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1.

Antropologia Bíblica
2. Antropologia Filosófica
Concepções do homem na Filosofia Ocidental

1. Concepção Clássica
2. Concepção Bíblico-cristã e Medieval
3. Concepção Moderna
4. Concepções Contemporâneas
1. Concepção Clássica
• Esta concepção deve ser buscada sobretudo na
cultura grega que florescia no século VIII e VII a.C.
• A cultura clássica elabora uma imagem do homem
na qual são postos em relevos dois traços
fundamentais: o homem como animal que fala e
discorre (Zôon logikón) e o homem como animal
político (Zôon politikón).
1. Concepção Clássica
• Por outro lado, estas duas características
fundamentais do homem, se manifestam em
atividades com finalidades específicas, a
atividade da contemplação (theoria) e a atividade
do agir normal político (praxis).
1. Concepção Clássica (7 fases)
Fase 1: O homem na cultura arcaica grega
A imagem que a cultura grega pode ser subdividida em três
linhas:
a) Linha teológica ou religiosa: Existe uma nítida divisão
entre o mundo dos deuses (theoí) e o mundo dos mortais
(thánatoi). Os primeiros são imortais e bem-aventurados, os
segundo são efêmeros e infelizes. Então surge o desejo do
homem de se igualar aos deuses (hybres).
1. Concepção Clássica
Fase 1: O homem na cultura arcaica grega
b) Linha cosmológica: um dos traços marcantes da
imagem do homem grego é a contemplação da ordem do
mundo. Dessa admiração (thauma), segundo Platão e
Aristóteles, terá origem a filosofia e com ela um estilo de
vida grego chamado de vida teórica. Juntando esta ordem
do universo, com a ordem da cidade (polis), regida por leis
justas, se dá origem a idéia grega de uma ciência do agir
humano (Ética).
1. Concepção Clássica
Fase 1: O homem na cultura arcaica grega
c) Linha antropológica: Qual a imagem que o homem
grego faz de si? Uma das mais conhecidas expressões
desta condição é a relação do homem com os deuses.
Nesta linha de pensamento destaca-se a visão de Homero
(a alma como um sopro vai viver sua vida no hades), e
Orfismo (Alma como entidade separada do corpo e nele
se reencarna várias vezes em sucessivas existências).
1. Concepção Clássica
Fase 2: O homem na filosofia pré-socrática
O primeiro autor representativo da época pré-
socrática é Diógenes de Apolônia. Ele exalta a
superioridade do homem sobre os outros animais
que se manifesta na estação vertical e na marcha, e
no olhar voltado para o alto, mostrando a aptidão do
499 - 428 a.C.
homem para a contemplação dos astros. Celebra-se
em seguida a habilidade das mãos humanas
(téchne), e exalta-se as prerrogativas da linguagem
que manifesta o pensamento.
1. Concepção Clássica
Fase 2: O homem na filosofia pré-socrática

Em Diógenes de Apolônia aparece,


provavelmente pela primeira vez, a idéia
do homem como estrutura corporal-
espiritual, cuja natureza se manifesta na 499 - 428 a.C.
cultura por meio de suas obras.
1. Concepção Clássica
Fase 2: O homem na filosofia pré-socrática
Ao longo do século V a.C., o problema
antropológico ganha terreno do problema
cosmológico como centro teórico de interesse da
filosofia grega. Essa descida da filosofia do céu
para a terra está ligada às transformações da
sociedade grega aceleradas pelas guerras
pérsicas e pela consolidação do regime
democrático em Atenas e outras cidades.
1. Concepção Clássica

Sócrates Platão Aristóteles

469 – 399 a.C. 428/427 – 347 a.C. 384 – 322 a.C.


1. Concepção Clássica
Fase 3: A transição Socrática

Sócrates nada escreveu como é sabido. Mas para ele o


“humano” só tem sentido se referido a um princípio interior
presente em cada homem que ele designou com o termo
“alma – psyché”. O que é alma para Sócrates? É a sede
que permite medir o homem segundo sua dimensão
interior na qual reside a verdadeira grandeza. É na alma
que tem lugar a orientação do homem para o justo ou
injusto. Assim introduz a idéia de personalidade moral, por
isso é considerado o fundador da filosofia moral, e de
algum modo, fundador da antropologia filosófica.
1. Concepção Clássica
Fase 3: A transição Socrática

Tendo em seu centro a noção de “alma”, os traços


principais que vamos encontrar são:
a) A teologia do bem e do melhor como via de acesso
para compreensão do mundo e do homem;
b) A valorização ética do indivíduo que encontrou sua
expressão mais conhecida na interpretação socrática
de “conhece-te a ti mesmo”, do qual resulta a
necessidade de cura e do cuidado com a virtude
interior;
c) A primazia da faculdade intelectual do homem.
1. Concepção Clássica
Fase 4: Antropologia platônica
A antropologia platônica pode ser considerada uma
síntese na qual se fundem a tradição pré-socrática da
relação do homem como Kósmos, a tradição do homem
como ser de cultura (paideía) e a herança de Sócrates
do homem interior e da alma (psyché).

Platão descreve a relação do corpo e da alma. Daí surge


sua idéia dualista.
1. Concepção Clássica
Fase 4: Antropologia Aristotélica

Aristóteles é considerado um dos fundadores da


antropologia como ciência e o primeiro que tentou
sistematizar numa síntese científico-filosófica a
concepção do homem.

Aristóteles celebra no homem a capacidade de passar


além das fronteiras de seu lugar no mundo e elevar-se,
pela theoria, a contemplação das realidades eternas e
transcendentais.
1. Concepção Clássica
Fase 5: Antropologia Aristotélica
Um dos destaques de sua antropologia é
a visão do homem como um ser ético-
político. Ele pode ser considerado, se não
o criador, certamente o sistematizador da
ética e da política como dimensões
fundamentais do saber do homem sobre
si mesmo.
1. Concepção Clássica
Fase 6: Antropologia da idade helenística

A época helenística (Século III até I a.C.), caracteriza-se pelo advento


do indivíduo ao centro da reflexão filosófica, conseqüência do declínio e
fim da polis grega e da comunidade soberana na qual o indivíduo sentia-
se plenamente integrado.

A diferença com a época anterior está em que, na polis, se oferecia ao


indivíduo como sua comunidade nativa, plena satisfação para todas
suas aspirações, ao passo que, com o fim da soberania da polis, o
indivíduo deve inventar outras formas de vida associativa, nas quais
possa ser encontrada uma resposta ao problema da eudaimonía (Plena
satisfação das carências e desejos individuais).
1. Concepção Clássica
Fase 6: Antropologia da idade helenística
As duas grandes escolas da idade helenísticas,
o epicurismo e o estoicismo, desenvolveram
suas respectivas antropologias tendo em vista
esse problema central, e não obstante a
diferença das soluções que propõem, partem
do mesmo pressuposto, ou seja, a submissão
do homem ao logos como condição necessária
para se alcançar a eudaimonía.
1. Concepção Clássica
Fase 7: Antropologia Neo-platônica
A concepção neoplatônica do homem constitui o estágio final da
concepção clássica e, embora recolha os elementos principais da
tradição antiga, alguns aspectos anunciam um novo ideal para a
humanidade, que encontrará na cristianismo sua plena expressão.

O neoplatonismo (séculos III e IV d.C), floresce num clima cultural


profundamente diverso daquele no qual vieram à luz as grandes
escolas filosóficas de Atenas do século IV a.C. e da época
helenística. O mundo mediterrâneo fora unificado politicamente
pelo império romano e tornara-se uma miscelânea de raças,
civilizações e crenças. A necessidade religiosa mostrava-se a mais
poderosa força espiritual dos primeiros séculos da era cristã.
1. Concepção Clássica
Fase 7: Antropologia Neo-platônica

Nesse clima, o neoplatonismo, unindo intimamente filosofia e


religião, torna-se a filosofia dominante ao fim da antiguidade,
passando a disputar com o cristianismo a direção espiritual
dessa época conturbada.

O homem passa a ser pensado em sua unicidade, o que


implica a individualidade e a pluralidade das pessoas. A
sociabilidade do homem se manifesta na vida virtuosa, tendo
como degrau inferior a comunhão com os semelhantes e
como degrau supremo a comunhão com Deus.
Concepções do homem na Filosofia Ocidental

1. Concepção Clássica
2. Concepção Bíblico-cristã e Medieval (Século V ao XV d.C).
2. Concepção Cristã Medieval
• Esta visão prevalece na cultura ocidental do século VI ao XV.
• Trata-se de uma concepção teológica mas com influência da filosofia grega.
• A idéia cristã do homem emerge no contexto de grandes disputas teológicas, sobretudo as Trinitárias e Cristológicas (Séc. IV), e da leitura da Bíblia (imago
dei).
2. Concepção Cristã Medieval
a) Concepção Bíblica do homem
• A concepção bíblica do homem é formulada na linguagem religiosa da revelação (Bíblia).
• Sua fonte é de origem transcendente.
• Vários traços poderiam ser destacados:
2. Concepção Cristã Medieval
a) Concepção Bíblica do homem
Unidade radical do ser humano:

A unidade do homem é pensada numa perspectiva soteriológica, e ela se desdobra em três momentos que se articulam como momentos de uma história: o desígnio de salvação de Deus; da
parte do homem a resposta ou aceitação e a cisão irremediável do seu ser por parte do homem. Os três momentos definem, pois, uma unidade de origem, expressa nos temas da criação, da
queda e da promessa, presentes já nos primeiros capítulos do Gênesis.
2. Concepção Cristã Medieval
a) Concepção Bíblica do homem
Na visão bíblica o homem é “carne” (basar) na medida em que se revela a fragilidade e a transitoriedade de sua existência; é “alma” (nefesh) na medida em que a fragilidade é compensada,
nele, pelo vigor de sua vitalidade; é “espírito” (ruah), ou seja, manifestação superior da vida e do conhecimento, pelo qual o homem pode entrar em relação com Deus; finalmente é “coração”
(leb), ou seja, o interior profundo do homem, onde tem sua sede afetos e paixões, onde se enraízam inteligência e vontade e onde têm lugar o pecado e a conversão a Deus.
2. Concepção Cristã Medieval
a) Concepção Bíblica do homem
A todos estes termos a LXX deu uma ressonância grega (sarx, psyché, pneuma, kardía), que incorporou
significações provindas da tradição filosófica, o mesmo acontecendo com o N.T., surgindo assim o risco
do entrecruzamento da perspectiva ontológica grega com a perspectiva existencial e soteriológica bíblica.
2. Concepção Cristã Medieval
a) Concepção Bíblica do homem
A manifestação progressiva do ser:

A concepção bíblica do homem não é uma teoria que se expõe num discurso articulado conceptualmente e que se pretende demonstrativo, como acontece na filosofia. Ela se dá a
conhecer por meio da narração de uma história que, sendo história da revelação e dos atos salvíficos de Deus, é igualmente história da revelação do homem a si mesmo.
2. Concepção Cristã Medieval
b) Antropologia patrística
O grande adversário intelectual e espiritual do cristianismo nesta fase foi o Gnosticismo. A visão gnóstica do homem aprofunda o
dualismo (corpo e alma) presente na filosofia grega. Este dualismo significa uma condenação da matéria, obra do princípio do mal, o
que choca-se frontalmente com a idéia do logos divino, Jesus se encarnando para vir salvar o homem.
2. Concepção Cristã Medieval
b) Antropologia patrística
A antropologia patrística desenvolve-se à luz do mistério da encarnação, apresentando o ser humano
como sendo imagem e semelhança divina e a obra de Cristo foi restaurar esta imagem perdida.
2. Concepção Cristã Medieval
b) Antropologia patrística
O primeiro grande teólogo a desenvolver uma antropologia cristã em oposição a crítica gnóstica foi Sto. Irineu de Lião (Séc. II), em sua obra
“Adversus Haereses”, onde o tema do homem como sendo a imagem de Deus é o fio condutor da crítica ao pensamento gnóstico.

O pensamento patrístico da antropologia se divide em duas grandes correntes, a patrística grega e a patrística latina.
2. Concepção Cristã Medieval
b) Antropologia patrística
Tradição patrística grega: sofre mais profundamente a influência da filosofia grega.

O maior teólogo da patrística grega foi Orígenes (III Séc.). Em sua obra se dá a união do cristianismo e platonismo.

Uma síntese da visão antropológica da patrística grega também pode ser encontrada nas obras de S. Gregório de Nissa sobre a constituição do homem, no IV século ( hominis opificio), e no V século, na obra de Nemésio de Emesa sobre a natureza do
homem (De natura hominis).
2. Concepção Cristã Medieval
b) Antropologia patrística
Tradição patrística latina: embora os temas antropológicos ocupem uma parte importante no pensamento de Tertuliano (De
anima), séculos II e III; é na obra de Santo Agostinho (354-430) que a concepção cristã do homem em sua expressão latina
alcança maior amplitude e profundidade que fizeram dela um marco decisivo na história da cultura ocidental.
2. Concepção Cristã Medieval
b) Antropologia patrística
Na visão de Agostinho podemos identificar três fontes principais:

O neoplatonismo: Agostinho teve contato com essa visão pela leitura das obras de Plotino, Porfírio e Mário Vitorino, célebre professor de retórica convertido ao cristianismo. O eco mais conhecido dessa
formação neoplatônica de Agostinho se encontra no livro VII de sua obra Confissões. Esta influência é sentida, sobretudo, na elaboração do tema da estrutura do “homem interior”, na qual Deus está
presente como interior e superior.
2. Concepção Cristã Medieval
b) Antropologia patrística
Na visão de Agostinho podemos identificar três fontes principais:

A antropologia paulina: Nos escritos de Paulo Agostinho encontra uma visão soteriológica do homem, a partir da qual, formará sua doutrina de pecado original e da graça, o que
resultará, consequentemente, na questão da liberdade e livre arbítrio do homem.
2. Concepção Cristã Medieval
b) Antropologia patrística
Na visão de Agostinho podemos identificar três fontes principais:

A antropologia da narração bíblica da criação: A visão antropológica da criação constitui um dos temas preferidos das meditações de Agostinho. Ele retoma o tópico inesgotável de Deus criador, daí tratará de sua idéia do homem como imagem
de Deus (Imago Dei), tema o qual tem predileção para julgar a verdadeira natureza e destino do homem. Assim os tópicos principais em sua antropologia são: O homem como um ser uno; o homem como um ser itinerante; e o homem como um
ser-para-Deus. Esta visão de Agostinho será a matriz da concepção medieval do homem, mas sua influencia se estenderá até nossos dias, constituindo uma das referências permanentes ao pensamento antropológico ocidental.
2. Concepção Cristã Medieval
c) Concepção Medieval do homem
Busca sua inspiração em três fontes principais: As Sagradas Escrituras, autoridade maior e incontestada; os padres da igrejas, dentre os quais se destaca a figura de Santo Agostinho, e os filósofos e
escritores gregos e latinos, dentre os quais se destaca Aristóteles.

No campo filosófico-teológico, a influência de Agostinho é predominante até o século XII. Ela imprime às primeiras expressões da antropologia medieval traços neoplatônicos característicos que se integrarão
naturalmente à estrutura do pensamento simbólico dominante até o século XII.
2. Concepção Cristã Medieval
c) Concepção Medieval do homem
A partir do século XIII o aristotelismo se impõe, mas a autoridade de Agostinho continua elevada acima de todas as outras e é só inferior a sacra pagina. Assim, o pensamento
antropológico na idade medieval, em seu apogeu, mostrará uma tensão permanente entre aristotelismo e agostinianismo, cujo equilíbrio é assegurado pela tradição bíblico-cristã.
A síntese mais bem-sucedida que vamos encontrar da antropologia medieval é o pensamento de São Tomás de Aquino (1225-1274). Nela convergem as grandes teses da
antropologia clássica e da antropologia bíblico-cristã.
2. Concepção Cristã Medieval
c) Concepção Medieval do homem
A antropologia tomásica obedece a três coordenadas:

a) A concepção clássica do homem como animal racional;


b) A concepção neoplatônica do homem na hierarquia dos seres, como ser fronteiriço entre o espiritual e o corporal;
c) A concepção bíblica do homem como criatura, imagem e semelhança de Deus.
Assim, Tomás de Aquino realiza uma síntese equilibrada entre a tradição clássica e a tradição cristã no campo da antropologia.
3. Concepção Moderna
Na visão moderna o homem passa a ocupar o centro da história e passa a ser a matriz das concepções contemporâneas que se formularão nos séculos XIX e XX.

Esta visão enfrenta o difícil problema da chamada “pluralidade antropológica”, quando a unidade cultural (como na Grécia) ou religiosa (como na Idade Média) da imagem do homem é
desfeita pela descoberta da imensa diversidade das culturas e dos tipos humanos e pelo próprio avançar das ciências do homem que submetem seu objeto a uma análise minuciosa.
3. Concepção Moderna
Humanisno
A época da renascença (Século XIV ao XVI), atingiu seu clímax e deu lugar à idade barroca. Este período foi assinalado por
transformações de toda ordem na Europa Ocidental, dando origem a civilização brilhante com traços que definem
nitidamente a sua originalidade com relação à medieval que precedeu.
3. Concepção Moderna
Humanisno
A civilização da renascença foi a primeira civilização do livro impresso, e essa característica influiu decisivamente na difusão do ideal humanista.

Um dos principais pensadores desta escola foi Nicolau de Cusa (1401-1464). Duas idéias matrizes estão nos fundamentos da concepção renascentista do homem: o
da dignidade do homem e a do conceito universal.
3. Concepção Moderna
Racionalismo
É com R. Descartes (1596-1650) que a antropologia racionalista encontrará sua expressão pragmática, de modo a se poder falar do homem racionalista como do
homem cartesiano.

Os traços fundamentais da concepção racionalista do homem são: Subjetividade do espírito (consciência de si) e exterioridade (o corpo com relação ao espírito).
3. Concepção Moderna
Idade Cartesiana
O homem da idade cartesiana (Século XVII) será assinalado por dois traços peculiares: o moralismo e o humanismo devoto.

O grande nome desta visão é Blaise Pascal (1623-1662). A experiência de Pascal torna-se um paradigma do homem moderno. De um lado tem diante de si a ordem eterna da natureza e contempla os dois
abismos do infinitamente grande e do infinitamente pequeno. De outro, é chamado a conhecer sua miséria manifesta eloquentemente na corrupção da sua natureza e na operação das suas faculdades, que
é uma fonte de engano.
3. Concepção Moderna
Época da Ilustração
A ilustração compreende o movimento de idéias que dominou o século XVIII na Europa (1680-1780). A ilustração abrange
vários aspectos, mas o centro que unifica esses aspectos é justamente uma concepção do homem bem como da história
humana, e de seu sentido que, em pontos fundamentais, afasta-se do que fora a concepção dominante nos séculos cristãos.
3. Concepção Moderna
Época da Ilustração
A novidade característica deste período é a idéia do progresso da razão ou progresso guiado pela razão que se difundiu ao
longo do século XVIII. Há uma certeza lógica, a razão não falha. Logo, o progresso implica uma mudança operada no
homem segundo fins racionais e medida pelo critério do melhor.
Concepções do homem na Filosofia Ocidental

1. Concepção Clássica
2. Concepção Bíblico-cristã e Medieval
3. Concepção Moderna
4. Concepções Contemporâneas (Século XIX ao XX)
4. Concepção Contemporânea
• A concepção contemporânea da natureza humana cobre o período dos séculos XIX e XX.
• Vamos examinar os modelos mais significativos da concepção filosófica do homem neste período.
• Podemos destacar alguns:
4. Concepção Contemporânea
Idealismo Alemão
• É a primeira grande corrente que abre a época contemporânea da filosofia.
• A concepção do homem nesta corrente se elabora pela confluência de várias correntes, entre as quais podemos
enumerar: teologia protestante, tradição moderna do direito natural, filosofia política, ética, etc.
4. Concepção Contemporânea
Idealismo Alemão
• Para entender o idealismo alemão tem muita importância o romantismo (movimento de sensibilidade e de idéias que se
formou ao longo do século XVIII).
• Vemos a primazia do sentimento sobre a razão, mostrando seus múltiplos matizes diante da uniformidade da razão.
4. Concepção Contemporânea
Idealismo Alemão
• Segundo alguns o idealismo alemão inaugura-se com a obra de Johann Gottieb Fichte (1762-1814) avança em novas
direções com a obra de Friedrich Wilhelm Joseph Schelling (1775-1844) e atinge seu ápice com a obra de Georg Wilhelm
Friedrich Hegel (1770-1831).
4. Concepção Contemporânea
Idealismo Alemão
• Podemos caracterizar a visão destes homens como filosofia da liberdade, no sentido de que nelas se trata de encontrar um novo estatuto ontológico para a
liberdade no momento em que seus fundamentos teóricos eram atingidos por outros críticos e pelas trágicas experiências da revolução francesa.
• A concepção do homem era organizada em torno do problema da liberdade.
4. Concepção Contemporânea
Concepção hegeliana do homem
• Pode ser expressa inicialmente por sua relação com os diversos níveis da realidade.
a) A relação do homem com o mundo natural;
b) A relação do homem com a cultura;
c) A relação do homem com a história;
d) A relação do homem com o absoluto.
4. Concepção Contemporânea
Concepção do homem nos pós-hegelianos
• Após a morte de Hegel (1831), seus discípulos se dividiram em duas correntes:
a) Direita hegeliana: estrita fidelidade ao pensamento de Hegel em sua forma sistemática (K. Michelet)
b) Esquerda hegeliana: buscaram em Hegel inspiração para fazer da filosofia uma arma de crítica social e política, arma que acabou voltando-se contra o próprio
Hegel como pensador sistemático (Karl Max -1818-1883)
4. Concepção Contemporânea
Concepção do homem nos pós-hegelianos
• Karl Max (1818-1883)
• Foi um teórico da ação revolucionária e política e análise econômica.
• As linhas fundamentais da idéia marxiana do homem encontra-se delineada nos chamados “escritos da juventude”.
• A idéia do homem se apresenta como instância normativa à luz da qual é possível julgar as teorias e práticas sociais da época e desvendar a própria significação da história humana.
4. Concepção Contemporânea
Concepção do homem nos pós-hegelianos
• Os tópicos principais de sua concepção filosófica do homem poderiam ser:

a)O homem e a natureza;


b)A natureza humana;
c) As relações sociais;
d)A filosofia da história.
4. Concepção Contemporânea
Ciência do homem e filosofia no século XIX
O século XIX assistiu ao rápido desenvolvimento das ciências do homem num arco muito vasto, que vai das ciências da
vida às ciências da cultura, passando pela geografia humana, pelas ciências econômicas e sociais e pelas ciências do
psiquismo.
4. Concepção Contemporânea
Ciência do homem e filosofia no século XIX
• A repercussão dessas ciências sobre a reflexão filosófica foi se tornando mais ampla e mais profunda na medida que elas se desenvolviam e se diversificavam.
• O espírito científico dos séculos XIX e XX foi dominado pela idéia da evolução, que se estendeu do conhecimento do campo biológico (J. B. Monet de Lamarck (1744-
1829) e Charles Darwin (1809-1882) a todos os ramos do conhecimento.
4. Concepção Contemporânea
Ciência do homem e filosofia no século XIX
• A idéia de evolução dominou esta fase.
• A visão filosófica do homem foi então concebida como resultado de geração espontânea ou teorias afins.
• Soren Kierkegaard (1813-1855) e Friedrich Nietzsche (1844-1900).
4. Concepção Contemporânea
Modelos de antropologia atual
• A filosofia contemporânea inclina-se, assim, a conceber o homem como um ser pluriversal, no sentido de que, na
representação de sua situação em face da realidade, opera-se uma inversão do homem universal para o homem pluriversal.
• Dá-se espaço para várias concepções.

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