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I. Questões
No livro Nossa humanidade. De Aristóteles às neurociências, Francis Wolff destaca quatro
figuras do homem que se desenharam na história do pensamento ocidental, desde a
Antiguidade até os dias de hoje.

1. Destaque duas destas figuras, indicando os principais elementos que permitem, por um
lado, aproximá-las e, por outro, opor uma à outra.

Dentro da obra de Francis Wolff “Nossa Humanidade”, é possível destacar duas


importantes figuras; Aristóteles com “O homem antigo” e Descartes com “O homem
clássico”, ambos pensadores discutiram questões filosóficas sobre a da natureza humana, um
tópico discutido na história do pensamento ocidental, desde a antiguidade até os dias de hoje.
Portanto, é preciso discorrer rapidamente sobre a importância da criação de concepções do
homem, diante Wolff, dentro da filosofia , o desenvolvimento de uma definição para a figura
do homem e o que sua existência configura é a mais importante das ideias, porque todas as
outras dependem dela.
Diante disso, a partir da consideração do homem como um ser, é possível explorar
suas maneiras de ver a vida, morte, moral, política e suas relações. Além disso, dentro de
“Nossa Humanidade”, existem no total quatro “homens”, que são representações de princípios
teóricos de diferentes épocas sobre a natureza humana.
A princípio, o homem antigo de Aristóteles é animal social e político, mas
compreende que viver politicamente significa coexistir não apenas para a sobrevivência,
como animais, mas para viver bem. Então, dentro dessa relação entre homens e animais, há
uma noção de ordem, uma série vertical e hierarquizada de seres colocados uns embaixo dos
outros, do mais elevado ao mais baixo: os deuses, seres vivos imortais, respectivamente em
sua ordem de relevância. Na terra, é o homem que ocupa essa posição, porque ele dispõe de
todas as faculdades possíveis de um ser vivo mortal, portanto, em Aristóteles, há a noção do
homem como centro do universo e os animais sendo seus subordinados. O homem antigo
possui como sua característica específica a linguagem humana, e essa por sua vez, não se trata
de um simples meio de veicular informações ou de expressar emoções, mas uma forma de
comunicação onde há a possibilidade de duvidar, afirmar ou negar algo, e com isso, a
linguagem humana permite o diálogo. Então, fica entendido que o que distingue a “voz”,
presente em outros animais, da fala humana é a capacidade do diálogo.
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Em contraposto, Descartes discorda do método de Aristóteles para definição do que


é o homem, o filósofo racionalista acredita que existe um modo de análise mais instrutivo do
que aquele que consiste em colocar os seres dentro de classes, em uma hierarquia. O método
para definir o tal “Homem Clássico” se dá na indagação “Penso, logo existo”, juntamente da
análise metafísica. O homem não é para Descartes um espírito puramente racional, mas
considera-o a união muito tênue entre uma alma e um corpo, de modo que a consciência, que
é de fato própria ao homem, não é sempre uma racionalidade clara, mas ele é também possui
sentimento como percepção e emoção, por causa de sua relação com um corpo específico.
Para os dois pensadores, as ciências da natureza funcionam como um fator decisivo
para que houvesse a concepção do homem. Em Aristóteles, tudo tem uma função na natureza
e para Descartes, tudo o que está fora de nós, é submetido às leis da natureza, sendo ambas
definições provenientes também das ciências naturais. É importante dizer que ambos
pensadores utilizam do método para chegar até alguma conclusão ou ideia dentro das suas
próprias teorias, então há a convergência entre os filósofos no que diz respeito ao modo que
eles metodificaram seus passos até alcançar alguma resposta possível sobre as questões da
natureza humana em si.
A partir da análise das duas concepções do homem: a de Aristóteles e a de Descartes,
é possível perceber suas diferenças. Em Descartes, há um método de análise através da
metafísica, onde se procura a especificidade do homem, sendo essa a consciência por meio de
uma reflexão sobre sua própria atitude de sujeito, e não através da observação do homem e da
comparação entre espécies. Agora, por outro lado, em Aristóteles, há o uso de método de
análise lógica, em que pode-se definir o homem a partir do momento que seu lugar no mundo
é classificado. O homem natural está numa posição de poder sob os outros seres, havendo
uma hierarquização, e há a comparação do homem com outros seres, como os animais, então,
em Aristóteles existe o uso do homem como uma referência principal em tudo estudado,
sendo esse um ser político que usa a linguagem racionalmente.

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