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(2:6-16)
De fato, a salvação de Deus é sábia. Sua sabedoria, contudo, continua desconhecida pela
elite do mundo. Desde que a sabedoria de Deus não pode ser descoberta pelo raciocínio
humano, nenhum homem pode jamais chegar a entender a vontade de Deus pelo seu
próprio entendimento ou pesquisa. Ninguém pode saber o que estou pensando a menos
que eu lhe diga. Do mesmo modo, ninguém pode conhecer a mente de Deus fora da
revelação que Deus fez aos seus apóstolos através do Espírito. Deus não revelou apenas
o conteúdo geral de sua mensagem, mas deu as próprias palavras da Escritura. Assim,
podemos chegar a saber a vontade de Deus revelada pelo Espírito quando lemos o que
os apóstolos e os profetas escreveram no Novo Testamento.
A sabedoria de Deus pode ser conhecida como sendo o aspecto particular do seu
conhecimento. Em Deus o conhecimento é a causa e a sabedoria é o efeito. É evidente
que conhecimento e sabedoria não são a mesma coisa, mas andam intimamente ligados.
O primeiro é teórico e o segundo é prático. O conhecimento é o entendimento das regras
gerais, enquanto a sabedoria é o extrair conclusões de regras particulares para um
propósito definido.
(v.8): “sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a
tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória”
A sabedoria de Deus é algo que "nenhum dos governantes desta era compreendeu. Com
essa oração, Paulo dá mais detalhes sobre o lado negativo da frase anterior (v.6), mas
agora à luz da descrição precedente da sabedoria de Deus. A razão de eles não
compreenderem é que ela estava “oculta em Deus” e só podia ser entendida mediante
uma revelação que viesse por meio do Espírito (v.10). Os governantes desta era não
compreenderam foi a natureza da verdadeira sabedoria.
O QUE DEUS PREPAROU PARA OS QUE AMAM (9-11)
(v.9): “mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem
jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles
que o amam.”
Todos concordam que esta passagem é tomada de Isaías 64.3; e visto que à
primeira vista o significado é óbvio e fácil, os intérpretes não se dão muito ao trabalho
de explicá-la. O termo “ouvir” é o termo grego avkou,w (akouō) lit. “perceber no íntimo
da alma comunicação divina”. “jamais penetrou em coração humano”. Aqui pode ser
entendido como “entrar na mente”. Aqui nada mais é do que “discernimento espiritual”.
O “discernimento espiritual” é a sabedoria para entender o que é certo ou
errado, verdadeiro ou falso, sensato ou perigoso dentro dos padrões de Deus - na área
espiritual. A pessoa que tem discernimento espiritual sabe a diferença entre o que vem
de Deus e o que não vem. O discernimento espiritual é um dom de Deus.
(v.10): “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as
coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus.”
“Mas, Deus no-lo revelou pelo Espírito”.
O termo “revelar” é avpokalu,ptw (apokalyptō) lit. “tornar totalmente
conhecido”. Paula começa a parte principal de seu argumento, mostrando que a chave
perfeita para compreender a sabedoria de Deus é o Espírito. Só Deus é capaz de
conhecer a Deus, por isso, o Espírito de Deus se torna a ligação entre Deus e a
humanidade, a “qualidade” da parte do próprio Deus que torna possível esse
conhecimento.
Este “tornar conhecido” vem “pelo Espírito” - dia. tou/ pneu,matoj – aqui existe
uma preposição dia. (dia) usada como genitivo expressa o sentido de lugar ou meio
pessoal – instrumentalidade – onde o “genitivo” expressa “origem”. O único meio
pessoa de conhecer a Deus é por meio do Seu Espírito.
(v.12): “Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que
vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado
gratuitamente.”
(v.15): “Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é
julgado por ninguém.”
Aqui podemos ver o contraste entre o “homem natural” e o “homem espiritual”.
O termo “espiritual” é pneumatiko,j (pneumatikos) lit. “o que pertence ao espírito.
Aquele que tem qualidades ou caráter do divino Espírito.” O espiritual é o homem
distinto de seus semelhantes, aquele em quem o Espírito governa. No não regenerado, o
espírito que deveria ser o instrumento do Espírito Santo (assim é no regenerado), é
substituído pela alma animal, e é inoperante, de modo que tal pessoa nunca é chamada
de “espiritual”.