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Antropologia filosófica

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A antropologia filosófica é a antropologia encarada metafisicamente; é um ramo


da filosofia que investiga a estrutura essencial doHomem. No entanto, este ocupa o centro
da especulação filosófica, sendo que tudo se deduz a partir dele; a partir dele se tornam
acessíveis as realidades, que o transcendem, nos modos de seu existir relacionados com
essas realidades. Ou seja, a antropologia filosófica é uma antropologia da essência e não
das características humanas. Ela se distingue da antropologia mítica, poética,teológica, e
científico natural ou evolucionista por dar uma interpretação basicamente ontológica do
homem. É também uma disciplina filosófica ou movimento filosófico que tem relações com
as intenções e os trabalhos de Scheler, mas não está unido ao conteúdo específico desse
autor.
“A reflexão sobre nós próprios, reflexão sempre renovada que o homem faz para chegar a
compreender-se” Bernar Groethuysen
“Explicação conceitual da ideia do homem a partir da conceção que este tem de si mesmo
em determinada fase de sua existência.”Landsberg

Índice
[esconder]

 1Objeto de estudo
 2Método de estudo
 3Origem
 4Objetivo
 5Teses
 6Problematização
 7Principal filósofo
 8Transformação do pensamento do homem ao longo dos séculos
 9Bibliografia

Objeto de estudo[editar | editar código-fonte]


Concentra-se no estudo das estruturas fundamentais do homem. Converte-se
numa ontologia, na medida em que nos conduz à questão do significado do “Ser”. O
homem torna-se para si mesmo o tema de toda a especulação filosófica: interessa estudar
o homem e estudar tudo o mais apenas em relação a ele. O que é mais significativo é o
conhecimento do homem, e não o de nós próprios enquanto individualidade. Estuda,
também, o caráter biopsicológico do homem, verifica o que o homem faz com suas
disposições bioquímicas dentro de seu ambiente biológico que possa diferenciá-lo de
outros animais.

Método de estudo[editar | editar código-fonte]


Reflexão sobre a vida, a religião e a reflexão filosófica que parte do principio do cogito.
A introspeção se revela como absolutamente necessária como fundamento e ponto de
partida de qualquer outro recurso de natureza metodológica. Segundo Groethuysen, ela,
de fato, constitui a base da antropologia filosófica. De acordo com Landsberg, a
antropologia filosófica faz uso dos dados proporcionados pelas outras formas de
antropologia, por exemplo, os fornecidos pela “antropologia das características humanas”,
ou seja, dados proporcionados pela biologia, pela sociologia, pela psicologia,
pela etnografia, pela arqueologia e pela história, mas interpreta esses dados à sua
maneira, e procura unificá-los numa teoria abrangente.

Origem[editar | editar código-fonte]


O pensamento antropológico filosófico teve início quando o homem se sentiu julgado sobre
si mesmo e (em oposição ao idealismo), precisamente sobre a concreticidade pessoal e
histórica de sua vida que antecede e ultrapassa todo e qualquer conceito. O nome
“Antropologia filosófica” é relativamente recente. Difundiu-se sobretudo a partir dos
trabalhos de Scheler, que considera a antropologia filosófica a ponte estendida entre
as ciências positivas e a metafísica.

Objetivo[editar | editar código-fonte]


Mostrar exatamente como a estrutura fundamental do ser humano, estendida na forma
pela qual a descrevemos brevemente (espírito; homem), “explica todos os monopólios,
todas as funções e obras específicas do homem: linguagem, consciência moral,
as ferramentas, as armas, as ideias de justiça e de injustiça, o Estado, a administração, as
funções representativas das artes, o mito, a religião e a ciência, a historicidade e a
sociabilidade, a fim de ver se há algo nessas atividades, bem como em seus resultados,
que seja especificamente humano. Seu objetivo é colocar no centro de sua reflexão a
questão: que é o ser humano? Como problema, ela tem seus primórdios mais fecundos
nos debates de Sócrates e dos Sofistas.
Immanuel Kant definiu a antropologia como ‘a’ questão filosófica por excelência, uma vez
que a filosofia enquanto tal tomaria ao seu encargo quatro grandes problemáticas:
ametafísica, a ética, a religião e a antropologia, considerando que todas a três primeiras
não seriam senão partes da última, pois todas elas remetem, em última análise, ao
problema do humano.

Teses[editar | editar código-fonte]


Reconhecimento de uma grande continuidade entre o reino animal – em particular
dos vertebrados superiores – e o reino humano, por um lado, e a afirmação de que as
instituições humanas e a fabricação e uso de instrumentos são em princípios
independentes de – no sentido de não ser exigidos por – necessidades biológicas (com
opiniões intermediárias entre esses extremos, como a de que a institucionalização e a
“instrumentalização” são propriedades ou caracteres emergentes, que têm uma base
biológica, mas não são redutíveis a ela.

Problematização[editar | editar código-fonte]


Problemas de caráter metafísico e moral. Coloca o problema do homem no próprio
homem, questiona o lugar ocupado pela função racional do homem em comparação com
outras funções. Kant propôs quatro problemas filosóficos: “O que posso conhecer?” “O que
devo fazer?” “A que posso aspirar?” “O que é o homem?”

Principal filósofo[editar | editar código-fonte]


Max Scheler (pioneiro). As questões relativas à natureza da história e a seu sentido
emergem da reflexão referente à conduta humana e ao seu valor moral, à essência
espiritual do homem, à experiência humana da realidade e à evolução do espírito nesta
relação, ao conhecimento e às formas de saber, assim como às relações do homem com
Deus. Seu pensamento está vinculado à sua conceção da essência espiritual do homem e
à sua teoria da religião. A produção filosófica de Scheler é dividida em três períodos 1º
período: pré-fenomenológico: escritos produzidos a partir de 1899 e vai até o ano de 1905.
2º Período: fenomenológico: Obras produzidas de 1906 até 1920, sendo considerado
como primeira fase de maturidade do filósofo. 3º período: período que vai
de 1921 até 1928, ano em que Scheler faleceu, interrompendo-se, bruscamente, a fase de
maturidade do pensador. Este período inclui uma etapa de transição, centrada na temática
da antropologia e metafísica que, marca predominantemente o período. A fundamentação
da ética, a conduta moral e a espiritualidade humana constituem o âmbito em que se
move, primordialmente, a reflexão scheleriana dos dois primeiros períodos. No terceiro
período, a posição que, nos primeiros períodos do pensamento do autor, ocupava a
religião, passa a ser ocupada pela metafísica. A "esfera" do ser Absoluto, enquanto
integrante da própria essência do homem, permanece intocada ainda que haja mudado
sua conceção sobre os atos e sobre os conteúdos materiais que a compõem, a esfera do
ser Absoluto permanece como constitutiva da própria essência do homem. O
conhecimento metafísico do absoluto deve passar, segundo Scheler, pela antropologia
filosófica, ou seja, pelo conhecimento essencial do homem, já que não se pode esperar
que, partindo do mundo objetivo, se consiga obter qualquer determinação do absoluto. A
metafísica, enquanto conhecimento da natureza do ser absoluto a partir da essência do
homem, não é cosmologia, nem metafísica do objeto, é uma metafísica do ato e meta-
antropologia. Somente a partir do homem, enquanto sujeito de atos, que se torna acessível
a verdadeira natureza do princípio de todas as coisas. O engajamento ativo do homem
na divindade possibilita o conhecimento dos dois atributos do fundamento de todas as
coisas: o espírito infinito (de que procede a estrutura essencial do mundo e do homem) e
o impulso irracional(origem da existência e do ser contingente).

 Principal obra
A Posição do Homem no Cosmos – Max Scheler
Filosofia da cultura – Ernst Cassirer Antropologia Filosofica (Essay on Man) - Ernst
Cassirer
Evolução do pensamento: Schelling filosofia da vida – Nietzsche, Helmut Plessner, Arnold
Gehlen Fenomenologia Scheller (formula de modo explícito o tema antropológico como tal
Filosofia da Existência -

Transformação do pensamento do homem ao longo dos


séculos[editar | editar código-fonte]
 Antiguidade: a Antiguidade centrava-se em torno do
“cosmos” ou da natureza em si estática e encarava o
homem em conexão com ela.
 Idade Média: o homem era membro da “ordem” emanada
de Deus.
 Idade Moderna: firma o homem sobre si mesmo, mas
predominantemente como “sujeito” ou razão, de sorte que
esta, como sujeito transcendental ou razão universal
panteísticamente absoluta, acabou por subjugar e
volatilizar o homem, convertendo-o em momento fugaz do
curso evolutivo do absoluto.
 Pensamento contemporâneo: o homem tomou
consciência da inanidade de tais construções e verificou
haver perdido tudo, incluindo a própria personalidade e
que principalmente, depois de haver sacrificado a vida do
conceito abstrato ilusório, se encontrava agora perante o
nada.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]


 BRUGGER, Walter. Dicionário de filosofia. São Paulo:
Editora Herder, 1962.
 MORA, J. Ferrater. Dicionário de filosofia – tomo I (A-D)
- São Paulo: Editora Ariel SA, 1994.
 FERREIRA, Aurélio B. de Holanda. Novo dicionário da
língua portuguesa. 1ª ed. Editora Nova Fronteira. Rio de
Janeiro.
 PRIETO, Silvia T.H. A natureza e o sentido da história
em Max Scheler. Tese de Doutorado. PUC. Porto Alegre.
1991
Categoria:
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