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Cosmovisão Reformada
Rei e Pastor:
O Senhor na visão e vivência dos salmistas (4)
Muito de o seu agir é agenciado por sua palavra que cria, recria, sustenta e
transforma (Gn 1.1/Gn 2.4).2 Antes de tratar da matéria, as Escrituras iniciam com o
Deus que cria e depois, narra o que realizou.
Sem a revelação de Deus seria impossível crer ou falar de Deus. 7 No entanto, nós
podemos conhecê-lo genuína e pessoalmente. Nesse sentido, exulta o salmista:
“Conhecido ([d;y") (yada’)8 é Deus em Judá; grande (lAdG") (gadol) (= supremo), o
seu nome em Israel” (Sl 76.1).
O Senhor em sua Palavra, além de nos revelar facetas sublimes de sua natureza,
nos dá a conhecer aspectos de seu propósito eterno, que envolve o seu amor que
antecede à nossa criação, o seu cuidado para conosco nos instruindo como
devemos viver, a correção quando nos desviamos, e, a garantia final de nossa
salvação futura já assegurada.
Transcendência e imanência
1) O Céu e a Terra não podem conter Deus: 1Rs 8.27; Is 66.1; At 7.48,49.
Foi com este Deus que nossos primeiros Pais se relacionavam, mas, optaram por
rejeitarem-no, justamente porque tinham a pretensão de serem iguais a Ele.
9
Ele é “independente e verdadeiramente autopoderoso”, sintetiza Turretini. (François Turretini,
Compêndio de Teologia Apologética, São Paulo: Cultura Cristã, 2011, v. 1, p. 334). Do mesmo modo,
veja-se também a p. 547. Veja-se o instrutivo e edificante capítulo de MacArthur: John F. MacArthur,
Jr., Deus: face a face com Sua Majestade, São José dos Campos, SP.: Editora Fiel, 2013, p. 91-107.
10
João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo: Paracletos, 1999, v. 1, (Sl 11.4-5), p. 241.
11
Veja-se: John Frame, Teologia Sistemática, São Paulo: Cultura Cristã, 2019, v. 1, p. 92ss.
Rei e Pastor: O Senhor na visão e vivência dos salmistas (Sl 23) - Rev. Hermisten – 02/11/2023 – 4
Isso não significa que possamos esgotar o mundo real ou, que em todos os
pontos do conhecimento teremos unanimidade, antes, que é possível submeter o
nosso conhecimento ao que é considerado absoluto, podendo, assim, sujeitar as
nossas compreensões a um aperfeiçoamento constante. Contudo, conforme
escrevemos em outro lugar, uma visão conjunta, considerando as visões diferentes
e complementares de pessoas, lugares e épocas diferentes, ainda que não esgotem
o fenômeno, podem nos ajudar a obter uma compreensão mais rica e completa.
Aliás, há ciência justamente porque pensamos haver essa possibilidade.
12
Gene Edward Veith, Jr., De todo o teu entendimento, São Paulo: Cultura Cristã, 2006, p. 57. Vejam-se
também: K.R. Popper, A Lógica da Investigação Científica, São Paulo: Abril Cultural (Os Pensadores, v. 44),
1975, § 85. p. 383, 384; Karl R. Popper, O Realismo e o objectivo da ciência, (Pós-Escrito à Lógica da
Descoberta Científica, v. 1), Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1987, * 27, p. 234-235; Jean Piaget, A
Epistemologia Genética, São Paulo: Abril Cultural (Os Pensadores, v. 51), 1975, p. 129-130).
13
Edgar Morin, Ciência com consciência, 7. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003, p. 21. À frente:
“A questão ‘o que é ciência?’ não tem resposta científica. A última descoberta da epistemologia anglo-
saxônica afirma ser científico aquilo que é reconhecido como tal pela maioria dos cientistas. Isso quer
dizer que não existe nenhum método objetivo para considerar ciência objeto de ciência, e o cientista,
sujeito” (Edgar Morin, Ciência com consciência, p. 119). “A ciência não controla sua própria estrutura
de pensamento. O conhecimento científico é um conhecimento que não se conhece. Essa ciência que
desenvolveu metodologias tão surpreendentes e hábeis para apreender todos os objetos a ela
externos, não dispõe de nenhum método para se conhecer e se pensar” (Edgar Morin, Ciência com
consciência, p. 20). Para uma abordagem mais amplo desse assunto. Veja-se: Hermisten M.P.
Costa, Uma fé que investiga e uma ciência que crê, Goiânia, GO.: Editora Cruz, 2020.