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Resumo "Discurso do Método" de René Descartes

Apresentação

René Descartes teve medo de publicar o seu livro “Tratado do mundo”, resolveu
então preparar o ambiente com as suas ideias com a publicação de “Discurso do Método”,
pois ficou sabendo que a Inquisição de Roma havia punido Galileu Galilei com prisão
domiciliar devido a publicação de sua obra “Diálogo Sobre os Dois Principais Sistemas do
Mundo”, milhares de cópias foram recolhidas e queimadas pela Igreja Católica. Essa obra
pretende buscar a verdade suprema por meio de uma metodologia científica segura.

Divisão do Livro

1° Ciências gerais da época;


2° Principais regras do método;
3° Regras de moral;
4° Provas da existência de Deus e da Alma;
5° Física, Medicina: movimento do coração e outras temáticas, diferença da alma
humana e dos animais;
6° Razões necessárias para avançar na pesquisa da natureza e os motivos que o
levou a escrever essa obra.

Primeira Parte

As pessoas da época não queriam obter neofilia, avançar nas ideias através da
razão ou bom senso, não é suficiente ter o espírito bom o importante é aplicá-lo bem
através de método, isso que diferencia o homem do animal, o propósito da obra não é o de
ensinar os outros a conduzir a vida, mas o de relatar como o autor conduziu a sua. Estudou
Letras numa das melhores escolas da Europa, onde acreditava haver homens sábios, leu
todos os livros da época, quando se formou constatou a própria ignorância, aprendeu sobre
as verdades e falácias das ciências da época, se apaixonou pela poesia e viu que pelo
menos nessa área, o dom era mais importante que anos de estudo, reconheceu a
importância da matemática além das aplicações mecânicas, venerava a teologia e admitia
que não precisava de nenhum dom especial vinda do céu para analisar seus textos, a
maioria das ciências se baseiam em princípios filosóficos, seus conhecimentos então eram
considerados pouco firmes já que criticava a filosofia, fugia de alquimistas, previsões de
astrólogos e de mágicos, abandonou a letras e resolver ir em busca da verdade suprema
através da aprendizagem do grande livro do mundo, ou seja, a experiência pessoal,
valorizava o discernimento.

Segunda Parte

René Descartes ao 23 anos compôs os 4 princípios do método que permitiram


utilizar 100% da razão baseado nas três artes, a lógica da filosofia que garantia coerência
em todas as coisas, a análise da geometria e da álgebra, sendo que considerava essa
última fatigante a imaginação humana, combinando então essas ciências nasce o discurso
do método.
1° É duvidar de tudo, não admitindo nada em seus juízos;
2° Dividir o problema em tantas quantas partes forem necessárias até se chegar a uma
resposta;
3° Ter uma hierarquia na resolução dos problemas, começar pelos objetos mais simples, ir
avançando os degraus até os compostos;
4° Enumerar tudo e revisar, a fim de nada se omitir.

Terceira Parte

René Descartes, substitui o frequentar homens de letras ou ler livros pela


perambulação no mundo durante 9 anos para obter a verdade suprema em seu espírito,
adotou uma moral provisória para ser feliz, essa consistia em três máximas.

Primeira máxima, seguir Deus e a religião que foi colocada em seu caminho desde
cedo, segunda máxima é ser firme nas decisões sem ficar mudando de opinião a toda
instante, a analogia feita seria como um viajante perdido na floresta que caminha de um
lado para o outro dando voltas, terceira máxima é procurar vencer a si mesmo antes do
destino e de modificar os seus desejos antes do que a ordem do mundo.

Quarta Parte

René Descartes realiza meditações sobre Deus e a alma (metafísica), diz que os
homens mais sensatos, ou seja, capazes de raciocinar sobre coisas simples da geometria
cometem paralogismos, um dos motivos que levou a duvidar ou descartar em seu espírito
supostas verdades que pareciam ser mais verdadeiras do que seus sonhos.
Penso, logo existo, isso quer dizer que para pensar é preciso existir, a partir disso
surge os silogismos, ele também descobre que ele era uma essência ou natureza (alma)
que consistia somente no pensar, e não precisava estar em lugar algum ou depender de
qualquer coisa material, sendo a alma distinta do corpo.
Ele se considerava o ser menos perfeito, pois tinha tinha dúvidas, inconstância e
tristeza, então ele provinha de Deus que era o ser mais perfeito e tinha isenção dessas
emoções, mas com elementos como ser imutável, onisciente, todo-poderoso e eterno.
Todos os filósofos em suas escolas tinham a máxima que tudo que está no entendimento
primeiro passou pelos sentidos, porém somente os sentidos não poderiam garantir-nos
coisa alguma, se nosso entendimento não intervisse.

Quinta Parte

René Descartes, aborda a questão da luz emanada pelo sol e das estrelas
fixas que se refletem em outros corpos, também fala sobre a transmutação da
cinzas em vidro, da anatomia e fisiologia da época que se tinha do coração e do
pulmão dos animais serem idênticos ao do homem, chegando à conclusão que a
alma está relacionado com o pensar, sendo distinta do corpo, a alma dos animais
não eram tão desenvolvidos, embora pegas e papagaios conseguissem articular
palavras como nós, mas não conseguem falar como nós, a disposição dos órgãos
dos animais era semelhante como o do relógio que possui molas e rodas, por fim
chega a conclusão que nossa natureza é totalmente independente do corpo e
imortal.

Sexta Parte

As razões que considerava ideais para a pesquisa da natureza é justamente


o continuísmo da pesquisa, sem se fixar na tradição. Ele relata que se houvesse
sido ensinado desde a juventude sobre o autodidatismo para ir em busca da
verdade suprema rejeitando a tradição filosófica de sua época, talvez não teria
chegado onde chegou, o motivo que o levou a escrever esse livro é para
desconstruir supostas verdades dos apaixonados de Aristóteles, ele escreve em
Francês propositalmente para que se tenha um alcance maior de pessoas, já que
era a língua mais popular da época, latim era para elite restrito somente aos
eruditos da época.

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