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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E EXATAS DO SERTÃO DO SÃO

FRANCISCO - FACESF

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

CURSO DE FILOSOFIA DO DIREITO

ANA CECÍLIA DA SILVA


ANA LUíZA NUNES BARBOSA DE PAIVA
ANTONIO BRUNNO PEREIRA SANTANA DIAS
BRUNA RENATA DA SILVA
CECILIA MARIA DE JESUS GOMES BRITO
GUSTAVO GABRIEL FONSECA DOS SANTOS
ISRAEL JONATAS DE SOUZA COELHO
MÁRCIO HENRIQUE DE SÁ SOUZA
SAMARA VIDAL QUEZADO
SILVIANY PEREIRA DA SILVA
PÂMELA MAÍRA ROSA CALIXTO
WESLEY GOMES DE OLIVEIRA

BÉLEM DO SÃO FRANCISCO-PE


2023
Fichamento: CURSO DE FILOSOFIA DO DIREITO, Eduardo C. B. Brittar e
Guilherme Assid De Almeida- São Paulo: 4° Edição, © 2001 by EDITORA ATLAS
S.A, 2005, Capítulo 8 - 9

PÁG. 174 - 177 Filosofia e medievo


A filosofia teve uma grande influência na formação e desenvolvimento do
pensamento medieval, principalmente por meio da síntese e conciliação
dos postulados religiosos com os postulados filosóficos gregos. Aurélio
Agostinho e Santo Tomás de Aquino foram importantes filósofos que
perpetuaram essa fusão entre o platonismo e o cristianismo, e o
aristotelismo e o cristianismo, respectivamente. No entanto, é importante
destacar que o marco teórico do período medieval era a palavra
revelada, ou seja, a doutrina cristã. Isso fez com que a filosofia perdesse
parte da autonomia racional que possuía e se tornasse um recurso
teológico de ascensão espiritual, deixando de ocupar o importante papel
que desempenhou anteriormente. A filosofia, nesse contexto, passou a
servir como uma ferramenta para a compreensão e interpretação da
doutrina cristã. O advento da era cristã trouxe mudanças significativas na
sociedade, como a desestruturação da vida citadina e dos ideais cívicos
romanos, o fortalecimento do culto cristão e a ascensão do poder
eclesiástico organizado. Isso permitiu que o monasticismo se
desenvolvesse e se tornasse uma instituição reinante durante toda a
Idade Média, mesmo no período em que se estruturou e se organizou a
vida universitária. O ideal de vida do monasticismo era baseado no
ascetismo, anacoretismo e eremitismo, e o deserto era considerado o
local perfeito para a sublimação espiritual. A religião passou a ocupar o
primeiro lugar na ordem e na escala dos valores sociais, e a vida
contemplativa se tornou mais valorizada do que a vida política. O
pensamento medieval é teologizante da natureza, pois mistifica todo o
real com base na interpretação das escrituras, Deus está em tudo e tudo
é um fragmento da divindade, o que faz com que o homem conviva
conflitivamente com suas paixões, vícios e imperfeições. A interpretação
religiosa dos fenômenos materiais, à luz dos textos sagrados, é que
conferia sentido às experiências humanas, e a visão do sensível não se
cingia apenas aos aspectos objetivos e evidentes.

PÁG. 177 - 180 Vita theologica


O texto discute a preocupação de Santo Agostinho com o transcendente,
influenciada por sua formação na cultura helênica e pelo platonismo. Sua
conversão ao cristianismo em 386 representou sua adesão à filosofia e
seu papel como teórico cristão. Agostinho combinou seu profundo
conhecimento das escrituras sagradas com sua familiaridade com os
textos gregos clássicos e pós-clássicos, especialmente a doutrina
platônica, para desenvolver sua teoria teológica.
No contexto da justiça, Agostinho concebe uma transcendência
representada pela dicotomia entre a Cidade de Deus (lei eterna) e a
Cidade dos Homens (lei temporal). Ele explora a relação entre a lei
humana e a lei divina, considerando diferenças, influências e relações
entre elas.
O texto sugere a análise dos escritos de Agostinho, como "De civitate
Dei", "De ordine", "Confessiones", "De beata vita" e "De libero arbitrio",
para compreender sua concepção da justiça. Embora não se busque
uma unidade absoluta sobre a questão, o objetivo é sistematizar os
ensinamentos dispersos nas obras de Agostinho sobre o tema da justiça.
A pesquisa não visa construir um sistema completo sobre a justiça na
obra de Agostinho, mas sim identificar as ideias apresentadas pelo
filósofo em relação a essa questão específica. Por fim conclui afirmando
que a análise dessas ideias lançadas por Agostinho sobre a justiça é o
objetivo principal do estudo empreendido.

PÁG. 180 - 186 Lex aeterna e Lex temporalem


Agostinho traz uma concepção filosófica acerca da justiça através de
deliamentos dicotômicos, sendo eles, justiça eterna e justiça transitória,
aderindo assim ao dualismo platônico.
Ele limita a justiça humana a aquela que é proposta a sociedade e pode
sofrer alterações de acordo com a cultura e o tempo, ao ponto em que
traz a lei divina como algo imutavel indepedente da cultura, tempo ou
espaço, sendo também uma lei infinitamente boa e justa.
Agarrando-se ao pressuposto que todo criado é fruto do criador, tem a
concepção que a lei eterna inspira a lei humana, porém toda corrupção,
imperfeição e injustiça é obra humana. Por muitas vezes a lei humana é
indiferente com a lei eterna, exemplo disto está quando a lei divina se
preocupa com o bem-estar da alma ao passo que a lei humana não. Ao
ponto que a lei humana recrimina o crime o suficiente para manter a paz
social. Nem sempre a lei humana é justa perante a lei eterna, nem tudo o
que não é considerado injusto na lei temporária é considerado justo na
lei divina.
O pensamento agostiniano diz que não existe direito sem justiça, logo,
não existe ordem sem direito e sem ordem não existe sociedade,
portanto a justiça e o direito estão entrelaçados.

PÁG. 186 - 190 Alma, justiça divina e livre-arbítro


“Estar contente com uma simples experiência transitória é viver não
apenas entre homens, mas também segundo vida terrana”, escreve
ele."A verdadeira vida deve representar a inspiração para o
comportamento do homem, e é nesse sentido que se deve retornar ao
que há de melhor"
Agostinho: A lei humana rege o comportamento humano, mas não é esta
lei que rege a alma humana. As almas criadas por Deus vivem, agem,
erram, se desviam, e é segundo um padrão de justiça que serão
julgadas. Essa é a justiça divina, que rege suas ações, que orienta seus
julgamentos, com base em duas nuances.
Agostinho diz que a vontade governa o homem, e pode fazê-lo a favor ou
contra o próprio homem. A ideia de que no livre-arbítrio está a chave
para entender o julgamento divino das obras humanas é fundamental.
Agostinho refere-se à capacidade humana de se orientar segundo legem
ou contra legem.
O Jujumen diz que toda alma, a partir do conjunto de seus
comportamentos, forja seu próprio destino. O destino não é dado a cada
um, mas por cada um construído de acordo com suas obras. 'Este é o
ponto em que a justiça se depara com a questão da remissão dos
pecados', diz ele.
É necessário viver para testemunhar o bem e o mal, e fazer da razão o
meio para orientar o comportamento para o bem, distanciando-se do mal.
O Juízo Supremo, o Juízo Final, surge como o momento de distinção
daqueles que souberam usar o seu livre-arbítrio conforme ou contra a lei
divina. O Juízo Final será sedado de tal forma que o bem receberá o
melhor.

PÁG. 190 - 195 Preocupações com o Estado e conclusões


A ideia central desse texto é abordar as preocupações de Santo
Agostinho em relação ao Estado. Apesar de sua filosofia ser seguida
para a metafísica e a teologia, Agostinho busca construir um sistema de
ideias sobre o governo das almas, com a vida terrena sendo valorizada
como uma forma de corrigir os rumores de cada alma individualizada,
seguindo os preceitos divinos. Ele argumenta que o poder temporal deve
estar subordinado ao poder divino e defende a espiritualização do poder
político, ou seja, a intervenção dos líderes espirituais para orientar o povo
em direção à paz eterna. Agostinho vê a corrupção da alma humana
como um obstáculo para a implementação imediata da ordem divina na
sociedade humana.
Esse ponto também discute a Cidade dos Homens como a reunião dos
ímpios, internada pelo pecado original e caracterizada pela desordem e
obediência das leis eternas. Agostinho condena os julgamentos injustos,
como penas cruéis e critica a tortura e a pena de morte. Ele contrasta o
estado de coisas humanas, marcado pelos pecados e desordem, com o
estado de coisas divino, caracterizado pela ordem e justiça constantes, e
destaca a importância de vislumbrar a humanidade como um estágio
transitório, mediando entre o alcance de vida elevada ou de maior
sofrimento, até o Juízo Final.
A divisão dicotômica entre a Cidade de Deus e a Cidade dos Homens é
destacada, representando dois amores diferentes: o amor de si e o
desprezo por Deus, que originou a cidade terrena, e o amor a Deus e o
desprezo de si, que representa a cidade celestial. Agostinho enfatiza a
importância de se aproximar do homem de Deus e estabelecer a Cidade
de Deus na Terra, lutando contra os inimigos dessa cidade.
Na conclusão é apresentado uma concepção de justiça de Santo
Agostinho, que é governada pela dicotomia bom/mal. Essa dicotomia
estabelece a base para a construção de todo o seu esquema de ideias,
incluindo a compreensão da justiça. Agostinho argumenta que a justiça
pode ser definida como humana e divina, e que as leis humanas devem
estar próximas da lei divina para representarem um avanço em direção
ao que é verdadeiro, bom e eterno. Apesar de imperfeitas, as leis
humanas são necessárias para garantir a ordem social e devem ser
minimamente aproximadas da justiça. A justiça é vista como a essência
do Direito na teoria agostiniana, sendo a virtude que atribui a cada um o
que é seu. O texto também menciona a ideia de que a lei humana busca
a paz social temporal, enquanto a lei eterna busca a paz eterna, e que
essas leis se adequarão em propósitos e propósitos quando ocorrer a
ruptura com o estado de coisas em que o homem vive dissociado de
Deus. A teoria de Agostinho é destacada como significativa para o
espírito medieval, assim como a teoria de Santo Tomás de Aquino.

PÁG.196 - 197 Filosofia tomista


A filosofia tomista tem influência nos Sagrados Escritos e nos
pensamentos aristotélicos, além de abranger pensamentos filosóficos até
o século XIII, como os de Dionísio, Boécio, Santo Agostinho, entre
outros. Contudo, a base dos seus escritos buscam transmitir o
conhecimento aliando a fé e razão. No entanto, mesmo com influência do
aristotelismo e pensamentos de filósofos que lhe antecederam, Santo
Tomás de Aquino deixou seus pensamentos de maneira lógica, metódica
e racional.
No pensamento tomista, a justiça possui lugar especial, logo, recebe
tratamento extensivo na sua obra Summa Theologica, como também é
estudada de maneira minuciosa entre as questões LVII e LXXIX da
Segunda Parte. Diante disso, os conceitos de direito e justiça é de
grande importância para os interesses dos homens. O desenvolvimento
da justiça de Aquino dar-se como um problema ligado à ação humana,
onde a virtude atribui cada um o seu, logo não se tem uma justiça
intangível. Entretanto, isso não impediu que ele discutisse sobre a justiça
divina.

PÁG. 198 - 200 Razão prática, sinderese e ética


O estudo da justiça estabelece-se na teoria tomista, que dento do estudo
lex possui três conceitos: “uma no sentido humano, outra no sentido
natural, outra no sentido divino”. Trata-se de reconhecer na teoria tomista
o pensamento com a razão pratica e com a ética.
Assim para Santo Tomás, o homem é composto de corpo (corpus) e alma
(anima) sendo que o corpo contribui para o aperfeiçoamento da alma,
esta criada por Deus, a alma é algo incorruptível, imaterial e imortal
diferente do corpo que é corruptível, material e mortal. A alma preenche
também animais e vegetais sendo para eles diferenciados. Assim a alma
vegetativa serve simplesmente na execução das tarefas fisiológicas. Já a
alma sensitiva, a dos animais, possui sensibilidade, atuam e aprender
formas de agir. A alma intelectual, no entanto, é referente ao animal
racional (homem) podendo além de sobreviver, realizar atividades,
aprender forma e o fim de suas ações, sendo que o homem possui as
três faculdades anímicas.
Com isso, a razão obtém entendimento das coisas através da
experiência sensível, portanto as sensações são a criação do
conhecimento, visto que é da percepção existente pelos sentidos que do
entendimento das coisas que surge o conhecimento racional. Entretendo
essas sensações não criam o conhecimento só, assim serve para razão
como ponto de apoio. Através disso podemos definir os meios desejáveis
e não desejáveis, para assim efetuar escolhas. Deus deixa que o homem
tenha sua liberdade de decidir e agir, assim Deus lançou o homem para
que siga o cominho do bem, obtendo o livre arbítrio para a buscar esse
bem, ou seja, entender o que é certo e errado, justo e injusto.
Assim a atuação ética, consiste equivale em por meio da razão pratica,
distingui o mal do bem e, portanto, executar sua vontade. O ato moral de
escolha do bem, e de desprezo do mal, corresponde a atividade racional
de experiência haurida captado pela razão, a sociedade civil carece de
ética, sendo assim a razão é a realização que mostra o caminho para o
convívio social. Sobre a razão pratica que a ética reflete, na filosofia
tomista, esse
conceito está no conjunto de conhecimento tomado a parti da
experiência habitual, ou seja, através do entendimento extraído da
vivencia e da pratica.

PÁG. 201 - 202 Sinderese e hábito


A sindérese exige a experiência do ser humano para julgar o que é o
bem e o mal, podendo escolher de maneira equivocada o mal por se
assemelhar ao bem. Para Santo Tomás de Aquino, o mal representa a
privação do bem. Após a experiência sinderética, são conquistados
hábitos, esses que irão tomar decisões que podem ser benéficas ou
maléficas.
Em geral, o primeiro princípio da razão prática diz que devemos fazer o
bem e evitar o mal, sendo este, o principal princípio da teoria tomista da
justiça. O homem irá utilizar desses princípios adquiridos da experiência
para formar a lei natural, que é uma lei racional, podendo ser
considerada como um princípio norteador, porém, insuficiente e
incompleta, onde é necessário a justiça para manter a ordem na
sociedade.
PÁG. 102 - 104 Definição de justiça e Justiça e direito
Conforme Santo Tomás de Aquino, pensador cristão, que não
desprezava as lições gregas, diz que: “justiça é uma vontade perene de
dar a cada um o que é seu, segundo uma razão geométrica”. Diante
disso, pode-se observar no texto também que, a justiça é considerada
uma relação de igualdade entre pessoas, tornando-se um ato habitual de
dar, com vontade perpétua e constante, a cada um o que lhe pertence,
nada mais e nada menos.
Sendo assim, a justiça (iustitia) não tem a ver com paixões interiores, que
são objeto de outras virtudes, mas sim com uma razão de atividade
prática, de discernir o “meu do seu, e o seu do meu”.
Além disso, o DIREITO (ius) é objeto da justiça, chamado assim porque é
justo e ambos se inter-relacionam. O direito, visa estabelecer de maneira
plena a justiça. Portanto, seguindo um pensamento lógico, o direito não é
justiça, entretanto, busca, justamente, a realização da justiça.

PÁG. 204 - 209 Acepções do termo justiça


As Acepções no termo justiça emgloba um conjunto de direitos e leis, são
elas a lei natural, a lei eterna, e a lei humana. Para São Tomás de Aquino
um dos conceito para essas três leis é, a lei divina é aquela da natureza
divina, criada por Deus, conhecida parcialmente pelo o homem mediante
suas manifestações, A lei natural, está é, conhecida pelo homem através
da razão, e a lei humana, é aquela criada pelo próprio homem. Para a
justiça do bem comum, o direito natural conviver pela razão, não é o
bastante, para a sociedade conviver em harmonia, por isso o direito
positivo precisa ser imposto na sociedade, impondo as leis e regras de
maneira passiva, mas essas leis de autoridade tem que funcionar para
todos , não apenas para um determinado grupo isolado, pois o “Bem
comum representa não somente o bem da sociedade, mas sobretudo o
bem dos particulares”. Os deveres sócias impõe um corportamento além
da razão, além dos direitos naturais, esse posicionamento é o direito
positivo, que cria leis, e legislações, ou até mesmo por meio de coaçao.
A doutrina tomista fala também da diferença entre a justiça comutativa, e
distributiva, a comutativa é responsável pelos direitos particulares entre
as partes individuais que compõe a esfera maior da sociedade, já a
distributiva ajuda a todos atribuindo a cada parte o que é lhe devido
segundo seu mérito, dentro da sociedade. Como podemos ver nos dois
casos a justiça está ali como um meio de equilíbrio em ambos as partes
garantindo o seu direito e impondo o seu dever, para não haver distinção
e serem igualitários.

PÁG. 209 - 210 Regime das Leis


O autor questiona o que seria mais conveniente para a comunidade civil,
se estar sob o regime de leis ou de homens, sendo esta uma questão
clássica que pasmou a Antiguidade por séculos.
Afirma o autor que numa ampla sociedade existe a necessidade de que
os juízes sejam numerosos para que se haja efetivamente a aplicação da
justiça. Neste contexto o autor afirma que seria mais fácil encontrar
poucos bons legisladores do que muitos juízes.
Segundo o autor o legislador procura se antecipar aos fatos sociais antes
que estes ocorram, o que seria diferenciado do ato do juiz que aguarda
algum fato ocorrer para julgar conforme lei preexistente.
O autor adverte que o juiz pode acabar se envolvendo com um fato e, por
sua subjetividade, se deixar contaminar pelo amor, ódio, paixões, entre
outros sentimentos inerentes ao ser humano normal, o que excluiria um
julgamento apropriado.
Para o autor, o objetivo da justiça é o direito que é resultado da lei.
Afirma o autor que o julgamento é imprescindível para a administração
da justiça entres os seres humanos desde que haja uma inclinação justa.
Para o autor a lei escrita deve instruir a lei natural para que se tenha uma
sentença com base na escrita e que deve ser proferida com base na
razão.
O autor afirma que se a lei for injusta pela forma e método se sua
construção ela não vinculará a sociedade as obrigações nela imposta
uma vez que não se trata dos fenômenos sociais e não corresponde ao
conceito do que é justo e injusto.
Para o autor, uma lei terá força natural e caráter vinculatório se produzida
pelo legislador obedecendo atos que apontem na direção da definição do
que é justo e injusto advinda de ordenação do convívio social.
O autor enfatiza a necessidade da promulgação e publicação de um
preceito legislativo e, afirmou que se o legislador tem suas decisões
orientadas pela reta razão numa visão segundo a lei natural, dirigindo as
condutas para o bem comum, poderá obter benefícios que devem fruir
para a sociedade.

PÁG. 210 - 214 justiça, lei e atividade do juiz e Injusto e vícios da justiça
O juiz consiste na efetivação da justiça; No pensamento tomista, há que
ser considerado o fato de que o ato de julgar é um ato de
individualização da lei;
O ato por meio do qual o juiz decide aplicando justiça chama-se
julgamento; é licíto ao juiz exerce-lo na medida e nos limites de seu
poder.
Somente os juízes estão aptos a realizar o juízo das pessoas, então
deve-se concluir que que os clérigos não está autorizado, quanto menos
ao exercício do julgamento.
Outra razão é que os clérigos foi cometido o ministério lei nova, que não
determina a pena de morte ou a mutilação do corpo.’’
O condenado por uma sentença de morte, por sua vez pode insurgir-se
sem cometer infração á lei divina, se injustamente julgado e sentenciado.
LXIV,art. IV.
‘’E portanto, se não quiser confessar a verdade, como deve, ou se a
negar com mentira, peca mortalmente Se, porém, o juiz exigir o que não
pode, na forma do direito, o acusado não está obrigado a responder-lhe,
mais pode evadir-se á resposta apelando ou por outro meio lícito. Não
lhe é, contudo lícito dizer mentira.’’
Para que se cometa a justiça ou a injustiça, é necessário o concurso de
vontade do agente praticante do ato;
Pode -se sofrer a injustiça voluntariamente. ‘’Potanto, um mesmo sujeito
não pode ser ao mesmo tempo agente e paciente, como diz Aristóteles.’’
Logo devemos concluir que a injustiça em si mesmo, e formalmente
falando, ninguém pode fazê-la se não voluntariamente.

PÁG. 214 - 215 Justiça e sua prática


Este capítulo trata da aplicação da teoria tomista ao direito, em que são
destacados alguns conceitos pertinentes, como a justiça, propriedade,
matrimônio e escravidão. A propriedade privada, por exemplo, encontra
seu fundamento na lei natural, e é dever do legislador equilibrar sua
distribuição para evitar grandes disparidades sociais. Já o matrimônio é
considerado algo proveniente do ius naturalle e seu objetivo é a
associação do homem com a mulher e a educação dos filhos. A partir
das premissas gerais do pensamento tomista, são apresentadas outras
aplicações inevitáveis do conceito de justiça, que incluem a legítima
defesa, a prisão, o advogado não patrocinar causas injustas, entre
outras.

PÁG. 215 - 216 Conclusão


Em resumo, a teoria tomista sobre a justiça é ampla e abrange tanto a
atividade legislativa quanto a judicial, bem como a distinção entre justiça
natural e convencional. Além disso, a justiça é concebida como uma
virtude que se materializa em ações reiteradas, voltadas para o bem
comum e para a distribuição adequada dos bens entre os indivíduos. A
visão tomista do ius transcende à mera lei positiva, estando
fundamentada no direito natural e divino. No entanto, mesmo com toda
essa riqueza e profundidade, a tendência atual é reduzir o conceito de
justiça a mera garantia de direitos, negligenciando o caráter virtuoso e
moral da justiça.

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