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Os ateísmos humanistas

Prof. Fabiano Victor Campos – PUC Minas

A substituição de Deus pelo ser humano como fundamento último da realidade dá-se à medida que a este são
repassados os atributos e as funções do Deus cristão, como criador do mundo e redentor da humanidade. O progresso
científico e técnico e a consciência da autonomia individual, como emancipação em relação à autoridade tradicional,
tanto religiosa como política, alimentam no homem do século XIX a pretensão de recriar a natureza e a sociedade,
eg ndo a ideia e a on ade de pode (e p e o nie chiana). O mundo visto como objeto da razão humana,
torna-se agora seu projeto, que se realiza na história entendida como progresso contínuo. Fruto desta mentalidade são os
humanismos ateus, de cunho dialético, no caso de Feuerbach e Marx, ou de cunho positivista, na esteira de Auguste
Comte.

a) Inversão antropológica da teologia hegeliana

L. Feuerbach e a crítica de Deus como projeção das aspirações humanas: O problema de Deus e da religião está no
centro das preocupações de Feuerbach (1804-1872). Suas duas obras principais, que se intitulam precisamente Da
essência do cristianismo e Da essência da religião, contêm, entretanto, uma crítica radical do fenômeno religioso.
Ele reconhece a infinitude da consciência humana. A religião, segundo ele, é justamente a consciência
dessa infinitude. Ela expressa a relação do ser humano para sua essência virtualmente infinita, isto é, o ideal de
verdade, liberdade, justiça, amor, etc., para o qual o homem tende. O erro da religião consiste em interpretar esta
essência infinita como algo distinto e transcendente, isto é, como Deus, contrapondo-o ao ser humano e, portanto,
expropriando este último de seu verdadeiro ser (alienação). A ideia de Deus é, a seus olhos, um produto da mente
humana, que, sem se dar conta, atribui a uma entidade separada e independente, os valores que constituem a própria
essência do homem e que ele é chamado a realizar. Deus é, portanto, uma projeção ilusória do ser humano, que o cria
à sua própria imagem e semelhança (inversão do mito bíblico presente no livro de Gênesis). Invertendo o
pensamento de Hegel segundo o qual a consciência que o homem tem de Deus é a autoconsciência do próprio Deus,
Feuerbach afirma que a consciência que temos de Deus não é senão a própria autoconsciência do homem, isto é, a
afirmação de Deus é o autoconhecimento do próprio homem, mal interpretado todavia.
Portanto, o único Deus do homem é o próprio homem (não como indivíduo, mas como gênero humano). É
preciso libertar-se da alienação religiosa, reconquistando as perfeiçoes projetadas em Deus. Deus não existe, mas o
amor, a bondade, a justiça, a sabedoria, não são ilusões. Elas são o verdadeiro divino e este divino reside no homem.
A teologia deve, pois, converter- e em an opologia. A eologia di : De amo ; a an opologia di : A amo
De . O jei o da afi ma o eol gica (De ) il io, ma o p edicado o eai : o p edicado da
humanidade. O ateísmo de Feuerbach é um humanismo, fundado na convicção de que a afirmação de Deus é
contrária à dignidade humana e ao progresso da humanidade. Ele não se contenta em contestar logicamente a
afirmação de Deus, mas tenta identificar e desmontar os mecanismos psicológicos que, segundo ele, a provocam no
espírito humano. Nisso está a força e a atualidade de sua crítica religiosa.

Karl Marx e o fundamento socioeconômico da alienação religiosa: Marx (1818-1883) aceita como ponto de partida a
crítica religiosa de Feuerbach. Acusa-o, porém, de ter chamado atenção apenas para o fato da alienação da consciência
humana através da duplicação da realidade nas esferas divina e mundana, sem explicar o porquê (o motivo) deste
fenômeno, isto é, a razão pela qual ele ocorre. Por isso, continua Marx, Feuerbach não conseguir mostrar a necessidade
a possibilidade históricas da superação desta dicotomia nefasta.
De fato, a raiz da alienação religiosa, assim como das outras alienações do ser humano, encontra-se não no plano
abstrato das ideias, mas na práxis histórica concreta, em particular, nas relações econômicas de produção. São as
estruturas socioeconômicas (neste sentido, materialistas, isto é, referentes ao bens materiais) e sua dialética que
condicionam, de modo determinante, a consciência humana e as superestruturas políticas, jurídicas, morais, religiosas,
e c. (i o , e pi i ai , en an o efe en e ao e p i o obje i o de Hegel). Se o homem p oje a imagina iamen e
sua essência em um Deus ilusório, é porque sua vida real ergue-se como insuportável, contraditória. A alienação
religiosa é apenas uma consequência da alienação fundamental e primeira, que é de caráter econômico: o homem se
desapropria de sua própria essência (autoalienação ou alienação de si) quando é desapropriado do fruto de seu trabalho
(alienação econômica). A religião e a alienação que a produz estão ligadas a um estado particular do mundo econômico
e social: um mundo no qual o homem não tomou consciência do seu verdadeiro valor e no qual reina a exploração do
homem pelo homem.
Portanto, para libertar o ser humano de sua alienação, não é necessário, em princípio, combater diretamente a
religião, que, como superestrutura (pertence à ordem do espírito), desaparecerá com a supressão da alienação
econômica, isto é, a alienação oriunda da propriedade privada dos meios de produção. A dialética da história conduz,
através da luta de classes e da ditadura do proletariado, isto é, de uma práxis social, guiada pela razão e pela ciência, à
realização plena, individual e coletiva, do ser humano. Esta meta, imanente à história, é a de instauração de uma
sociedade comunitária, onde se dará a perfeita reconciliação do ser humano consigo mesmo, pela reciprocidade na
igualdade e liberdade, e com a natureza, humanizada através da técnica.

b) Recusa de Deus em função do progresso científico

Auguste Comte e a negação da teologia e da metafisica em nome da ciência positiva: O sucesso das ciências
naturais leva Comte (1798-1857), como muitos de seus contemporâneos, a considerar como único conhecimento válido
o conhecimen o cien fico (chamado de po i i o , i o , f ndado no dado da e pe i ncia, em opo i o
especulações metafísicas).
A evolução progressiva da humanidade até o predomínio da ciência ma nece idade hi ica e p e a na Lei do
e ado ce i o do conhecimen o no conj n o da h manidade:
Estado religioso (infância da humanidade): os fenômenos são explicados por causas sobrenaturais, como expressão
da vontade da divindade. Por exemplo: queda da chuva por invocação da divindade correspondente.
Estado metafísico (juventude da humanidade): os fenômenos são explicados por causas abstratas, tais como as ideias
de essência e natureza, imanentes às coisas, estabelecidas através de especulação apriorística. Por exemplo: queda dos
co po pela eo ia do l ga na al .
Estado positivo (idade adulta da humanidade): A Filosofia positiva (ciência moderna) renuncia a explicar a origem e
o destino do universo e as causas internas das coisas. Os fenômenos, não só naturais, mas também sociais, são
explicados através do estabelecimento de leis e correlações constantes entre os dados da observação experimental. Por
exemplo: Lei de Newton, que explica em termos de força gravitacional, como funciona a queda dos corpos.
Portanto, a crença em Deus e a metafísica correspondem a estágios ingênuos e ultrapassados da história da
humanidade, quando o ser humano não tinha atingido o ápice de seu desenvolvimento. Na idade positiva, ele já conhece
as leis da natureza e dispõe, cada vez mais, dos meios para moldá-la segundo os seus interesses. Através da aplicação do
método científico ao estudo dos fenômenos sociais (economia, política), será possível descobrir também as leis da vida
social e, assim, fornecer os elementos necessários para a reorganização racional da sociedade (ordem e progresso),
superando a crise social contemporânea. Esta é a tarefa da sociologia (física social), tal como Comte, criador deste
termo, a entendia.
Entretanto, na última fase de sua carreira, de menor repercussão no campo filosófico, Comte, através da experiência
pessoal do amor, descobriu que a afetividade é mais importante que o saber e que o indivíduo não pode ser reduzido ao
social coletivo. Ele acrescenta um terceiro termo (amor) à sua divisa: o amor como princípio, a ordem como base, o
progresso como fim (finalidade). Daí a necessidade de outra ciência fundamental (além das ciências naturais e da
sociologia), a moral, como ciência do homem nos seus sentimentos e atitudes, isto é, da ordem individual. Evolui
também a sua apreciação da religião.1 Assim como na sua primeira fase ele havia transformado a ciência em filosofia,
agora ele pretende transformar a filosofia em religião. Excluída a crença num Deus transcendente, trata-se de estabelecer
a religião da humanidade ou do ser supremo (Grand Être), que é o conjunto de todos os seres passados, presentes e
futuros, que concorrem livremente para o aperfeiçoamento da ordem universal. Ela deve ter seu dogma, seu culto e seu
sacerdócio, que, pela ciência e pela educação, deverá exercer um poder espiritual análogo ao do sacerdócio católico na
Idade Média.

1
Comte expõe suas ideias sobretudo no Cours de Philosophie Positive, 6 vol. Paris, 1830-1842.
Ateísmo científico: Independentemente da doutrina positivista de Comte, com suas considerações de ordem sócio-
histórica e com sua perspectiva humanista, desenvolveu no século XIX, especialmente entre cientistas, um ateísmo
de base epistemológica. Esta posição, muito difundida na época, resultou da convicção de que a ciência explica toda
a realidade, sem necessidade de reco e hip e e De (cien ifici mo): a i o cien fica do m ndo (fo a
imanentes da matéria eterna que configuram toda a realidade, inclusive a vida e o pensamento) e especialmente a
teoria da evolução, excluem um Deus criador. Exemplos:

Materialismo mecanicista de J. Moleschott (insigne fisiologista), K. Vogt (zoólogo) e L. Büchner.


E. Haeckel (zoólogo de renome): defensor e divulgador apaixonado do evolucionismo de Darwin,
como incompatível com o criacionismo e o teísmo. Sem se considerar materialista, propõe um
monismo de tendência panteísta (matéria e energia, matéria e espírito, são inseparáveis).

Ateísmo anti-humanista

A morte de Deus o Homem novo segundo F. Nietzsche (1844-1900): A filosofia de Nietzsche tem um cunho
nitidamente pessimista (influência de Schopenhauer) e anti-humanista. Trata-se de uma interpretação crítica da cultura
ocidental moderna e de seu humanismo nas suas raízes grega e cristã.
O cristianismo como moral dos fracos: Longe de querer dotar o homem dos atributos divinos, isto é, dos valores
reconhecidos pela tradição ocidental, Nietzsche traça um quadro extremamente negativo desta cultura,
caracterizada pela distinção platônica entre o sensível (mundo da vida) e o inteligível (mundos das ideias ou
eidos = formas inteligíveis), com a depreciação do primeiro (corpo, instintos, paixões, energia vital) e a
valorização do segundo (espírito, razão). O cristiani mo n o en o m pla oni mo pa a o po o , i o ,
identifica Deus com o reino dos valores metafísicos (verdade) e morais (bem). Trata-se da exaltação do fraco
(sem valor) pela intermediação da divindade. Os ideais da pobreza, submissão e resignação, bem como o
desprezo da vida presente em função de uma felicidade eterna, são próprios de uma moral de escravos (da
ma a), f o do e en imen o dian e da ida .
A mo e de De e o niili mo mode no: A ciência racionalista e a moral cristã são responsáveis pela crise da
civilização moderna. Ao tomar consciência de sua autonomia, o homem moderno rejeitou o Deus cristão, que
era como o sol, que iluminava os seus caminhos. Foi Nietzsche quem, com maior lucidez, com a sua
p oclama o da mo e de De , diagnosticou a cultura moderna como essencialmente secular e ateia. Não se
a a de demo a e De ine i e nem de ef a a p o a de a e i ncia, ma apena de con a a e
a ideia de Deus já não tem qualquer peso na configuração do mundo moderno, ou seja, que os valores cristãos,
enfeixados na ideia de Deus como o bem e o verdadeiro, já não guarnecem de sentido a existência das pessoas
nem estruturam o tecido do agir social. A fé em Deus foi substituída pela crença no progresso, na ciência, na
democracia, valores modernos nos quais, porém, Deus sobrevive como em sua sombra (secularização). De fato,
este mundo se funda ainda no valor da verdade racional e da moralidade, que, entretanto, já não têm força para
plasmar a existência. Daí a desorientação, o relativismo, o niilismo, característicos da cultura atual.
A inversão de todos os valores: É preciso desembaraçar-se definitivamente do jugo da razão, para que o home
possa afirmar- e como on ade de pode e c iado de alo e : De mo e : ago a ueremos que o Super-
Homem viva. (Assim Falou Zaratustra). Nietzsche promove, portanto, a inversão de todos os valores, opondo
ao racionalismo metafísico uma concepção vitalista da existência. A morte de Deus libera no homem novos
recursos, mas também novos riscos, o que torna seu destino mais interessante. É preciso assumir até o fim o
niilismo da morte de Deus, para que surja, enfim, o Homem novo.

Humanismo científico ateu:

Sigmund Freud (1856-1939): O fundador da psicanálise pode ser considerado um humanista, enquanto seu
pensamento ultrapassa os limites da investigação científica e as intenções terapêuticas originais em direção a uma
concepção global do ser humano e da cultura. Através de sua teoria psicanalítica, ele pretende ajudar o ser humano a
libertar-se de entraves, especialmente da religião, que impedem a sua realização e felicidade. Neste sentido, seu
humanismo científico é ateu.
O ponto de partida metodológico de Freud é o determinismo vigente em sua época, isto é, a convicção de que
todos os fenômenos podem ser explicados por causas naturais determinadas. Procurando a explicação de fenômenos
psíquicos que fogem ao nosso controle (sonhos, atos falhos, enfermidades psíquicas), ele descobre sua origem no
inconsciente. Trata-se de uma dimensão do psiquismo humano que escapa ao conhecimento e controle direto da
pessoa, constituído por experiências passadas, cuja recordação é espontaneamente reprimida ou recalcada, enquanto
potencialmente perturbadora, mas que não deixam de condicionar as atitudes e comportamentos. O inconsciente
distingue-se do consciente (aquilo que está atualmente presente à nossa mente) e do subconsciente (o que não está
presente, mas pode ser facilmente recordado). A descoberta de Freud teve uma repercussão importante no campo da
Filosofia e das Ciências Humanas. De fato, embora o influxo do inconsciente sobre a vida humana não fosse
inteiramente ignorado, ele nunca tinha sido realçado na sua importância e explorado nos seus mecanismos. Até
então, a Filosofia havia refletido sobre o sujeito humano apenas como consciência.
Segundo Freud, os mecanismos do inconsciente são alimentados por pulsões (impulsos, tendências) que
correspondem à busca de satisfação das necessidades elementares do ser humano, na sua constituição biológica. Ele
a ed a d a f ndamen ai : e o (c ja ene gia a libido , b ca de p a e , e e e p ime f ndamen almen e
na e alidade) e hana o (imp l o de mo e, de de i o). A dinâmica da vida psíquica deve-se à interação de
a o e . Po m lado, o ego (Ich) corresponde ao sujeito, que, enquanto consciente, distingue-se de outros (tu,
ele). Ma o jei o n o p amen e ego . Mai impo an e e mai o iginal o id (Es)2, que corresponde à
constituição orgânica do indivíduo e inclui tudo o que é naturalmente herdado, em particular, as pulsões básicas, que
b cam a p p ia a i fa o. O ego ge como nece idade de media o en e o id e o m ndo e e io , i o ,
entre a satisfação das pulsões e as possibilidades efetivamente oferecidas. De fato, no seu desenvolvimento, a criança
se defronta com limitações, que frustram a satisfação de suas tendências (carências, proibições, exigências). À
medida que estas imposições do mundo ambiente (heteronomia), não podendo ser superadas, são internalizadas
e pon aneamen e como p p ia (a onomia, con ci ncia mo al), ai e fo mando o pe ego (Über-Ich), como
con ci ncia da no ma mo ai e ociai . O ego encon a-se em permanente tensão entre a necessidade de
a i fa e p l e e a e ig ncia do pe ego , em f n o da ealidade (a p op i o, e a ob a O mal-estar da
civilização). A incapacidade de e ilib a o doi elemen o cond ne o e . Q ando n o con eg e fazer face às
resistências do mundo exterior, a pessoa tende a refugiar-se num mundo de fantasia, onde encontra ilusoriamente a
a a i fa o. E a b ca de p o e o pela eg e o a m e gio infan il ca ac e ica da ne o e. A ol o
um compromi o emp e in el en e o p inc pio do p a e e o p inc pio da ealidade .
Com a sua análise, Freud pretende explicar o desenvolvimento não só do indivíduo, mas também da cultura
humana e, particularmente, da religião. Não podendo ser justificada racionalmente, a fé religiosa deve ser explicada
psicanaliticamente. Essa explicação é dada em três níveis. Em primeiro lugar, a atitude religiosa tem as caraterísticas
de uma neurose, isto é, de atos obsessivos (Zwangshandlungen), praticados com a finalidade de afastar o medo e o
sentimento de culpa e, assim, gerar segurança3. Por outro lado, Freud explica a origem da religião e da cultura em
ge al a a do comple o de dipo : a im como o filho e e li a do pai, ma ando-o, para desfrutar sozinho
do amor da mãe, mas, ao mesmo tempo, não consegue se livrar do temor ante a autoridade manifestada pela figura
paterna, assim também a religião nasce como legitimação divina da renúncia à satisfação dos impulsos elementares
(temor do pai), compensando a transgressão das proibições de satisfazê-los (morte do pai) 4. Finalmente, a função
essencial da religião é identificada como consolação e proteção divinas num mundo cheio de carências e perigos. Ela
deriva da mesma raiz que produz todas as conquistas culturais, isto é, o desejo de ser feliz, enfrentando as ameaças
da natureza e reduzindo as desvantagens da cultura. Trata-se, porém, da maneira mais primitiva de se posicionar
diante da situação trágica da existência, ou seja, através de uma ilusão, subordinando o princípio de realidade ao
princípio do prazer. Daí que Freud assuma como sua missão pedagógica eliminar a religião (ver, a propósito: Die
Zukunft einer Illusion (1927) [O futuro de uma ilusão] e Das Unbehagen in der Kultur (1930) [O mal-estar na
cultura ou O mal-estar na civilização].

2
O alem o Es o p onome pe oal neutro da terceira pessoa, inexistente na língua portuguesa, que só conta
com a fo ma ma c lina e feminina. Po i o, foi ad ido pa a o la im como id , li e almen e ig al a i o .
3
Esta crítica é apresentada no opúsculo Zwangshandlungen und Religionsnübungen [Ações obsessivas e
práticas religiosas].
4
É a tese desenvolvida em Totem und Tabu (1913) [Totem e tabu] e em Der Mann Moses und die
monotheistische Religion (1939) [O homem Moisés e a religião monoteísta].

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