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Existem várias perspectivas ou pontos de vista em relação a natureza e essência fundamentais dos
seres humanos. A seguinte lista não é de forma alguma exaustiva: Naturalismo filosofico, Religião
abraamica, Religiões politeistas animistas, religiões espiritistas e a antropologia filosofica.
Naturalismo filosófico, que inclui materialismo e racionalismo: Engloba um conjunto de
pontos de vista que os seres humanos são puramente fenómenos naturais; seres sofisticados que
evoluiram para o nosso actual estado através de mecanismos naturais, como a evolução.
Filósofos humanistas determinam o bem e o mal através do que seriam as "qualidades humanas
universais", mas outros naturalistas empregam esses termos como meros rótulos colocados em
quão bem o comportamento individual está em conformidade com às expectativas da
sociedade, e é o resultado da nossa psicologia e socialização.
Religião Abrâamica sustenta que um ser humano é um ser espiritual que foi deliberadamente
criado por um único Deus, em sua imagem e existe um contínuo relacionamento com Deus. O
bem e o mal são definidos enquanto os seres humanos se amoldam ao caráter descrito na "lei de
Deus".
Noções politeísticas animísticas descrevem os seres humanos como cidadãos em um mundo
povoado por outros seres espirituais inteligentes ou mitológicos, como deuses, demônios,
fantasmas, etc. Nestes casos, a maldade humana é frequentemente considerada como o
resultado de influências sobrenaturais ou corrupção (embora possa ter muitas outras causas
também).
Tradições espirituais existentes como as variantes: a holística, panteística e panenteística
asseguram que a humanidade é a existência com deus ou como parte do cosmos divino. Neste
caso, a maldade humana é geralmente considerada como o resultado da ignorância desta
natureza universal Divina. Tradições deste tipo incluem a religião Dármica e outras formas de
filosofia oriental (incluindo Budismo e Taoísmo), e filosofia ocidental como Estoicismo,
Neoplatonismo ou cosmologia panteística.
A Antropologia filosófica consiste na reflexão do que significa ser humano, busca a
compreensão de nós mesmos ultrapassando o vivido e explicar o ser humano como um todo
numa dimensão mais ampla e profunda. Nesta análise aparecem as duas concepções da
natureza humana: optimista e pessimista (o homem é bom ou o homem é mau por natureza).
2.2.1. AMOR
A palavra amor ( do latim amore) presta-se múltiplos significados na língua portuguesa, tais como
afeição, compaixão, misericórdia, atracção, apetite, paixão, querer bem, satisfação, desejo, libido, etc..
O uso do vocábulo, contudo, lhe empresta outros tantos significados, quer comuns, quer conforme a
óptica de apreciação, tal como na concepção vulgar, nas religiões, na filosofia e nas ciências humanas.
a) Na concepção vulgar o termo amor encontra variadas significações que são abordadas em
sentidos próprios definindo sentimentos e acções, tais como:
1. A atracção física e sexual, na relação entre indivíduos (como quando se diz "fazer amor");
2. Para designar as diversas relações interpessoais como a amizade, o amor entre pais e filhos, etc.
3. O sentimento de apego a seres inanimados, que nada mais é senão o "desejo de posse" - como
quando se diz "amor ao dinheiro", ou "aos livros", etc.
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4. Apreço a valores ideais (amor à justiça, ao bem, etc);
5. Apreço por certas actividades ou formas de vida (como quando se diz do amor a uma profissão,
ao jogo, à diversão, etc.);
6. Sentimento de apreço ao colectivo: amor à pátria, a um partido político, etc.;
7. Amor ao próximo, amor a Deus.
b) Perspectivas Religiosas
Nas religiões antigas apresentam visões diferentes de amor. No Hinduismo, o homem deve
procurar unir-se à divindade, por caminhos que passam, por cada vez mais, se libertar das coisas
materiais e descobrir as espirituais - dentre elas a prática da caridade; em suma, muitas outras
obras propõem os sentimentos passionais, como o impulso sexual, sejam sublimados em
sentimentos devocionais. No Judaísmo, o amor tem sua obrigatoriedade definida no Levítico,
19:18 - "Tu não deves tomar vingança, nem conservar ira aos filhos de teu povo - mas deves amar
ao seu vizinho (como alguém) a si próprio. No Shabat 31-A do Talmude Babilônico é narrada uma
história onde um gentio procura Hilel, e lança-lhe o seguinte desafio: resumir toda a Torá durante o
tempo em que conseguisse ficar em pé sobre um só pé; o sábio o repeliu, mas em seguida
respondeu-lhe: "O que for odioso para ti, não faça ao teu próximo, esta é toda a Torá; o resto é
comentário. Vá e estude-a! Enquanto algo que a doutrina de Buda “Budismo” rejeita que o amor
seja uma simples forma de afecto, mero sentimento, mas sim num conceito de puro amor cristão,
de humanitarismo e doçura tornando-se acção de auxílio e oferenda a deus.
O Cristianismo e doutrinas espiritistas apresentam o amor (caridade) como a base mesma do ser:
"Se não tiver amor, eu nada serei". “amar ao próximo como a si mesmo”. Allan Kardec escreveu
que "amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejariamos nos
fosse feito", a explicar a máxima cristã de "amai-vos uns aos outros como irmãos".
A compreensão da caridade, ou amor ao próximo necessitado, aproxima o Alcorão do Novo
Testamento (Cristianismo); nas escrituras do Profeta se lê (76: 8 e 9) que "E eles dão comida ao
pobre, ao órfão e ao cativo por amor a Ele. [Eles dizem:] Só os alimentamos pelo amor de Deus.
Não desejamos de você nem recompensa, nem gratidão", enquanto em Mateus (25: 31-46) se lê
que, no dia do Juízo, Deus perguntará a cada um o que fizeram por Ele, e esclarece que estava em
cada um que teve sede, e não deram água; estava doente, e não foram visitá-lo, etc…
Todas as religiões convergem que a vida cotidiana é regida pelo Amor, o homem
vivifica a si mesmo e também as pessoas arredor. Isso porque Amor é Vida"; tal
sentimento constitui-se na própria natureza divina do homem, um legado que Deus
deu ao homem.
c) Perspectiva filósfica
A discussão filosófica sobre o tema tem início no questionamento da "natureza do amor". Qual é a
natureza do amor? Desta questão temos duas visões: a epistemológica do amor envolve a filosofia da
linguagem que passa pela expressão em palavras e teorias das emoções que ponderam, se for
meramente uma condição emocional está no âmbito da inacessibilidade por outra pessoa, quando
alguém afirma estar amando o enunciado independente de outras declarações é um enunciado não
proposicional, sua verdade está além de qualquer exame.
Se o amor não possui uma "natureza" que possa ser identificável ou acessivel, podemos contudo
questionar se temos a capacidade intelectual para compreendê-lo? o amor pode ser parcialmente
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descrito, ou insinuado, numa exposição dialéctica ou analítica, mas nunca compreendido em si
mesmo.
Neste sentido o amor está na categoria de conceitos transcendentais, aos quais os mortais (o senso
comum) mal podem compreendê-lo na sua pureza e possuem apenas a percepção do amor de desejo
físico, assim apenas compreendido na sua pureza por algumas pessoas como artistas e filósofos, afirma
Platão.
Alan John Lee identificou sete estilos básicos de amor que as pessoas usam nas suas relações
interpessoais:
1. Eros – eros (do grego erasthai) como um amor apaixonado e muitas vezes como sinônimo do
desejo sexual (do grego erotikos). Um amor apaixonado fundamentado e baseado na aparência
física.
2. Psique – um amor espiritual, baseado na mente e nos sentimentos eternos.
3. Ludos – o amor como um jogo; amor brincalhão.
4. Storge – um amor afectuoso que se desenvolve lentamente com base em similaridade.
5. Pragma – amor pragmatico que visualiza apenas o momento e a necessidade temporária do
agora.
6. Mania – amoraltamente emocional, inatável e romático.
7. Agape – define o amor de Deus para com os homens e dos homens para com Deus - sendo
extensivo também para o amor fraternal a toda a humanidade, corresponde a philia (filantropia)
denota não somente amizade, mas a lealdade à família, à comunidade, ao trabalho, etc.
Aristóteles (in: Ética a Nicômaco, Livro VIII) explica que é a ação que o agente pratica visando
o bem de outro, ao invés de a si próprio; amor altruista, amar por amar.
Entretanto, houve filósofos como Nietzsche que apresenta o amor e altruísmo como expressões
de fraqueza e autonegação e, portanto, são sinais de degeneração; em seu pensamento a busca
pelo amor é típica de escravos que, não podendo lutar por aquilo que querem, tentam consegui-
lo por meio do amor.
Na concepção do pensador de Genebra, Jean-Jacques Rousseau (o amor não admite corações)
o amor é filho da natureza e da liberdade. Para ele, o ser humano nasce bom e se perverte por
causa da vida social e do desenvolvimento cultural. A civilização e a cultura tornaram os seres
humanos egoístas e violentos, gananciosos e desordenados
d) Para a sociologia, o amor tem interesse na medida em que é um dos motivos para a constituição
da família, do casamento; dentre as teorias destaca-se a de Franz Müller-Lyer que indicou
como principais motivos para a união matrimonial: a necessidade econômica, o desejo de
procriar e o amor - evoluindo estes motivos das sociedades mais primitivas, passando pelas
antigas, até a sociedade moderna onde a mais importante razão da união familiar está no amor.
Para Stevi Jackson a institucionalização do amor no casamento e sua representação na ficção
romântica têm sido o foco de atenção considerável por estudos da sociologia e do feminismo,
enquanto o significado cultural do amor como uma emoção tem sido negligenciado.
A Psicologia descreve que o amor possui um mecanismo biológico que é determinado pelo
sistema límbico, centro das emoções, presente somente em mamíferos e talvez também nas
aves — a tal ponto que Carl Sagan afirmou que o amor parece ser uma invenção dos
mamíferos.
Ódio foi testado sob diferentes perspectivas, desde o científico até o religioso. Por exemplo, os
estudiosos do cérebro (Psicanálistas) têm analisado em áreas de detalhe do cérebro que são activadas
quando uma pessoa sente ódio em direcção a algo ou alguém, enquanto psicólogos tendem a
concordar que se trata de uma emoção intensa e profunda que pode ser considerada como uma
atitude ou disposição ao invés de um estado temporário, pois ele tende a ser um sentimento que
perdura por um longo do tempo.
Em religião, o ódio é visto de maneiras diferentes.Na tradição cristã, a Bíblia menciona a episódios de
ódio em vários de seus personagens mais notáveis e ao mesmo tempo condena o sentimento
repetidamente.
Mesmo que seja um sentimento bastante comum, o ódio é algo indesejável devido a suas
conseqüências desastrosas.
2.2.3. INDIFERENÇA
A Indiferença, do latim indifferentĭa, é o estado de espírito em que uma pessoa não sente inclinação
nem repulsa para com outro sujeito, objecto ou assunto. Pode tratar-se de um sentimento ou de uma
postura para com alguém ou algo que se caracteriza por não ser nem positivo nem negativo.
A indiferença, por conseguinte, é um ponto intermédio entre o apreço e o desprezo. Se alguém sentir
apreço, esse sentimento será agradável e activo; pelo contrário, se sentir desprezo, tornar-se-á em algo
que se pretende rejeitar. Ao mostrar-se indiferente, o sujeito torna-se apático a esse respeito.
Relativamente a determinados assuntos, a indiferença é vista como um problema psicológico ou
social. Há casos em que a pessoa indiferente pode ser acusada de insensível ou fria, como se tivesse as
emoções ou os sentimentos anestesiados.
Exemplo: se um homem for pela rua e se cruzar com uma criança ferida e, em vez de parar para lhe dar
assistência, continuar o seu caminho, o mais provável será condenado socialmente. Como parte da
comunidade humana, espera-se que as pessoas tenham empatia e possam demonstrar a sua
solidariedade quando alguém precisa de ajuda. Exepmlo a estória do bom samaritano – Lc. 10,25-37.
Neste sentido, para alguns filósofos, a indiferença é a negação do Ser já que supõe a ausência do
mesmo.
Quem é indiferente não sente nem age, mantendo-se à margem. O facto é que todos nós somos
indiferentes, uns mais outros menos, passamos ao lado de muitas coisas, realidades, factos e pessoas,
e em algumas situações até de nós mesmos.
A indiferença é a hostilidade em pessoa e é por si só o pior dos sentimentos humanos, que se pode
oferecer sem um pingo de arrependimento, aos nossos semelhantes. Quem usa de indiferença castiga
sobremaneira a outra pessoa sem que esta se possa defender, pois o indiferente não oferece abertura,
para uma conversação, já que se fecha na sua inimizade. O indiferente é uma pessoa rude e sem
amigos, vivendo só com a sua sem razão. A indiferença cria inimigos por onde passa e é inquietante o
2.2.4. SOFRIMENTO
Reflectir sobre o sofrimento é antes de tudo fazer uma pausa na vida e tentar descobrir porque a
felicidade nos abanonou. Foi-se a felicidade, veio o sofrimento.
Assim, quando Sêneca, em "Cartas a Lucílio", afirmou que "os homens considerados felizes são, na
verdade, os mais infelizes", quis realmente afirmar que podemos disfarçar o sofrimento, mas não
negar sua existência.
Em resposta ao meu amigo, poderia ter lhe feito as seguintes perguntas: O que dizer de Sócrates,
sofrendo a ansiedade da morte, após ter bebido cicuta? E mesmo do "maldito" Maquiavel quando
torturado e exilado de sua terra devido a perseguições políticas? Que dizer de Schopenhauer, ofuscado
por Hegel e esquecido de todos seus compatriotas? De Kierkegaard, quando sua amada Regine Olsen o
rejeitou e, também, foi ridicularizado na Dinamarca? E até mesmo do estóico Sêneca exilado em
Córsega por cerca de dez anos? (creio não ser necessário falar de mártires como Giordano Bruno para
demonstrar que até mesmo os filósofos sofrem).
O certo é, conforme Eric Fromm, que diz "o homem é o único animal cuja existência é um
problema", e o seu existir muitas vezes é por sofrimentos, perturbações e desassossegos que o deixa
sem sentido - é aí que a vida perde a graça. Quando o sofrimento chega na soleira da vida humana, o
ser humano se revela frágil frente ao seu novo estado. Se era alegre, fica triste; se perdeu a pessoa que
amava, fica como um barco à deriva; se perdeu a saúde ao ser atacado por uma doença maligna, fica
debilitado; enfim, o sofrimento atinge o ser humano por meio de suas multifaces - doença, morte,
solidão, rejeição, desprezo... Tudo isso gera no ser humano alguma ponta de sofrer.
Haveria algum antídoto para combater ou curar o sofrimento? A ciência sempre procura soluções para
cura de doenças; mesmo àquelas que são incuráveis, busca um paliativo para aliviar os sofrimentos do
paciente. O "senso-comum" por sua vez - quando o sofrer é psicológico, empírico-sentimental - não
hesita em usar o chavão-clichê, o cura tudo, o quimbandeiro ou o espiritista: "o tempo é o melhor
remédio" ou "o tempo a tudo cura". Será? O tratamento dado pela filosofia é diferente, vejamos como
alguns de nossos filósofos enfrentam o problema:
a) Sócrates, ao sentir que seu julgamento resultaria numa condenação injusta, adverte: "Pois bem,
senhores juízes, vós também deveis estar dispostos à esperança em relação à morte, pensando
somente isso, que nenhum mal pode atingir o homem recto nem em vida nem depois de morto
(...)". Sócrates presume que deveria cumprir uma pena capital injusta, mas encara a situação
corajosa e resignadamente, pois sabia que o desespero não aliviaria em nada sua dor. Sofrer
além do sofrimento é agravar a situação. O certo é que Sócrates enfrentaria o sofrimento
resultante de uma condenação injusta e, consequentemente, a morte como um mártir. Suas
últimas e memoráveis palavras, após tomar o veneno, foram: "É chegada a hora de partir: eu
para a morte e vós para a vida. Quem de nós encontrará o melhor destino só Deus sabe".
b) Jesus Cristo, Lc. 23, 1-6, neste interrogatório de Pilatos para Jesus vemos a atitude Deste em
assumir o sofrimento que estava a ser infringido, visto que sendo uma pena injusta, manteve a
serenidade.
2.3.1. Antropogênese
Hoebel e Frost (1971:77) afirmaram que “para compreender a cultura humana deve-se conhecer as
fases pelas quais a humanidade se transformou, do antropóide dominado pelo instinto ao ser humano
adaptável culturalmente. Desde o tempo das origens primitivas da cultura, todo desenvolvimento
humano foi biológico e cultural. Nenhuma tentativa de estudar a humanidade pode ignorar este facto”.
O homem, através dos processos adaptativos, sofreu transformações que o levaram de um primata
desenvolvido ao homem moderno.
Abrange os estágios ou fases através dos quais o homem evoluiu tanto física quanto culturalmente: 1.
Austrolopithecus, 2. Homo habilis, 3. Homo erectos, 4. Homo sapiens, 5. Homo sapiens sapiens.
Brace (1970:67), analisando a cultura como mecanismo primário de adaptação humana, diz: “a
mais singular característica do ser humano é a sua capacidade para partilhar da experiência
acumulada e transmitida pelos seus semelhantes. Esta deve, portanto, ser considerada a mais
importante forma de adaptação do homem”.
Os marcos cronológicos são tão amplos, que muitas vezes fogem ao entendimento do estudioso, mas é
essa amplitude que possibilitou o desenvolvimento bio-cultural através de um processo contínuo de
cerca de 5 milhões de anos.
A Época Pliocénica
Suas raízes estão mergulhadas na época Vilafranqueana, com características eolíticas ou pré-
paleolíticas.
b) Homo erectus, fóssil humano na sequência evolutiva entre o Australopithecus e o Homo sapiens.
Teve duração relativamente curta, caracterizando-se, entretanto, por significativas mudanças que
afetaram profundamente o desenvolvimento cultural.
Esse período se caracteriza-se pelo recuo das geleiras no hemisfério Norte. Novos habitats foram
oferecidos ao homem com a flora e a fauna enriquecidas de novas espécies, favorecendo a inovação
cultural.
Caracteriza-se por uma série de transformações iniciadas nos períodos anteriores e que tornaram
possível a sua ocorrência, são:
b) Produtor de alimentos
d) Domesticação de animais
e) Aglomerados humanos
f) Cerâmica
Grandes mudanças ocorreram nos modos de pensar e agir do homem neolítico que, a partir de então,
tinham sua auto-suficiência assegurada.
Seus instrumentos eram muito aperfeiçoados, decorados e mesmo incrustados - embutir. De material
variado, com formas variadas e superfícies polidas.
As habitações construídas com tijolos crus eram redondas, ovais e posteriormente rectangulares.
Suas principais características eram: descoberta do uso dos metais, organização de grupos humanos,
pré-escrita, em crescente harmonia que deu origem à História Escrita.
Somente com o advento da Idade dos Metais (cobre, bronze e ferro) é que o homem deixa de usar a
pedra como matéria-prima em suas manufacturas.
A cultura é dinâmica tal quanto o homem. Como mecanismo adaptativo e cumulativo, a cultura sofre
mudanças. Traços se perdem, outros se adicionam, em velocidades distintas, nas diferentes
sociedades, circunstâncias e espaços. Quatro mecanismos básicos permitem a mudança cultural:
A mudança acarreta normalmente em resistência. Visto que os aspectos da vida cultural estão ligados
entre si, a alteração mínima de somente um deles pode ocasionar efeitos em todos os outros.
Modificações na maneira de produzir podem, por exemplo, interferir na escolha de membros para o
governo ou na aplicação de leis.
A resistência à mudança representa uma vantagem, no sentido de que somente modificações realmente
proveitosas, e que sejam por isso inevitáveis, serão adotadas evitando o esforço da sociedade em
adoptar e depois rejeitar um novo conceito. O ambiente exerce um papel fundamental sobre as
mudanças culturais, embora não único: os homens mudam sua maneira de encarar o mundo tanto por
contingências ambientais quanto por transformações da consciência social.
A morte faz-se notória e ganha destaque especial ao ocorrer em seres humanos. Não há nenhuma
evidência científica de que a consciência continue após a morte, no entanto existem várias crenças em
diversas culturas e tempos históricos que acreditam em vida após a morte.
a) Teorias pós morte.
Com notórias consequências culturais e suscitando interesse recorrente na Filosofia, existem diversas
concepções sobre o destino da consciência após a morte, como as crenças na ressurreição (religiões
abraâmicas), na reencarnação (religiões orientais, doutrina Espírita, etc) ou mesmo o eternal oblivion
("esquecimento eterno"), conceito esse comum na neuropsicologia e atrelado à ideia de fim
permanente da consciência após a morte.
b) Causas da morte
Entre os fenômenos que induzem a morte, os mais comuns são: envelhecimento biológico
(senescência), predacção, má-nutrição, doenças, suicídios, assassinatos, acidentes e acontecimentos
que causam traumatismos físicos irrecuperáveis.
c) Tipos de morte
A Morte já foi anteriormente definida como parada cardíaca e respiratória mas, com o
desenvolvimento da ressuscitação cardiopulmonar e da desfibrilação, surgiu um dilema: ou a definição
de morte estava errada, ou técnicas que realmente ressuscitavam uma pessoa foram descobertas: em
vários casos, respiração e pulso cardíaco são realmente reestabelecidos após cessarem. Em vista da
nova tecnologia, actualmente a definição médica de morte é conhecida como morte clínica, morte
cerebral ou parada cardíaca irreversível.
As cerimónias de luto e práticas funerárias são variadas. Os restos mortais de uma pessoa,
comumente chamado de cadáver ou corpo, são geralmente enterrados ou cremados. A forma de
disposição mortuária pode contudo variar significativamente de cultura para cultura.
A morte é a possibilidade de ser a mais pessoal, a mais ímpar e a mais intransferível do ser-aí, pois é o
próprio Ser, do Ser-aí, é ser-para-a-morte (existir é morrer). A morte é o fim da existência, no seu
sentido autêntico de fim, pois sempre está presente na vida humana. A morte uma vez entendida como
possibilidade, leva o Ser-aí a tomar o primeiro passo em direção a uma existência autêntica. A
autenticidade significa tornar-se si-mesmo, tornar-se verdadeiro, pois o Ser-aí defronta-se com a
morte, que é libertadora.
b) Classificação
Os valores encontram-se associados aos objectos da realidade natural e humana. Como o ser humano é
constituído por sensibilidade e espiríto, corpo e alma, assim os valores classificam-se: Sensíveis ou
materiais e Esperituais.
a) Valores sensíveis ou materiais
- Agradável e do prazer, estes abragem todas as nossas sensaçõ es de prazer e de satisfação bem
como da fonte. Ex: O alimento, a bebida, etc.
- Vitais ou de vida, referem-se ao vigor do nosso corpo da nossa força fisica e espiritual, da saúde, da
felicidade, do amor etc.
- Utilidade, dizem respeito a todas as coisas que nos servem para satisfazer as nossas necessidades
vitais, tais como, Vestuário, da habitação, meios de transporte, dos electrodomésticos, meios de
comunicação e dos próprios instrumentos que servem para que a criação destes bens.
c) Valores Espirituais
Valores espirituais diferem-se dos valores sensiveis pela sua imaterialidade e absuluta condicional
validade. Assim são:
- Religiosos referem-se ao sagrado ou divino. O sagrado é ao mesmo tempo valor e ser, quer dizer, é
uma realidade, valor ao mesmo tempo.
- Estéticos são os que se referem aos ideias do belo, do feio, do sublime, do trágico, do amável, da
harmonia, da elegância etc.
- Éticos ou Morais- referem-se aos ideias do bem e do mal, da bondade, da lealdade, da amizade, da
honestidade, da solidariedade, da liberdade, da verdade, etc.
- Políticos – dizem respeito a justiça, a igualdade de diretos, a liberdade de expressão e de associação,
etc.
- Teoréticos- dizem respeito a posse do conhencimento e da verdade e contrapõem-se à ignorância, ao
erro e a falta de interesse pela verdade.
Assim, todos os juízos verdadeiros são valores possitivos e os falsos, são valores negativos.
Sendo a ética entendida como “a ciência da Moral" e tem por objecto os "juízos de valor, no que se
refere à distinção do bem e do mal" nas acções humanas. Diante dessas justificativas, alguns afirmam
ser a ética e a política incompatíveis.
Então, não seria possível que um homem, neste caso, um político seja ético? Sim, é possível. Acredito
que um político ético não seja apenas aquele que tem êxito em suas acções, que almeja sem pensar na
conduta utilizada para atingir tais objetivos. Mas sim aquele que pensa no colectivo, que possui
virtudes e é habilidoso e ousado em pensar e agir pela melhoria do coletivo.
Precisamos entender e exigir que a moral e a política estejam sempre juntas. Esta é a justificativa do
Estado existir com suas leis e seus preceitos, bem como o fim último do Estado – o bem comum. Da
mesma forma, devemos valorizar as figuras públicas que trabalham para preservar a ordem, punindo,
quando necessário, os que se utilizam de cargos públicos para benefícios individuais, prejudicando o
crescimento e o desenvolvimento do País.
Por isso, a política exige necessariamente uma reflexão filosófica, uma ética, visto que apenas a ética
pode indicar os princípios racional e universalmente válidos susceptíveis de fundamentar a acção
política, afastando o maquiavelismo – os fins justificam os meios..
A moral tem assim um carácter social, visto que decorre da sociedade e responde às suas
necessidades. É marcada por normas, obrigações, interdições e penalizações sociais, como
reprovação, afastamento, etc..
b) Características
- O valor Ético/Moral faz referências directa à subjectividade/interno, entendida como
intencionalidade, como liberdade e como compromisso interno.
- O valor moral é imperativo ético, isto é, impõe-se por si mesmo;
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- O valor Ético/Moral refere-se também ao sentido de relação com outros valores, pois todas as
ordens de valores têm uma inter-relação;
- O valor Ético/Moral é o valor que condiciona a pessoa na sua realização. Por ser o valor inerente ao
comportamento por meio do qual a pessoa expressa-se livre e responsável;
- O valor Ético/Moral aparece como a razão de ser do homem.
Tipos de Liberdade
Existem dois tipos: Liberdade de Decisão e liberdade de execução
a) A liberdade de decisão ou de consciência é o direito que assiste as pessoas em poder escolher
ou decidir internamente, de querer orientar o nosso comportamento para fins inteligentemente
escolhidos. È essa liberdade que domina as forças do medo, da paixão e do instinto, etc.. e se
molda o pensamento dos homens para transformá-los em pessoas humanas, com faculdade de
escolher bem para agir melhor e com conhecimento de causa.
b) A liberdade de Execuçao é o poder de agir ou não agir, sem ser impedido por forças externas.
Essa liberdade pode assumir várias formas, como a fisica é o poder que a pessoa tem em dispor
do seu ser-fisico, isto é do seu corpo; civil é o poder de agir dentro dos limites estabelecidos
pela lei ou pelo poder legislativo, instituido na sociedade; política é atributo que têm as
Naçoes soberanas de constituirem governo próprio e, para os cidadãos o poder que lhes assiste
na participação directa ou indirecta na vida da sociedade (direito de voto) e em poder exprimir
livre e publicamente as ideias, sob forma oral ou escrita.
RESPONSABILIDADE
Este conceito deriva do termo latino “respondere” que significa responder ou prestar contas sobre os
actos realizados. Assim, define-se a Responsabilidade é a obrigação de prestar contas sobre os actos
praticados por nós.
O termo pessoa deriva da palavra latina. “persona” que signica máscara para representar uma outra
personagem. Do ponto de vista filosófico –jurídico, pessoa é o indivíduo dotado de dignidade e
personalidade jurídica e sujeita à direitos e deveres morais e jurídicos.
Somente a dia 10 de Dezembro de 1948, após a 2.ª grande guerra, foi aprovada pela assembleia geral
das Naçoes Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Os Países que mais sofreram a
trágica experiência da 2ª guerra mundial (1939-1945), procuraram um meio para que os horrores da
guerra não se repetissem e numa plataforma comum, no respeito pela dignidade de toda a pessoa.
c) Direitos Sociais
Declaraçao Universal; artigo “todo homem como membro da sociedade tem o direito a segurança
social e pode reclamar a satisfação dos direitos económicos, sociais e culturais indispensaveis a sua
dignidade”
Constituiçao da República de Angola. Artigo 36.º “todo cidadão tem direito a liberdade física e
a segurança pessoal”.
As religiões são aqueles organizações que crêem em divindades. Costumam ser divididas
entre monoteístas (que crêem em apenas um Deus) e politeístas (que crêem em mais de um deus).
Catolicismo
Protestantismo
“DEUS Cristianismo Ortodoxia
ÚNICO” Nestorianismo
- Baseado na vida e Cristo Anglicanismo
ensinamentos de Jesus
Restauracionismo
Abraão Cristo
Omnipotente
Judaísmo Sunismo
Omnisciente
Xiismo
omnipresente Islamismo Maomé Carijismo
Wahhabismo
- Baseado na vida e
Ismaelismo
ensinamentos do profeta
Sufismo badismo
•Humanístico
•Israelitas negros
•Messiânico
•Reconstrucionista
•Samaritanismo
Todas estas manifestaçoes são realidades consagradas pelo homem como ponto de encontro com algo
que não é deste com a funçao de mediar o homem com o sagrado. Por isso, é de considerar que o
homem vive e interpreta a experiência do sagrado condicionado pelo contexto sóciocultural em que é
educado.
FIM