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DESCARTES- IDEALIZAÇÃO

POR ANDRÉ GOMBAY


RENÉ DESCARTES
Descartes nasceu na cidade de La Haye (França) em 31 de
março de 1596. Foi o terceiro filho de uma pequena e nobre
família do sul da França.

- René Descartes atuou em sua vida como filósofo,


matemático, físico, musicólogo, astrônomo, teórico musical,
naturalista, epistológrafo (que escreve ou estuda epístolas)
e militar.
Principais obras de Descartes:

-OTratadodoHomem(1637) - Regras para a direção do espírito (1684)


- Discurso sobre o método (1637) - As paixões da alma (1649)
- A Geometria (1637) - O mundo ou Tratado da Luz (1664)
- Dioptrique (1637) - Meditações Metafísicas (1641)
Principais obras de Descartes:

-OTratadodoHomem(1637) - Regras para a direção do espírito (1684)


- Discurso sobre o método (1637) - As paixões da alma (1649)
- A Geometria (1637) - O mundo ou Tratado da Luz (1664)
- Dioptrique (1637) - Meditações Metafísicas (1641)

Exemplos de frases:

- "Penso, Logo existo." (Provavelmente a frase mais famosa de Descartes)

- "É preferível ter os olhos fechados, sem nunc tentar abri-los do que viver
sem filosofar."

- "Com frequência uma falsa alegria vale mais do que uma tristeza cuja
causa é verdadeira." O tal dizer de hoje em dia, "fake it until you make it" na
minha percepção.
Curiosidades sobre sua vida:

- A religião de René Descartes era o catolicismo.

- René Descartes estudou direito, porém não exerceu a profissão na


área jurídica.

- "Eu queria matar quem inventou a matemática!" Já certamente usou alguma


vez essa frase? Descartes foi o primeiro a utilizar sistematicamente as letras do
alfabeto para representar as constantes, as variáveis e as incógnitas. Também
estabeleceu o uso dos expoentes e o símbolo da raiz quadrada.
Para que ocorra um juízo há que ter presentes dois componentes:
o entendimento e a vontade (assentir, julgar ou crer) ou seja o poder de
conhecer e o poder de escolher.
O entendimento, pois, para julgar algo requer um certo conhecimento e
a vontade para que a veracidade seja concedida à coisa de tal modo
percebida.

Para que haja um juízo, a vontade terá que assegurar ou negar alguma
ideia presente ao entendimento.
A função inicial do entendimento é conceber ideias, logo não lhe é
outorgado, por sua peculiar característica, conter em si mesmo a afirmação
ou negação da ideia concebida enquanto que a função da vontade, que se
caracteriza pelo poder de escolher, é realizar a atividade mental de se inclinar
em direção aos conteúdos apresentados pelo entendimento.
Porém mostra-se o posicionamento de John Hobbes onde o mesmo acredita
que a veracidade de algo não se deve à vontade, mas sim à prova, pois só
acreditamos no que nos é de facto provado. Porquê? Porque ao falar de
vontade falamos de escolha e a entra a vontade ao falar de algo que
"depende de mim" usando a questão do 131 ser um número primo, isso não
depende do que se pensa, pois, acreditamos querendo ou não sem escolha.

Porém Descartes tinha dito, algumas vezes o contrário, de que podemos


sim abstermo-nos de admitir a verdade.
Na Quarta Meditação, o mesmo faz três afirmações:

1- Por exemplo julga-se ser 131 um número primo pois Deus dispõe assim
o interior do pensamento.

2- Esse juízo é um ato da vontade

3- A vontade é a faculdade de escolha.


Essa é a caraterização padrão.
O sentimento de que ela surge como um passo na construção de outra concepção de
como a vontade se penetra em nossas crenças.
Descartes estava sujeito a acusações, por ter suposto que Deus poderia ser
enganador e que estaria cometendo um ato de impiedade ao supor tal coisa. E o
mesmo afirma que há uma grande diferença entre supor e afirmar algo, sendo que
supor algo é um ato do entendimento e não da vontade.

O que mais seria a vontade para Descartes? Ela é necessária para ocorra o
assentimento e ocorre sempre que fazemos um juízo e Descartes nunca mais se
desviou dessa tese.
Descartes até então nunca responde à questão do que seria o assentimento, porém,
em um texto distante da Quarta Meditação e dos Princípios com o tema de Amor,
reaparece a palavra "consentimento", onde segundo a concepção de Descartes, amar
é assentir.
Para Descartes amar é estar comprometido, afinal é o que assentimento quer
dizer. Questiona-se assim como amamos uma pessoa antes de conhecermos
seus méritos, responde-se que pode ser por causa de uma impressão no
cérebro. O amor sempre envolve o bem de seu objeto, também a
idealização, então amamos o que achamos bom. Ele faz com que a alma
imagine qualidades louváveis em objetos que, em outros tempos, não
pareciam nada além de falhas.

A idealização é um traço que naturalmente acompanha aquele outro aspeto


constitutivo do amor. Numa história de Descartes ele apaixonou-se por uma
menina dos olhos estrábicos, e foi a vontade que fez com que ele visse
aqueles olhos como encantadores ou misteriosos, ele idealizou e foi além
daquilo que aprendeu. Dando-lhes seus devidos nomes poderemos dizer que
a vontade foi além do entendimento.
Para qualquer outra pessoa poderia ser uma caraterística diferente,
afinal, nenhuma caraterística está livre da idealização portanto, todos
podem ser amados. Essa linha de pensamento se distancia da concepção
da vontade como uma faculdade de escolha, por exemplo que ele
escolheu considerar os olhos estrábicos um charme.

Envolve também a vontade para se ter uma crença e não só a vontade


como também o assentimento e o livre-arbítrio. O assentimento é o ato
de tornar-se, segundo a Quarta Meditação, um com aquilo que se
apreende. Não se dá assentimento apenas a proposições, mas também a
pessoas, quando as amamos, se tornando um com a outra pessoa.
Descartes observa que, se o marido ciumento
sentisse um amor verdadeiro (un vrai amour) por sua esposa, não teria
qualquer inclinação a desconfiar dela.
Assim, amor e confiança vão juntos, são assentimentos.
Tendo a Quarta Meditação como um todo, Descartes finalmente absolve Deus da
responsabilidade por nossos erros. Ele define a consciência do livre arbítrio como a
base de uma sensação que guia as relações morais adequadas entre seres humanos e
a chama de "generosidade".
Referência:

Gombay, André, Descartes (a Universidade de Toronto, Canadá, 2007.)

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