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COMUNIDADE FAMÍLIA CRISTÃ – ANO LETIVO - 2014

Itu, 14 de Fevereiro 2014.

Pesquisas Bibliográficas – Renato&Raquel®

Comunidade Família Cristã – Itu/SP

Direção Geral – Apostolo Luiz Carlos

Tema – A existência de Deus, e possível?

Como podemos provar a existência de Deus? Qual ou quais


prova de sua existência estão ao alcance do homem? Essa
concepção da existência de Deus, já nasce no coração dos
homens?

ENTENDIMENTO NO LIMITE DA CAPACIDADE HUMANA

Para entendermos um pouco mais essa questão, iniciaremos em um mundo


mais abrangente e perigoso. A muitas formas de dizer que Deus existe, mas,
dessas muitas formas, em sua maioria é refutada.

Argumentos contra e a favor da existência de Deus têm sido propostos por


filósofos, teólogos, cientistas e outros pensadores ao longo da história. Em
termos filosóficos, tais argumentos envolvem principalmente a epistemologia 1 e
a ontologia2. Os argumentos para a existência de Deus normalmente incluem
questões metafísicas, empíricas, antropológicas, epistemológicas ou
subjetivas. Os que acreditam na existência de uma ou mais divindades são
chamados de teístas, os que rejeitam a existência de deuses são chamados
ateístas.
1
Epistemologia (do grego ἐπιστήμη  episteme – ciência; λόγος  logos - estudo de), também
chamada teoria do conhecimento, é o ramo da filosofia que trata da natureza, das origens e da validade
do conhecimento. Relaciona-se com a metafísica, a lógica e a filosofia da ciência, pois, em uma de suas
vertentes, avalia a consistência lógica de teorias e suas credenciais científicas. Este fato torna-a uma das
principais áreas da filosofia (à medida que prescreveria "correções" à ciência). A sua problemática
compreende a questão da possibilidade do conhecimento – nomeadamente, se é possível ao ser
humano alcançar o conhecimento total e genuíno, dos limites do conhecimento (haveria realmente uma
distinção entre o mundo cognoscível e o mundo incognoscível?) e da origem do conhecimento (Por
quais faculdades atingimos o conhecimento? Haverá conhecimento certo e seguro em alguma
concepção a priori?).
2
Ontologia (do grego ontos "ente" e logoi, "ciência do ser") é a parte da metafísica que trata da
natureza, realidade e existência dos entes. A ontologia trata do ser enquanto ser, isto é, do ser
concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres. A aparição
do termo data do século XVII, e corresponde a divisão que Christian Wolff realizou quanto à metafísica,
seccionando-a em metafísica geral (ontologia) e as especiais (Cosmologia Racional, Psicologia Racional e
Teologia Racional). Embora haja uma especificação quanto ao uso do termo, a filosofia Contemporânea
entende que Metafísica e Ontologia são, na maior parte das vezes, sinônimos, muito embora a
metafísica seja o estudo do ser e dos seus princípios gerais e primeiros, sendo, portanto, mais ampla que
o escopo da ontologia.

A EXISTÊ NCIA DE DEUS Pá gina 1


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A discussão filosófica no ocidente da existência de Deus começou com Platão


e Aristóteles, que formularam argumentos que hoje podem ser classificados
como cosmológicos. Mais tarde, Epicuro formulou o problema do mal: se Deus
é onipotente, onisciente e benevolente, por que o mal existe? O campo da
teodiceia surgiu a partir de tentativas para responder a esta pergunta. Outros
argumentos a favor da existência de Deus foram propostos por Santo Anselmo,
que formulou o primeiro argumento ontológico e Tomás de Aquino, que
apresentou suas próprias versões do argumento cosmológico (o argumento
Kalam e a primeira via, respectivamente), Descartes que disse que a existência
de um Deus benevolente era logicamente necessária, e Immanuel Kant, que
argumentou que a existência de Deus pode ser deduzida a partir da existência
do bem. Pensadores que forneceram argumentos contra a existência de Deus
incluem David Hume, Nietzsche eBertrand Russell. Na cultura moderna, a
questão da existência de Deus tem sido discutida por cientistas como Stephen
Hawking, Richard Dawkins e John Lennox, assim como os filósofos, incluindo
Daniel Dennett, Richard Swinburne, William Lane Craig, e Alvin Plantinga.

Os ateus afirmam que os argumentos para a existência de Deus fornecem


justificação insuficiente para acreditar. Além disso, alguns afirmam que é
possível contestar afirmativamente a existência de Deus, ou de certas
características tradicionalmente atribuídas a Deus como a perfeição

A Igreja Católica afirma que o conhecimento da existência de Deus está


disponível a "luz natural da razão humana". Outras religiões, como o budismo,
não se preocupam com a existência de deuses.

Existem diferentes definições para Deus, no teísmo clássico, Deus é


caracterizado como o ser metafisicamente final (primeiro, atemporal,
absolutamente simples e que é desprovido de quaisquer qualidades
antropomórficas3). Apesar da extensa escrita sobre a natureza de Deus, esses
teístas clássicos não acreditavam que Deus poderia ser definido. Por outro
lado, muito do pensamento religioso oriental (principalmente panteísta) postula
Deus como uma força contida em cada fenômeno que se possa imaginar. Por
exemplo, Baruch Spinoza e seus seguidores usam o termo Deus em um
sentido filosófico particular onde o Deus é definido como as substâncias e
princípios essenciais da natureza.

A discussão da existência de Deus foca-se principalmente em argumentar


contra ou a favor da realidade de um Deus teísta. O principal Deus
contemporâneo nessa categoria é Javé, adorado pelos cristãos e judeus,
também chamado de Alá pelos islâmicos.

Um problema levantado pela questão da existência de Deus é que as crenças


tradicionais geralmente atribuem a Deus vários poderes sobrenaturais. Um ser
3
Descrito ou concebido sob uma forma humana ou com atributos humanos – origem:
http://houaiss.uol.com.br/busca?palavra=antropom%25C3%25B3rfico

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sobrenatural pode ser capaz de se esconder e revelar-se para seus próprios


fins, como por exemplo, no conto de Baucis e Filemon4. Além disso, de acordo
com conceitos de Deus, ele não faz parte da ordem natural, ele é o criador final
da natureza e das leis científicas. Assim, em aristotelismo, Deus é visto como
parte da estrutura explicativa necessária para suportar as conclusões
científicas, e quaisquer poderes que Deus possui são, estritamente falando, a
ordem natural, isto é, derivado do lugar de Deus como originador da natureza.

No meio científico é notório que através do método científico nota-se a


impossibilidade de provar a existência de deus(s), mesmo tendo-se a
possibilidade de sua existência diante de tais circunstâncias é improvável que o
homem conheça sobre algo a respeito diante da impossibilidade de
conhecimento sobre deus(s), então com ênfase na logica racional seria
obviamente plausível ausentar com todas as chances de certeza a
impossibilidade da existência de deus(s), diante da impossibilidade de
conhecimento a respeito da existência do(s) mesmo(s), tampouco deve-se
então evidenciar a existência de deus(s) diante da ausência de evidencia(s)
pois esta e uma premissa invalida a rigores do método científico, então seria
invalido nitidamente uma teoria que ao menos possibilita-se a existência de
deus(s), logo pode-se concluir que é improvável que deus(s) exista(m).

Por fim, a comunidade científica tende a distanciar-se de uma corroboração ou


refutação de Deus. Atualmente não existe nenhuma prova científica conclusiva
de existência ou inexistência de Deus, o que é perfeitamente coerente com a
declaração de que Deus não faz parte do escopo analítico da Ciência.

Por outro lado, individualmente, cientistas não deixam de expressar suas


convicções em relação ao tema. Richard Dawkins, no seu livro "The God
Delusion", discute e defende a improbabilidade de Deus existir, enquanto o
diretor do Projeto Genoma Humano, Francis Collins, em seu livro "A Linguagem
de Deus5” defende evidências da existência divina e afirma não haver
incompatibilidades entre Deus e a ciência6.

Estudos apontam que uma larga maioria dos cientistas de elite (entre a NAS,
Academia das Ciências dos EUA, por exemplo) de hoje sejam agnósticos ou
ateus (fonte de 1998). No entanto, existem cientistas de elite da própria NAS
que acreditam em Deus e são pessoas religiosas como o próprio presidente da
NAS, Bruce Alberts observa: "Existem muitos destacados membros de nossa
4
Filémon e Baucius ou Báucis são dois personagens da mitologia grega. Filemon é um velho camponês,
marido de Baucis, que recebeu junto com esta a visita do deus Júpiter em sua própria casa. Por tê-lo
recebido bem, foram ambos poupados de um terrível dil. Baucis é a esposa de Filémon. Compõe com ele
uma espécie de casal primordial da mitologia grega. Devido à impiedade dos homens, o deus Júpiter fez
com que uma enchente alagasse o mundo, escapando apenas este casal, o qual repovoou o mundo,
vivendo até longa idade. Ao morrerem, viraram árvores gêmeas – http://pt.wikipedia.org/wiki/Fil
%C3%A9mon_e_Baucis
5
A Linguagem de Deus, COLLINS, Francis, Editora Gente, SP ISBN 978-85-7312-529-0
6
Ver na sequencia a entrevista de Richard Dawkins.

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academia que são pessoas religiosas, pessoas que acreditam na evolução,


entre elas muitos biólogos". Ao mesmo tempo, a própria NAS publicou um
documento manifestando a opinião de que A existência ou não de Deus é uma
questão para a qual a ciência é neutra ("Whether God exists or not is a
question about which science is neutral"). A maior parte dos cientistas da
Pontifícia Academia das Ciências e da qual fazem parte, por exemplo, dois
prêmios Nobel: o físico alemão Klaus von Klitzing e o químico taiwanês Yuan
Tseh-Lee acreditam na existência de Deus e consideram que fé e ciência
podem conviver harmoniosamente.

Independentemente das convicções, os cientistas atuais nunca demonstraram


a existência ou inexistência de Deus.

Segue abaixo a entrevista com Richard Dawkins:

Ciência não exclui Deus

Segue abaixo uma entrevista com o cientista Francis Collins, o biólogo que
desvendou o genoma humano. Ele explica que é possível aceitar as teorias de
Darwin e ao mesmo tempo manter a fé religiosa.

A entrevista foi publicada nas páginas amarelas da Revista Veja, edição 1992,
ano 40, n. 3, 24 de janeiro de 2007, pp. 13-15.

A matéria foi assinada pela jornalista Gabriela Carelli

O biólogo americano Francis Collins é um dos cientistas mais notáveis da


atualidade. Diretor do Projeto Genoma, bancado pelo governo americano, foi
um dos responsáveis por um feito espetacular da ciência moderna: o
mapeamento do DNA humano, em 2001. Desde então, tornou-se o cientista
que mais rastreou genes com vistas ao tratamento de doenças em todo o
mundo. Collins também conhecido por pertencer a uma equipe rara, a dos
cientistas cujo compromisso com a investigação do mundo natural, não impede
a profissão da fé religiosa. Alvo de críticas de seus colegas, cuja maioria nega
a existência de Deus, Collins decidiu reagir. Ele lançou há pouco nos Estados
Unidos o livro The Language of God ( A Linguagem de Deus ). Nas 300
páginas da obra, o biólogo conta como deixou de ser ateu para se tornar
cristão aos 27 anos e narra as dificuldades que enfrentou no meio acadêmico
ao revelar sua fé . “As sociedades precisam tanto da ciência como da religião.
Elas não são incompatíveis, mas complementares”, explica o cientista.

A seguir, a entrevista de Collins a Veja:

Veja – No livro A Linguagem de Deus, o conta que era um “ateu insolente” e,


depois, se converteu ao cristianismo. O que o fez mudar suas convicções?

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Francis Collins – Houve um período em minha vida em que era conveniente


não acreditar em Deus. Eu era jovem, e a física, a química e a matemática
parecia ter todas as respostas para os mistérios da vida. Reduzir tudo a
equações era uma forma de exercer total controle sobre meu mundo. Percebi
que a ciência não substitui a religião quando ingressei na faculdade de
medicina. Vi pessoas sofrendo de males terríveis. Uma delas, depois de me
contar sobre sua fé e como conseguia forças para lutar contra a doença,
perguntou-me em que eu acreditava. Disse a ela que não acreditava em nada.
Pareceu-me uma resposta vaga, uma frase feita de um cientista ingênuo que
se achava capaz de tirar conclusões sobre um assunto tão profundo e negar a
evidência de que existe algo maior do que equações. Eu tinha 27 anos. Não
passava de um rapaz insolente. Estava negando a possibilidade de haver algo
capaz de explicar questões para as quais nunca encontramos respostas, mas
que movem o mundo e fazem as pessoas superar desafios.

Veja – Que questões são essas para os quais não encontramos respostas?

Collins – Falo de questões filosóficas que transcendem a ciência, que fazem


parte da existência humana. Os cientistas que se dizem ateus têm uma visão
empobrecida sobre perguntas que todos nós, seres humanos, nos fazemos
todos os dias. “O que acontece depois da morte? ”ou“ Qual é o motivo de eu
estar aqui?”. Não é certo negar aos seres humanos o direito de acreditar que a
vida não é um simples episódio da natureza, explicado cientificamente e sem
um sentido maior. Esse lado filosófico da fé, em minha opinião, é uma das
facetas mais importantes da religião. A busca por Deus sempre esteve
presente na história e foi necessária para o progresso. Civilizações que
tentaram suprimir a fé e justificar a vida exclusivamente por meio da ciência –
como, recentemente, a União Soviética de Stalin e a China de Mao – falharam.
Precisamos da ciência para entender o mundo e usar esse conhecimento para
melhorar as condições humanas. Mas a ciência deve permanecer em silêncio
nos assuntos espirituais.

Veja – A maioria dos cientistas argumenta que a crença em Deus é irracional e


incompatível com as descobertas científicas. O zoólogo Richard Dawkins, com
quem o senhor trava um embate filosófico sobre o tema, diz que a religião é a
válvula de escape do homem, o vírus da mente. Como o senhor responde a
isso?

Collins – Essa perspectiva de Dawkins é cheia de presunção. Eu acredito que o


ateísmo é a mais irracional das escolhas. Os cientistas ateus, que acreditam
apenas na teoria da evolução e negam todo o resto, sofrem de excesso de
confiança. Na visão desses cientistas, hoje adquirimos tanta sabedoria a
respeito da evolução e de como a vida se formou que simplesmente não
precisamos mais de Deus. O que deve ficar claro é que as sociedades
necessitam tanto da religião como da ciência. Elas não são incompatíveis, mas

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sim complementares. A ciência investiga o mundo natural. Deus pertence a


outra esfera. Deus está fora do mundo natural. Usar as ferramentas da ciência
para discutir religião é uma atitude imprópria e equivocada. No ano passado
foram lançados vários livros de cientistas renomados, como Dawkins, Daniel
Dennett e Sam Harris, que atacam a religião sem nenhum propósito. É uma
ofensa àqueles que têm fé e respeitam a ciência. Em vez de blasfemarem,
esses cientistas deveriam trabalhar para elucidar os mistérios que ainda
existem. É o que nos cabe.

Veja – O senhor afirma que a sociedade precisa da religião, mas como justificar
as barbaridades cometidas em nome de Deus através da história?

Collins – Apesar de tudo o que já aconteceu, coisas maravilhosas foram feitas


em nome da religião. Pense em Madre Teresa de Calcutá ou em William
Wilberforce, o cristão inglês que passou a vida lutando contra a escravatura. O
problema é que a água pura da fé religiosa circula nas veias defeituosas e
enferrujadas dos seres humanos, o que às vezes a torna turva. Isso não
significa que os princípios estejam errados, apenas que determinadas pessoas
usam esses princípios de forma inadequada para justificar suas ações. A
religião é um veículo da fé – essa, sim, imprescindível para a humanidade.

Veja – O senhor diz que a ciência e a religião convergem, mas devem ser
tratadas separadamente. Como vê o movimento do “design inteligente”, em que
cientistas usam a religião para explicar fatos da natureza que permanecem um
mistério para a ciência?

Collins – Essa abordagem é um grande erro. Os cientistas não podem cair na


armadilha a que chamo de “lacuna divina”. Lamento que o movimento do
design inteligente tenha caído nessa cilada ao usar o argumento tenha caído
nessa cilada ao usar o argumento de que a evolução não explica estruturas tão
complicadas como as células ou o olho humano. É dever de todos os
cientistas, inclusive dos que têm fé, tentar encontrar explicações racionais para
tudo o que existe. Todos os sistemas complexos citados pelo design inteligente
– o mais citado é o “bacterial flagelum”, um pequeno motor externo que permite
à bactéria se mover nos líquidos – são um conjunto de trinta proteínas.
Podemos juntar artificialmente essas trinta proteínas, que nada vai acontecer.
Isso porque esse mecanismo se formou gradualmente através do recrutamento
de outros componentes. No curso de longos períodos de tempo, as máquinas
moleculares se desenvolveram por meio do processo que Darwin vislumbrou,
ou seja, a evolução.

Veja – Qual a sua leitura da Bíblia?

Collins – Santo Agostinho, no ano 400, alertou para o perigo de se achar que a
interpretação que cada um de nós dá à Bíblia é a única correta, mas a
advertência foi logo esquecida. Agostinho já dizia que não há como saber

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exatamente o que significam os seis dias da criação. Um exemplo de que uma


interpretação unilateral da Bíblia é equivocada é que há duas histórias sobre a
criação no livro do Gênesis 1 e 2 – e elas são discordantes. Isso deixa claro
que esses textos não foram concebidos como um livro científico, mas para nos
ensinar sobre a natureza divina e nossa relação com Ele. Muitas pessoas que
crêem em Deus foram levadas a acreditar que, se não levarmos ao pé da letra
todas as passagens da Bíblia, perderemos nossa fé e deixaremos de acreditar
que Cristo morreu e ressuscitou. Mas ninguém pode afirmar que a Terra tem
menos de 10.000 anos a não ser que se rejeitem todas as descobertas
fundamentais da geologia, da cosmologia, da física, da química e da biologia.

Veja – O senhor acredita na Ressurreição?

Collins – Sim. Também acredito na Virgem Maria e em milagres.

Veja – Não é uma contradição que um cientista acredite em dogmas e


milagres?

Collins – A questão dos milagres está relacionada à forma como se acredita


em Deus. Se uma pessoa crê e reconhece que Ele estabeleceu as leis da
natureza e está pelo menos em parte fora dessa natureza, então é totalmente
aceitável que esse Deus seja capaz de intervir no mundo natural. Isso pode
aparecer como um milagre, que seria uma suspensão temporária ou um
adiamento das leis que Deus criou. Eu não acredito que Deus faça isso com
freqüência – nunca testemunhei algo que possa classificar como um milagre.
Se Deus quis mandar uma mensagem para este mundo na figura de seu filho,
por meio da Ressurreição e da Virgem Maria, e a isso chamam milagre, não
vejo motivo para colocar esses dogmas como um desafio para a ciência. Quem
é cristão acredita nesses dogmas – ou então não é cristão. Faz parte do jogo.

Veja – É possível acreditar nas teorias de Darwin e em Deus ao mesmo


tempo?

Collins – Com certeza. Se no começo dos tempos Deus escolheu usar o


mecanismo da evolução para criar a diversidade de vida que existe no planeta,
para produzir criaturas que ä sua imagem tenham livre-arbítrio, alma e
capacidade de discernir entre o bem e o mal, quem somos nós para dizer que
ele não deveria ter criado o mundo dessa forma?

Veja – Alguns cientistas afirmam que a religião e certas características ligadas


à crença em Deus, como o altruísmo, são ferramentas inerentes ao ser
humano para garantir a evolução e a sobrevivência. O senhor concorda?

Collins – Esses argumentos podem parecer plausíveis, mas não há provas de


que o altruísmo seja uma característica do ser humano que permite sua
sobrevivência e seu progresso, como sugerem os evolucionistas. Eles querem

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justificar tudo por meio da ciência, e isso acaba sendo usado para difundir o
ateísmo.

Veja – Mas o altruísmo é visto hoje pela genética do comportamento como


uma característica herdada pelos genes, assim como a inteligência. O senhor,
como geneticistas, discorda da genética comportamental?

Collins – Há muitas teorias interessantes nessa área, mas são insuficientes


para explicar os nobres atos altruístas que admiramos. O recado da evolução
para cada um de nós é propagar o nosso DNA e tudo o que está contido nele.
É a nossa missão no planeta. Mas não é assim, de forma tão lógica, que
entendo o mundo, muito menos o altruísmo e a religiosidade. Penso em Oskar
Schindler, que se sacrificou por um longo período para salvar judeus, e não
pessoas de sua própria fé? Está-se caminhando à beira de um rio, vejo uma
pessoa se afogar e decido ajudá-la mesmo pondo em risco a minha vida, de
onde vem esse impulso? Nada na teoria da evolução pode explicar a noção de
certo e errado, a moral, que parece ser exclusiva da espécie humana.

Veja – Muitas religiões são contrárias ao uso de técnicas científicas que


poderiam salvar vidas, como a do uso de células-tronco. Como o senhor se
posiciona nessa polêmica?

Collins – Temos de ser sensíveis e respeitar as diferentes religiões no que diz


respeito aos avanços científicos. Mas interromper as pesquisas científicas ou
impedir que uma pessoa com uma doença terrível tenha uma vida melhor só
porque a religião não aceita determinado tratamento é antiético. Por outro lado,
existem fronteiras que a ciência não deve transpor, como a clonagem humana,
que além de tudo não serviria para nada a não ser para nos repugnar. Cada
caso tem de ser avaliado isoladamente.

Veja – Os geneticistas são muitas vezes acusados de brincar de Deus. Como


o senhor encara essas críticas?

Collins – Se todos brincassem de Deus como Deus gostaria, com esperança e


amor, ninguém se abateria muito com comentários do gênero. Mas somos
seres humanos e temos propensão ao egoísmo e aos julgamentos
equivocados. O importante é não reagir de forma exagerada à perspectiva de
que as pessoas possam vir a fazer mau uso das descobertas da genéticas,
mas sim focar o lado bom dessa “brincadeira”. A maior parte das pesquisas
genéticas busca a cura de doenças como câncer, problemas cardíacos,
esquizofrenia. São objetivos louváveis. Para evitar o uso impróprio da ciência, o
Projeto Genoma Humano apoia um programa que visa a preservar a ética nas
pesquisas genéticas e certificar-se de que todas as nossas descobertas
beneficiarão as pessoas e a sociedade.

Veja – O que esperar das pesquisas genéticas no futuro?

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Collins – Nos próximos dois dias ou três anos vamos descobrir os fatores
genéticos que criam a propensão ao câncer, ao diabetes e às doenças
cardiovasculares. Isso possibilitará que as pessoas saibam que provavelmente
vão desenvolver esses males e tomem medidas preventivas contra eles, com a
ajuda do médico. Mais à frente, as descobertas das relações entre o genoma e
as doenças farão com que os tratamentos e os remédios sejam
personalizados, tornando-os mais eficientes e com menos efeitos colaterais.

Veja – O senhor acredita que Deus ouve suas preces e as atende?

Collins – Eu nunca ouvi Deus falar. Algumas pessoas ouviram. Não acredito
que rezar seja um caminho para manipular as intenções de Deus. Rezar é uma
forma de entrarmos em contato com Ele. Nesse processo, aprendemos coisas
sobre nós mesmos e sobre nossas motivações.

A EXISTÊNCIA DE DEUS

A palavra Deus na língua portuguesa é a mesma que se usa no latim. No grego


é Theos. Em ambas as línguas quer dizer: “O Soberano Senhor e Governador
da erra e dos céus”.

A palavra hebraica que no primeiro capitulo de Gênesis se traduz por Deus é


Elohin, nome que quer dizer o Ser Supremo. O único alvo digno de veneração
e de adoração religiosa. Empregam-se na Bíblia numerosas palavra para
indicar a existência e o caráter de Deus.

A crença na doutrina da existência de Deus é o primeiro princípio de toda


religião, por isso merece que a estudemos em primeiro lugar. A questão da
existência de Deus supera todas as outras. As soluções dos grandes
problemas da existência de todas as coisas e as direções de nossa vida
dependem da resposta que dermos à seguinte pergunta: Deus existe?

É uma coisa notável que em parte alguma das Escrituras Sagradas procura-se
demonstrar a existência de Deus, nem trata-se tampouco de ensiná-la como
verdade mediante afirmação categórica: aceita-se simplesmente a ideia como
verdade muito antes de admitida. Disso concluímos que a existência de Deus
já era tão claramente manifestada aos séculos primitivos que ninguém ousava
negá-la ou pô-la em dúvida ou a prova.

Com essa exposição à existência de Deus, temos ainda a analisar a – história


da alta critica.

O significado a expressão “Alta Critica”? Esse termo é acadêmico, utilizando


em um sentido puramente particular e técnico. O significado nada mais é do
que o estudo da estrutura literária dos vários livros que compõe a Bíblia.

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Esse quesito é de suma importância para deixar às claras o autor, data,


circunstâncias e propósitos de um escrito e ou argumento.

É preciso deixar claro que existe uma alta crítica que é reverente no tom e
erudita na obra. Contudo, a pesquisa da alta crítica nem sempre foi realizada
com um espírito reverente, nem respeitando o espírito cientifico e a erudição
cristã. Um dos problemas identificados nessa linguagem, se assim podemos
dizer, é que, os lideres desse movimento baseiam suas teorias amplamente em
suas próprias conclusões. Eles fundamentaram suas conclusões, em grande
escala, sobre uma base bastante duvidosa, a do estilo do autor e suas suportas
qualificações literárias. Os estilos utilizados não são bases solidas e seguras
para a determinação de uma obra literária. Não é possível garantir que um
homem, por ser perito em filologia, seja capaz de compreender a integridade
ou credibilidade de uma passagem qualquer das Escrituras Sagradas.

A clareza das Escrituras Sagradas e seu entendimento, a qualificação para a


percepção da verdade Bíblica é a compreensão espiritual.

Referencias:
A EXISTÊ NCIA DE DEUS Pá gina 10
COMUNIDADE FAMÍLIA CRISTÃ – ANO LETIVO - 2014

http://pt.wikipedia.org/wiki/Exist%C3%AAncia_de_Deus

A EXISTÊ NCIA DE DEUS Pá gina 11

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