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A DOUTRINA DE DEUS
ÍNDICE
A EXISTÊNCIA DE DEUS
A Bíblia, em verdade, fala de homens que dizem em seus corações que não há Deus, mas
esses são "tolos", isto é, os ímpios praticantes que expulsariam a Deus dos seus pensamentos
porque já O expulsaram das suas vidas. Esses pertencem ao grande número de ateus praticantes,
isto é, esses que procedem e falam como se não existisse Deus. Seu número ultrapassa em muito
o número de ateus teóricos, isto é, esses que pretendem aderir à crença intelectual que nega a
existência de Deus. Note-se que a declaração: "Não há Deus", não implica em dizer que Deus não
exista, mas sim que Deus não se ocupa com negócios do mundo. Contando com sua ausência, os
homens corrompem-se e se comportam de maneira abominável. (Salmo 14).
Primeiramente, para convencer os que genuinamente buscam a Deus, isto é, pessoas cuja
fé tem sido ofuscada por alguma dificuldade, e que dizem: "Eu quero crer em Deus; mostra-me
que seja razoável crer n'Ele". Mas evidência nenhuma convencerá a pessoa, que, por desejar
continuar no pecado e no egoísmo, diz: "Desafio-te a provar que Deus existe." Afinal a fé é
questão moral e não intelectual. Se a pessoa não está disposta a concordar com Deus, ela porá de
lado todas e quaisquer evidências. (Lucas 6: 31).
Segundo, para fortalecer a fé daqueles que já crêem. Eles estudam as provas, não para
crer, mas sim porque já crêem. Esta fé lhes é tão preciosa que aceitarão com alegria qualquer fato
que a faça aumentar ou enriquecer. Finalmente, para poder enriquecer nosso conhecimento acerca
da natureza de Deus. Dessas três esferas deduzimos as cinco evidências da existência de Deus:
O Universo deve ter uma primeira causa ou um criador (o argumento cosmológico, da palavra
grega cosmos, que significa "mundo").
O Argumento da Criação
A razão argumenta que o universo deve ter tido um princípio. Todo o efeito deve ter uma
causa suficiente. O universo, sendo o efeito, por conseguinte deve ter uma causa. Consideremos a
extensão do universo.
Consideremos nosso pequeno planeta e nele as várias formas de vida existentes, os quais
revelam inteligência e desígnios divinos. Naturalmente surge a questão: "Como se originou tudo
isso?" A pergunta é natural, pois as nossas mentes são constituídas de tal forma que esperam que
todo o efeito tenha uma causa. Logo, concluímos que o universo deve ter tido uma primeira
causa, ou um criador. No princípio - Deus (Gn. 1: 1).
O Argumento do Desígnio
Tomemos para ilustrar a vida dos insetos. Há uma espécie de escaravelho chamado
"Staghorn" ou "Chifrudo". O macho tem magníficos chifres, duas vezes mais compridos do que o
seu corpo; a fêmea não tem chifres. No estágio larval, eles enterram-se a si mesmos na terra e,
silenciosamente, esperam na escuridão pela sua metamorfose. São naturalmente meramente
insetos, sem nenhuma diferença operante e, no entanto, um deles escava para si um buraco duas
vezes mais profundo do que o outro. Por que? Para que haja espaço para os chifres do macho se
desenvolverem com perfeição. Por que essas larvas, aparentemente iguais, diferem assim em
meus hábitos? Quem ensinou o macho... a cavar seu buraco duas vezes mais profundo do que faz
a fêmea? É o resultado dum processo racional? Não, foi Deus o Criador, quem pôs naquelas
criaturas a percepção instintiva que lhes seria útil.
De onde recebeu esse inseto a sua sabedoria? Alguém talvez pense que a herdara de seus
pais. Mas um cão ensinado, por exemplo, transmite à sua descendência sua astúcia e agilidade?
Não. Mesmo que admitamos que o instinto fosse herdado, todavia, deparamos com o fato de que
alguém havia instruído primeiro escaravelho chifrudo. A explicação do maravilhoso instinto dos
animais acha-se nas palavras do primeiro capítulo de Gênesis: "E disse Deus" - isto é: a vontade
de Deus. Quem observa o funcionamento dum relógio sabe que a inteligência não está no relógio
mas sim no relojoeiro. E, quem observa o instinto maravilhoso das menores criaturas, concluirá
que a primeira inteligência não era a delas, mas sim do seu Criador, e que existe uma mente
controladora dos menores detalhes de sua vida.
O homem dispõe de natureza moral, isto é, a sua vida é regulada por conceitos do bem e
do mal. Ele reconhece que há um caminho reto de ação que deve seguir e um caminho errado que
deve evitar. Esse conhecimento chama-se "consciência". Ao fazer ele o bem, a consciência o
aprova; ao fazer ele o mal, a consciência o condena. A consciência, seja obedecida ou não, fala
com autoridade. Assim disse Butler acerca da consciência: "Se ela tivesse poder na mesma
proporção de sua autoridade manifesta, governaria o mundo, isto é, se a consciência tivesse a
força de por em ação o que ordena, ela revolucionaria o mundo". Mas acontece que o homem é
dotado de livre arbítrio e, portanto, pode desobedecer àquela voz íntima. Mesmo estando mal
orientada, sem esclarecimento, a consciência ainda fala com autoridade, e faz o homem sentir sua
responsabilidade. "Duas coisas me impressionam, declarou Kant, o grande filósofo alemão, "o
alto céu estrelado e a lei moral em meu interior".
Não somente a natureza moral do homem, como também todos os aspectos da sua
natureza testificam da existência de Deus. Até as religiões mais degradadas demonstram o fato de
que o homem, qual cego, tateando, procura algo que sua alma anela. A exclamação, "a minha
alma tem sede de Deus", (Salmo 42: 2) é um argumento em favor da existência de Deus, pois a
alma não enganaria o homem com sede por aquilo que não existisse. Assim disse certa vez um
erudito da Igreja primitiva: "Para Ti, Tu nos fizeste, e nosso coração estará inquieto enquanto
não descobrir o descanso de Tua presença".
O Argumento Histórico
O ateísmo consiste da negação absoluta da idéia de Deus. Alguns duvidam que haja
verdadeiros ateus; mas se os houver ainda, é impossível provar que estejam sinceramente
buscando a Deus ou que sigam a lógica da investigação teológica.
A NATUREZA DE DEUS
1. A Opinião Bíblica
ELOHIM
Traduzido, significa "Deus". Esta palavra emprega-se sempre que sejam descritos ou
implícitos o poder criativo e a onipotência de Deus. Elohim é o Deus-Criador. A forma pela
plural significa a plenitude de poder e representa a Trindade.
JEOVÁ
EL
Traduzido: (Deus). É usado em certas combinações como: EL-ELYON (Gênesis 14: 18-
20), o "Deus altíssimo", o Deus que é exaltado sobre tudo o que se chama deus ou deuses. EL-
SHADDAI, "o Deus que é suficiente para as necessidades do Seu povo" (Êxodo 6: 3). EL-
OLAM, "o eterno Deus" (Gênesis 21: 33).
ADONAI
PAI
Emprega-se tanto no AT como no NT. Em significado mais amplo o nome descreve Deus
como sendo a Fonte de todas as coisas e Criador do homem; de maneira que, no sentido criativo,
todos podem considerar-se geração de Deus (At 17: 28). Todavia, esta relação não garante a
salvação. Somente aqueles que foram vivificados e receberam nova vida pelo Seu Espírito são
seus filhos no sentido íntimo da salvação (Jo 1: 12, 13).
2. Idéias Errôneas
O Agnosticismo
Expressão originada de duas palavras gregas que significam "não sabendo". Nega a
capacidade humana de conhecer a Deus. "A mente finita não pode alcançar o infinito", declara o
agnóstico. Mas o agnóstico não vê que há grande diferença entre conhecer a Deus no sentido
absoluto e conhecer algumas coisas acerca de Deus. Não podemos compreender a Deus, isto é,
conhecê-Lo, inteira e perfeitamente; mas podemos aprender, isto é, ter uma concepção da Sua
Pessoa. Para rebatê-los, leia Êx. 33: 20; Jó 11: 7; Rm 11: 33, 34; I Co 13: 9-12.
O Politeísmo
O culto a muitos deuses era característico das religiões antigas e pratica-se ainda hoje em
muitas terras pagãs. Baseia-se ele sobre a idéia de que o universo é governado, não por uma força
só, mas sim por muitas, de maneira que há um deus da água, um deus do fogo, um deus das
montanhas, um deus da guerra, etc (Rm 1: 25). Abraão foi chamado a tornar-se uma testemunha
do único verdadeiro Deus; sua chamada foi o começo da missão de Israel, a qual era pregar o
monoteísmo (o culto a um só Deus). ao contrário de seus vizinhos.
O Panteísmo
Nega qualquer distinção entre a mente e a matéria; afirma que todas as manifestações de
vida e de mente e todas as forças, são simplesmente propriedades da matéria. "O pensamento é
secreção do cérebro como a bílis é secreção do fígado"; 'o homem é apenas uma máquina, são
esses alguns dos pensamentos prediletos dos materialistas. "O homem é simplesmente um
animal", declararam eles, pensando que com isto poderão extinguir o conceito generalizado
acerca da superioridade do ser humano e do seu destino divino.
O Destino
Admite que haja um Deus pessoal que criou o mundo; mas insiste em que, depois da
criação, Deus entregou o mesmo para ser governador pelas leis naturais. Em outras palavras, Ele
deu corda ao mundo como quem dá corda a um relógio e o deixou sem mais cuidado da Sua
parte. Dessa maneira não seria possível haver nenhum milagre. Esse sistema, às vezes, chama-se
racionalismo, porque eleva a razão à posição de supremo guia em assuntos de religião; também
se descreve como religião natural, como aposta à religião revelada. Tal sistema é refutado pelas
evidências da inspiração da Bíblia e as evidências das obras de Deus na história.
CAPÍTULO III
OS ATRIBUTOS DE DEUS
Sendo Deus um Ser infinito, é impossível que qualquer criatura O conheça exatamente
como Ele é. No entanto, Ele bondosamente revelou-se a nós através de linguagem compreensível
a nós. São as Santas Escrituras essa revelação. Por exemplo, Deus acerca de Si mesmo diz: "Eu
sou Santo", portanto, podemos afirmar: Deus é Santo. A santidade, então, é um atributo de Deus,
porque é uma qualidade que podemos atribuir ou aplicar a Ele. Dessa forma, com a ajuda da
revelação que Deus deu de Si mesmo, podemos regular os nossos pensamentos acerca de Deus.
a) Atributos sem relação entre si, ou seja, o que Deus é em Si próprio, aparte da criação.
c) Atributos morais, ou seja, o que Deus é em relação aos seres morais por Ele criados.
Deus é Espírito (João 4: 24). Deus é Espírito com personalidade; Ele pensa, sente e fala,
portanto, pode ter comunhão direta com Suas criaturas feitas à Sua imagem. Sendo Espírito,
Deus não está sujeito às limitações as quais se sujeitam os seres humanos dotados de corpo
físico.
Ele não possui partes corporais e nem está sujeito às paixões, Sua pessoa não se compõe
de nenhum elemento material, e não está sujeito às condições de existência natural. Portanto, não
pode ser visto com os olhos naturais nem apreendido pelos sentidos naturais.
Isto não implica em que Deus leve uma existência sombria e irreal, pois Jesus se referiu a
"forma" de Deus (João 5: 37; vide Filipenses 2: 6). Deus é uma pessoa real, mas de natureza tão
infinita que não se pode apreendê-lo plenamente pelo conhecimento humano, nem tão pouco
satisfatoriamente descrevê-lo em linguagem humana.
"Ninguém jamais viu a Deus", declara o apóstolo João (João 1: 18; vide Êxodo 33:20);
no entanto, em Êxodo 24: 9, 10 lemos que Moisés, e certos anciãos, "viram a Deus". Nisto não
há contradição; João quer dizer que nenhum homem jamais viu a Deus como Ele é. Mas sabemos
que o Espírito pode manifestar-Se em forma corpórea (Mateus 3: 16); portanto, Deus pode
manifestar-Se duma maneira perceptível ao homem. Deus também descreve a Sua personalidade
infinita em linguagem compreensíveis às mentes finitas; portanto; a Bíblia fala de Deus como Ser
que tem mãos, braços, olhos e ouvidos, e descreve-O como vendo, sentindo, ouvindo,
arrependendo-Se, etc.
Deus é infinito, isto é, não está sujeito às limitações naturais e humanas. A Sua infinidade vê-se
de duas maneiras: a) em relação ao espaço. Deus caracteriza-se pela imensidade (I Re 8: 27); isto
é: a natureza da Divindade está presente de modo igual em todo espaço infinito e em toda a parte
do mesmo. Nenhuma parte da existência está separada da sua presença ou de sua energia, e
nenhum ponto do espaço escapa à Sua influência. "Seu centro está em toda parte e Sua
circunferência em parte nenhuma". Mas, ao mesmo tempo, não devemos esquecer que existe um
lugar especial onde Sua presença e glória são reveladas duma maneira extraordinária; e esse
lugar é o céu. b) em relação ao tempo, Deus é eterno (Êx 15: 18; Dt 33: 27; Ne 9: 5; Sl 90: 2; Jr
10: 10; Ap 4: 8-10). Ele existe desde a eternidade e existirá por toda a eternidade. O passado, o
presente e o futuro são todos como o presente, à Sua compreensão. Sendo eterno, Ele é imutável -
"o mesmo ontem, hoje e eternamente". Esta é para o crente, uma verdade confortadora, podendo
assim descansar na confiança de que "O Deus da antiguidade é uma morada, e por baixo estão os
braços eternos" (Dt 33: 27).
Deus é o Único Deus (Êx 20: 3; Dt 4: 35, 39; 6: 4; I Sm 2: 2; II Sm 7: 22; I Re 8: 60; II Re 19:
15; Ne 9: 6; Is 44: 6-8; I Tm 1: 17). "Ouve ó Israel; Jeová nosso Deus é o único Deus". Era esse
um dos fundamentos da religião do Velho Testamento, sendo também essa mensagem especial a
um mundo que adorava a muitos deuses falsos.
Haverá contradição entre este ensino da unidade de Deus e o ensino da Trindade do Novo
Testamento? É necessário distinguir entre duas qualidades de unidade - unidade absoluta e
unidade composta. A expressão: "um homem", expressa a idéia de unidade absoluta, porque se
refere a uma só pessoa. Mas quando lemos que homem e mulher serão "uma só carne" (Gn 2:
24), essa é uma unidade composta, sendo que se refere à união de duas pessoas. Vide também Ez
37: 17; estas referências bíblicas empregam a mesma palavra para significar "um só" (“echad” na
língua hebraica) como se usa em Dt 6: 4. Existe outra palavra ("yachidh" no hebraico) que se usa
para exprimir a idéia de unidade absoluta (Gn 22: 2, 12; Amós 8: 10; Jr 6: 26; Zc 12: 10; Pv 4:
3; Jz 11: 34).
A qual classe de unidade se refere (Dt 6: 4)? Pelo fato de a palavra "nosso Deus” estar no
plural (ELOHIM no hebraico), concluímos que se refere à unidade composta. A doutrina da
Trindade ensina a unidade de Deus como unidade composta, inclusive de três Pessoas Divinas
unidas na essencial unidade eterna.
Deus é onipotente (Gn 1: 1; 17: 1; 18: 14; Êx 15: 7; Dt 3: 24; 32: 39; I Cr 16: 25; Jó 40: 2; Is
40: 12-15; Jr 32: 17; Ez 10: 5; Dn 3: 17; 4: 35; Am 4: 13; 5: 8; Zc 12: 1; Mt 19: 26; Ap 15: 3;
19: 6).
A onipotência de Deus significa duas coisas: a) Sua liberdade e poder para fazer tudo que
esteja em harmonia com a Sua natureza. "Pois para Deus nada será impossível". Isto
naturalmente não significa que Ele possa ou queira fazer alguma coisa contraditória à Sua
própria natureza - por exemplo, mentir ou roubar; ou que faria alguma coisa absurda ou
contraditória a Si mesmo, tal como fazer um círculo triangular, ou fazer água seca. b) Seu
controle e sabedoria sobre tudo que existe ou que pode existir. Mas sendo assim, por que se
pratica o mal neste mundo? É porque Deus dotou o homem de livre arbítrio, o qual Deus não
violará; Ele, portanto, permite os atos maus, mas com um sábio propósito de, finalmente,
dominar todo o mal. Somente Deus é Todo Poderoso e até mesmo Satanás nada pode fazer sem a
Sua permissão (Jó caps. 1 e 2).
Toda a vida é sustentada por Deus (Hb 1: 3; At 17: 25, 28; Dn 5: 23). A existência do homem
é qual som de nota de harmônico que soa enquanto os dedos comprimem as teclas. Assim
acontece sempre que a pessoa peca, está abusando dos dotes do próprio Criador. Todo pecado é
um insulto contra Deus.
Deus é Onipresente, isto é, o espaço material não O limita em ponto algum (Gn 28: 15, 16; Dt
4: 39; Js 2: 11; Sl 139: 7-10; Pv 15: 3, 11; Is 66: 1; Jr 23: 23,24; Am 9: 2-4,6; At 7: 48,49; Ef 1:
23). Qual diferença entre imensidade e onipresença? Imensidade é a presença de Deus em relação
ao espaço, enquanto onipresença é Sua presença revelada em relação às criaturas. Para Suas
críticas Ele está presente nas seguintes maneiras: a) em glória, para que as hostes O adorem no
céu (Is 6: 1-3). b) Eficazmente, na ordem natural (Naum 1: 3). c) Providencialmente, nos
assuntos relacionados com os homens (Sl 68: 7,8). d) Atentamente, àqueles que O buscam (Mt
18: 19,20; At 17: 27). e) Judicialmente, às consciências dos ímpios (Gn 3: 8; Sl 68: 1,2). O
homem não se deve iludir com o pensamento de que existe um cantinho no universo onde possa
escapar à lei do seu Criador. "Se o seu Deus está em toda a parte, então deve estar também no
inferno", disse um chinês a um cristão na China. "Sua ira sim está no inferno", a pronta resposta
do cristão. f) Corporalmente em Seu Filho. "Deus conosco" (Cl 2: 9). g) Misticamente na Igreja
(Ef 2: 12-22). h) Oficialmente, com seus obreiros (Mt 28: 19, 20).
Embora Deus esteja em todo lugar, Ele não habita em todo o lugar. Somente ao entrar em
relação pessoal com um grupo ou com um indivíduo se diz que habita com eles.
Deus é Onisciente, porque conhece todas as coisas (Gn 18: 18,19; II Re 8: 10,13; I Cr 28: 9; Sl
94: 9; 139: 1-16; 147: 4,5: Pv 15: 3; Is 29: 15,16; 40: 28; Jr 1: 4,5; Ez 11: 5; Dn 2: 22,28; Am 4:
13; Lc 16: 15; At 15: 8, 18; Rm 8: 27,29; I Co 3: 20; II Tm 2: 19; Hb 4: 13; I Pe 1: 2; I Jo 3:
20). O conhecimento de Deus é perfeito, Ele não precisa arrazoar, ou pesquisar as coisas, nem
aprender gradualmente - Seu conhecimento do passado, do presente e do futuro é instantâneo.
Há grande conforto na consideração desse atributo. Em todas as provas da vida o crente tem a
certeza de que "vosso pai celestial sabe" (Mt 6: 8).
A seguinte dificuldade se apresenta a alguns: sendo Deus conhecedor de toda as coisas, Ele
sabe quem se perderá; portanto, como pode então essa pessoa evitar de se perder?
Mas a presciência de Deus sobre o uso que a pessoa fará do livre arbítrio não obriga a escolher
este ou aquele destino. Deus prevê sem intervir.
Deus é Sábio (Sl 104: 24; Pv 3: 19; Jr 10: 12; Dn 2: 20,21; Rm 11: 33; I Co 1: 24,25,30; 2:
6,7; Ef 3: 10; Cl 2: 2,3). A sabedoria de Deus reúne a Sua onisciência e Sua onipotência. Ele tem
poder para levar a efeito Seu conhecimento de tal maneira que se realizem os melhores propósitos
possíveis pelos melhores meios possíveis. Deus sempre faz o bem de maneira certa e no tempo
certo. "Ele fez tudo bem".
Esta ação da parte de Deus, de organizar todas as coisas e executar a Sua vontade no curso dos
eventos com a finalidade de realizar o Seu bom propósito, chama-se Providência. A divina
providência geral relaciona-se com o universo como um todo; Sua providência particular
relaciona-se com os detalhes da vida do homem.
Deus é soberano, isto é, Ele tem o direito absoluto de governar e dispor de Suas criaturas como
Lhe apraz (Dn 4: 35; Mt 20: 15; Rm 9: 21). Ele possui esse direito em virtude de Sua infinita
superioridade, de Sua posse absoluta de todas as coisas, e da absoluta dependência das mesmas
perante Ele quanto à Sua contínua existência. Desta maneira, tanto e insensatez, como
transgressão, censurar os Seus caminhos.
Passando em revista o registro das obras de Deus para com os homens, aprendemos que:
Deus é Santo (Êx 15: 11; Lv 11: 44,45; 20: 26; Js 24: 19; I Sm 2: 2; Sl 5: 4; 119: 9; 145: 17;
Is 6: 3; 43: 14,15; Jr 23: 9; Lc 1: 49; Tg 1: 13; I Pe 1: 15,16; Ap 4: 8; 15: 3,4). A santidade de
Deus significa a Sua absoluta pureza moral; Ele não pode pecar nem tolerar o pecado. O sentido
original da palavra "santo" é: separado. Em que sentido está Deus separado? Ele está separado do
homem no espaço - Ele está no céu, o homem está na terra. Ele está separado do homem quanto à
natureza e caráter - Ele é perfeito, o homem é imperfeito; Ele é divino, e o homem é humano; Ele
é meramente perfeito, mas o homem é pecaminoso. Vemos, então, que a santidade é o atributo
que mantém a distinção entre Deus e a criatura. Não denota apenas um atributo de Deus, mas
sim a própria natureza divina. Portanto, quando Deus se revela a Si mesmo de modo a
impressionar ao homem com a Sua divindade, diz-se que Ele Se santificou (Ez 36: 23; 38: 23),
isto é, "Se revela a Si mesmo como o Santo. Quando os serafins descrevem o resplendor divino
que emana d’Aquele que está sentado sobre o trono, esses exclamam: "Santo, Santo, Santo é o
Senhor dos exércitos" (Is 6: 3).
Diz-se que os homens santificam a Deus quando O honram e o reverenciam como Divino (Nm
20: 12; Lv 10: 3; Is 8: 13). Quando O desonram, pela violação de Seus mandamentos, se diz que
profanam Seu nome - o qual é o contrário de santificar Seu nome (Mt 6: 9).
Somente Deus é santo em Si mesmo. Descrevem-se desta maneira o povo, os edifícios e objetos
santos porque Deus os fez santos e os tem santificado. A palavra "santo", quando se aplica a
pessoas ou a objetos, é termos que expressa relação com Jeová - pelo fato de estar separado para
o Seu serviço. Sendo separados, os objetos precisam estar limpos; e as pessoas devem consagrar-
se e viver de acordo com a Lei da santidade. Esses fatos constituem a base da doutrina da
santificação.
Deus é Justo. Qual é a diferença entre a santidade e a justiça? "A justiça é santidade em ação",
esta é uma das respostas. A justiça é a santidade de Deus manifesta no tratar retamente com Suas
criaturas . "Não fará justiça o Juiz de toda a terra?" (Gn 18: 25). A justiça é obediência a uma
norma reta; é conduta reta em relação a outrém. Quando é que Deus manifesta este atributo? (a)
Quando livra o inocente, condena o ímpio e exige que se faça justiça. Deus julga, não como o
fazem os juízes modernos, que baseiam seu julgamento sobre a evidência apresentada perante
eles por outrem. Deus mesmo descobre a evidência. Desta maneira o Messias, cheio do Espírito
Divino, não julgará "segundo a vista dos Seus olhos, nem reprovará segundo o ouvir dos Seus
ouvidos", mas julgará com justiça (Is 11: 3). (b) É quando perdoa o penitente (Sl 51: 14; I Jo 1:
9; Hb 6: 10). (c) É quando castiga e julga seu povo (Is 8: 17; Am 3: 2). (d) É quando salva Seu
povo. A manifestação a favor do Seu povo se chama Sua justiça (Is 46: 13; 45: 24,25). A
salvação é o lado negativo, a justiça é o positivo. Ele livra Seu povo dos seus pecados e de seus
inimigos, e o resultado é a justiça de coração (Is 51: 6; 54: 13; 60: 21; 61: 10). (e) É quando dá
vitória à causa de seus servos fiéis (Is 50: 4-9). Depois de Deus haver libertado Seu povo e
julgado os ímpios então teremos "novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça" (II
Pd 3: 13).
Deus não somente trata justamente como também requer justiça. Mas que sucederá no
caso de o homem haver pecado? Então Ele graciosamente justifica o penitente (Rm 4: 5). Esta é a
base da doutrina da justificação.
Notar-se-á que a natureza divina é a base das relações de Deus com os homens. Como
Ele é, assim Ele opera. O Santo santifica, o justo justifica.
Deus é fiel. Ele é absolutamente digno de confiança; as Suas palavras não falharão. Portanto,
Seu povo pode descansar em suas promessas (Êx 34: 6; Nm 23: 19; Dt 4: 31; Js 21: 43-45; 23:
14; I Sm 15: 29; Jr 4: 28; Is 25: 1; Ez 12: 25; Dn 9: 4; Mq 7: 20; Lc 18: 7,8; Rm 3: 4; 15: 8; I
Co 1: 9; 10: 13; II Co 1: 20; I Ts 5: 24; II Ts 3: 3; II Tm 2: 13; Hb 6: 18; 20: 23; I Pd 4: 19; Ap
15: 3).
Deus é Misericordioso. "A misericórdia de Deus é a divina bondade em ação com respeito às
misérias de Suas criaturas, bondade que se comove a favor deles, provendo o seu alívio, e, no
caso de pecadores impenitentes, demonstrando paciência longânima" (Hodge); (Tt 3: 5; Lm 3: 22;
Dn 9: 9; Jr 3: 12; Sl 32: 5; Is 49: 13; 54: 7). Uma das mais belas descrições da misericórdia de
Deus encontra-se no Salmo 103: 8-18. O conhecimento de Sua misericórdia torna-se a base da
esperança (Sl 130: 7), como também da confiança (Sl 52: 8). A misericórdia de Deus
manifestou-se de maneira eloqüente ao enviar Cristo ao mundo (Lc 1: 78).
Deus é amor. O amor é o atributo de Deus em razão do qual Ele deseja relação pessoal com
aqueles que possuem a sua imagem e, mui especialmente, com aqueles que foram santificados em
caráter, feitos semelhantes a Ele. Notemos a descrição do amor de Deus (Dt 7: 8; Ef 2: 4; Sf 3:
17; Is 49: 15,16; Rm 8: 39; Os 11: 4; Jr 31: 3); notemos a quem é manifestado (Jo 3: 16; 16: 27;
17: 23; Dt 10: 18); notemos como foi demonstrado (Jo 3: 16; I Jo 4: 9,10; Rm 9: 11-13; I Jo 3: 1;
Is 43: 3,4; Is 63: 9; Tt 3: 4-7; Is 38: 17; Ef 2: 4,5; Os 11: 4; Dt 7: 13; Rm 5: 5).
Deus é Bom. A bondade de Deus é o atributo em razão do qual Ele concede a vida e outras
bênçãos às Suas criaturas (Sl 25: 8; Naum 1: 7; Sl 145: 9; Rm 2: 4; Mt 5: 45; Sl 31: 19; At 14:
17 Sl 68: 10; 85: 5).
b) Sendo Deus Todo Poderoso, o mal existe por Sua permissão. Nem sempre podemos
compreender porque Ele permite o mal, pois os Seus caminhos são inescrutáveis. Ao
extremamente curioso Ele diria: "Que tens tu com isso? Segue-me tu." No entanto, podemos
compreender parte dos Seus caminhos - o suficiente para saber que Ele não erra. Assim escreveu
Stvenson, notável autor: "Se eu, através do buraquinho de guitarra, pode enxergar com os meus
olhos míopes minúscula fração do universo, e ainda receber no meu próprio destino algumas
evidências dum plano e algumas evidências duma bondade dominante, seria eu, então, tão
insensato a ponto de queixar-me de não poder entender tudo ? Não deveria eu sentir surpresa
infinita e grata, pelo fato de, em um empreendimento tão vasto como ele é, poder eu entender
algo, por pouco que seja, e fazer com que este pouco inspire minha fé?"
c) Deus é tão grande que pode fazer o mal cooperar para o bem. Recordemos como dominou a
maldade dos irmãos de José, e de Faraó, e de Herodes, e daqueles que rejeitaram e crucificaram a
Jesus. Acuradamente disse um erudito da antigüidade: "Deus Todo Poderoso não permitirá, de
maneira alguma, a existência do mal na Sua obra se não fosse tão onipotente e tão bom que até
mesmo do mal Ele pode operar o bem. "Muitos cristãos já saíram dos fogos do sofrimento com o
caráter purificado e a fé fortalecedora. O sofrimento os tem impelido ao seio de Deus. O
sofrimento foi a moeda que comprou o caráter provado no fogo.
d) Deus formou o universo segundo as leis naturais, e estas leis implicam na possibilidade de
acidentes. por exemplo, se a pessoa descuidada ou deliberadamente se deixar cair em um
precipício, essa pessoa sofrerá as conseqüências de ter violado a lei da gravidade. Mas ao
mesmo tempo, estamos satisfeitos com estas leis, pois de outra forma o mundo estaria num
estado de confusão.
e) É bom lembrar sempre que tal não é o estado perfeito das coisas. Deus teme m reserva outra
vida e uma época futura em que mostrará a razão de todos os seus tratados e ações. Sendo que
Ele opera segundo a "Hora Oficial Celestial", as vezes pensamos que Ele esteja tardando, mas
"bem depressa" fará justiça a seus escolhidos (Lc 18: 7,8). Não se deve julgar a Deus enquanto
não descer a cortina sobre a última cena do grande Drama dos Séculos. Então veremos como
"Ele tudo fez bem".
CAPÍTULO IV
A TRINDADE DIVINA
1. A Doutrina Declarada
As Escrituras ensinam que Deus é Um, e que além d'Ele não existe outro Deus. Poderia
surgir a pergunta: "Como podia Deus ter comunhão com alguém antes que existissem as criaturas
finitas? A resposta é que a unidade divina é uma unidade composta, e que nesta unidade há
realmente três Pessoas distintas, cada uma das quais é a Divindade, e que, no entanto, cada uma
está sumamente consciente das outras Duas. Assim é que vemos que havia comunhão antes que
fossem criadas quaisquer criaturas finitas. Portanto, Deus nunca esteve só.
Não é o caso de haver três Deuses, todos três independentes e de existência própria. Os
três cooperam unidos e num mesmo propósito, de maneira que no pleno sentido da palavra, são
"um". O Pai cria, o Filho redime, e o Espírito Santo santifica; e, no entanto, em cada uma dessas
operações divinas o Criador, mas também o Filho e o Espírito são tidos como cooperadores na
mesma obra. O Filho é preeminentemente o Redentor, mas também o Pai e o Espírito são
considerados como Pessoas que enviam o Filho a redimir. O Espírito Santo é o santificador, mas
também o Pai e o Filho cooperam nessa obra.
A Trindade é uma comunhão eterna, mas a obra da redenção do homem evocou a Sua
manifestação histórica. O Filho entrou no mundo duma maneira nova ao tomar sobre Si a
natureza humana e Lhe foi dado um novo nome, Jesus. O Espírito Santo entrou no mundo duma
maneira nova, isto é, como o Espírito de Cristo incorporado na Igreja. Mas ao mesmo tempo,
todos os três cooperam. O Pai testificou do Filho (Mt 3: 17); e o Filho testificou do Pai (João 5:
19). O Filho testificou do Espírito (João 14: 26), e mais tarde o Espírito testificou do Filho (João
15: 26).
2. A Doutrina Definida
Bem podemos compreender porque a doutrina da Trindade era às vezes mal entendida e mal
explicada. Era muito difícil achar termos humanos que pudessem expressar a unidade da
Divindade e ao mesmo tempo, a realidade e a distinção das Pessoas. Ao dar ênfase sobre a
realidade da Divindade de Jesus, e da personalidade do Espírito Santo, alguns escritores corriam
o perigo de cair no triteísmo - a crença em três deuses. Outros escritores, pondo ênfase sobre a
unidade de Deus, corriam perigo de esquecer-se da distinção entre as Pessoas. Este último erro é
comumente conhecido como sabelianismo, doutrina do bispo Sabélio que ensinou que Pai, Filho,
e Espírito Santo são simplesmente três aspectos ou manifestações de Deus. Este erro tem surgido
muitas vezes na história da Igreja e existe ainda hoje.
Essa doutrina do sabelianismo é claramente anti-bíblica e carece de aceitação, por causa das
distinções bíblicas entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O Pai ama e envia o Filho; o Filho veio
do Pai e voltou para o Pai. O Pai e o Filho enviam o Espírito; o Espírito intercede junto ao Pai.
Se então, o Pai, o Filho e o Espírito são apenas um Deus sob diferentes aspectos ou nomes, então
o Novo Testamento é uma confusão. Por exemplo, a leitura da oração intercessora (João 17) com
pensamento de que o Pai, Filho e Espírito fossem uma só pessoa, revelaria o absurdo dessa
doutrina, isto é, seria mais ou menos isto: "assim como eu me dei poder sobre toda a
humanidade... eu me glorificarei na terra, cumprindo a obra que me tenho dado para fazer; agora,
glorifico-me a mim mesmo com a glória minha que eu tive junto de mim mesmo antes que
houvesse mundo".
3. A Doutrina Provada
a) O Velho Testamento.
Embora essa doutrina não fosse explicitamente mencionada, o princípio dela descobre-se
no Velho Testamento. Sempre que um hebreu pronunciava o nome de Deus (Elohim) ele estava
realmente dizendo "deuses", pois a palavra é plural, e às vezes se usa em hebraico acompanhada
de adjetivo plural (Js 24: 18,19) e com verbo no plural. (Gn 35: 7). Imaginemos o fato de que
Deus é Um, e no entanto é Elohim - "Deuses". Facilmente podemos imaginar que ele chegasse à
conclusão de que existisse pluralidade de pessoas dentro de um só Deus. Paulo, o apóstolo, nunca
cessou de crer na unidade de Deus como lhe fora ensinada desde a sua mocidade; (I Tm 2: 5; I
Co 8: 4); de fato, Paulo insistia em que não ensinava outra coisa senão aquelas que se
encontravam na Lei e nos Profetas. Seu Deus era o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. No entanto,
pregava a divindade de Cristo (Fp 2: 6-8; I Tm 3: 16) e a personalidade do Espírito Santo (Ef 4:
30) e incluiu as três Pessoas juntas na benção apostólica (II Co 13: 13).
3. O Espírito Santo. Gn 1: 2; Is 11: 2,3; 48: 16; 61: 1; 63: 10. Prenúncios da Trindade vêem-se
na tríplice benção de Números 6: 24-26 e na tríplice doxologia, Is 6: 3.
b) O Novo Testamento.
Assim à Igreja primitiva se apresentavam estes dois fatos; que Deus é um, e o que o Pai é
Deus; o Filho é Deus e o espírito Santo é Deus. E estes dois grandes fatos concernentes a Deus
constituem a doutrina da Trindade. Deus, o Pai, era para eles uma realidade: o Filho, era para
eles uma realidade; e da mesma forma, o Espírito Santo. E, diante desses fatos, a única conclusão
a que se podia chegar era a seguinte: que havia na Divindade uma verdadeira, embora misteriosa,
distinção de personalidades, distinção que se tornou manifesta na obra divina para redimir o
homem.
2. Cada uma é chamada Jeová (Dt 6: 4; Jr 23: 6 Ez 8: 1,3); o Senhor (Rm 10:12; Lc 2:11); o
Deus de Israel (Mt 15:31; Lc 1: 16,17; II Sm 23:2,3); o Legislador (Rm 7:25; Gl 6:2; Rm 8:2;
Tg 4:12); onipresente (Jr 23:24; Ef 1:22; Sl 139:7,8); a fonte da vida (Dt 30:20; Rm 8:10). Mas,
ao mesmo tempo, afirma-se que há um só Ser que pode ser descrito dessa maneira.
3. Cada um fez o homem (Sl 100:3; Jo 1:3; Jó 33:4); vivifica os mortos (Jo 5:21; 6:33); levantou
o Cristo (I Co 6:14; Jo 2:19; I Pd 3:18); comissiona o ministério (II Co 3:5; I Tm 1:12; At
20:28); santifica o povo de Deus (Jd 1; Hb 2:11; Rm 15:16) e faz todas as operações espirituais
(I Co 12: 6; Cl 3:11; I Co 12:11). Sem embargo, é claro que somente Deus é capaz de fazer essas
coisas.
4. A Doutrina Ilustrada
Como podem três Pessoas ser um Deus? - é uma pergunta que deixa muita gente
perplexa. Não nos admiramos dessa estranheza, pois, ao considerar a natureza interna de Deus,
estamos tratando de uma forma de existência muito diferente da nossa.
a) A Natureza
1) A água é uma, mas esta também é conhecida sob três formas - água, gelo e neve.
2) Há uma eletricidade, mas no bonde ela funciona sob a forma de movimento, luz e calor.
5) Todo o raio de luz realmente se compõe de três raios: primeiro, o actínico, que é invisível;
segundo, o lumífero, que é visível; terceiro, o calorífero, que produz calor, o qual se sente.
6) O triângulo tem três lados e três ângulos; tirai-lhe um lado e não é mais triângulo. Onde há três
ângulos há um triângulo.
b) A Personalidade Humana
Deus disse, "Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança". O homem é
um, e, no entanto, tripartido, consistindo de espírito, alma e corpo. O conhecimento humano
assinala divisões na personalidade. Não temos sido cônscios, às vezes, de arrazoar conosco
mesmo e de estarmos ouvindo a conversação? Eu falo comigo mesmo, e escuto a eu mesmo
falando comigo mesmo!
c) Relação
Deus é amor. Era eternamente o Amante. Mas o amor requer um objeto a ser amado; e, sendo
eterno, deve ter tido um objeto de amor eterno, a saber, Seu filho. O amante eterno e o Amado
eterno! O vínculo eterno e o caudal desse amor é o Espírito Santo. Nosso governo é um, mas é
constituído de três poderes legislativos, judiciário e executivo.
CRISTOLOGIA
A DOUTRINA DE CRISTO
ÍNDICE
A PREEXISTÊNCIA DE CRISTO
Ferido, esbofeteado e
cuspido Is 50.6; Mq 5.1 Mc 14.65; Mt 27.30
Acusado por falsas
Testemunhas Sl 27.12; 35.11 Mt 26.59,60
Abandonado pelo Pai Sl 22.1 Mt 27.46
Ultrajado Sl 22.7,8; 69.19,20; 89,51 Mt 27.39-44
Deram-lhe vinagre e fel Sl 69.21 Mt 27.34
Contado com os perversosIs 53.12 Mc 15.28
Intercede pelos inimigos Is 53.12; Sl 109.4 Lc 23.34
Vestes repartidas Sl 22.18 Mt 27.35
Ossos não quebrados Ex 12.46; Nm 9.12; Sl 34.20 Jo 19.33,36
Furado no lado Zc 12.10 Jo 19.34,37
Rocha Dt 32.15 I Co 10.4
Abandonado pelos seus Zc 13.7 Mt 26.31,56
Dores e agonia Sl 22.14,15; 40.12;
Is 52.14; 53.3 Lc 22.42,44
Paciente e silencioso Is 53.7 Mt 26.63
Condenado à morte Is 53.12; Dn 9.26 Mt 27.50
Prodígios na sua morte Am 8.9 Mt 27.45
Sepultado com os ricos Is 53.9 Mt 27.57,60
Sua carne não veria
Corrupção Sl 16.10 At 2.31
Ascensão para o céu Sl 24.7,10; 68.18 Lc 24.51; At 1.9
Fuga para o Egito Os 11.1 Mt 2.15
Ofício sacerdotal Zc 6.13 Rm 8.34
Pobreza pessoal Is 53.2 Mc 6.3; Lc 9.58
Sentado à direita de Deus Sl 110.1 Hb 1.3
Domínio Universal Sl 72.8; Dn 7.14 Fl 2.9,11
Reino perpétuo Is 9.7; Dn 7.14 Lc 1.32, 33
Sacerdote da ordem de
Melquisedeque Sl 110.4 Hb 5.5,6
Rei em Sião Sl 2.6 Lc 1.32; Jo 18.33-37
Como noivo Sl 19.5; Is 61.10 Mt 9.15; 25.1-10;Jo 3.29
Servo Is 42.1,19; 44.21 Mt 20.28
Amado de Deus Ct 1.13 Mt 3.17
Capitão Is 5.14 Hb 2.10
Desejado dos povos Ag 2.7 Jo 12
Eleito Is 13.1 Jo 6.6
O "Eu Sou" Ex 3.14 Jo 8.58
Páscoa Ex 12 I Co 5.7
a). A forma verbal de Gn 1.26 e textos paralelos sugere a existência da presença de mais de uma
Pessoa na Divindade.
b). Do cântico tríplice dos serafins descritos em Is 6.3, se entende que os seres celestiais
entoavam louvores a Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
c). Os inúmeros tipo, figuras registradas desde que Adão e Eva pecaram, apontam para um
Salvador preexistente.
d). Os sacrifícios abundantes que Israel ofereciam prefiguram a Pessoa e a Obra de Cristo.
e). As profecias alusivas à Redenção do homem indicam, sistemática e objetivamente, que sempre
existiu no alto conselho de Deus, um Salvador dos homens, Essas profecias se estendem de
Gênesis a Apocalipse. Ler Jo 5.46 e Lc 24.27,44.
f). O Anjo de Jeová (Anjo do Senhor) freqüentemente mencionado nalguns livros do VT.,
demonstra aparições teofânicas de Cristo, precedendo a sua Encarnação.
CAPÍTULO II
A ENCARNAÇÃO DE CRISTO
A Encarnação de Cristo é um dos maiores mistérios encerrados na Bíblia Sagrada. Ele tornou
possível a Salvação do homem e sua reconciliação com Deus. Ignorar o seu valor é ignorar a
estrutura da Obra Redentora cumprida através do Cristo Encarnado.
O nascimento de Jesus não significa sua origem, porque Ele é o Cristo Preexistente. Seu
nascimento é a Obra de Encarnação, a porta de acesso à presença humana de Deus entre os
homens - Emanuel (Mt 1.23).
O nascimento de Jesus é o maior mistério da biologia, porque Ele não foi gerado por homem
algum. É o único nascido de mulher (Gl 4.4).
Jesus é chamado de último Adão (I Co 15.45). Existe uma profunda semelhança entre Jesus e
Adão, quanto a singularidade de suas aparições no mundo. Entretanto, Adão nunca foi uma
criança. E depois de Jesus, ninguém mais nascerá sobrenaturalmente como Ele, Ele é o último
Adão.
A maneira como Jesus isenta-o da paternidade pecadora, logo Ele não herdou a contaminação
do pecado humano. Exceto neste aspecto, Ele era semelhante aos demais homens.
A encarnação de Cristo foi profetizada milhares de anos antes do Seu nascimento (Gn 3.15), foi
depois confirmada.
No sentido em que Jesus é Filho de Deus, ninguém mais o é, Ele é o UNIGÊNITO (Jo 3.16).
Se não houvesse encarnado-se, Jesus jamais poderia morrer (Hb 2.9-14; 9.26).
Pela Encarnação Jesus provou, experimentou os sentimentos e provações próprios dos homens
(Hb 2.17,18).
01. Jesus é chamado de Filho do homem mais de oitenta (80) vezes na Bíblia.
02. Jesus possuía um corpo realmente de carne. Jo 1.14; Hb 10.5.
03. Jesus nasceu de uma mulher. Gl 4.4; Mt 1.18.
04. Jesus tornou-se semelhante aos homens. Fp 2.7,8.
05. Jesus tornou-se semelhança da carne do pecado. Rm 8.3 (ver II Co 5.21)
06. Jesus participou da carne e do sangue (Hb 2.14).
07. Jesus foi um menino Is 9.6; 7.14; Mt 1.18-25; Lc 2.12.
08. Jesus cresceu. Lc 2.52
09. Jesus experimentou sofrimentos. Is 53.5; Mt 26.38
10. Jesus era um homem. I Tm 2.5; Jo 8.40.
11. Jesus acolheu um discípulo em seu peito. Jo 13.23-25.
12. Jesus esteve cansado. Jo 4.6
13. Jesus sentiu sede. Jo 19.28
14. Jesus foi tentado. Mt 4.2; Hb 4.15
15. Jesus turbou-se em seu espírito. Jo 13.21
16. Jesus suou. Lc 22.44
17. Jesus dormiu. Mc 4.38
18. Jesus chorou. Jo 11.35
19. Jesus morreu. Jo 19.33
20. Jesus foi sepultado. Jo 19.42
21. Jesus possui corpo, alma e espírito. I Ts 5.23; Jo 2.21 e Lc 23.46.
Se Jesus não tivesse se tornado verdadeiramente homem, não poderia ser o nosso mediador. Se
não houvesse feito referências à Sua Divindade, não nos poderia salvar. No tópico a seguir
estudaremos a respeito de Sua divindade.
CAPÍTULO III
A DIVINDADE DE CRISTO.
Uma das mais significativas batalhas que a Igreja de Cristo tem travado no terreno da Teologia refere-
se à doutrina da Divindade de Cristo. Adversários (os mais variados e de procedências das mais
distintas), se têm levantado furiosamente, desejando lançar por terra tudo aquilo que a Bíblia ensina
categoricamente. Cristo, o Filho de Deus, é Deus. O estudo da Divindade de Cristo nos ajudará a ter
fortalecida a nossa fé e nos prevenir contra os falsos doutores, previstos para os últimos dias em grande
escala, os quais negam abertamente, segundo a própria Bíblia que "Jesus Cristo é o verdadeiro Deus e a
vida eterna".
Várias vezes na Bíblia Jesus Cristo é chamado Deus (Jo 1.1): "E o Verbo era Deus". (Jo 20.28):
"Senhor meu, e Deus meu". (ver I Jo 5.20).
Em Colossenses 2.9 lemos que "n'Ele (em Jesus) habita corporalmente toda a plenitude da divindade".
Outra tradução afirma que "habita substancialmente".
Atributos privativos de Deus são mencionados em relação à pessoa de Jesus Cristo. "Pai da
eternidade". (Is 9.6): "Saídas desde a eternidade", (Miquéias 5.2); "No princípio...", (Jo 1.1) compare
com Gn 1,
"Eu" (Jo 8.58) - compare com Ex 3.14; Cl 1.17; Hb 7.13; 13.8; Ap 1.8. Mt 28.20: Ele estará todos os
dias, em todos os lugares e com todos os crentes. Ef 1.21; Cl 2.10; Jo 16.15. Tudo o que é próprio do
Pai, a Ele também pertence. Uma explicação de Cl 2.9. "Ele sabe todas as coisas". Ap 2.2,9,13,19.
Inúmeras vezes encontramos nas Escrituras Jesus realizando atos divinos.
Jesus é o unigênito Filho de Deus. Ele nunca é mencionado como um Filho de Deus. Ele é o
UNIGÊNITO de Deus. Jo 3.16; Mt 16.15-17; Jo 5.18; Sl 2.7; At 13.33.
No Novo Testamento Jesus Cristo é chamado de Senhor (forma grega do hebraico Deus, no
V.T.). Ver Is 45.5,6 e comparar com Lc 2.11 etc. Jesus é chamado de Senhor 133 vezes nos Evangelhos,
84 em Atos e 150 nos demais livros no N.T.
Alguns convites e afirmações feitos por Jesus unicamente poderiam ser feitos por Deus. Leia-se
Mt 11.28; Jo 14.6; 11.25. O aluno poderá relacionar outros. Leia-se, finalmente, como subsídio a esta
lição (Jo 12.37-41).
Agora que já vimos demos algumas informações sobre a Divindade de Cristo, faça uma relação
de 10 textos bíblicos nos quais Jesus é chamado de Filho de Deus e anote abaixo para fixação e
comparação no que iremos analisar a seguir.
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A Importância do Título.
Quando lemos os Evangelhos nos deparamos com 86 referências às pessoas de Jesus Cristo
como Filho do Homem. Vale notar que todas essas referências são atribuídas pelo próprio Jesus. Embora
Ele nunca se chamasse a si mesmo de Messias, designou-se, em tão grande número de vezes de Filho do
Homem, que importância haverá neste título? (Somente duas vezes o título não é mencionado pelo
próprio Cristo: Jo 12.34)
Existem dois significados usuais da Palavra Filho, segundo o consenso dos judeus.
Particularmente no tempo do Velho Testamento.
b). Ser filho significa ter direito de participar em tudo que pertence ao pai. Leia-se Sl 2.7,8.
À luz destas considerações, Filho do Homem significa participação da natureza humana.
Compare-se Nm 23.19 e Jo 16.21.
No entanto, Ele nunca aparece como filho de homem ou filho de um homem. No mais alto
sentido, "Jesus é o homem ideal, universal e absoluto."
Título Messiânico.
Nos tempos do Velho Testamento e ainda nos tempos de Jesus empregava-se a expressão
FILHO DO HOMEM com certo conceito messiânico, um conceito de exaltação. A referência principal
da origem desse conceito vemos em Dn 7 e 8.
Ao adotar para si mesmo este título, Jesus não somente se identifica com o gênero humano, mas admite
igualmente ser o Messias prometido e esperado "Jesus, entre os homens, é o único que pode ser
apresentado à admiração universal. n’Ele se fundem, em alta harmonia, as virtudes mais raras e os
sentimentos mais humanos, as quais, nos outros homens ou se limitam ou se excluem reciprocamente".
Em sua "Teologia Bíblica do Novo Testamento", Langston menciona a existência de três grupos nas
quais Jesus é chamado de Filho do Homem.
Sentido Único.
Existem vários grupos aos quais a Bíblia chama de filhos de Deus: anjos, Adão, os crentes,
Israel, etc.
No sentido em que Cristo é chamado Filho de Deus nas Escrituras, ninguém mais o é. Cristo é o Filho
de Deus.
O Mistério.
Naturalmente temos de aceitar a revelação bíblica como um mistério. Não pode o entendimento
humano compreender facilmente o ministério da designação simultânea, dada a Jesus cristo, Filho de
Deus e Filho do Homem. Leia-se I Tm 3.1,6; Cl 2.2; Mt 11.27.
Filho Gerado.
a. Filhos gerados
b. Filhos criados
c. Filhos adotados
Jesus não é filho adotado e muito menos filho criado. É Filho Gerado. A Bíblia o chama de
Unigênito (único gerado) de Deus. O homem gera outro homem, porém faz ou cria uma estátua, que
pode ser semelhante a outro homem, porém não é igual, não tem a mesma natureza. Somente os filhos
gerados possuem a mesma natureza. Leia-se Jo 1.14,18; 3.16; 3.18; Cl 1.15-18; I Jo 4.9.
Consciência de Cristo.
Cristo tinha consciência plena de ser Filho de Deus. Desde os 12 anos Ele revelou uma
identidade especial entre si e Deus.
O Evangelho de João, mais que qualquer outro, traz a lume essa identidade. Veja-se João 20.17.
Os judeus, mais uma vez, quiseram apedrejá-lo, pois consideraram blasfêmia o fato de ter Ele declarado
ser Deus o Seu Pai. Por idêntica razão foi Ele condenado à morte. Jo 10.33,36 Mt 26.63-66. Verifique,
na Bíblia, a diferença do uso, por Jesus, das expressões "vosso Pai", "nosso Pai" e "meu Pai".
A Ressurreição.
Assim como os judeus condenaram-no pela sã declaração de ser Filho de Deus, a sua
ressurreição foi um testemunho público do que Ele anunciara, pois a ressurreição declarou o Filho de
Deus em poder". Rm 1.4.
Se tomarmos para estudo Mt 11.27, descobriremos que a expressão Filho de Deus estabelece
uma relação incomparável entre Jesus e Deus, relação que outra pessoa jamais poderá alcançar um nível
tão absoluto.
Aba, Pai
O uso desta palavra aramaica pelos judeus era privativo dos filhos de judeus legítimos. Nunca era
usado em relação aos filhos de escravas ou prosélitos. O uso por Jesus demonstra uma filiação perfeita
dele para com Deus. Leia Gl 4.24; Rm 8.15.
CAPÍTULO IV
Todos os comentários das Escrituras Sagradas são unânimes em conceder ênfase a Obra
de Cristo como Profeta, Sacerdote e Rei. Estes três ofícios aparecem simultaneamente no Velho
Testamento e bem assim no Novo Testamento.
1. Cristo, Profeta
a. Sua sabedoria.
b. Sua autoridade.
c. Seus objetivos.
d. Seu método.
Jesus pregou o Reino de Deus, como um poder, como uma sociedade espiritual e como
um organismo místico perfeito.
Lemos em Mt 21.11 que a multidão dizia: "este é Jesus, o verdadeiro Profeta de Nazaré".
E em Lc 24.19 está escrito que Ele "foi um varão Profeta, poderoso em obras e palavras diante
de Deus e de todo o povo".
Jesus, pois, 'e verdadeiramente o Profeta que devia vir ao mundo". Jo 6.14.
2. Cristo, Sacerdote.
Desde que o homem pecou, tem ele necessidade de um sacrifício. Pecado é o afastamento
de Deus. Sacrifício é o meio de volta para Deus. Na incapacidade de efetuar um perfeito
sacrifício diante de Si, proveu para o homem, um Sacerdote - Cristo. Ef 5.2; Rm 5.11; II Co
5.18.
Leia Números 17. O florescimento da vara de Arão foi uma demonstração inequívoca do
próprio Deus de que Arão, como sacerdote (sumo), não funcionava sob sua própria autoridade,
mas sob a de Deus, o Senhor do sacerdócio.
O capítulo 9 de Hebreus, entre outros, merece ser estudado cuidadosamente. Ele trata de
modo expressivo da penetração do Sumo Sacerdote no Santo dos Santos, exatamente a Obra de
Cristo desempenhou, em caráter definitivo, tornando-se, assim, nosso Sumo Sacerdote para
sempre.
d. "Outro sacerdote, que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal mas segundo a virtude
da vida incorruptível." Hb 7.15,16.
e. "Sumo Sacerdote Santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que
os céus." Hb 7.26.
f. "Sumo Sacerdote, que está assentado nos céus à destra do trono de majestade." Hb 8.1.
3. Cristo, O Rei.
A nenhuma outra pessoa é dada por tal. Este título pertence tão inerentemente como a Jesus.
Ele é Rei de um modo tríplice:
a. Cristo é Rei no presente, de modo invisível, pela obra magnífica de liderança espiritual que Ele
executa na Igreja, o Reino de Deus.
b. Cristo será Rei no futuro, tendo em vista a instauração do Milênio. E, "sendo Rei, reinará com
justiça", ocasião em que "a terra se encherá do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o
mar". Sl 66.4; 72.16-19; Is 2.2 etc.
a. Cristo é Rei em relação ao Universo. É o Reino de Poder. Sl 2.6-8; 8.6; Mt 20.31,32; 28.18;
Hb 1.3; 2.8,9; Ap 19.15,16. Nesta qualidade, Ele sustenta governa e julga o mundo.
b. Cristo é Rei em relação à Igreja militante. É um Reino de graça. Lc 2.11; 19.38; Jo 18.36,37;
Ef 1.22; Hb 1.8. Nesta qualidade Ele estabelece, legisla, administra, defende e faz crescer.
Lendo I Tm 6.14-16 entendemos que em Sua vinda, Cristo se revelará como o Rei dos
reis. O Diabo sempre quis fazer esse rei, estabelecer esse reino universal. Mas, Cristo o será,
glória a Deus. Devemos ter muito cuidado com as heresias sobre o reinado de Cristo, desde 1914
ou outras datas. Jesus ainda não estabeleceu Seu Reino visível na terra. Quando isto acontecer,
duas coisas serão enfáticas no Seu Reino: Paz e justiça.
a. Pentateuco - Nm 24.17
b. Poético - Sl 72.8,11
c. Proféticos - Is 9.6,7; 32.1; Jr 30.9; Ez 37.24,25; Dn 7.13,14; Os 3.5; Mc 5.2; etc.
d. Evangelhos - Mt 2.2,6; 19.28; 21.5; 28.18; Lc 1.33; 19.27; 22.29,30; Jo 1.49; 12.13,15;
12.19.
CAPÍTULO V
A OBRA DE CRISTO
Cristo realizou muitas obras, porém a obra suprema que Ele consumou foi a de morrer
pelos pecados do mundo. Mt 1.21; Jo 1.29. Incluídas nessa obra expiatória, figuram a sua morte,
ressurreição, e ascensão. Não somente devia Ele morrer por nós, como também viver por nós.
Não somente devia ressuscitar por nós, como também ascender para interceder por nós diante de
Deus. (Rm 8.34; 4.25; 5.10).
1. A morte de Cristo.
Sua importância.
Seu significado.
O homem não pode livrar-se da condenação; a libertação terá que vir da parte de Deus.
Para isso Deus teria que tomar a iniciativa de salvar o homem. O testemunho das Escrituras é
esse: que Deus assim fez. Ele enviou Seu Filho do céu à terra para remover esse obstáculo e
dessa maneira reconciliou os homens com Deus. Ao morrer por nossos pecados, Jesus removeu a
barreira; levou o que nós devamos ter levado; realizou por nós o que estávamos impossibilitados
de fazer por nós mesmos; isso Ele fez porque possibilitados de fazer por nós mesmos; isso Ele fez
porque era vontade de Seu Pai. Essa é a essência da expiação de Cristo.
2. A Ressurreição de Cristo.
A evidência da ressurreição.
Como vamos explicar a própria existência e origem da Igreja cristã, que certamente teria
permanecido sepultada juntamente com seu Senhor - se Ele não tivesse ressuscitado? A Igreja
viva e radiante do dia de Pentecostes não nasceu de um dirigente morto!
Que faremos com o testemunho daqueles que viram a Jesus depois de Sua ressurreição,
muitos dos quais O apalparam, falaram e comeram com Ele; centenas dos quais, Paulo disse,
estavam vivos naqueles dias, muitos dos quais, cujo testemunho inspirado encontra-se no Novo
Testamento?
Muitas tentativas já foram feitas para superar esse fato. Os chefes dos judeus asseveram
que os discípulos de Jesus haviam roubado o Seu corpo. Mas isso não explica como um pequeno
grupo de tímidos e desanimados discípulos pôde reunir suficiente coragem para arrebatar dos
endurecidos soldados romanos o corpo de seu Mestre, cuja morte lhes significava o fracasso
completo das sua esperanças!
2) Jesus realmente não morreu; Ele simplesmente desmaiou e ainda estava vivo quando tiraram
da cruz. A isso respondemos: então um Jesus pálido e exausto, decaído e abatido, podia persuadir
aos discípulos cheios de dúvidas, e sobre tudo a um Tomé, de que Ele era o ressuscitado Senhor
da vida? Não é possível!
Essas explicações são tão inconsistentes que por si mesmas se refutam. Novamente
afirmamos, Cristo ressuscitou! De Wette, um teólogo modernista, ele mesmo afirmou que "a
ressurreição de Jesus Cristo é um fato tão bem comprovado quanto o fato histórico do
assassinato de Júlio César.
O significado da ressurreição.
Ela significa que Jesus é tudo quanto Ele afirmou ser. - O Filho de Deus, Salvador, e
Senhor. Rm 1.4. Isso significa que a morte expiatória de Cristo foi uma divina realidade, e que o
homem pode encontrar o perdão dos seus pecados, e assim ter paz com Deus. Rm 4.25.
Isso significa que temos um Sumo Sacerdote no céu que se compadece de nós, que viveu
a nossa vida, e conhece as nossas tristezas e fraquezas, e que é poderoso para dar-nos poder para
diariamente viver a vida de Cristo. Jesus que morreu por nós, agora vive por nós. Rm 8.34, Hb
7.25. Isso significa que podemos saber que há uma vida vindoura. Uma objeção comum a essa
verdade é: "Mas ninguém jamais voltou para falar-nos do outro mundo." Mas alguém voltou -
esse alguém é Jesus Cristo! "Se um homem morrer, tornará a viver?" A essa pergunta antiga a
ciência somente pode dizer: "Não sei." A filosofia apenas diz: "Deve haver uma vida futura."
3. A Ascensão de Cristo.
O Cristo Celestial.
Jesus deixou o mundo porque havia chegado o tempo de regressar ao Pai. Sua partida foi
uma "subida", assim como Sua entrada ao mundo havia sido "descida". Ele que desceu agora
subiu para onde estava antes. E assim como Sua entrada no mundo foi sobrenatural, assim o foi
Sua partida.
A ascensão vem a ser a linha divisória entre dois períodos da vida de Cristo: do
nascimento até a ressurreição, Ele é o Cristo da história humana. Aquele que viveu uma vida
humana perfeita sob condições terrenas. Desde a ascensão, Ele é o Cristo da experiência
espiritual, que vive no céu e tem contato com os homens por meio do Espírito Santo.
O Cristo exaltado.
Afirma certa passagem que Cristo "subiu", e outra que foi "levado acima". A primeira
representa a Cristo como entrando na presença do Pai por sua própria vontade e direito; a
segunda dá ênfase à ação do Pai pela qual Ele foi exaltado em recompensa da Sua obediência até
à morte.
Foi em vista de Sua ascensão e exaltado que Cristo declarou: "É me dado todo o poder
(autoridade) no céu e na terra." Mt 28.18. Ver Ef 1.20-23; I Pd 3.22; Fp 2.9-11; Ap 5.12.
O Cristo soberano.
Cristo ascendeu a um lugar de autoridade sobre todas as criaturas. Ele é a "cabeça de
todo o varão" (I Co 11.3), a "cabeça de todo o principado e potestade" (Cl 2.10); todas as
autoridades do mundo invisível, tanto como as do mundo dos homens, estão sob seu domínio. I
Pd 3.22; Rm 14.9; Fp 2.10,11. Ele possui essa soberania universal para ser exercida para o bem
da Igreja, a qual é Seu corpo; Deus "sujeitou todas as coisas a Seus pés, e sobre todas as coisas o
constituiu como cabeça da Igreja." Em um sentido muito especial, portanto, Cristo é a "cabeça da
Igreja". Essa autoridade se manifesta de duas maneiras:
1) Pela autoridade exercida por Ele sobre os membros da Igreja. Paulo usou a relação
matrimonial como ilustração da relação entre Cristo e a Igreja. Ef 5.22,23. Como a Igreja vive
em sujeição a Cristo, assim as mulheres devem estar sujeitas a seus maridos; como Cristo amou a
Igreja, amor de ambos os lados - o amor retribuindo amor, devem exercer sua autoridade no
espírito de amor e sacrifício próprio.
2) O Cristo glorificado não é somente o poder que dirige e governa a Igreja, é também a fonte de
vida e de poder. O que a videira é para a vara, o que a cabeça é para o corpo, assim é o Cristo
vivo para a sua Igreja. Apesar de estar no céu, a Cabeça da Igreja, Cristo, está na mais íntima
união com Seu corpo na terra, sendo o Espírito Santo o vínculo. Ef 4.15,16; Cl 2.19.
O Cristo intercessor.
3. O conhecimento interno do Cristo glorificado produzirá uma atitude correta para com o mundo
e as coisas do mundo. "Mas a nossa cidade (transcrita literalmente, "cidadania" está nos céus
donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. "Fp 3.20.
5. Junto a fé no Cristo glorificado temos a bendita e alegre esperança de Seu regresso. "E se eu
for, e vos preparar lugar, virei outra vez." Jo 14.3.