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O patrimônio da arquitetura vernacular de povos caiçaras

Palavras-chave: Vernacular; Caiçara; Arquitetura

Caiçara é um termo genérico utilizado para determina populações que nasceram e


vivem em regiões litorâneas, sobretudo no sudeste do Brasil (Setti, 2006). Sua cultura
arquitetônica é rica em valores e reconhecida em se adaptar aos espaços onde são
construídas sem buscar interferir e não prejudicando o ambiente. Sendo a junção da
cultura indigna com a colonização brasileira, os caiçaras incorporaram características
dessas culturas e até herança da cultura negra, representando um período de transição
cultural para o Brasil (Júnior, 2007).
Povos caiçaras costumas construir uma forma de arquitetura que busca segue e facilitar
o seu oficio (comumente a pesca) e respeitar o seu espaço de vivência e trabalho que é
o mar e a própria natureza. Sua arquitetura própria entra dentro da sua cultura e
tradições, sua matéria prima é a encontra no ambiente que suas edificações são
construídas e até suas técnicas construtivas são próprias e partes da sua herança de
tradição. Sua arquitetura é o resultado do ambiente ao seu redor e busca se adaptar a
ele de forma harmoniosa.
A casa caiçara possui em sua construção um registro tanto histórico como cultural da
população pesqueira. Para o pescador, a casa é um instrumento de trabalho, é apoio
para a família, é um meio e não meramente um fim no que diz respeito aos objetivos
com que ela é construída e mantida (Júnior, 2007). Sua construção busca facilitar a
dinâmica do trabalho da pesca, por exemplo é comum em casas caiçaras o quintal ser
voltado para o mar já que a cozinha é um local de trato do peixe e isso ajuda na rotina
do pescador. Outro aspecto interessante é que em alguns casos a própria cozinha é
colocada separada da casa por causa do cheiro do trato do peixe e para evitar atrai
animais pequenos para o ambiente residência. Isso são aspectos interessante de como
o trabalho e vivencia de povo tradicional influencia na sua cultura construtiva.

A taipa é um material muito utilizado nas construções de casas caiçaras por ser um
material encontrado com facilidade em ambientes onde as construções são feitas. A
técnica da construção da casa de taipa consiste em se erguer a parede socando o barro
no interior de um trançado de madeira. Já a despeito das intempéries que podem assolar
a construção por ser realizados em material oneroso ao ambiente de maresia, ventos ou
dunas. Esses problemas não parecem preocupar o pescador caiçara que entende a
relação com meio ambiente como algo normal e fluido, aceitando facilmente a ação do
tempo (Júnior, 2007).

A palha também é outro material muito usado nessa cultura construtiva. Entendo que
vernacular é a construção com aquilo que está à mão, a palha de coqueiro se sobressai
como material construtivo principal. Seja numa casa, seja numa palhoça para
manutenção, guarda de material e do barco de pesca, ou seja, num abrigo temporário,
a palha se mostra útil e eficaz (Júnior, 2007). Em algumas moradias a palha é usada
como um revestimento para preserva as paredes das moradias de intempéries que
possam atacar sua estrutura.

Essa forma de arquitetura nos traz profundas reflexões de como podemos construir e
pensar os impactos no seu entorno de forma a não buscar dominar a natureza ou
ambiente a nossa volta. A arquitetura vernacular atualmente também encontrasse
ameaçada de desaparecer com o avanço do “desenvolvimento construtivo” e megas
estruturas e migração de povos tradicionais para ambientes urbanos por encontrar seus
antigos locais de moradias ameaçados pelo avanço imobiliário e poluição de zonas
litorâneas e naturais. Perdemos assim aprendizados não só construtivos, mais também
sobre como podemos produzir uma arquitetura que busca respeitar o ambiente onde
está inserida.
Bibliografia
LIMA JÚNIOR, Genival Costa de Barros. Arquitetura Vernacular Paraieira.
Recife: Gráfica Santa Marca, 2007. 200 p
BRAZIL, Archi In. Arquitetura Contemporânea. 2010. Disponível em: . Acesso em:
18 nov. 2014.

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