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TEONTOLOGIA

A DOUTRINA DE DEUS
TEOLOGIA PRÓPRIA (A Doutrina de Deus)
1. DEFINIÇÕES
1.1 Definição de Teologia. É a ciência que estuda as
doutrinas relacionadas com a “Pessoa de Deus”. Trata do
que se pode conhecer da existência e do caráter do Senhor:
seus atributos, seus títulos e sua existência triúna.
- Teologia: é a ciência que estuda Deus e sua relação com o
universo. Quanto à etimologia, a palavra Teologia vem de
duas palavras gregas: “Theos” que significa Deus e “Logia”
que vem de “logos que significa fala, estudo ou expressão.
TEONTOLOGIA
DEFINIÇÃO
A “TEONTOLOGIA” é o estudo ou uma investigação científica sobre a
existência das pessoas e das características do Deus Trinitário – Pai,
Filho e Espírito Santo, mas sem se referir às obras (trabalho, ou
ação) de cada uma delas.
Portanto, o termo “TEONTOLOGIA” declara com mais autenticidade
o estudo do “Deus Trinitário – Pai, Filho e Espírito Santo”, evitando
assim interpretações que tenham mais de um sentido, como ocorre
com o vocábulo “Teologia”, que ao longo dos anos tem tido várias
interpretações com vários significados que podem ser usados além
do estudo da “Doutrina do Deus Trinitário”
A Teontologia, a doutrina sobre o ser de Deus, tem como
objetivo específico, de acordo com a direção e orientação da
Palavra de Deus, responder estas e outras perguntas que estão
nas mentes dos seres humanos a respeito do “ser de Deus”.
Contudo, todo homem tem que ter a humildade de reconhecer
que o próprio Deus não quis dar-se a conhecer de maneira
absoluta, apenas o necessário para que o homem pudesse
conhecê-Lo (Dt 29.29).
 
O conhecimento limitado de Deus se dá pela fé que tivermos
nEle, o aceitando como um poder que nos é superior, na
esperança de que um dia, no além, compreenderemos os
mistérios da Sua existência.
1.2 Definição de Deus
A mente humana é finita, e por assim ser, não pode
compreender a totalidade de uma ciência como a
Teologia. Só podemos entender o que Deus tem
revelado de Si mesmo nos logos, que é a palavra
escrita, conforme registra Dt 29.29, e crer na
mensagem revelada, Hb 11.6 “[...]Sem fé é
impossível agradar a Deus [...].
Nota importante!

O primeiro passo a ser dado para estudar


a respeito de Deus é reconhecer que é
impossível conhecê-lo exatamente como
ele é, pois Deus é um ser infinito e,
assim, nosso conhecimento finito não é
capaz de discernir tudo que ele é.
DEUS ABSCONDITUS e DEUS REVELATUS do
reformador Martinho Lutero
DEUS ABSCONDITUS:
Este conceito aponta à nossa limitação quando ao conhecimento
do transcendente criador. No “Deus oculto” se encontra o seu
infinito e insondável poder e majestade, assim como a plenitude
de sua vontade . Este aspecto divino – em sua integralidade – o
homem jamais poderá conhecer, atingir ou alcançar senão dentro
daquilo que o inefável Deus decida revelar:

“As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém


as reveladas nos pertencem” (Dt 29.29ª).
A complexidade do ser divino e a consequente inefabilidade quanto ao seu
conhecimento foram bem traduzidas por Tertuliano, em suas apologias:

“Os olhos podem vê-lo embora seja (espiritualmente) espiritualmente. Ele é


incompreensível, embora tenha se manifestado pela graça. Está além de
nosso mais elevado entendimento, embora nossas faculdades humanas o
concebam. Ele é, portanto, igualmente real e magnífico, mais que, pelo senso
comum, pode ser visto, percebido e concebido, é inferior ao que ele é, ao que
dele se percebe, ao que dele as faculdades vislumbram, mas o que é infinito é
conhecido somente por ele mesmo. Assim, damos alguma noção de Deus,
enquanto, contudo, ele permanece além de todas as nossas concepções –
nossa real incapacidade de completamente compreendê-lo permite-nos ter
a ideia do que ele realmente seja. Ele se apresentou ao nosso conhecimento
em sua transcendental grandeza, sendo conhecido e sendo desconhecido”,
(Apologia1 17)
Calvino e Berkhof comentam:
“A Teologia Reformada mantém que Deus pode
ser conhecido, mas que é impossível ter um
conhecimento dele que é exaustivo e perfeito em
todo sentido”.

“Sua essência é incompreensível; por isso, sua


divindade foge além de toda percepção
humana”. (Calvino)
DEUS REVELATUS:
Deus é transcendente ao conhecimento humano e
impenetrável. Todavia, podemos conhecê-lo pelas suas
obras à medida que ele permita relacionar-se conosco.

Ainda que essencialmente transcendente, Deus se dispôs a dar-se a


conhecer – ainda que parcialmente – à humanidade naquilo que
Kuyper chamava de autorrevelação. Dizia ele que a teologia,
conquanto “conhecimento de Deus”, diferia dos demais tipos de
conhecimento pelo fato de que, enquanto neste o homem utiliza o
seu próprio conhecimento acima do objeto de investigação, na
teologia ele está abaixo do objeto de investigação, que é o próprio
Deus e, por isso, só pode conhecê-lo dentro daquilo que ele permitiu
conhecer.
Definição Bíblica
“Deus é Espírito...”, Jo 4.24; Lc 24.39 “Um espírito
não tem carne e nem ossos, como vedes Eu
tenho.”
“Deus é Luz”, 1 Jo 1.5; Ap 22.3
“Deus é amor”, 1 Jo 4.8
“Deus é um fogo consumidor”, Hb 12.29
QUEM É DEUS?
“A teologia reformada sustenta que Deus pode ser conhecido, mas que
ao homem é impossível ter um completo e perfeito conhecimento de
Deus.”
“O homem não pode dar uma definição de Deus no sentido exato da
palavra, mas apenas uma descrição parcial. Uma definição lógica é
impossível porque Deus não pode ser consubstanciado de forma
sumária debaixo de algum gênero mais alto. Ao mesmo tempo,
sustenta-se que o homem pode obter um conhecimento de Deus
perfeitamente adequado à realização do propósito divino na vida do
homem. Contudo, o verdadeiro conhecimento de Deus só pode ser
adquirido graças à autorrevelação divina, e somente pelo homem que
aceita isso com fé semelhante à de uma criança.” (LOUIS BERKHOF)
QUEM É DEUS?
“Deus é Espírito, Pessoal, infinito e perfeito em que todas as
coisas têm a sua origem, subsistência e finalidade.” (STRONG)
“Deus é Espírito, infinito, eterno e imutável, tanto e, seu Ser,
como em sua sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade,
amor e verdade.” (BREVE CATECISMO).”
“Deus é Espírito infinito, eterno e imutável, tanto em seu
poder como em sua sabedoria, poder, santidade, justiça,
bondade, amor e verdade”. Ser supremos; Espírito Pessoal
perfeitamente bom. Que Santo amor, criou, governa e
sustenta todas as coisas.” “O qual é sobre todos e por todos
em todos.” Ef 4.6
QUEM É DEUS ?
 Deus é criador e transcendente (Gn 1.)
• Termo revelativo
• Peso teológico
• Deus é imanente e pessoal (Gn 2).
Gênesis conta a história daquele que existe antes
dela.
2. A EXISTÊNCIA DE DEUS
Tendo esclarecido o que significa o vocábulo “Deus, passemos a
considerar a questão de sua existência. Antes de tudo, devemos
lembrar que a prova da existência de Deus, não é idêntica a uma
demonstração matemática, mas de evidências cumulativas, tal como é
aceita nos tribunais jurídicos, e que leva à convicção por causa de sua
demonstração racional.
“Deus tem falado em revelação específica de si mesmo, e para aqueles
assim iluminados a revelação é de grande alcance e final. Mas para
aqueles que não são iluminados, pouca coisa é acrescentada através
da revelação, além da negligência para com as Escrituras e a
incapacidade natural deles de recebe-las como prova suficiente.”
(LEWIS SPERRY CHAFER)
2.1. A ORIGEM DA IDEIA DE DEUS – (trata-se de uma crença
intuitiva)
2.1.1. A natureza de ideias intuitivas
A ideia de Deus é uma intuição da razão moral, uma percepção imediata, um
fenômeno da própria personalidade. É inata à raça humana; precede e
condiciona toda observação e raciocínio.
Por intuição quero dizer: “conhecimento direto”, não adquirido por observação e
raciocínio, que é conhecimento indireto, muito embora possa ser desenvolvido
por eles.
Portanto, a crença num Deus pessoal, com todas as demais mencionadas acima,
é chamada verdade primária ou primordial, porque possui tal prioridade lógica,
que deve ser tomada como admitida, a fim de fazer possível qualquer
observação ou reflexão.
2.2 EVIDÊNCIAS QUE CONFIRMAM A EXISTÊNCIA DE
DEUS:
- A Bíblia Sagrada - nos diz que Deus existe, porém não nos diz
exatamente como ele é. Ela não tenta provar a existência de
Deus a não ser pela sua atuação Gn 1.1. Além disso, prefere
nos responsabilizar a crermos na existência de Deus, quando
diz: “de fato, sem fé é impossível agradar a Deus, portanto é
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele
existe e que se torna galardoador dos que o buscam.” (Hb 11.6)
- Argumentos lógicos – esses argumentos auxiliarão nas
investigações das verdades teológicas.
2.2.1 ARGUMENTOS RACIONAIS:
a) Argumento Cosmológico (Argumento da causa). Do grego Kosmo, universo.
Foi apresentado pela primeira vez por Tomás de Aquino -1225-1274. Este
argumento defende que o universo não poderia ser auto existente. Todo efeito
tem uma causa adequada. Isto significa dizer que o universo existe e por isso
teve um princípio. Immanuel Kant, filósofo alemão, indicou que se tudo que
existe tem uma razão de ser, isso deve ter um ponto de origem em Deus. Assim
sendo, deve haver um agente único que equilibra e harmoniza em si todas as
coisas.
b) Argumento ontológico – a ideia de um ser superior.
• Todos tem a ideia do divino em si mesmos.
• Existe um “senso do divino”.
• Para Descartes (1595-1650) era impossível que o homem tenha criado essa
ideia.
2.2.1 ARGUMENTOS RACIONAIS:
c) Argumento Teleológico (Argumento do desígnio). Há propósito em tudo
que o que existe.
• Há ordem, propósito, organização e harmonia no mundo. Por exemplo:
Ciclo das chuvas (Ec 1.7)
• A organização do universo pressupõe um ser inteligente e com propósitos
definidos. Alguém planejou o universo.
• Há um design inteligente que pressupõe um criador inteligente
(Criacionismo cientifico)
d) Argumento Antropológico ou Moral – Há uma ideia de moral implícita em
todos.
• Todos os homens tem noção de justiça: certo e errado.

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