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- As dualidades da fé
Trabalho realizado por: Adelmo Chemba, José Ribeiro, Maria Carolina Silva e Patrícia Trindade
Nº1, 16, 17 e 21
11ºC
Disciplina de Filosofia
Professora: Fátima Barros
Vila Real
Maio de 2021
1
Índice
Introdução………………………………………………………………………………………………………………………3
Ateus………………………………………………………………………………………………………………………………3
Teístas.……………………………………………………………………………………………………………………………4
Conclusão……………………………………………………………………………………………………………………….6
Bibliografia……………………………………………………………………………………………………………………..6
2
Introdução
Este ensaio tem como tema a problemática dos ateus, perante a argumentação
contemporânea da existência de Deus, ou seja, dos não crentes perante os crentes. Quando
referimos “Deus” estamos a referir-nos especificamente ao Deus católico, Jesus Cristo, e não
ao conjunto de Entidades sobrenaturais ou religiões no âmbito do não palpável e não racional,
já que isso implica um sem número de Deuses, crenças, convicções e fés incontáveis.
A interrogação que o homem coloca a si mesmo sobre a sua própria existência é,
talvez, tão antiga como a sua tomada de consciência como indivíduo pensante. Essa
inquietação pode ser expressa em muitos desenhos rupestres que podem querer expressar e
traduzir um princípio incipiente de valores e crenças. Em todos os tempos e culturas subsistiu
essa inquietação: Quem nos criou, quem somos e de onde viemos? Quem fez de nós seres
pensantes?
São perguntas que vão pairando através dos séculos e a que cada geração vai dando
respostas de acordo com as descobertas científicas, as novas teorias sobre o comportamento
humano que vão surgindo, ou até de períodos mais agitados em termos sociais, como a
pandemia de Covid-19 que estamos a viver, que vão obrigar à reformulação das teorias já
existentes. É pois extremamente difícil explicar a nossa criação, uma vez que poucas ou
nenhumas evidências nos levam a qualquer conclusão baseada em princípios científicos.
O objetivo deste trabalho é, portanto, contrapor essa dualidade: crentes e não crentes
restringindo ao universo de ateus e teístas. Iremos definir os conceitos para melhor
compreender os pontos de confronto que levaram à cisão destas teorias.
3
Deus; o materialismo de Marx, que defende que a história da humanidade é a luta de classes,
entre outras.
Agnosticismo
Corresponde à opinião daqueles que não afirmam nem negam a existência de Deus ou
Deuses, suspendendo o pensamento, já que não consideram que haja provas desta existência
de um ser divino.
Teístas
Corresponde à crença da existência de um Deus, ou Deuses, qualquer outra entidade
divina. Esta deverá ter as características de omnisciência, bondade, omnipotência, de criador e
conservador do Universo, omnipresença, de ser eterno e livre e, acima de tudo, de perfeição.
(Judaísmo, Cristianismo, Islamismo).
1
Magalhães, Vasco Pinto, (s.j. Pereira, Henrique Manuel Nem quero Crer, edições tenacitas, Coimbra
2002, 2º Edição, pag. 17.
4
entidade divina com poder de criar universos pode justificar a presença de todo o mal que nos
rodeia?
Tal como o mito da religião apresenta uma explicação sobrenatural para o mundo, para
aderir a uma religião é obrigatório crer ou ter fé nessa explicação. A religião é humanismo e
espiritualismo, mas não são esses valores que distinguem os crentes dos não crentes. Postulando
essa tese era o mesmo que dizer que na vida dos ateus há ausência total desses valores, o que não é
correcto porque há ateus que se comportam como verdadeiros “santos” e crentes que não
cumprem minimamente os princípios doutrinários do teísmo, seja qual a crença ou a divindade a
que prestam culto. “David Hume faz a distinção entre teísmo genuíno, que corresponde à
afirmação de que toda a estrutura da natureza indica um Ser Supremo, autor inteligente e
criador da ordem do Mundo, e teísmo supersticioso, que corresponde à crença do politeísmo
idólatra na ação servil e familiar dos poderes superiores, descritos de forma antropomórfica
com paixões e apetites, membros e órgãos humanos”. 2
O teísmo responde sempre ao anseio do homem de crer em algo superior a si não
explicável nem palpável ou seja um Ser Supremo. Em termos católicos, como escreve D. José
Tolentino de Mendonça: “ O objeto do nosso desejo é um ente ausente, um objecto sempre em
falta.”3
Objeções
1- Não será a crença em Deus nada mais que uma necessidade de entender e
justificar o mundo em que vivemos e o cosmos em que a Terra se insere?
De facto, uma das possíveis razões para a existência/criação da religião e da fé poderá
ter a ver com a necessidade da humanidade em explicar a sua presença no universo. É o
deslumbramento do Homem perante o mundo que habita que o impele a criar um ser superior
capaz de fazer aquilo que ele, homem, na sua pequenez não consegue fazer. Muitas vezes
cada cultura, cada grupo, constrói um ser, um Deus à sua medida para servir as suas
necessidades. De certo modo, é um teísmo supersticioso, ao serviço de apetites e desejos
humanos.
2- Se não existe nenhuma evidência para tal, como podemos nós crer na existência
de Deus ou qualquer entidade divina?
2
https://www.uc.pt/fluc/dfci/public_/publicacoes/numeros_publicados_arquivo/
vol_23_n_46_textos/a_filosofia_da_religiao. Pag.1
3
Mendonça, D. José Tolentino, Elogio da sede, Quetzal, Lisboa, 2018, pag.40.
5
A faculdade de acreditar não é intrínseca no ser humano, não se baseia em provas
cabais ou argumentos ditos clássicos sobre a existência de divindades, muitos dos que creem
desconhecem mesmo essa argumentação, no entanto continuam a crer e a acreditar em Deus
ou deuses. Nós fomos criados com um conjunto de faculdades que nos permitem construir
crenças verdadeiras sobre vários tópicos incluindo a crença naquilo que não é palpável ou
material.
Conclusão
Como faz parte do espírito humano ser inquisitivo e inconformista, quando uma
explicação não satisfaz a sua curiosidade, este recorre ao sobrenatural, aos deuses, aos seres
míticos para explicar a sua própria criação. No fundo é como se a humanidade tivesse
necessidade de um “pai”. Mas nem todos os homens têm essa carência. Há quem
simplesmente negue qualquer interferência do divino na criação do homem e acredite
simplesmente nas explicações que a ciência oferece para explicar a humanidade e a sua
evolução. Se os crentes acreditam na espiritualidade e humanismo, será que na vida dos ateus
existem também valores semelhantes?
Não há respostas certas e concretas sobre um tema tão vasto e polémico, no entanto
por mais respostas e teorias que expomos haverá sempre uma certeza haverá sempre ateus e
homens de fé.
Bibliografia
Borges, J. F., Paiva, M., & Tavares, O. (2019). Novos Contextos Filosofia 11º. Porto:
Porto Editora.
file:///C:/Users/Fernanda/Desktop/Ensaio%20filosofico%2011%20ano/Tese%20de
%20mestrado.pdf.
https://www.uc.pt/fluc/dfci/public_/publicacoes/numeros_publicados_arquivo/
vol_23_n_46_textos/a_filosofia_da_religiao.
Magalhães, Vasco Pinto, (s.j.) Pereira, Henrique Manuel Nem quero Crer, edições tenacitas,
Coimbra 2002, 2ª Edição.
Mendonça, D. José Tolentino, Elogio da sede, Quetzal, Lisboa, 2018