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Agostinho
Uma vez convertido ao cristianismo, Agostinho adotou a concepção de Deus como ser
perfeito, sumamente bom e criador de todas as coisas. No entanto, defrontou-se com um
problema: se Deus, que é perfeito, criou todas as coisas, como justificar a existência do mal?
Para Agostinho, a criação do mal era incompatível com a bondade e a perfeição do Deus
cristão.
Assim, o pensador buscou a sua origem na ação humana, concluindo que o mal não era uma
substância existente (como pensava os maniqueus), mas uma manifestação de carência e
desvio em relação ao bem. Para explicar a possibilidade desse desvio, o filósofo recorreu ao
conceito de vontade, elemento que, assim como a razão, ele entendia como parte da essência
humana. Apresentou a razão como a faculdade de escolher.
Tomás de Aquino
Beatitude
Segundo ele, essa insatisfação permanente, própria da condição humana, apenas poderia ser
superada por meio da beatitude, que é a felicidade tranquila, serena e eterna decorrente da
contemplação de Deus. No entanto, a beatitude não poderia admitir a presença do mal. Logo,
Aquino afirmava que era necessário viver uma vida ordenada por um amplo conjunto de
virtudes, as quais somente a iluminação divina poderia proporcionar.
René descartes
Moral provisória
No século XVII, o filósofo racionalista René Descartes reconheceu o papel biológico das
paixões para a autopreservação humana, mas recomendou um controle racional sobre elas, a
fim de que não comprometessem o conhecimento e a convivência. Ele elaborou um método
para conduzir a razão em sua busca pelo conhecimento com vistas a fundamentar as ciências
voltadas a novos objetos, entre eles a moral, denominada pelo filósofo como moral perfeita.
Contudo, antes de alcançar esse método, não seria desejável permanecer sem referências
para decidir entre o certo e o errado no momento de agir. Pensando nisso, o filósofo propôs
quatro máximas para compor uma moral provisória, pautada pelo acordo com as leis e os
costumes relacionados à autopreservação. As máximas dessa moral provisória eram as
seguintes:
Baruch de Espinosa
Conatus e paixões
Dedicado a estudos matemáticos, assim como Descartes, ele escreveu uma obra denominada
Ética demonstrada à maneira dos geômetras. A Ética de Espinosa é considerada uma teoria
sobre a natureza humana. Nesse contexto, ele afirmou que as paixões não eram boas nem
más, e sim impulsos naturais, já que por natureza o ser humano sofreria sempre a ação de
causas exteriores a si próprio.
Ele também apresentou a alegria, a tristeza e o desejo como paixões originais e responsáveis
pelo surgimento das outras, as quais poderiam ser alegres ou tristes (do desejo, por exemplo,
poderiam nascer tanto a gratidão quanto a avareza). Segundo ele, as paixões alegres
aumentavam o conatus, ou seja, a capacidade de ser, preservar-se e agir; já as paixões tristes o
diminuíam.
Portanto, Espinosa definia o vício como fraqueza de quem se submetia às paixões, deixando-
se governar pelas causas exteriores, e a virtude como a ação e a força de quem se tornava a
causa interna dos seus próprios sentimentos, atos e pensamentos, ao se deixar guiar pela
razão.
David Hume
Sentimento moral
Nos séculos XVII e XVIII, surgiram novas teorias a respeito da Ética e Filosofia Política. Nesse
contexto, o filósofo Inglês David Hume desenvolveu uma concepção ética, entendendo as
paixões, e não a razão, como fundamentos da ação humana.
Segundo essa teoria, o agir humano seria motivado por impulsos e sentimentos, e não por
princípios racionais. Assim, Hume associava a moralidade a sentimentos como benevolência,
compaixão e simpatia. Além disso, defendia a tese de que a distinção entre virtudes e vícios
não seria resultado de uma avaliação racional, mas da presença ou ausência dos sentimentos
de desaprovação e culpa diante de uma ação. Portanto, ele concluiu que a moralidade não
constituía objeto da razão, mas do sentimento.