àqueles que o buscam. (Mt 18.19-20).
Judicialmente, às consciências dos ímpios. (Sl 68.1,2) O homem não deve iludir-se com o pensamento de
que existe um cantinho no universo onde possa escapar à lei do seu criador.
“Se Deus está em toda parte, então deve estar também no inferno”, disse um chinês a um cristão na
china. “Sua ira sim está no inferno”, foi a pronta resposta.
Corporalmente, em seu Filho Jesus. “Deus conosco”. (Mt 1.23; Cl 2.9).
Misticamente na igreja. (Ef 2.12-22).
Oficialmente, com seus obreiros. (Mt 28.19,20).
Embora Deus esteja em todo lugar, ele não habita em todo lugar. Somente ao entrar em relação pessoal com
um grupo ou com indivíduos se diz que Ele habita com el es. ( Jo 14.23; Is 57.15).
A SABEDORIA DE DEUS.
A Bíblia afirma “Deus é Sábio.” ( Sl 104.24; Pv 3.19; Jr 10.12; Dn 2.20,21; Rm 11.33; Ef 3.10; Cl
2.2,3).
A Sabedoria de Deus reúne a sua onisciência e sua onipotência. Ele tem poder para levar a efeito seu
conhecimento de tal maneira que se realizem os melhores propósitos possíveis pelos melhores meios
possíveis. Deus sempre faz o bem de maneira certa e no tempo certo. “Ele fez tudo”. Gn 1.12,18,21,25,31.
Pensamento: Nada falta nas obras de Deus para a manifestação de Sua sabedoria perfeita. Contudo,
em parte alguma a sabedoria de divina foi tão bem revelada como no plano da redenção. Aqui Deus é visto
resolvendo o maior dos seus problemas; a saber, como poderia ser justo e ao mesmo tempo justificar os
pecadores. Em I Co 1.22-25, encontramos referências à solução destes problemas: “porque tanto judeus
pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os
judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a
Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.
A SOBERANIA DE DEUS
Deus é soberano, isto é, ele tem direito absoluto de governar as suas criaturas e delas dispor como lhe
apraz. (Dn 4.35; Mt 20.15; Rm 9.19-21).
Ele possui esse direito em virtude de sua infinita superioridade, de sua posse absoluta de todas as coisas, e
da absoluta dependência delas perante Ele para que continue a existir.
Pensamento: Por causa da sabedoria divina, o evangelho da salvação de Cristo foi apresentado, em diversas
passagens, como algo que deve ser vista no fato de que as coisas que são apenas possíveis não receberam
permissão dele para se tornarem reais. Em relação às coisas existentes, Deus tem autoridade absoluta, que
pode vir de uma ou mais associações:
Ele é criador e o seu domínio é perfeito e final; Ele é livre para dispor de sua criação como quiser; mas a sua
vontade, como vimos, é totalmente orientada pelos aspectos verdadeiros e benevolentes de sua pessoa. Toda

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a glória e majestade pertencem a Deus. Todas as coisas materiais são suas através do senhorio mais absoluto.
Os homens têm propriedades através de direitos que são apenas temporários e permitidos por Deus. (Sl
50.10).
A autoridade de Deus estabelecida sobre os remidos através da compra que essa redenção operou. (I Co
6.19,20).
Ele tem autoridade sobre aqueles remidos que voluntariamente lhe entregaram suas vidas. As Escrituras
apresentam a estimativa da soberania de Deus com palavras que o homem não poderia nunca imaginar: “O
Senhor é o que tira a vida, e a dá; faz descer à sepultura, e faz subir. O Senhor empobrece e enriquece;
abaixa e também exalta. Levanta o pobre do pó, e desde o monturo exalta o necessitado, para fazê-lo
assentar entre os príncipes, para fazer herdar o trono de glória; porque do Senhor são as colunas da terra, e
assentou sobre elas o mundo”. ( I Sm 2.6-8) I Cr 29.11,12; Mt 6.13. (L. S. Chafer – Teologia Sistemática,
págs. 188,189).
ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS
SANTIDADE DE DEUS
Com a santidade de Deus queremos dizer que Ele é absolutamente separado de todas as suas criaturas e
exaltado sobre elas, e que Ele é igualmente separado da iniqüidade moral e do pecado.
Deus é ‘Santo’ ou seja, é ‘separado’ de todo o pecado. Ele não pode pecar ou tolerar o pecado. Ex
15:11; Lv 11.44,45; Is 6.3, 44.14; Lc 1.49; I Pe 1.15,16; Ap 4.8; 15.3.
Pensamento: Deveríamos aprender três coisas importantes pelo fato de Deus ser santo:
É que existe um abismo entre Deus e o pecador. (Is 59.1,2; Hc 1.13); não apenas está o pecador separado de
Deus, mas Deus está separado do pecador. Antes do advento do pecado, o homem e Deus tinham comunhão
um com o outro; agora, essa comunhão está quebrada e se tornou impossível.
Que o homem tem de se aproximar de Deus pelos méritos de outro, sem isso ele jamais se aproximará de
Deus novamente. O homem nem possui nem pode adquirir a necessária ausência do pecado para ter acesso a
Deus. Mas Cristo veio e tornou esse acesso possível (Rm 5.2; Ef 2.18; Hb 10.19,20). Na Santidade de Deus
está a razão da expiação, e o que a santidade de Deus exigiu, seu amor providenciou. (I Pe 3.18).
É que devemos nos aproximar de Deus ‘com reverência e santo temor’ (Hb 12.28,29). Opiniões certas a
respeito da santidade de Deus nos levam as opiniões certas a respeito do pecado. (Jó 40.3-5; Is 6.5-7).
(Henry Thiensen – Palestras de Teologia Sistemática, Pág.82).
2. A JUSTIÇA DE DEUS
Definição: Quando a Bíblia afirma que Deus é justo, significa que Ele trata as suas criaturas retamente,
dando a cada um segundo o seu merecimento. (Gn 18.25).
Pensamento: A justiça de Deus é a execução das penalidades impostas por suas leis; essa pode ser
chamada de santidade judicial. Nesse atributo vemos revelado seu ódio contra o pecado, uma indignação tal
que, livre de toda paixão ou capricho, sempre o impele a ser justo e a exigir o que é justo.
Existem várias manifestações da justiça de Deus:
Em mostrar sua indignação com o pecado. Sl 11.4-7.
Em punir os perversos e injustos em seus pecados. Dn 9.12,14; Êx 9.23-27; II Co 12.5,6; Ap 19.5,6.
No perdão dos pecados dos crentes arrependidos, a favor de quem Cristo fez a expiação. I Jo 1.9; Rm
3.24,26
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No cumprimento de sua Palavra e de suas promessas aos que lhe pertencem. Ne 9.7,8.
Na libertação e defesa de seu povo. Sl 103.6.
Na recompensa dos justos. Hb 6.10; II Tm 4.8.
3. A FIDELIDADE DE DEUS
Deus é fiel. Ele é absolutamente digno de confiança; as suas palavras não falharão. Portanto, seu povo
pode descansar em suas promessas. Ex 34.6; Nm 23.19; Dt 4.31; Is 25.1; Ez 12.25; Lc 18.7,8; Rm 3.4; 15.8;
I Co 1.9; 10.13; Ap 15.3.
4. O AMOR DE DEUS
Definição: O amor é aquele atributo de Deus pelo qual ele se inclina a buscar os melhores interesses de
suas criaturas e a comunicar-se a essas, a despeito do sacrifício que nisso está envolvido; ou, como definição
alternativa, o amor de Deus é seu desejo pelo bem estar desses seres amados e o deleite que tem nisso. I Jo
4.8,16.
Objetivos do seu amor:
Deus ama aqueles que pela fé estão unidos a Seu Filho. Jo 16.27; 14.21,23.
Deus ama o mundo, ou seja, todos os homens indistintamente. Jo 3.16; I Tm 2.3,4; II Pe 3.9.
Deus ama os pecadores, os ímpios, àqueles que estão mortos em seus pecados. Ez 33.11; Ef 2.4,5.
Várias manifestações de amor.
Em enviar seu Filho para morrer pelos pecados dos homens. Rm 5.8; I Jo 4.9,10; Jo 3.16.
No perdoar o pecado do arrependido. Is 55.7.
No ministrar àqueles a quem Ele ama, protegendo do mal. Dt 32.9-1; 33.3,12; Is 48.12,20,21.
No punir e castigar seus filhos para o bem deles. Hb 12.6.
No sentir-se angustiado quando seus filhos também são. Is 63.9; 49.15,16.
5. AS MISERICÓDIAS DE DEUS
Definição: A misericórdia de Deus é aquele princípio e qualidade que descreve Sua disposição e ação
em relação aos pecaminosos e sofredores, sustando penalidades merecidas e aliviando os angustiados. Sl
103.8-18; 145.8; 86.15; 62.12; Dt 4.31; Mq 7.18; Ef 2.4.
A misericórdia de Deus é a divina bondade em ação com respeito às misérias de suas criaturas,
bondade que se comove a favor deles, provendo o seu alívio, e no caso de pecadores impenitentes,
demonstrando paciência longânime (Tt 3.5; Dn 9.9; Jr 3.12; Is 49.13-15); as misericórdias do Senhor se
mostraram eloqüente ao enviar Cristo ao mundo. Lc 1.78,79.
6. A BONDADE DE DEUS
O Senhor é infinitamente bom. A bondade de Deus para com suas criaturas pode ser definida como
aquela perfeição de Deus que mantém solícito para tratar generosa e ternamente com todas as suas criaturas.
É aquele afeto pelo qual Deus assiste a todas as suas criaturas sensíveis como tais. O salmista celebra esta
bondade nas seguintes palavras: “O Senhor é bom para com todos, e as suas ternas misericórdias permitem
todas as suas obras. Em ti esperam os olhos de todos, e tu, a seu tempo, lhes dá o alimento. Abres a tua mão
e satisfazes de benevolência a todo vivente.” Sl 145.8,15,16; 52.1; Ex 34.6; Sl 104.27.

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IV. A TRINDADE DE DEUS
DEFINIÇÕES GERAIS SOBRE A TRI-UNIDADE DE DEUS.
Com trindade queremos dizer que há três distinções eternas em uma essência divina, conhecidas
respectivamente como Pai, Filho e Espírito Santo. Estas três distinções são as três pessoas, e assim podemos
falar da tri-personalidade de Deus.
Profissão de fé do Credo Atanasiano: “Adoramos um Deus na Trindade, e a Trindade na unidade, não
confundindo as Pessoas nem separando a substância. A pessoa do Pai é uma, a do Filho é outra e a do
Espírito Santo é uma, sua glória é igual, sua majestade co-eterna. O Pai não foi feito, nem criado, nem
gerado; o filho veio só do Pai, não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procedente. Portanto há um pai,
não três pais, um Filho, não três Filhos, um Espírito Santo, não três Espíritos Santos. E nesta trindade não há
nada anterior ou posterior, nada maior ou menor; mas todas as três pessoas são co-eternas e co-iguais, de
modo que em todas as coisas, é uma trindade na unidade e uma unidade na Trindade que deve ser adoradas.”
(citado por Alexander, ibid. pág. 98-99).
Declaração de fé sobre a Trindade de Calvino: “Deus declarou que Ele é o único, mas ele propõe
distintamente que sejam consideradas três pessoas; o que se não sustentarmos, em nossa mente apenas
tremulará o nome só e vazio de Deus sem o verdadeiro Deus. Além disto, para que alguém não imagine um
Deus triplo, ou pense que a essência simples de Deus foi rasgada em três pessoas, devemos procurar uma
definição curta e fácil, que nos proteja de todo erro”. Institutas, livro I, c, 13, par 2.)
Declaração de fé sobre a Trindade de Champio: “A Trindade, portanto, são três pessoas eternamente
interconstituídas, inter-relacionadas, inter-existentes e, por conseguinte, inseparáveis dentro de um único Ser
e de uma única substância ou essência”.
Pensamento: A doutrina da Trindade não é uma verdade da teologia natural, mas sim da revelação. Strong
diz: “A razão nos mostra a unidade de Deus; apenas a revelação nos mostra a trindade de Deus”.
A REVELAÇÃO DA TRI-UNIDADE DE DEUS ATRAVÉS DA BÍBLIA
A Tri-unidade de Deus no Antigo Testamento.
Pensamento: Muito embora essa doutrina não fosse vista no Antigo Testamento de uma forma explícita.
Sempre que um hebreu pronunciava o nome de Deus (Elohim) ele estava realmente dizendo ‘Deuses’, pois a
palavra é plural, e às vezes se usa em hebraico acompanhada de adjetivo plural devoto e esclarecido,
ponderando o fato de que Deus é um, e no entanto é Elohim-(Deuses). Facilmente podemos imaginar que ele
chegasse à conclusão de que exista pluralidade de pessoas dentro de um Deus. Paulo o Apóstolo, nunca
cessou de crer na unidade de Deus como lhe fora ensinado desde a infância (I Tm 2.5; I Co 8.4); de fato,
Paulo insistia em que não ensinava outra coisa se não aquelas que se encontravam na lei e nos profetas. Seu
Deus era o Deus de Isaque e Jacó. No entanto, pregava a divindade de Cristo (Fp 2.6-8; I Tm 3.16) e a
personalidade do Espírito Santo (Ef 4.30) e inclui as três pessoas juntas na bênção apostólica”. II Co 13.13. (
Myer Pearman – Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, pág 53).

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