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Autonomia Corporal nas Séries Iniciais


EVELYN SANTOS 16/11/20, 16:21 HS

Introdução Corpo
Tem uma concepção predominante na história da Filoso a como
instrumento da alma.
A autonomia e a consciência corporal são temas muito
semelhantes nos estudos da corporeidade. Isso porque, quando
a criança desenvolve seu mais alto nível de consciência corporal,
ela passa a ter autonomia do próprio corpo. Ter autonomia Dimensão Corporal
signi ca dizer que o indivíduo tem controle de si, controle Compreendendo-a como uma categoria que percebe que em
corporal, controle dos gestos e da movimentação, não sendo, nossa delimitação do que seja o biológico, encontram-se já todas
pois, nenhum movimento involuntário. as marcas das re exões e concepções que construímos ao longo
Estimular o desenvolvimento da autonomia corporal, nas séries da história, ou seja, encontram-se já as marcas da cultura. 
iniciais, é a melhor forma de garantir que a criança viva
plenamente suas relações com o próprio corpo.

Definições de corpo
Corpo como consciência corporal;
 Corpo como histórico e assujeitado ;
 Corpo como linguagem;
 Corpo como movimento;
 Corpo infantil como integral;
 Corpo como identidade;
 Corpo como biológico;
 Corpo como desenvolvimento motor .

As faces da dimensão corporal


 Considerando que a dimensão corporal envolve não somente
aspectos do cuidado do corpo, ou seja, os momentos de higiene
e alimentação no cotidiano nas instituições de Educação Infantil
e que os conhecimentos sobre as concepções de corpo trazem
implicações educativas, propõe-se a justi cação da dimensão
corporal como legítima a partir de cinco aspectos.

Corpo como suporte, instrumento e


portador da aprendizagem humana.
Concepções Nessa face podem ser incluídos os recursos técnicos que o
corpo utiliza da mecânica e dos sistemas orgânicos, ou seja, a
Corporeidade sua capacidade de ação sobre os objetos. Referente a essa face
pode-se pensar em todas as habilidades e procedimentos físicos
Em uma de nição ampla é uma idéia abstrata de corpo, de ser
quotidianos que adultos e crianças realizam, bem como nos “[…]
corpóreo.
saberes e nas práticas colocadas em jogo para a manutenção do corpo, o

aumento de sua resistência ou de seu poder, saúde, higiene ou mesmo

Corporalidade treinamentos corporais variados” (Vigarello, 2003, p. 22). 

Signi ca a qualidade de ser corpo, de ser material.


Corpo como direito ético, no qual, todos têm A partir dessas faces do corpo, pretende-se apontar a relevância
e a legitimidade da dimensão corporal na constituição das
o direito de ter um corpo
crianças e das suas diferentes infâncias. 
Essa face se caracteriza pela “[…] posse, pelo corpo, de um espaço e,

nele, de um território totalmente pessoal, ou seja, apropriação do ser no mais

íntimo de si”. Nessa perspectiva pode-se pensar também em grandes Autonomia corporal
problemáticas que atingem muitas crianças, em diferentes contextos,

referente à fome, à violência e aos maus-tratos físico, sexual, emocional e


Autonomia
psicológico 
Dar a si as próprias regras.

Corpo como identidade


Relação entre autonomia e corpo
Caracteriza essa face como “[…] manifestação, pelo corpo, de uma
O indivíduo quando desenvolve sua linguagem corporal, ele vai
interiorização ou de um pertencimento que designa o sujeito” (Vigarello, se desenvolvendo de forma consciente.
2003, p. 22).  Ele vai tomando consciência, tendo discernimento e produzindo
 Nesse sentido, pode-se compreender a materialidade do corpo signi cados as suas expressões corporais.
como de nidora de identidades, todavia, somos sujeitos de
identidades transitórias, tanto as identidades sexuais, de gênero,
de raça, de nacionalidade e de classe. Assim, o corpo ao se Como isso acontece na vida prática
constituir de uma materialidade instável, sobretudo na infância,
essas identidades não são xas ou estáveis, mas sim constituídas Dizer uma coisa e expressar corporalmente outra;
de um caráter relacional e múltiplo o que confere uma uidez e Passar mensagem diferente da que gostaria;
uma inconstância às identidades.  A autonomia corporal elimina esse problema;
Expressar o que a fala diz.

Corpo como linguagem, expressão, “fala” e


meio de comunicação Brincadeiras
Sempre observaram que o gesto ou a fala trans guravam o corpo, mas
Todas as atividades lúdicas a seguir, podem ser aplicadas na
contentavam-se em dizer que eles desenvolviam ou manifestavam uma outra
terceira fase de desenvolvimento da consciência corporal, pois
potência, pensamento ou alma. Não se via que, para poder exprimi-lo, em elas são capazes de avaliar a autonomia corporal de uma criança,
última análise o corpo precisa tornar-se o pensamento ou a intenção que ele ou seja, o domínio que ela tem em relação aos seus movimentos.
nos signi ca. É ele que mostra, ele que fala (MerleauPonty, 1999, p. 267).  Imitações;
Jogos;
Pega-pega;
Rouba bandeira;
Corpo como conhecimento.
Atividades lúdicas;
 nessa face, a dimensão corporal é conhecimento pelo corpo. Diante de um espelho, a criança pode observar sua
Como exemplo, pode-se citar a situação em que uma criança imagem e cantar músicas que falem sobre as partes do
aprende a caminhar; não se está aqui desconsiderando que o corpo, apontando, em si mesma e no corpo do colega, as
caminhar sobre duas pernas é uma construção histórica e partes do corpo mencionadas na música;
cultural, todavia, o que se pretende frisar é um conhecimento Amarelinha.
pelo corpo para se aprender a caminhar. Pretende-se enfatizar Tais atividades não podem ser desempenhadas com
como destaca Pierre Bourdieu (2001) que, pelo fato do corpo ter movimentação involuntária e precisam ser pensadas e planejadas
a capacidade de estar presente no exterior e no mundo é em relação ao corpo. Portanto, a partir da aplicação de qualquer
impressionado e duravelmente modi cado por ele, pois ca atividade que avalie a autonomia corporal, o educador será
exposto às suas regularidades, tendo assim adquirido um capaz de diagnosticar a criança que apresenta di culdades ao
sistema de disposições ajustado a tais regularidades o que faz executá-las. Por isso, é importante o trabalho com atividades
com que, […] o corpo se ache inclinado e apto a antecipá-las praticamente lúdicas, tais como os esportes, as danças, as brincadeiras etc.
em condutas que mobilizam um conhecimento pelo corpo capaz de garantir

uma compreensão prática do mundo bastante diferente do ato intencional de

decifração consciente que em geral transparece na idéia de compreensão

(Bourdieu, 2001, p. 166, grifo do autor). 

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