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CÉLIO BARBOSA DA SILVA (RA: 8106738)

Bacharelado em Filosofia

A TRANSCENDÊNCIA HUMANA NAS CATEGORIAS DE


CORPO, PSIQUISMO E ESPÍRITO EM HENRIQUE LIMA VAZ

Tutor: Prof. Dr. Álvares de Azevedo

Claretiano - Centro Universitário

VITÓRIA DA CONQUISTA – BA

2022
A TRANSCENDÊNCIA HUMANA NAS CATEGORIAS DE
CORPO, PSIQUISMO E ESPÍRITO EM HENRIQUE LIMA VAZ

Resumo:
O objetivo deste artigo é o de abordar a visão filosófica do brasileiro Henrique Cláudio de Lima
Vaz acerca da sua Antropologia Filosófica, especificamente sobre sua filosofia que trata da
transcendência humana e por conseguinte, abordar e pôr em evidência as dimensões do ser humano
em sua totalidade, e demonstrar a importância do tema para a atualidade despertando o interesse
nas pessoas para a reflexão e conhecimento de si mesmas. Trata-se de um tema atual, pertinente e
necessário à reflexão de todos os seres humanos. Dividimos este trabalho em três grandes partes:
na primeira introduzimos o autor em um breve apanhado biográfico; na segunda parte, entramos
no tema ao longo da história e no pensamento de Lima Vaz; na terceira, apresentamos os resultados
da pesquisa. A partir do método da revisão bibliográfica aplicado na obra Antropologia Filosófica
vol. I, e em outros materiais relevantes que corroboram e colaboram como o assunto em questão,
foi possível perceber que que o homem é um ser essencialmente transcendente e, esse tema sempre
esteve nas reflexões e nos objetos de estudos de todos os tempos, e que nunca é tida por encerrada
pelo fato que de se tratar do ser humano, pois este ser é um objeto de estudo inesgotável.

Palavras-chave: Ser humano. Transcendência. Corpo. Psiquismo. Espírito.

1. INTRODUÇÃO
O presente artigo será elaborado com o objetivo de abordar a Antropologia Filosófica do
filósofo, padre Jesuíta, professor e humanista brasileiro Henrique Cláudio de Lima Vaz (Ouro
Preto-MG, 1921- Rio de Janeiro-RJ, 2002), especificamente sobre o tema da transcendência
humana nas suas estruturas fundamentais segundo as contribuições desse autor. Lima Vaz é um
grande pensador de saber notório no Brasil, tendo grande apresso pela metafísica clássica,
conseguiu dialogar filosoficamente bem com a modernidade e contemporaneidade, tendo grande
influência no pensamento hegeliano, também se fundamentava em Platão e Tomás de Aquino. Sua
filosofia ficou bastante conhecida no Brasil no auge dos anos 60 (sessenta), principalmente nos
círculos de esquerda do espectro político e ideológico, isso se verifica até nos dias atuais. Como
sua ênfase é no humanismo, conseguiu fazer uma boa leitura dialética da sociedade de seu tempo
“[…] Ao orientar sua reflexão para a análise crítica da realidade sócio-cultural, Lima Vaz toma
posição firme a respeito do sentido transcendente da existência humana e dos rumos da
civilização”.1
Na obra Antropologia Filosofia vol. 1, Lima Vaz apresenta sua Antropologia Filosófica em
duas grandes partes: Histórica e Sistemática (esta última conta com 3 secções, das quais 2 estão

1
POZZO, Edson Luiz Dal. A dimensão do espírito e a relação com a transcendência em Lima Vaz: uma resposta
ao niilismo contemporâneo. Tese (Mestrado em Filosofia) - Faculdade de Filosofia, Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul, 2014.p. 23.
no segundo volume). Da parte histórica, Vaz percorre sobre as diferentes concepções humanas
desde a antiguidade grega até os dias contemporâneos, da parte sistemática, esse volume aborda
os objetivos e métodos da antropologia filosófica, na primeira secção desta, trata das estruturas
fundamentais do ser humano tais como: corpo, psiquismo e espírito.
O objetivo desse trabalho é o de abordar e pôr em evidência as dimensões do ser humano
em sua totalidade e trazer uma reflexão acerca de sua transcendentalidade nas áreas de suas
estruturas fundamentais. Para tanto, pretendemos dialogar e compreender o pensamento do autor
acerca do sentido transcendental do ser humano dentro da visão da antropologia filosófica,
utilizando a vasta bibliografia de Henrique Cláudio de Lima Vaz, demonstrando a importância do
tema para a atualidade e despertar o interesse nas pessoas para a reflexão e conhecimento de si
mesmas.
Para tanto, o tema referente será desenvolvido na seguinte ordem: Breves conceitos das
concepções históricas do homem, e Estruturas fundamentais do ser humano segundo Lima Vaz
nas categorias de: Copo, Psiquismo e Espírito. Para cada uma dessas categorias serão esplanadas
a pré-compreensão, compressão explicativa e compreensão transcendental. Para cada
compreensão de categoria, será demonstrado onde se encontra sua transcendência.

2. BREVES CONCEITOS DAS CONCEPÇÕES HISTÓRICAS SOBRE O HOMEM


Como toda a reflexão e metodologia sistemática filosófica, a reflexão antropológica
também conta com o grande acervo histórico acerca dos debates desenvolvidos e estabelecidos ao
longo da evolução da humanidade. Por este motivo, ao entrarmos nos conceitos antropológicos da
filosofia vazeana, vale percorremos aos conteúdos já antes tratados por outros autores, outras
visões e períodos históricos, portanto, consideremos as quatros idades ou intervalos principais da
espinha dorsal da história, para podermos entrar e rememorarmos nos principais temas sobre o
estudo do ser humano.

a) Concepção do homem na antiguidade clássica


A concepção da pessoa humana nesse período histórico é muito vasta, tanto é que, até no
ocidente ao passar do tempo e da evolução histórico-cultural, muitas dessas tendências
influenciavam e predominavam na vida das pessoas. Destas tendências, valem destacar algumas
mais notáveis e determinantes como:
Na cultura arcaica grega que conta com aspectos teológicos, cosmológicos e
antropológicos, sua característica principal é a diferença entre o humano e o divino, o temporal e
o eterno, o efêmero e o benevolente. Trata-se de seres humanos como limitado e finito, e de deuses
como imortais e infinitos. Isso se verifica na mitologia grega quando os homens se veem diante do
divino e até tenta se igualar a tal, mas há um grande abismo entre essas duas dimensões, por outro
lado o homem era reflexo desses deuses como Dionísio e Apolo, também o homem é aquele que
contempla a beleza do cosmos e é sujeito sem se sujeitar aos deuses (mito) reivindicando a sua
vida como teorética, em outras palavras, do Ethos à Ética. No Orfismo, o corpo é separado da alma
e essa por sua vez pode se encarnar em sucessivos corpos, no Sofismo, o homem é a medida de
todas as coisas.
Na filosofia pré-socrática e socrática, o homem é parte do cosmos, é superior aos outros
seres vivos pelo seu caráter racional, também ele é ser corporal e espiritual. Em Sócrates, o homem
é sua própria essência e essa é a alma que “[…] é o eu consciente, ou seja, a consciência e a
personalidade intelectual e moral”2, ainda que Sócrates admita o homem como corpo e alma,
mesmo assim essa tem a supremacia sobre o corpo e se eleva no diálogo e no saber.
No platonismo, reina o antagônico dualismo corpo e alma. O corpo é prisioneiro da alma,
e essa se libertará com o conhecimento ideal (o mundo das ideias) e com a separação do corpo, a
alma possui imortalidade e perfeição, é o fundamento do ser humano:

Enquanto temos um corpo, estamos "mortos", porque somos fundamentalmente


nossa alma; e a alma, enquanto se encontra em um corpo, acha-se como em uma
tumba; e, com isso, encontra-se em situação de morte. Nosso morrer (com o
corpo) é viver, porque, morrendo o corpo, a alma se liberta do cárcere3.

O homem aqui é um ser de duas dimensões opostas e o corpo por ser mortal, tem caráter
inferior e negativo na vida humana, é dele que provém o mal e as desordens humanas. A alma
possui um caráter tricotômico sendo racional, irascível e conceptível. A concepção platônica sobre
o homem é a mais notável nesse período histórico e também a mais conhecida na humanidade,
muitas culturas cultivam muito essa ideia.
No aristotelismo, com a herança da filosofia platônica, em Aristóteles, a antropologia
adquire seu caráter científico. Na visão aristotélica, o homem é compreendido em seu estado
natural (a vida biofísica, imanente) e no seu potencial como finalidade (teleologia), também na
teoria de matéria e forma, a alma, além de ser ato, é também a forma do corpo (forma) e não existe
sem ele. Para o estagirita, a alma possui três características/funções: alma vegetativa, alma
sensitiva e alma racional. Todos os seres vivos possuem alma, mas não da mesma forma, somente
ao gênero humano a alma tem caráter racional, daí, a sentença do homem como animal racional,
mas essa racionalidade só é desenvolvida se ele viver em sociedade e ter atuação política, pois este
também é social por natureza, dessa forma, o homem é também um animal político.

2
ANTISERI, Dario; REALE, Giovanni. História da Filosofia: filosofia pagã antiga, V. 1. Tradução de Ivo Storniolo.
3º. Ed. São Paulo: Paulus, 2007. p. 95.
3
Ibid., p. 152.
b) Concepção do homem medieval
Com a patrística, o conteúdo bíblico exerceu grande influência na filosofia antropológica,
neste caso o homem é compreendido na visão antropocêntrica, tido como criatura privilegiada de
Deus, feita a sua imagem, dotado de vontade, é superior, dono e senhor de todas as outras coisas
criadas, membro da ordem divina, no entanto, precisa, ao fazer a vontade de Deus, buscar ser igual
a este.
Agostinho de Hipona é um dos principais nomes da antropologia patrística onde o conteúdo
bíblico encontra na filosofia sua grande expressão, sua antropologia filosófica concebe o homem
na visão teocêntrica, pois “[…] Agostinho viu na pessoa o reflexo de Deus Trindade nos modos
do ser, do conhecer e do amar”4. A visão dualista de homem é superada no pensamento
agostiniano, alma e corpo são substâncias criadas por Deus e possuem relação íntima.
Tomás de Aquino, tido como principal nome da escolástica, amante da epistemologia,
também contribuiu para antropologia filosófica, e é aqui onde essa ciência encontra sua grande
síntese unida às concepções antropológicas bíblico-cristã e clássica. Ao tratar da unidade do
homem, Tomás afirma que “[…] o homem é ‘composto de espírito e matéria’, isto é, de alma e
corpo”5, a alma ocupa o princípio vital do ser humano, ela é imortal enquanto o corpo é matéria
finita.

c) Concepção do homem moderno


Com o retorno do homem à cultura grega no Renascimento, é inaugurado um novo
humanismo antropocentrista que influenciaram os tempos posteriores a esse. Com base também
na revolução científica, a principal característica desse período é a busca do homem pelo prazer
sem se prender em leis morais e religiosas, mas se apoiando no seu ser natural pela razão e
experiência.
No humanismo, Nicolau de Cusa defende o homem como um “microssomo” “em dois
planos: a) no plano ontológico geral, porque ‘contrai’ em si mesmo todas as coisas (da mesma
forma que, nesse sentido, toda coisa é microcosmo); b) no plano ontológico especial, visto que,
sendo dotado de mente e conhecimento, o homem, do ponto de vista cognoscitivo, é ‘implicação’
das imagens de todas as coisas”6. Em Ficino, a realidade está estrutura e hierarquizada em cinco
degraus, a alma é a “copula mundi” e, por isso, o homem está contido no todo da forma mágica e
ocupa o centro das atenções. Bernardino Telésio concebe o homem como uma realidade natural,

4
ANTISERI, Dario; REALE, Giovanni. História da Filosofia: filosofia pagã antiga, V. 1. Tradução de Ivo Storniolo.
3º. Ed. São Paulo: Paulus, 2007. p. 86.
5
Ibid., p. 241.
6
Ibid., p. 86.
mas o diferencial é que este ser é dotado de espírito e, “além do ‘espírito’, há no homem algo mais,
‘uma espécie de alma divina e imortal’, que, porém, não serve para explicar os aspectos naturais
do homem, mas somente os aspectos que transcendem sua naturalidade […]”7.
Na corrente racionalista, em René Descartes, o homem é um ser dual de duas substâncias
distintas (res cogitans e res extensa), mas unidas a “heterogeneidade da res cogitans em relação à
res extensa significa antes de mais nada que a alma não deve ser concebida em relação com a vida,
[…]. A alma é pensamento e não vida”8. Ele afirma que mesmo se essa alma venha a separar-se
do corpo, este ainda continua vivo pois é regido por causas fisiológicas. Malebranche admite
também o dualismo cartesiano na concepção humana, mas rejeita que a alma seja a forma do corpo
e que não tenha alguma relação metafísica entre essas duas dimensões, a alma está no corpo, mas
está intimamente unida a Deus.
No Iluminismo, Rousseau defende o retorno do homem ao seu estado de natureza para que
ele possa se realizar na sua existência, e para que também o homem possa ser compreendido. É
em seu estado natural que o homem vive em plenitude. Immanuel Kant é pragmático na sua
antropologia, para ele o ser humano é um ser racional possuindo fim em sim mesmo. Kant admite
o dualismo clássico e racionalista, a razão pura seria o inatismo a priori do conhecimento humano,
é como se o homem já possuísse em si toda a possibilidade do conhecer e do refletir, mas a razão
prática leva o homem para além do determinismo, e é no agir bem de suas ações que ele encontrará
sua plena liberdade e espontaneidade existencial.

d) Concepção contemporânea do homem


Baseadas nas razões teórica e histórica, as ciências sobre o homem se elevam nesse período.
No Romantismo, o homem é um ser de alma sedenta pelo belo e precisa passar pela
educação artística, e se realiza na cultura social. Friedrich Schiller propõe a alma bela como
superação do modelo kantiano de inclinação sensível e dever moral para a naturalidade da alma,
essa “graça” faz com que o homem, através da arte, possa ser um indivíduo capaz de harmonizar
os seus impulsos (sensível e formal), ser um homem livre, um bom cidadão e fazer um uso pleno
da moral, portanto, a educação estética é a educação para a liberdade. Para Johann Gottfried, a
natureza humana é revelada pela linguagem, a língua é expressão específica do homem e este é
criatura dela, pois a linguagem vem da reflexão humana, das sensações e dos sentimentos. Todo
progresso humano ocorre com e por meio da língua.

7
ANTISERI, Dario; REALE, Giovanni. História da Filosofia: Do humanismo a Descartes, v. 3. Tradução de Ivo
Storniolo. 2º. Ed. São Paulo: Paulus, 2004. p. 109.

8
Ibid., p. 302.
No Idealismo, cabe o destaque para Friedrich Hegel que traz para o espírito (manifestado
na fenomenologia) o cerne da sua antropologia. A concepção de homem em Hegel possui a visão
clássica, moderna e cristã, e se relaciona com a realidade enquanto natureza, cultura, história e
absoluto (no sentido absoluto mesmo, onde está a manifestação do espírito, onde se encontra o
significado mais profundo do homem). É no espírito onde está a dinâmica humana de sua
formação, pois é nele que acontece a reflexão dialética face às realidades, é onde o ser se encontra
em si, depois se encontra no outro fora de si, e por fim, se encontra no retorno a si mesmo. É pelo
espírito que o ser natural (corpo) se relaciona ativamente com o meio (fenômeno) e estabelece sua
efetividade no mundo (por seu espírito teórico, prático e livre). No materialismo, Ludwig
Feuerbach reduz a Teologia à Antropologia, desse modo Deus é um espelho do homem ideal, uma
vez que ele, na sua finitude e emaranhado de sofrimento e imperfeiçoes, põe em Deus tudo aquilo
que está nele, mas ele não sabe. A religião é um fato humano, onde está a essência do homem.
Feuerbach propõe então a superação do idealismo humano, para o homem concreto, um indivíduo
em particular na concretude da vida imanente. A concepção humana em Karl Marx é aquela de
uma ser natural, mas que diferente dos animais, o homem produz sua própria vida, pela sua
consciência-de-si, pela sua intencionalidade, pela linguagem e sua potência laboral. O homem é
sua consciência, se realiza no trabalho pela atividade reflexiva (racional) que o faz livremente se
relacionar com a natureza e o meio.

2.1. ESTRUTURAS FUNDAMENTAIS DO SER HUMANO SEGUNDO LIMA VAZ


Para tratarmos da filosofia vazeana acerca do ser humano na perspectiva antropológica,
faz-se mister notarmos o fio condutor da sua investigação que é a pergunta: quem é o Homem? Ao
elaborar uma resposta que contemple a antropologia filosófica, Vaz denomina categorias as
dimensões que compõe o homem em sua totalidade, são elas: categoria de corpo próprio, categoria
de psiquismo e categoria do espírito.
Vejamos então como são apresentadas essas categorias e como elas possuem em si o valor
transcendental, lembrando aqui que não se trata de uma abordagem religiosa, mas apenas filosófica
do existir.

a) Categoria do corpo próprio


Lima Vaz começa discorrendo sobre o corpo humano como tal e para além da sua realidade
física e ou biológica, evidenciando assim sua importância como princípio da pessoa na existência.
Essa dimensão é a primeira que faz com que o homem tenha consciência de si mesmo como ser
no mundo. A categoria de corpo é vista por diversas formas ao longo da história e daí há sempre
um discursão e reflexão a respeito da sua real compreensão e significado, coube a antropologia
filosófica se debruçar na investigação daquilo que o corpo humano representa:

Por outro lado, a simbólica do corpo em seus aspectos mais diversos é,


indiscutivelmente, um dos polos organizadores do imaginário social das
sociedades conhecidas e, particularmente, da sociedade contemporânea. […] por
conseguinte, o problema do corpo próprio ou, em termos filosóficos, o problema
da categoria de corporalidade é não somente um problema fundamental para a
Antropologia filosófica, mas é o seu ponto de partida, pois a autocompreensão
do homem encontra seu núcleo germinal na compreensão de condição corporal.”
(Lima Vaz, 1991, p. 157-158)

O corpo, que para Lima Vaz é uma categoria da pessoa humana, constitui assim o ponto de
partida para a investigação antropológica do ser humano, nele se encontra a identidade e a
evidência concretas da pessoa, é pelo corpo que o homem se encontra na existência, no corpo é
que o homem encontra o princípio de sua relação com mundo e com os outros seres.
Passemos então para a pré-compreensão do corpo, trata-se da compreensão e distinção do
corpo como matéria e como organismo (totalidade física e biológica) e do corpo como corpo
próprio (totalidade intencional). Este estudo se faz necessário pois o ser humano não é como
qualquer objeto que ocupa lugar e matéria no espaço, ele vai além dessa realidade, é sujeito ativo
no seu existir e na existência que lhe cerca. Assim nos diz Lima Vaz:

[…] o homem é também seu corpo próprio, mas não o é pura e simplesmente por
identidade, mas tem seu corpo próprio, sendo capaz de dar-lhe uma
intencionalidade que transcende o nível do físico e do biológico. É no sentido
dessa distinção entre o ser e o ter o corpo que o corpo é, para o homem, um “corpo
vivido” (corps vécu), não no sentido da vida biológica, mas da vida intencional.
(Lima Vaz, 1991, p. 159)

O princípio do estado do homem no mundo é o seu corpo, mas esse corpo pode se
manifestar ou se apresentar em dois aspectos; estar aí e ser aí. Por estar, compreende-se a primeira
condição da matéria, como presença física, passiva. Por ser, entende-se como um ser ativo, que
por sua condição física, age na existência das coisas, é um ser que não se encaixa no determinismo,
antes interfere na existência, isso porque estabelece a relação e interação com os seres vivos e a
natureza. Como o corpo possibilita o homem entrar no tempo e no espaço, essa dual presença como
totalidade físico-orgânica e totalidade intencional é compreendida respectivamente como
identidade visual, objeto do tempo, isto é, pela idade o corpo humano muda sua aparência
(acidente), e também compreendida como sujeito social, cultural e psicológico. É o corpo vivido
ou a vida no corpo, que é o mesmo que a relação do homem com o meio que o cerca e consigo
mesmo. “No entender de Lima Vaz, o corpo propriamente humano difere dos outros corpos,
entendidos como corpo físico e corpo biológico, denominando-o assim de corpo próprio […]”9.
Passada as primeiras compreensões e definições do corpo humano para a visão da
antropologia filosófica, é dado que o mesmo corpo é o objeto de estudo da filosofia. Assim nos
fala Lima Vaz:

O primeiro passo nesse sentido é dado no terreno da aporética histórica. Se


percorremos a história das concepções do homem, veremos que um dos fios
contínuos que a orientam é o problema do corpo, que surge como primeiro
enigma para o homem que se volta para a compreensão de si mesmo. Esse fio
interpretativo pode ser acompanhado desde as culturas mais primitivas, passando
pelas representações religiosas mais evoluídas, para finalmente atingir o
pensamento filosófico e científico no momento em que ele faz sua aparição nos
albores da Grécia clássica. […] O segundo passo nos leva para o terreno da
aporética crítica. Aqui a interrogação filosófica se dirige à oposição ou à tensão
que se estabelece entre o sujeito que pergunta a partir de sua identidade ou
egoidade como sujeito interrogante e o corpo enquanto corpo objeto ou seja,
compreendido na objetividade do mundo. Essa posição se estabelece segundo
duas direções do estar-no-mundo pelo corpo: a direção que aponta para o mundo
dos objetos ou das coisas onde o corpo situa o homem e os submete às leis gerais
da natureza; e a direção que aponta para a interioridade do sujeito segundo a qual
o corpo é assumido no âmbito propriamente humano da intencionalidade e se
torna corpo próprio. Essa oposição, pois, manifesta de um lado a possibilidade
da coisificação do corpo; e, de outro, a possibilidade de sua espiritualização.”
(Lima Vaz, 1991, p. 162-163)

Na verdade, essa investigação se estende ao longo da história desde as sociedades mais


primitivas, e o corpo humano sempre constituiu um enigma para a compreensão pelo fato dele ser
complexo no seu fenômeno, ainda mais levando em consideração as perspectivas culturais e
religiosas ao longo dos tempos. O principal problema para essa enigmática é a reconhecida
dualidade corpo-alma tomada de ângulos diferentes das concepções como: religiosa que concebe
o dualismo gnóstico e maniqueísta; filosófica com principalmente o dualismo platônico e
cartesiano; bíblico-cristã na linha da moral, transcendência e salvação; e científica moderna
baseada nas teorias reducionistas.
A sentido transcendental do corpo humano é justamente a sua intencionalidade que o faz
ser um corpo vivente, isto é, o homem não somente está no mundo, mas também é no mundo e dá
significado ao mundo pelo seu corpo próprio, que é o mesmo quer não ser regido pelo
determinismo da sua natureza.

9
POZZO, Edson Luiz Dal. A dimensão do espírito e a relação com a transcendência em Lima Vaz: uma resposta ao
niilismo contemporâneo. Tese (Mestrado em Filosofia) - Faculdade de Filosofia, Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul, 2014. p.36.
b) Categoria de psiquismo
Essa categoria constitui a dimensão do segundo degrau da identidade da pessoa:

Desse modo, a tradição ocidental conhece, com relação à estrutura psíquica do


homem, dois esquemas fundamentais: o esquema dual (relação alma-corpo) e o
esquema trial (relação corpo-alma-espírito) […]. Desde o início, pois, de nossa
reflexão sobre o psíquico ele aparece como situado numa posição mediadora
entre o corporal e o espiritual.” (Lima Vaz, 1991, p. 167-168)

Uma vez que o ser humano estar no mundo e é um ser no mundo, ele é constituído de uma
outra dimensão importante que media esses dois estados ou categorias de sua estrutura
fundamental segundo Lima Vaz. A passagem do estar pra o ser ou da presença natural para a
presença intencional acontece por meio do psiquismo, que é uma interiorização do eu como um
ser único, um homem interior. “O psiquismo, diferente do corpo próprio, não é a presença imediata
do homem no mundo, mas mediata, isto é, situa o homem no mundo externo através do mundo
interno”10. O psiquismo forma o elo que liga as experiências e condições humanas corporais para
às espirituais e vice-versa. A essa relação interativa das estruturas fundamentais do ser humano a
respeito da categoria de psiquismo, nos fala o autor:

A pré-compreensão do psíquico tem lugar nesse campo definido pela referência


da vida consciente ao polo do Eu. Por outro lado, no entanto, o psíquico é a
captação do mundo exterior e é a tradução ou a reconstrução desse mundo exterior
num mundo interior que se edifica sobre dois grandes eixos: o imaginário e o
afetivo ou o eixo da representação ou o eixo da pulsão. (Lima Vaz, 1991, p.
169)

Partindo para a compreensão filosófica e ou transcendental do psiquismo, considerando-o


como parte indispensável para a pessoa humana, tendo também já considerado seu corpo enquanto
estado para o ser, sua transcendência é justamente pelo fato dela ser o elo entre o imanente e o
transcendente do ser humano, assim, é estabelecida a possibilidade de o ser ir além do seu estado
como somático, biológico e físico no mundo para o seu ser como sujeito, como fenômeno, como
ativo na existência. O psíquico é possível por causa do ser somático, assim, ele consegue sentir,
interpretar, situar-se, identificar-se. O ser humano formado para o mundo, pelo psiquismo, começa
a formar-se no mundo e a formar o mundo, essas ações são expressas claramente pelo corpo em
forma visível, embora muitas das ações psíquicas não exigem ou não são acompanhadas pelas
ações corporais:

10
POZZO, Edson Luiz Dal. A dimensão do espírito e a relação com a transcendência em Lima Vaz: uma resposta ao
niilismo contemporâneo. Tese (Mestrado em Filosofia) - Faculdade de Filosofia, Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul, 2014. p. 37-38.
O psíquico se apresenta, pois, como domínio de uma presença mediata do homem
a si mesmo, presença essa mediatizada pelo mundo interior do próprio psiquismo.
Podemos dizer, portanto, que estruturalmente o psiquismo é o sujeito
exprimindo-se na forma de um eu psicológico, unificador de vivências, estados e
comportamentos. (Lima Vaz, 1991, p. 176)

O psiquismo transcende o corpo humano pelas paixões, emoções, apetites, desejos


memórias, comportamentos, entre outros. É dentro dessa mesma dimensão que estão as
intensidades e a frequência com que essas ações acontecem, é nela que a pessoa humana direciona
suas experiências de vida no mundo, ou seja, o corpo está em contato o tempo todo com o mundo
enquanto dimensão física, e pelo psíquico, o corpo passa a se manifestar e a interagir com as
realidades físicas e passa para um nível de experiencias além daquelas que estão presas no tempo
e no espaço. Entretanto, a dimensão psíquica é apenas uma parte constitutiva do ser humano e não
constitui em si toda a totalidade da pessoa e não é somente por ela que o homem se determina no
mundo, “O problema ou perigo que se apresenta aqui é a dimensão psíquica do homem não abrir-
se a dialética do espírito e assim poder fechar-se num egocentrismo sobre si mesmo e bloquear o
dinamismo do ser”11.

c) Categoria de espírito
Nessa categoria, caracteriza-se o ponto mais elevado e propício para a abertura do homem
à transcendência, é nesse ponto onde o ser encontra sua abertura para o Outro nas relações, na
intersubjetividade e na intercambialidade. Por mais que aqui o espírito seja abordado pela
antropologia filosófica, na verdade essa dimensão vai além dessa perspectiva, vai mais para uma
linha metafísica:

No horizonte do espirito, o Outro desenha necessariamente seu perfil como outro


relativo na relação intersubjetiva, e se anuncia misteriosamente como outro
absoluto na relação que deverá ser dita propriamente de transcendência”. (Lima
Vaz, 1991, p. 181-182)

Ainda na mesma direção, Lima Vaz reconhece que o espírito vai além do que a
antropologia filosófica pode abordar:

O espírito é, segundo a terminologia clássica, um perfectio simplex: em si mesmo,


atualidade infinita de ser. Por isso mesmo, é pelo espírito que o homem participa
do infinito […]. (Lima Vaz, 1991, p. 183)

11
POZZO, Edson Luiz Dal. A dimensão do espírito e a relação com a transcendência em Lima Vaz: uma resposta
ao niilismo contemporâneo. Tese (Mestrado em Filosofia) - Faculdade de Filosofia, Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul, 2014. p. 38.
Na antropologia filosófica vazeana, a compreensão de espírito está intimamente ligada
àquela questão antropológica fundamental, quem é o homem? Isso porque ao chegar na dimensão
do espírito, é onde se encontra a manifestação e noção em nível elevado de Ser enquanto unidade,
verdade e bondade, das quais constituem as propriedades transcendentais da pessoa humana, sem
o espírito, a pessoa não passaria do nível, estar-no-mundo como ser biopsíquico. Lima Vaz elabora
três níveis para a compreensão do espírito: “O primeiro é o nível da história, chamada pré-
compreensão; o segundo é o nível científico ou compreensão explicativa; o terceiro é o nível da
filosofia ou da compreensão filosófica”12. Para o primeiro nível, são as experiências do ser no
mundo que inicia a atividade espiritual, relação dialética entre sua essência (em-si) e seu sujeito
(para-si) caracterizando sua presença reflexiva, atividade essa que é manifestada principalmente
pela linguagem. Para o segundo nível, o da compreensão explicativa, não se trata simplesmente de
uma abordagem científica que possa explicar sistematicamente essa categoria (embora algumas
operações do espírito podem ser objetos da ciência), trata-se da identidade reflexiva consigo
mesmo caracterizando desse modo, a própria ciência e sendo objeto da mesma, como na
abordagem dos estudos da linguagem, da sociologia e da psicologia, que analisam as atividades
humanas como cultura, religião e arte, pois “[…] com efeito, só pelo espírito o homem opera
humanamente e produz obras propriamente humanas” (Lima Vaz, 1991, p. 191), então, é
justamente nessas obras e procedimentos que se encontra o objeto das ciências humanas. Para o
terceiro nível, entendendo que o espírito ultrapassa os conceitos antropológicos, compreende-se a
noção de ser da pessoa, por isso é uma abordagem filosófica e, portanto, mas já com características
transcendentais. Justamente sobre esse terceiro nível de compreensão do espírito, é que
encontramos o terreno propício para tratar de transcendência, para tanto é importante saber que:

[…] A categoria do espírito no homem ou a estrutura noético-pneumática


de seu ser é atravessada pela tensão entre o categorial e o transcendental,
entre o nível conceptual da afirmação do homem como espírito e o nível
conceptual da afirmação da transcendência do espírito sobre o homem.”
(Lima Vaz, 1991, p. 191)

Essa tensão é o mesmo que dizer: o homem que se apresenta como espírito e o espírito que
se apresenta sobre o homem. Para Pozzo (2014, p. 42) é nessa dialética “[…] que se apresentam
as maiores dificuldades para a compreensão da categoria de espírito, sem esquecer que, para a
elaboração dessa categoria deve-se levar em conta tanto a dimensão categorial, como a dimensão

12
POZZO, Edson Luiz Dal. A dimensão do espírito e a relação com a transcendência em Lima Vaz: uma resposta
ao niilismo contemporâneo. Tese (Mestrado em Filosofia) - Faculdade de Filosofia, Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul, 2014. p. 39.
transcendental”13. Para Lima Vaz, o caminho seguro para o centro da noção conceitual de espírito
se encontra na concepção histórica ocidental:

Sabemos que quatro temas fundamentais se entrecruzam na


Begriffsgeschichte14 do termo espírito: o tema do espirito como vida
(pneûma), o tema do espirito como inteligência (noûs), o tema do espírito
como razão (logos) e o tema do espírito como consciência-de- si (synesis).”
(Lima Vaz, 1991, p. 192)

O quadro a seguir apresenta a relação conceitual desses quatros temas em relação as


dimensões categorial e transcendental:

Quadro 01- conceito de espírito nas dimensões categorial e transcendental


CONCEITO DIMENSÃO CATEGORIAL DIMENSÃO TRANSCENDENTAL
Pneûma Ato Vida
Noûs Uno absoluto Inteligência
Logos Sabedoria Norma/ordem
Synesis Objetividade/intersubjetividade Pensamento do pensamento/ reflexibilidade
Fonte: Elaboração própria

Portanto, a determinação essencial de espírito enquanto espírito vem da sua dimensão


transcendental, daquilo que o homem faz sem se prender ou se determinar na objetividade do
mundo, já sua determinação enquanto espírito humano vem de sua dimensão categorial que é seu
aspecto imanente, na objetividade, relacionamento e finitude do mundo. Com base nesses quatro
temas fundamentais que nos introduziu no centro conceitual e da reflexão da natureza do espírito,
segundo Lima Vaz, essa categoria fundamental do ser humano pode ser resumidamente
compreendia como estrutura cognitiva e volitiva, um ser capaz de entender a objetividade do
mundo e capaz de decidir na subjetividade em relação ao mesmo.

13
POZZO, Edson Luiz Dal. A dimensão do espírito e a relação com a transcendência em Lima Vaz: uma resposta
ao niilismo contemporâneo. Tese (Mestrado em Filosofia) - Faculdade de Filosofia, Pontifícia Universidade Católica
do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul, 2014. p. 42.
14
Trata-se de um termo em alemão que quer dizer história dos conceitos também chamada de história conceitual, é
um campo da História voltado para a análise histórica dos conceitos.
3. CONCLUSÃO
Ao fim deste trabalho, onde tratamos de transcendência humana nas categorias de corpo,
psiquismo e espírito segundo a obra Antropologia Filosofia vol. 1 de Henrique Claudio Lima Vaz,
em vista dos argumentos apresentados, podemos dizer que o ser humano em geral manifesta sua
transcendência pelo copo, psiquismo e espírito. No corpo pelo fato dele ser o primeiro aspecto da
pessoa quanto a sua existência e identidade, e é desse modo que o homem passa a ter consciência
de si mesmo como ser no mundo, por conseguinte, o corpo não é somente um ser vivo, pela
intencionalidade é um ser vivido, daqui temos o sentido transcendental do corpo que em Lima Vaz
é “corpo próprio”. No psiquismo é estabelecida a passagem do estar pra o ser ou da presença
natural para a presença intencional, ou ainda, do corpo vivo por seu aspecto biofísico para o corpo
vivido na sua intencionalidade. O sentido transcendental no psiquismo é porque ele situa o homem
no mundo externo através do mundo interno, o psiquismo transcende o corpo humano pelas
paixões, emoções, apetites, desejos, memórias, comportamentos, entre outros. No espírito
encontramos a própria transcendência humana, pois é nesse ponto que o homem encontra sua
abertura para o Outro nas relações, na intersubjetividade e na intercambialidade. É pelo espírito
que a pessoa passa do nível de estar-no-mundo como ser biopsíquico, a característica essencial de
espírito enquanto espírito vem da sua dimensão transcendental, daquilo que o homem faz sem se
prender ou se determinar na objetividade do mundo.
É justamente sobre essas reflexões a respeito do ser humano em sua totalidade que este
trabalho objetivou, e Lima Vaz em sua obra Antropologia Filosofia vol.1 nos forneceu essa
reflexão, que na verdade é uma continuidade da antropologia filosófica com todo o seu acervo
conceitual que possui acerca da pessoa humana ao longo da história, mas com a ótica vazeana que
é orientada no humanismo cristão. Podemos concluir que o homem é essencialmente um ser
transcendente, isso se verifica ao começar pelo seu corpo que de início difere de qualquer outro
corpo vivo pelo fato da sua intencionalidade, isto é, as expressões corporais, as ações e
intervenções na realidade aponta para uma vida interior que vai além do seu ser somático, essa
vida interior passa pelo psiquismo e espírito. O corpo, psíquico e espírito se relacionam
dialeticamente, e nem um desses se prendem a si mesmos. Também, a investigação antropológica
a cerca do ser humano segundo a filosofia vazeana, por mais que possua elementos evidentes sobre
a totalidade da pessoa humana, não é o último estudo sobre o assunto, pelo contrário, amplia ainda
mais os horizontes de investigação sobre quem é o Homem? Com certeza essa aporética deixa em
aberto o obvio, o ser humano é um mistério inesgotável, isso porque cada pessoa é única na
existência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Storniolo. 2º. Ed. São Paulo: Paulus, 2005.

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POZZO, Edson Luiz Dal. A dimensão do espírito e a relação com a transcendência em Lima
Vaz: uma resposta ao niilismo contemporâneo. Tese (Mestrado em Filosofia) - Faculdade de
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. Antropologia Filosófica vol. II. 4ª. Ed. São Paulo: Loyola,


1992.

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