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Sumário

Introdução

I. Apresentação do tema e da estrutura do livro

Capítulo 1. A existência de Deus provada nos argumentos racionais

I. Argumento Cosmológico

a) Origem e fundamentos do argumento


b) Aplicações e implicações na compreensão da existência de Deus

II. Argumento Antropológico

a) Origem e fundamentos do argumento


b) Aplicações e implicações na compreensão da existência de Deus

III. Argumento Teológico

a) Origem e fundamentos do argumento


b) Aplicações e implicações na compreensão da existência de Deus

IV. Argumento Cristológico

c) Origem e fundamentos do argumento


d) Aplicações e implicações na compreensão da existência de Deus

Capítulo 2. Teodiceia ou Teologia Natural (As cinco vias de Tomás de Aquino) I. Via do Movimento

Origem e fundamentos da via

Aplicações e implicações na compreensão da existência de Deus

II. Via da Causalidade

Origem e fundamentos da via

Aplicações e implicações na compreensão da existência de Deus

III. Via dos Seres Contingentes

Origem e fundamentos da via

Aplicações e implicações na compreensão da existência de Deus

IV. Via da Perfeição dos Seres


Origem e fundamentos da via

Aplicações e implicações na compreensão da existência de Deus

V. Via da Ordem do Mundo

Origem e fundamentos da via

Aplicações e implicações na compreensão da existência de Deus

O Epílogo

Conclusão e síntese das ideias apresentadas no livro


Introdução

existência de Deus tem sido objeto de debate há séculos, e muitos filósofos e


teólogos tentaram provar a existência de Deus através de argumentos racionais.
Entre os mais conhecidos estão o argumento cosmológico, o antropológico, o
teológico e o cristológico. Além disso, a teodiceia ou teologia natural proposta
por Tomás de Aquino apresenta cinco vias para demonstrar a existência de Deus:
a via do movimento, da causalidade, dos contingentes, da perfeição dos seres e
da ordem no mundo. Cada um desses argumentos tenta provar a existência de
Deus de uma maneira única, através da observação do mundo ao nosso redor e
da reflexão filosófica sobre a natureza da realidade. Embora nenhum desses
argumentos possa fornecer uma prova absoluta da existência de Deus, eles
podem ajudar a criar uma base racional para a crença em Deus e a compreensão
da natureza divina.

Além desses argumentos racionais, Tomás de Aquino também apresentou a


teologia natural, ou teodiceia, como um meio de provar a existência de Deus. A
teodiceia é a tentativa de reconciliar a existência de Deus com o mal e o
sofrimento no mundo. Tomás de Aquino acreditava que a existência do mal não
negava a existência de Deus, mas sim apontava para a liberdade humana e a
possibilidade do mal como um resultado dessa liberdade.

Nas suas 5 vias, Tomás de Aquino argumenta que Deus é a causa e explicação
final de tudo o que existe. Ele afirma que a existência de Deus pode ser
demonstrada através do movimento, da causalidade, dos seres contingentes, da
perfeição dos seres e da ordem no mundo. Essas vias não são argumentos
independentes, mas sim formas complementares de entender a existência de
Deus.
O argumento do movimento, por exemplo, afirma que tudo o que se move é
movido por algo, e que essa cadeia de movimento tem que ter um primeiro
motor, que é Deus. O argumento da causalidade parte do princípio de que tudo o
que existe tem uma causa, e que essa causa primordial é Deus. O argumento dos
seres contingentes parte do princípio de que tudo o que existe poderia não
existir, e que a existência de tudo depende de algo necessário e imutável, que é
Deus.

Por fim, o argumento da perfeição dos seres e da ordem no mundo afirma que a
existência de seres perfeitos e a ordem do universo só podem ser explicados por
uma inteligência superior, que é Deus. Esses argumentos são formas racionais de
entender a existência de Deus, mas também se baseiam na experiência e
observação do mundo ao nosso redor.
A existência de Deus provada nos argumentos racionais

A existência de Deus é uma das questões mais fundamentais da humanidade, e tem sido objeto de
investigação de filósofos, teólogos e cientistas ao longo dos séculos. Embora a existência de Deus não possa
ser provada ou refutada de forma definitiva, há argumentos racionais que sugerem a existência de um ser
superior, como os argumentos cosmológico, antropológico, teológico e cristológico.

II. O argumento cosmológico se baseia na ideia de que tudo o que existe tem uma causa. Se
considerarmos que o universo existe, é necessário que haja uma causa para a sua existência. Essa
causa seria Deus, o Ser Supremo que teria criado o universo. Esse argumento é mencionado na
Bíblia, em Gênesis 1:1: "No princípio criou Deus os céus e a terra". O livro "A Case for a Creator", de
Lee Strobel, apresenta uma abordagem desse argumento a partir de evidências científicas.

"O argumento cosmológico é um dos mais antigos e poderosos argumentos para a existência de Deus. Ele se baseia no fato de que o universo teve um começo e que tudo o

que começa a existir tem uma causa. Se o universo teve um começo, então deve ter uma causa. Mas essa causa não pode ser outra coisa senão Deus, pois qualquer outra

causa teria que estar dentro do universo. Portanto, a causa do universo deve ser uma causa que transcende o próprio universo." (Craig e Sinnott-Armstrong, "A Criação do

Universo", p. 47)

III. O argumento antropológico se baseia na ideia de que a existência humana é prova da existência de
Deus. De acordo com esse argumento, a complexidade da natureza humana e a capacidade do ser
humano de pensar, criar e se relacionar com os outros são evidências da existência de um ser
superior. Esse argumento é mencionado em Salmos 139:14: "Eu te louvo porque me fizeste de modo
especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Disso tenho plena certeza". Na obra "Mere
Christianity" (Cristianismo Puro e Simples), de C.S. Lewis em que ele escreve:

"O homem é o único ser que busca um significado para sua própria existência. O homem é o único ser que se pergunta 'Por que?' Ele é o único ser que tem consciência de sua
própria mortalidade. Assim, a busca pelo significado e propósito da vida é inerente à natureza humana, e isso sugere que deve haver um ser superior que criou o homem com
essa capacidade e intenção." ( C.S. Lewis “Mete Christianity” edição em português 1993 p. 38)

IV. O argumento teológico é uma das formas mais antigas e tradicionais de argumentação para a
existência de Deus. Ele se baseia na ideia de que a complexidade e a ordem do universo exigem uma
causa inteligente e divina. Em outras palavras, a existência de Deus é necessária para explicar a causa
última da existência do universo e de todas as coisas que existem.

Essa linha de raciocínio pode ser encontrada em filósofos medievais como Tomás de Aquino e João
Duns Scotus, e continua a ser discutida e defendida por filósofos e teólogos até hoje. O argumento
teológico pode ser resumido em três etapas:

c) Existe uma ordem e complexidade no universo que não pode ser explicada por causas
naturais e aleatórias.
d) Essa ordem e complexidade exigem uma causa inteligente e divina.
e) Essa causa inteligente e divina é identificada como Deus.

Por exemplo, é possível observar a complexidade e a precisão com que os planetas orbitam o sol, a
exatidão das leis da física e da química que governam o universo, e a complexidade da vida na Terra,
desde moléculas até ecossistemas inteiros. Esses aspectos do universo são tão precisos e intricados
que parecem ter sido projetados por uma mente inteligente. Um versículo bíblico que pode ser
usado em apoio ao argumento teológico da existência de Deus é Romanos 1:20: “Porque os atributos
invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a sua própria divindade, claramente se
reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas.
Tais homens são, por isso, indesculpáveis". Para entendermos melhor essa argumentação, o teólogo
Tomás de Aquino escreveu assim:

"Existe algo que chamamos de Deus, e as coisas que Ele criou existem. E nenhuma coisa pode ser a causa da existência de si mesma, pois então teria que existir antes de si

mesma, o que é impossível. Portanto, devemos admitir a existência de um ser que é a causa da existência de todas as outras coisas, e a esse ser chamamos Deus." (São Tomás

de Aquino, "Summa Theologica", I, q. 2, a. 3)

V. O argumento cristológico se baseia na ideia de que a vida, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo
são evidências da existência de Deus. De acordo com esse argumento, a vida de Jesus, sua morte na
cruz e sua ressurreição são provas de que Deus existe e se preocupa com a humanidade. Esse
argumento é mencionado em Hebreus 1:3 "Ele é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata
do seu ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder. Depois de ter realizado a
purificação dos pecados, ele se assentou à direita da Majestade nas alturas,". No livro "Mere
Christianity" de C.S. Lewis. Em um capítulo intitulado "O Que Jesus Disse Sobre Si Mesmo", Lewis
argumenta que Jesus não poderia ser simplesmente um grande professor ou líder religioso, como
algumas pessoas sugerem, mas deve ser considerado algo mais.
Ele escreve:

"Um homem que fosse simplesmente um homem e dissesse as coisas que Jesus disse não seria um grande mestre de moralidade. Ele seria ou um lunático – no mesmo nível de

um homem que diz que é um ovo – ou seria o demônio do inferno. Você precisa escolher. Ou este homem era e é o Filho de Deus, ou um louco ou algo pior. Você pode zombar

dele como um tolo, pode cuspir nele e matá-lo como um demônio; ou você pode cair aos seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas não vamos vir com nenhuma bobagem

condescendente sobre ele ser um grande mestre humano. Ele não nos deixou essa opção, e não pretendia." (C.S. Lewis “Mere Chritianity” versão inglês 1952, p. 52)

Esta citação destaca que, de acordo com o argumento cristológico, Jesus não pode ser simplesmente
considerado um grande líder religioso ou um mestre de moralidade, mas deve ser entendido como
algo mais - o Filho de Deus.

Os argumentos racionais: cosmológico, antropológico, teológico e cristológico sugerem que a


existência de Deus é uma possibilidade razoável e plausível. Embora esses argumentos não sejam
uma prova definitiva da existência de Deus, eles fornecem uma base racional para a crença na
existência de um ser superior. As referências bíblicas mencionadas acima são apenas algumas das
muitas passagens que oferecem evidências para esses argumentos. Livros protestantes, como "A
Case for a Creator", de Lee Strobel, "A Razão da Nossa Fé", de William Lane Craig, "Por que Sou
Cristão", de John Stott e "Mere Christianity", de C.S. Lewis, são fontes úteis para A existência de Deus
é uma das questões mais fundamentais da humanidade, e tem sido objeto de investigação de
filósofos, teólogos e cientistas ao longo dos séculos.

A Teodiceia ou Teologia Natural

A teodiceia ou teologia natural é um ramo da teologia que se dedica a


utilizar a razão e a observação da natureza para provar a existência e a
natureza de Deus. Um dos maiores teólogos que desenvolveu esta linha
de pensamento foi Tomás de Aquino, um filósofo e teólogo católico do
século XIII. Tomás de Aquino propôs cinco vias ou argumentos para provar
a existência de Deus, cada um baseado em uma observação da natureza e
do mundo ao nosso redor.

e) A primeira via, a via do movimento, parte da observação de que tudo o


que se move é movido por algo, e chega à conclusão de que existe um
primeiro motor imóvel, que é Deus. Como Tomás de Aquino afirma na
Suma Teológica: "é impossível que haja um motor que seja ele próprio
móvel, pois neste caso teríamos uma regressão ao infinito, o que é
impossível" (I, q. 2, a. 3). Portanto, para explicar o movimento, é
necessário chegar a um primeiro motor que não é movido por nenhum
outro, e este é o que todos entendem por Deus.

f) A segunda via, a via da causalidade, parte da observação de que tudo o


que existe tem uma causa, e chega à conclusão de que existe uma
primeira causa não causada, que é Deus. Tomás de Aquino explica: "não
se encontra nada no mundo que seja causa de si mesmo; se existisse,
teria de existir antes de si mesmo, o que é impossível" (I, q. 2, a. 3).
Portanto, é necessário admitir uma primeira causa eficiente, a que todos
chamam Deus.

g) A terceira via, a via dos contingentes, parte da observação de que tudo o


que existe é contingente e depende de algo para existir, e chega à
conclusão de que deve existir um ser necessário e independente, que é
Deus. Tomás de Aquino explica: "se tudo o que existe é contingente,
então em algum momento não existiu nada. Se isso fosse verdade, então
nada poderia existir agora, pois aquilo que não existe só pode ser
produzido por aquilo que já existe" (I, q. 2, a. 3). Logo, é necessário
afirmar a existência de um ser necessário, que tenha em si mesmo a razão
de sua existência, e não a receba de outro, como é o caso dos seres
contingentes.

h) A quarta via, a via da perfeição dos seres, parte da observação de que há


graus de perfeição nos seres, e chega à conclusão de que deve existir um
ser supremamente perfeito, que é Deus. Tomás de Aquino explica: "há
algo que é o mais verdadeiro, o mais nobre, o mais perfeito e o mais
simples de todos os seres; e isso é Deus" (I, q. 2, a. 3). Como seres
humanos, podemos observar que há graus de perfeição nos seres, desde
as coisas mais simples até as mais complexas. Então, é necessário que
haja um ser supremamente perfeito que seja a fonte de toda perfeição.

i) Por fim, a quinta via, a via da ordem no mundo, parte da observação de


que há ordem na natureza e no mundo, e chega à conclusão de que deve
existir um ser inteligente que ordenou todas as coisas, e este ser é Deus.
Tomás de Aquino afirma: "o que não tem conhecimento não pode agir de
modo ordenado, mas a natureza age de forma ordenada, portanto deve
haver algo que conheça a ordem natural das coisas e que dirija todas as
coisas para seu fim" (I, q. 2, a. 3). Portanto, é necessário postular a
existência de um ser inteligente que tenha ordenado todas as coisas e as
dirija para um fim.

Em resumo, as cinco vias de Tomás de Aquino são um conjunto de


argumentos que utilizam a observação da natureza para provar a
existência de Deus. Cada via é baseada em uma observação particular da
natureza, mas todas levam à conclusão de que Deus existe e é a causa de
todas as coisas. É importante notar que Tomás de Aquino não considerava
estas vias como provas definitivas e incontestáveis, mas sim como
argumentos racionais que apontam para a existência de Deus.

Além disso, é interessante notar que as cinco vias de Tomás de Aquino são
baseadas na razão e na observação da natureza, e não na revelação
divina. Isso significa que esses argumentos podem ser compreendidos e
aceitos por pessoas de diferentes tradições religiosas ou mesmo por
pessoas que não têm fé religiosa. Tomás de Aquino acreditava que a razão
é um dom divino que nos permite compreender a natureza e a existência
de Deus, e que a teologia natural é uma forma de usar esse dom para
buscar a verdade.

No entanto, é importante lembrar que as cinco vias de Tomás de Aquino


não são as únicas formas de se provar a existência de Deus, nem a única
forma de se compreender a natureza de Deus. Outros filósofos e teólogos
desenvolveram argumentos diferentes ou complementares às vias de
Tomás de Aquino, e a compreensão da natureza de Deus é uma questão
complexa e multifacetada.
Em suma, a teodiceia ou teologia natural nas cinco vias de Tomás de
Aquino é uma tentativa de usar a razão e a observação da natureza para
compreender a existência e a natureza de Deus. As vias do movimento,
causalidade, contingentes, perfeição dos seres e ordem no mundo são
argumentos racionais que apontam para a existência de um ser supremo
e inteligente que é a causa e a finalidade de todas as coisas. Esses
argumentos não são definitivos ou incontestáveis, mas são uma tentativa
de compreender a natureza divina através da razão.

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