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Mecânica dos Solos I

TEMA III: Relacoes Vulometricas,


Conciestencia e Clasificação dos solos

SUMARIO:
1- Índices físicos dos solos
2- Pasticidade e Consistência dos solos
3- Classificação dos solos

Docente: Eng. Roberto Chuquela, MSc


INTRODUCAO
A diversidade e a enorme diferença de comportamento
apresentada pelos diversos solos perante as solicitações
de interesse da engenharia, levou ao seu natural
agrupamento em conjuntos distintos.

O objetivo da classificação dos solos, sob o ponto de


vista de engenharia, é o de poder estimar o provável
comportamento do solo ou, pelo menos, o de orientar o
programa de investigação necessário para permitir a
adequada análise do problema.

Assim sabendo, que os solos mesmos “diferentes” porém


com propriedades semelhantes podem ser classificados
em grupos ou subgrupos, buscando simplificar o
entendimento das características dos solos.
Os sistemas de classificação podem partir de aspectos
qualitativos e quantitativos.

A identificação “qualitativa“ pode ser feita através de


testes visuais e tácteis, rápidos e específicos a cada tipo
de solo.

A identificação “quantitativa“ exige aspectos precisos,


tais como conhecer o tamanho das partículas, o
formato provável, no caso de solos granulares. Quanto se
tratar de solos finos analisar o tamanho das partículas
torna-se inviável, sendo necessário outras parâmetros,
como os limites de consistência.
No aspecto “mais” prática pode-se dizer que é necessário
haver várias classificações que possam atender mais
especificamente aos vários campos da geotecnia.

Um sistema de classificação que atenda aos interesses da


área de estradas pode não atender com a mesma
eficiência à área de fundações.
Classificação Granulométrica

Muitas das características físicas, químicas e biológicas


dos solos são relacionadas à sua textura, fazendo de sua
determinação uma das mais básicas análises de solos.

O Sistema de Classificação baseado apenas na textura


utiliza a curva granulométrica e uma escala de
classificação.

A curva granulométrica define a distribuição das


diferentes dimensões das partículas enquanto a escala
define aposição relativa aos quatros grupos: pedregulhos,
areias, siltes e argilas.
Existem várias escalas, mas as diferenças entre elas
alteram sutilmente o nome dado ao solo.
Classificação Granulométrica

Escala de classificação
Classificação Granulométrica
Para a classificação do solo, segundo a textura, a partir da
curva granulométrica obtida em laboratório, serão
determinadas as percentagens de cada fração de acordo
com a escala adotada.
A fração predominante dará nome ao solo, que será
adjetivado pela fração imediatamente inferior em termos
percentuais. Nos seguintes modos:
Exemplo:
Classificação Granulométrica

Para a classificação granulométrica também pode ser


feita através dos diagramas triangulares (triângulo de
FERET ou CLASSIFICAÇÃO TRILINEAR).
Nos diagramas triangulares,
fazem-se corresponder aos
três lados do triângulo as
percentagens respectivas de
argila, silte e areia.

Os lados do triângulo são


então divididos em segmentos
representando as
percentagens de 0 a 100 para
cada uma dessas frações, num
sentido previamente
estabelecido.
Classificação Granulométrica (CLASSIFICAÇÃO TRILINEAR)

Triângulo de FERET
Se o solo, além de argila, silte e areia, contêm pedregulho, um
artifício tem que ser feito para ser classificado pela CLASSIFICAÇÃO
TRILINEAR.
EXEMPLO: Deseja-se classificar um solo com pedregulho cuja
composição granulométrica é:
• Pedregulho =14%
• Areia = 21%
• Silte = 56%
• Argila = 9%
Procedimentos:
a) Verificar a quantidade percentual de argila, silte e areia; esta
quantidade é: 100 - 14 = 86
b) Multiplica-se as percentagens, menos a do pedregulho pelo índice
100/86 de ordem a expressar essas percentagens em termos do peso do
material excluindo o pedregulho, a composição granulométrica pode ser
assim obtida:
Classificação Unificada (ASTM D2487 - 85)

O sistema foi proposto por Casagrande em 1929, e


tornou-se amplamente utilizado na construção de campos
de pouso durante a 2ª Guerra Mundial, sendo utilizado até
o dias de hoje para diversos fins geotécnicos.

1. Solos de granulação grossa, que são naturalmente os


pedregulhos e areia, cujo material que passa na peneira
nº 200 é menor que 50%.

2.Solos de granulação fina, são os siltes e argilas, cujo


material que passa na peneira nº 200 é maior que 50%.
Para esta classificação são assumidos “símbolos”
(Letras), que representam cada um desses materiais,
onde:

Cada grupo é dividido em subgrupos de acordo com suas propriedades


índices mais significativas.
W (wellgraded) → bem graduado
P (poorlygraded) → mal graduado
H (high) → alta compressibilidade, ou alta plasticidade, ou seja com limite
de liquidez maior que 50%
L (low) → baixa compressibilidade, ou baixa plasticidade, ou seja com limite
de liquidez menor que 50%
Para a classificação correta de acordo com o sistema, é
importante conhecer as informações a seguir:

1. Percentagem de pedregulho, ou seja, a fração que


passa pela peneira de 76,2 mm e fica retida na peneira nº4
(4,75 mm)
2. Percentagem de areia, ou seja, a fração que passa pela
peneira nº4 (4,75 mm), e fica retida na peneira nº 200.

3. Percentagem de silte e argila, ou seja, a fração que


passa na peneira nº 200.

4. Coeficiente de curvatura (Cc) e coeficiente de


uniformidade (Cu).
5. Limite de liquidez e índice de plasticidade da porção do
solo que passa pela peneira nº 40
1. Solos de granulação grosseira, o solo será classificado como
pedregulho ou areia, dependendo de qual destas duas frações
granulométricas predominar.
Por exemplo, se o solo tem 30% de pedregulho, 40% de areia e 30%
de finos, ele será classificado como areia – S.

a) Identificado que um solo é areia ou pedregulho, importa conhecer


sua característica secundária. Se o material tiver poucos finos,
menos de que 5% passando na peneira nº 200, deve-se verificar
como é a sua composição granulométrica. Os solos granulares
podem ser “bem graduados (GW e SW)” ou “mal graduados (GP e
SP)”.
Esta característica dos solos granulares é expressa pelo “coeficiente de
uniformidade” e pelo “coeficiente de curvatura”.
b) Quando o solo de granulação grosseira tem mais do
que 12% de finos, a uniformidade da granulometria já não
aparece como característica secundária, pois importa
mais saber das propriedades destes finos.

Aquelas com fração fina, principalmente os siltes, são


enquadrados em GM ou SM.

Se os solos finos contêm argilas plásticas, os solos são


do tipo GC ou SC.

A característica complementar dos solos finos é indicada


em sua compressibilidade, sendo utilizados os termos:

Alta compressibilidade (H = high) e baixa


compressibilidade (L= low), para os solos M, C ou O
O que determinará esta classificação será o
posicionamento do ponto representativo dos índices de
consistência (IP) na Carta de Plasticidade.

c) Quando o solo de graduação grosseira tem de 5 a 12% de finos, o


Sistema recomenda que se apresentem as duas características
secundárias, uniformidade de granulometria e propriedades dos finos.

Assim, ter-se-ão classificações intermediárias, como, por exemplo, SP-SC,


areia mal graduada, argilosa.
2. Solos de granulação fina (siltes e argilas)
Quando a fração fina do solo é predominante, ele será
classificado como silte (M), argila (C) ou solo orgânico (O),
não em função da porcentagem das frações granulométricas
silte ou argila, pois o que determina melhor o
comportamento argiloso são os índices de consistência.

Para a classificação destes solos, basta a localização do


ponto correspondente ao par de valores IP e LL na Carta
de Plasticidade.

os solos de comportamento argiloso se faziam representar


por um ponto acima de uma reta inclinada, denominada
Linha A, solos orgânicos, ainda que argilosos, e solos
siltosos são representados por pontos localizados abaixo
da Linha A; que no seu trecho inicial, é substituía por uma
faixa horizontal correspondente a IP de 4 a 7.
Como característica complementar dos solos finos, é
indicada sua compressibilidade.

Assim, o Sistema adjetiva secundariamente como de alta


compressibilidade (H) ou de baixa compressibilidade (L)
os solos M, C ou O, em função do LL ser superior ou
inferior a 50, respectivamente, como se mostra na Carta.

Quando se trata de obter a característica secundária de


areia e pedregulhos, este aspecto é desconsiderado.

Quando os índices indicam uma posição muito próxima às


linhas A (ou sobre a faixa de IP 4 e 7), é considerado um
caso intermediário e as duas classificações são
apresentadas.

Exemplos: SC-SM, CL-CH, etc.


Fluxograma:
Solos Grossos
Solos Finos
CLASSIFICAÇÃO AASHTO
O sistema de classificação AASHTO (Associação Americana
de Rodovias Estaduais e Autoridades de Transporte)

O sistema é utilizado exclusivamente para o uso em obras rodoviárias,


como objetivo principal de classificar os materiais que compõem o
subleito (cama da que suportará os esforços distribuídos de um pavimento).

Nesta classificação os solos são reunidos em grupos e


subgrupos:

 Conjunto materiais granulares (#200 < 35%): Classificados em


grupos de A-1, A-2 e A-3.
- Dentro desse grupo há subgrupos que classificam os solos
como A-1-a ou A-2-7.

 Conjunto materiais finos (#200 > 35%): Classificados como A-4,


A-5, A-6 e A-7.
O procedimento de análise parte da granulometria, limites
de consistência e cálculo do Índice de grupo.

Na analise Granilometrica é baseado nos seguintes


critérios:
1 -Tamanho dos grãos:
 Pedregulho: é a fração que passa na peneira com
abertura de 75 mm e fica retida na peneira padrão
americano número 10 ( 2,0 mm).

 Areia: é a fração que passa na peneira padrão


americano número 10 (2,0 mm) e fica retida na peneira
padrão americano número 200 ( 0,075 mm)

 Silte e Argila: é a fração que passa na peneira padrão


americano número 200.
2 - Plasticidade:
 A terminologia siltosa será aplicada quando as
porções finas do solo apresentam índice de
plasticidade de 10 ou menos.

 A terminologia argilosa será aplicada quando as


porções finas apresentam índice de plasticidade de
11 ou mais.

3 - Caso sejam encontradas pedras de mão e matacões


(materiais maiores que a fração pedregulho), elas serão
removidas da porção da amostra de solo que será usada
para determinar a classificação. No entanto, a
percentagem desse material é registrada (para fins de
granulometria)
Carta de Plasticidade
3. A equação Indece de Grupo, se base na percentagem
que passa na peneira nº 200, o limite de liquidez e o índice
de plasticidade.
A classificao dos solos segundo o TRB (HRB), Determina-se o grupo do
solo, por eliminação da esquerda para adireita. O primeiro grupo a
partir da esquerda, com o qual os valores do solo ensaiado coincidir,
será a classificação correta.
São regras para determinar o índice de grupo:

1. Se a equação resultar em um valor negativo para IG, o


valor é considerado como 0.

2. O valor do índice de grupo calculado é arredondado para o


valor inteiro mais próximo. Por exemplo : “ Se IG = 3,4 o
índice de grupo será 3, porém se IG = 3,5 o índice de grupo
será 4.

3. Não há limite superior para o índice de grupo.

4. Para os solos A-1-a, A-1-b, A-2-4, A-2-5 a A-3 o IG é sempre


zero.
5. Para solos do grupo A-2-6 e A-2-7, utiliza-se apenas a ultima
parcela da equação.
Aula Pratica

• Um solo com 42% que passa #200 e 82% que


passa #10 e com LL= 43% e LP= 37%.
Classifique, segundo o Sistema rodoviário.

• Um solo com 18% que passa #200 e 39% que


passa #40 e com LL= 46% e LP= 43%.
Classifique, segundo o Sistema rodoviário.
Imposições práticas.

Solos mal graduados, como areias finas, são difíceis de


serem compactados para alcançar altas densidades e são
menos desejáveis (ex: solo A-3).

Solos contendo grande quantidade de finos são


inadequadas como material de subleito. Estes são
classificados de A-4 a A-7, na ordem de crescente de
adequação como material de subleito.

Argila com altos valores de LL e LP estão sujeitos a amplas


variações na resistência durante os ciclos de secagem e
umedecimento, o que é muito indesejável. Quando estes
solos estão presentes em quantidades suficientes, o solo é
enquadrado como A-6 e A-7.

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