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Israel Chimene T Dube

Licenciatura em ensino de Biologia

Resumo da pagina 16 a pagina 25

Universidade Púnguè

Chimoio

2023
Israel Chimene T Dube

Licenciatura em ensino de Biologia

Resumo da página 16 a pagina 25

Trabalho de carácter avaliativo a ser apresentado no


Departamento de Ciências Naturais e Matemática,
Curso de Biologia na cadeira de Método de Estudo
de Investigação Cientifica, EAD, 1o ano

Universidade Púnguè

Chimoio

2023
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Resumo sobre o Pensamento Psicológico Antes e Depois do Século XVIII

Os primórdios da Psicologia Científica – Por de trás de qualquer produção humana material ou


espiritual (cadeira, religião), existe sempre uma história Cada um tem uma história pessoal, longa ou
curta. A psicologia tem cerca de dois mil anos de história. Para compreender a psicologia é necessário
compreender sua história, história essa que está ligada a cada momento histórico, às exigências do
conhecimento da humanidade, as demais áreas de conhecimento humano e aos novos desafios
colocados pela realidade económica e social e pela insaciável necessidade do Homem de compreender
a si mesmo.

A Psicologia entre os Gregos - É entre os filósofos gregos que surge a primeira tentativa de
sistematizar uma psicologia. De facto, os avanços permitem que os cidadãos se ocupem de coisas do
espírito, como a filosofia e a arte – homens como, Sócrates, Platão, Hipócrates e Aristóteles dedicam-
se a compreender esse espírito empreendedor do conquistador grego, ou seja, a Filosofia começou a
especular o Homem e a sua interioridade.

Sócrates (496-399 a.C.) - Com ele a Psicologia na antiguidade ganha consistência: segundo Sócrates o
que distingue o Homem do animal é a RAZÃO porque permite ao Homem de sobrepor-se aos
instintos, que seriam a base da irracionalidade – definindo a razão como essência e peculiaridade do
Homem, Sócrates abre um caminho que será explorado pela Psicologia: fruto desta reflexão são por
exemplo, as Teorias da consciência que de certa forma são resultado desta sistematização na Filosofia.

Platão (427-347 a.C.) - Discípulo de Sócrates, procura o «lugar» para a razão no nosso corpo (cabeça),
onde se encontra a ALMA do Homem. A medula será o elemento de ligação da alma com o corpo –
este elemento era necessário porque Platão concebia a alma separa do corpo (dualismo). Quando
alguém morria a matéria (corpo) desaparecia, mas a alma ficava livre para ocupar outro corpo
(reincarnação).

Hipócrates e a Teoria dos Humores (496-361 a.C.) - Uma análise mais acurada das diferenças
individuais, estreitamente ligadas a uma reflexão mais sistemática na relação mente-corpo, foi feita
com Hipócrates de Cosmes. Todavia, a medicina hipocrática passou na história como aquela que se
baseava na teoria dos quatro humores. Hipócrates defende que existem 4 humores no corpo humano: o
sangue, a fleuma, a bílis amarela e a bílis preta. Segundo a prevalência de cada um destes elementos
sobre o outro a pessoa desenvolverá um certo temperamento que poderá ser respectivamente:
sanguíneo, fleumático, colérico e melancólico e também vários tipos de predisposições à doença. O
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Homem é «são» quando estes humores estão «reciprocamente bem temperados por propriedade e
quantidade» e a mistura é completa.

Aristóteles (384-322 a.C.) - Discípulo de Platão, foi um dos mais importantes pensadores da história da
filosofia – superou o dualismo da dissociação entre a alma e o corpo (inovação). Para ele a psyché era
o princípio activo da vida, isto é, tudo aquilo que cresce, se reproduz e alimenta possui a sua psyché ou
alma (vegetação, animais, Homem). Aristóteles estuda as diferenças entre a RAZÃO, PERCEPÇÃO
E SENSAÇÕES, estudo sistematizado no “Da Anima” o qual pode ser considerado o primeiro
tratado de Psicologia. Portanto, 2300 anos antes do advento da Psicologia Científica, os gregos já
haviam formulado duas “Teorias”: Platónica – que postulava a imortalidade da alma e a concebia
separada do corpo, e a Aristotélica – que afirmava a mortalidade da alma e a sua relação de
pertencimento ao corpo.

A Psicologia no Império Romano - O império romano nasce às véspera da era cristã, domina parte da
Grécia, Europa e do Oriente Médio Característica deste período é o advento do cristianismo. Força
religiosa que passa à força política dominante que não obstante as invasões barbarias de 400 d.C., que
levam à degradação territorial e económica, o cristianismo sobrevive e até se fortalece, tornando-se a
religião principal da Idade Média, período que então se iniciara: Falar da psicologia neste período é
relacionada ao conhecimento religioso, o qual dominando o poder económico e político monopolizava
também o saber e, consequentemente o estudo do psiquismo.

Santo Agostinho (354-430 d.C.) - Inspirado em Platão faz cisão entre corpo e alma, a diferença para
ele é que a alma, não é somente a sede da razão mas também a prova de uma manifestação divina no
Homem. A alma era imortal por ser o elemento que liga o Homem à Deus e sendo a alma também a
sede do pensamento a Igreja passa a se preocupar também com a sua compreensão. Santo Agostinho
postula a famosa epístola: ”conhece-te, aceita-te, supera-te”.

São Tomás de Aquino (1225-1274) - Vive numa período que preanuncia a ruptura da Igreja católica, o
advento do protestantismo – época que prepara a transição para o capitalismo, com a revolução
francesa e a revolução industrial na Inglaterra. Perante esta crise social e económica a Igreja devia
encontrar novas justificações em relação ao conhecimento como a relação com Deus e o Homem. São
Tomas de Aquino foi buscar em Aristóteles a distinção entre essência e existência – como Aristóteles,
ele considera que o Homem, na sua essência, busca a perfeição através da sua existência mas
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introduzindo o ponto de vista religioso, ao contrario de Aristóteles, afirma que somente Deus seria
capaz de reunir a essência e a existência, em termos de igualdade.

A Psicologia no Renascimento - S. Tomás de Aquino, inicia uma época de transformações radicais no


mundo europeu: RENASCIMENTO ou RENASCENCA – o mercantilismo, e a descoberta de novas
terras (América, Índia, Rota pacífica) propicia a acumulação das riquezas para a Franca, Itália,
Inglaterra, Franca, Espanha. Na transição para o capitalismo emerge nova forma de organização social
e económica, dá-se também um processo de valorização do Homem. Alguns dos períodos marcantes
são o advento do FEUDALISMO, que se caracterizava basicamente por produção em massa para
subsistência; pela relação senhor feudal–servo; sociedade estável; hierarquia–base de verdade;
centralização do poder. Segue-se o período do CAPITALISMO, que põe o mundo em movimento
com a necessidade de abastecer os mercados e produzir mais: criou novas necessidades; questiona as
hierarquias para derrubar a nobreza e o clero dos seus lugares há séculos estabelecidos; superou-se o
antropocentrismo (o Homem – centro do universo), passando a ser visto um ser livre, capaz de
construir o futuro; o servo, liberto do seu vínculo com a terra pode escolher seu trabalho e seu lugar
social; o capitalismo torna todos os Homens consumidores, em potências das mercadorias produzidas;
acima de tudo, o conhecimento tornou-se livre, independente da fé, os dogmas da Igreja foram
questionados e a racionalidade do Homem apareceu como a grande possibilidade de construção do
conhecimento. O Capitalismo traz como consequência a formação de uma nova classe, a
BURGUESIA. No século XVII e XVIII (anos 1600 e 1700) a burguesia assumiu uma característica
própria de pensamento, tendendo para um processo que tivesse imediata utilização prática; disputa-se o
poder e surge como nova classe social e económica, defende a emancipação do Homem; com tal, era
preciso quebrar a ideia do universo estável, para poder transformá-lo, era preciso questionar a
NATUREZA para viabilizar a sua exploração em busca de matérias-primas – condições materiais para
o desenvolvimento da ciência moderna: CONHECIMENTO COMO FRUTO DA RAZÃO. Em
resultado disso, abre-se a possibilidade de se desvendar a natureza e leis de observação rigorosa e
objectiva – não mais submetidos a leis ou dogmas religiosos ou pela actividade eclesial e portanto
sentiu-se a necessidade da ciência: A possibilidade de realizar trabalhos de pesquisa mais
aprofundados, que exigiam algum tipo de suporte financeiro (só possível com a classe dos burgueses)
fez com que surgissem novos contornos nas diversas áreas do saber. São exemplos disso: Na
Sociologia Augusto Comte desenvolveu sua explicação de sociedade, criando o Positivismo, vindo
logo após outros pensadores; Na Economia, Karl Marx procurou explicar a relações sociais através
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das questões económicas, resultando no Materialismo-Dialético; Charles Darwin revolucionou a


Antropologia, ferindo os dogmas sacralizados pela religião, com a Teoria da Hereditariedade das
Espécies ou Teoria da Evolução (selecção natural). A ciência passou a assumir uma posição quase
que religiosa diante das explicações dos fenómenos sociais, biológicos, antropológicos, físicos e
naturais.

Consequências para a Psicologia - Na metade do século XIX temas e problemas até então estudados
pelos filósofos passam a ser estudados pela fisiologia, neurofisiologia em particular – formulação de
teorias dobre o SNC, demonstrando que o pensamento, as percepções e os sentimentos humanos eram
produtos
deste sistema.

A psicologia científica - O berço da Psicologia moderna foi a Alemanha de final do século 19. Wundt,
Weber e Fechner trabalharam juntos na Universidade de Leipzig – seguiram para aquele País muitos
estudiosos dessa nova ciência; como o inglês Edward B. Titchner e o americano William James. Seus
status de ciência é obtido a medida que se “liberta” da filosofia, que marcou a sua história até aqui e
atrai novos estudiosos e pesquisadores, que sob novos padrões de produção de conhecimento.

O Funcionalismo (Escola funcionalista) - Primeira sistematização genuinamente americana de


conhecimentos em Psicologia – numa sociedade que exigia o pragmatismo para o seu desenvolvimento
económico acaba por exigir dos cientistas americanos o mesmo espírito. Portanto, para a escola
funcionalista de William James (1842-1910), importa responder “o que fazem os homens e “por que o
fazem”. Para responder a isto, James elege a consciência como o centro de suas preocupações e bisca a
compreensão do seu funcionamento, na medida em que o Homem usa para adaptar-se à realidade.

O Estruturalismo (Escola estruturalista) - Embora Inaugurada por Wundt, somente o seu seguidor
Edward Titchner (1867-1927) usa o termo estruturalismo pela primeira vez para diferencià-lo do
funcionalismo. O estruturalismo define como objecto de estudo da psicologia “os estados elementares
da consciência, mas vistos como estruturas do SNC. O método de observação de Titchner, assim como
o de Wundt, é o introspeccionismo, e os conhecimentos psicológicos produzidos são eminentemente
experimentais, isto é, produzidos a partir do laboratório.

O Associacionismo - Edward Thorndike (1874-1949), é considerado o primeiro fundador de uma


teoria de aprendizagem na Psicologia de aprendizagem, na preocupação da aplicação prática da
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psicologia e não só especulação filosófica. O Associacionismo origina-se da concepção de que a


aprendizagem se dá por processo de associação das ideias mais simples às mais complexas. Assim para
aprender algo complexo precisamos de aprender as ideias simples associadas aquele conteúdo.
Thorndike formula a “lei de efeito” que seria de grande importância na psicologia comportamentalista.
De acordo com essa lei “todo o comportamento de um organismo vivente tende a se repetir, se nós o
recompensarmos (efeito) o organismo assim que repetir/emitir o comportamento. Por outro lado o
comportamento tenderá a não acontecer, se o organismo for castigado (efeito) após a sua ocorrência.
(ex. se apertarmos o botão da rádio formos premiados pela música, em outras oportunidades
apertaremos o mesmo botão, bem como generalizaremos essa aprendizagem para outros aparelhos,
como leitores de discos, gravadores, etc.

As Principais Teorias da Psicologia do Século XX - A psicologia enquanto ramo da Filosofia estuda a


alma, a psicologia científica que Wundt preconiza, a “psicologia sem alma”, o conhecimento científico
produzido no laboratório com uso de instrumentos de medição/mensuração. Da subordinação à
Filosofia a Psicologia se liga à medicina, usando o método de investigação das ciências naturais como
critério rigoroso da construção dos conhecimentos. A psicologia científica, que se constituiu de 3
escolas (Associacionismo, Estruturalismo e Funcionalismo) foi substituída neste século XX, por novas
Teorias. As três mais importantes tendências teóricas da psicologia neste séc. consideradas por
inúmeros autores são: Behaviorismo, Gestaltismo e a Psicanálise.

O Behaviorismo ou Comportamentalismo - O Comportamentalismo, ou Teoria S-R (do latim Stimulus


– Responsio), nasce com o americano John Watson (1878-1958), e se desenvolve na América em
função das aplicações práticas, tornou-se importante por ter definido o facto psicológico de modo
concreto a partir da noção de comportamento (behavior). Em 1913, o americano John Watson num
artigo de revista intitulado “A Psicologia tal como o behaviorista a vê”, inaugura o termo
behaviorismo. Neste contexto, Watson lança bases para a postulação do behavior, comportamento
como objecto da Psicologia, dá à psicologia a consistência procurada por séculos: objecto observável,
mensurável cujos experimentos poderiam ser reproduzidos em diferentes condições e sujeitos.

Análise experimental do comportamento - Frederik Skinner (1904-1990), americano, é considerado


o mais importante sucessor de Watson. A sua teoria tem até hoje uma influência. Inaugura o
behaviorismo radical, termo cunhado pelo próprio Skinner em 1945, para designar uma filosofia da
ciência do comportamento (que ele se propôs defender) por meio da análise experimental do
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comportamento. Algumas noções importantes no behaviorismo de Skinner são: COMPORTAMENTO


OPERANTE: base da corrente formulada por Skinner, entendendo este conceito é necessário retroceder
aos conceitos de comportamento reflexo ou respondente.

A Psicologia da Forma: A Escola da Gestalt - A Gestalt surge em reacção ao associacionismo.


Gestalt é um termo alemão que se pode traduzir como «forma»; «figura»; «configuração»; entendendo
também um aspecto de organização da que se entende melhor quando se fala da percepção visual. As
principais figuras da Gestal são os alemães: Max Wertmeir, Wolfgang Kohler (1887-1967) e Kurt
Kofka. A Gestalt nega decompor a consciência nos seus elementos mais elementares, nega a
concepção e métodos que descendem deste estudo e que tendem a uma teoria elementista. Os
psicólogos da gestalt estudam em particular os processos cognitivos em particular a percepção visual
e o pensamento Conceito fundamental da psicologia da forma é o aforisma: «o todo é mais da
soma das partes» atravessa todos os escritos da Gestalt. As leis da percepção visual: são leis sobre a
constituição das totalidades perceptivas que eram chamadas Gestalten ou factores estruturantes. Essas
leis afirmam que as partes de um campo perceptivo tendem a construir outras gestalts (formas
unitárias) que são de tal forma coerentes e unidas.

A Psicanálise/Freud - Sigmund FREUD (1856-1939), médico vienense (Áustria), alterou,


radicalmente, o modo de pensar a vida psíquica. Freud ousou colocar os “processos misteriosos” do
psiquismo”, suas “regiões obscuras”, isto é as fantasias, os sonhos, os esquecimentos, a interioridade
do homem, como problemas científicos. A investigação sistemática destes problemas levou Freud à
criação da Psicanálise. Freud emprega o termine Psicanálise pela primeira vez em 1896. A Psicanálise
constituiu-se como método e como teoria, e ainda como terapia. Como método consiste na
interpretação e busca do significado do oculto daquilo que é manifesto por meio de palavras ou acções
e como teoria pode ser definida como um conjunto de conhecimentos, sistematizados sobre o
funcionamento da vida psíquica. Freud, como hebreu, herdou uma rica tradição do pensamento
hebraico, e por outro lado, de formação clássica (filosofia antiga) e perito linguista, ele veio a contacto
com a literatura antiga e moderna. Sobre esta base assentaram-se os seus estudos de medicina e
ciências naturais, no campo da fisiologia, neuropsicológica e farmacologia.

A Psicanálise e os Mecanismos de Defesa da Personalidade - Os mecanismos de defesa: são formas


que o indivíduo usa para deformação da realidade, ou melhor, são processos realizados pelo ego e são
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inconscientes, isto é, ocorrem independentemente da vontade do indivíduo. Os mais comuns são:


Recalcamento; Formação reactiva; Regressão; Projecção; Racionalização; Sublimação; Negação.

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