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O RACIONALISMO

RENÉ DESCARTES (1596 -1650)


DESCARTES
• René Descartes (1596-1650), nascido em La Haye, na França e falecido em Estocolmo, na Suécia-
onde dava lições de filosofia e de ciências à rainha Cristina-, foi um dos filósofos mais importantes
do século XVII, tendo influenciado de forma decisiva a formação e o desenvolvimento do
pensamento moderno. Contemporâneo de Galileu, Descartes se considerava não só filósofo, mas
também cientista. Foi o primeiro pesquisador a escrever em língua nacional, o francês, em uma
época em que os eruditos escreviam em latim.
• Um dos seus objetivos principais era a fundamentação da nova ciência da natureza, então nascente,
defendendo sua validade diante dos erros da ciência antiga e mostrando a necessidade de se
encontrar o verdadeiro método científico que colocasse a ciência no caminho correto para o
desenvolvimento do conhecimento.
Principais Obras

• “Regras para a direção do espírito (1628)”


• “Discurso do Método” (1637);
• “Meditações Metafísicas” (1641);
• “Princípios de Filosofia (1644);
• “As Paixões da Alma” (1649).

“Descartes fundou o racionalismo moderno; apoiou-se nas forças da razão e na evidência, para
atingir o verdadeiro de maneira segura, sendo o objetivo do conhecimento ‘tornar-nos senhores e
possuidores da natureza’ (esta expressão é empregada por Descartes no Discurso do Método).”

[Fonte: RUSS, Jacqueline. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Scipione, 2003, p. 326]
A ÁRVORE DO
CONHECIMEN
TO DE
DESCARTES
A MORAL PROVISÓRIA [4 Máximas]:

a-) “Obedecer às leis e aos costumes de meu país.”

b-) “Ser o mais firme e o mais resoluto possível em minhas ações.”

c-) “Tentar sempre ser vencido por mim mesmo, e não pela fortuna(sorte), e mudar eu
mesmo meus desejos para que não o faça a ordem do mundo; e de modo geral [...]
acostumar-me a crer que nada existe que esteja inteiramente em nosso poder a não ser os
nossos pensamentos.”

d-) “Empregar toda a minha vida a cultivar a razão, a progredir o possível no conhecimento
da verdade, segundo o método que me prescrevi”.
[FONTE: DESCARTES, R. Discurso do Método, Terceira Parte.]
O BOM SENSO

O Bom senso é o que existe de mais distribuído no mundo. Porque cada um se julga tão bem-
dotado dele que mesmo aqueles que são mais difíceis de se contentar com qualquer outra coisa
não costumam desejar possuí-lo mais do que já tem. Pelo contrário, isso testemunha que o
poder de bem julgar e de distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se
denomina bom senso ou razão, é naturalmente igual em todos os homens; e que, por isso, a
diversidade de nossas opiniões não provém do fato de uns serem mais racionais do que os
outros, mas somente do fato de conduzirmos nossos pensamentos por vias diversas e de não
considerarmos as mesmas coisas.”
[R. Descartes, Discurso do Método, § 1]
OS SENTIDOS NOS ENGANAM
EXCERTO

“E notando que esta verdade, eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que
todas as demais extravagantes suposições os céticos não seriam capazes de abalá-la,
julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio da Filosofia
que procurava.”
[Fonte: R. Descartes, Discurso do Método, IV Parte]

“Mas o que sou eu? Uma substância que pensa. O que é uma substância que pensa?
É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer,
que imagina e que sente.”
[Fonte: R. Descartes, Meditações, 2]
O MÉTODO

1-) Evidência: Acolher apenas o que aparece ao espírito como ideia clara e distinta;
2-) Análise: Dividir cada dificuldade ou problema em parcelas menores para
resolvê-las por partes;
3-) Ordem/Síntese: Conduzir por ordem os pensamentos, começando pelos objetos
mais simples e mais fáceis de conhecer para só depois lançar-se aos mais compostos
e difíceis;
4-) Enumeração: Fazer revisões gerais para ter certeza de que nada foi omitido.
TRÊS TIPOS DE IDEIAS

a-) Inatas: Deus; Número; Figuras Geométricas; Alma;


b-)Adventícias ou Das Experiências: Árvore; Livro; Fenômenos Naturais; Os
Fatos Sociais; Evidências Concretas.
c-) Factícias ou Da Imaginação: Unicórnio; Centauro; Batman; Duendes.
DEUS - PROVA ONTOLÓGICA:

O pensamento desse objeto – Deus – é a ideia de um ser perfeito, se um


ser é perfeito, deve ter a perfeição da existência, caso contrário lhe
faltaria algo para ser perfeito; portanto, ele existe. uma vez
estabelecida, por dedução, a ideia inata de Deus como ser perfeito, o
passo seguinte seria indagar sobre a realidade das coisas materiais.
DÚVIDA HIPERBÓLICA: O MUNDO

Duvidando da existência do mundo e do seu próprio corpo, Descartes


levantou a hipótese de um deus enganador, um gênio maligno que o
tivesse obrigado a perceber um mundo inexistente.
No entanto, quando se atinge a certeza de que Deus existe e é
infinitamente perfeito, conclui-se que não nos enganaria. A existência de
Deus é a garantia de que os objetos pensados por ideias claras e distintas
são reais e de que o mundo existe de fato.
FONTE: ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia, vol. único. 6 ed. São Paulo: Moderna, 2016, p. 124.
DUALISMO CORPO-CONSCIÊNCIA

O Corpo é uma realidade física e fisiológica –e, como tal, possui massa ,
extensão no espaço e movimento, bem como desenvolve atividades de
alimentação e digestão etc.-, por isso, está sujeito às leis deterministas da
natureza. Seu domínio de estudo é a ciência. Por sua vez, as principais
atividades da mente, como recordar, raciocinar, conhecer e querer, não têm
extensão no espaço nem localização. Por isso, não se submetem às leis
físicas; elas são, antes, a ocasião da expressão da liberdade. São objetos de
estudo da filosofia.
FONTE: Idem/Adaptado.
ATIVIDADE

1-) (Enem/2016) Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo, embora nossa memória possua
todas as demonstrações feitas por outros, se nosso espírito não for capaz de resolver toda espécie de
problemas; não nos tornaríamos filósofos, por ter lido todos os raciocínios de Platão e Aristóteles, sem
poder formular um juízo sólido sobre o que nos é proposto. Assim, de fato, pareceríamos ter
aprendido, não ciências, mas histórias [DESCARTES. R. Regras para a orientação do espírito. São
Paulo: Martins Fontes, 1999].

Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera o conhecimento, de modo crítico, como
resultado da
a-) investigação de natureza empírica.
b-) retomada da tradição intelectual.
c-) imposição de valores ortodoxos.
d-) autonomia do sujeito pensante.
e-) liberdade do agente moral.
2-) (Ufu/2011) Na obra Discurso sobre o método, René Descartes propôs um novo método de
investigação baseado em quatro regras fundamentais, inspiradas na geometria: evidência, análise,
síntese, controle.
Assinale a alternativa que contenha corretamente a descrição das regras de análise e síntese.

a-) A regra da análise orienta a enumerar todos os elementos analisados; a regra da síntese orienta
decompor o problema em seus elementos últimos, ou mais simples.
b-) A regra da análise orienta a decompor cada problema em seus elementos últimos ou mais
simples; a regra da síntese orienta ir dos objetos mais simples aos mais complexos.
c-) A regra da análise orienta a remontar dos objetos mais simples até os mais complexos; a regra
da síntese orienta prosseguir dos objetos mais complexos aos mais simples.
d-) A regra da síntese orienta a acolher como verdadeiro apenas aquilo que é evidente; a regra da
análise orienta descartar o que é evidente e só orientar-se, firmemente, pela opinião.

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