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UNIDADE I

História da Arquitetura
no Brasil

Prof. Dr. Mário Caldeira


Considerações sobre a historiografia da arquitetura no Brasil

 Para falar da história da arquitetura no Brasil, enfrenta-se uma situação específica: o fato de
que as arquiteturas e os espaços urbanos que aconteceram na trajetória da formação e
consolidação desta nação não formam um percurso linear no tempo.
 Nessa rica trajetória, as abordagens históricas mais conhecidas repetem narrativas que
geralmente privilegiam apenas as grandes obras, ou a ideia de estilos que vão se sucedendo
ao longo do tempo, ou ainda uma associação entre a história da arquitetura e a história dos
regimes políticos. Apesar de válidas e de explicarem uma parte consistente da história da
arquitetura no Brasil, essas narrativas não abordam uma das principais características da
nossa arquitetura: as permanências e retornos de arquiteturas de tempos e lugares variados.
 Por isso, o que veremos aqui é uma trajetória cronológica das
arquiteturas que aqui surgiram ou foram aplicadas, suas
transformações e também, quando for o caso, sua
popularização, desaparecimento, ressurgimento
e permanência.
Considerações sobre a historiografia da arquitetura no Brasil

 E não é de se estranhar que aconteçam essas divergências, variações e permanências na


nossa arquitetura. A natureza miscigenada da nossa cultura, os recursos construtivos
disponíveis entre cada região e a grande extensão territorial contribuem para uma narrativa
histórica também diversificada e não contínua.
 Mas as narrativas tradicionais ainda são muito úteis, pois explicam certas arquiteturas, como,
por exemplo, as de influência europeia do final do século XVIII até início do XX. Nessa linha
histórica, temos os estilos que se sucediam ao longo do tempo, com um movimento
substituindo total ou parcialmente o seu antecessor. Assim, temos o Barroco, o Rococó,
o Neoclássico, o Ecletismo, o Art Déco, o Art Nouveau, a Arquitetura Moderna,
e assim por diante.
 E é preciso lembrar das arquiteturas oficiais, determinadas pelo
Estado, seus governantes e suas leis. Aí podemos falar em
arquitetura colonial (determinada por Portugal a ser aplicada na
sua então colônia), ou arquitetura imperial neoclássica
(difundida na primeira escola de arquitetura do país, mantida
pelo governo da época).
Persistências e retornos

 Uma das principais características da história da arquitetura no Brasil é que não há uma
progressão linear de arquiteturas, que vão se sucedendo, com uma substituindo totalmente a
outra ao longo do tempo.
 O que há, de fato, é uma contínua sucessão de arquiteturas, técnicas construtivas e relações
entre edificações e espaço urbano, e, nesse processo de constante renovação, algumas
formas de construir permanecem, outras desaparecem, e algumas ressurgem.
 Um exemplo é o ressurgimento da taipa de pilão como uma forma contemporânea de
construir, com o objetivo de fazer uma arquitetura ambientalmente mais amigável.
 Outro exemplo é a persistência de aspectos culturais que
interferem no projeto do espaço arquitetônico, como os projetos
de residências unifamiliares com cozinhas organizadas como
ambiente de estar, e não apenas de armazenagem, produção
e consumição de alimentos. São retornos e persistências como
as citadas, entre inúmeras outras, que dão cor e vida à
nossa arquitetura.
Persistências e retornos

 Outro exemplo de persistência são as técnicas e materiais de construção que se


configuraram primeiro durante o período colonial e, até hoje, são muito utilizadas em
diversas regiões do país, principalmente no Nordeste, como a taipa de mão (também
chamada de taipa de sopapo). E há ainda aquelas persistências culturais, que demoram
muito para desaparecer ou serem substituídas por outros hábitos que afetam a arquitetura.

Casa construída com o tradicional


sistema de taipa (também chamado de
taipa de sebe, taipa de mão ou taipa de
sopapo), localizada em Serra Talhada,
PE. A foto é de 2005 e a construção é
recente, como atestam as telhas
cerâmicas.
Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/c
ommons/8/88/Serra-Talhada-Casa-de-
taipa.jpg. Acesso em: 11 mai. 2022.
A arquitetura no Brasil antes da ocupação europeia

 Ao contrário dos nossos países vizinhos nas Américas, não havia uma arquitetura de
permanência realizada pelos povos indígenas, como são chamados atualmente, que
ocupavam essa parte do território da América do Sul.
 Enquanto os Incas, Maias e Astecas faziam construções em pedra e cidades encravadas nas
montanhas, na maior parte do território que chamamos hoje de Brasil, as construções eram
temporárias, feitas com madeira, cipó, galhos, terra e folhas.
 Isso acontecia porque as tribos que existiam aqui antes dos europeus chegarem eram
essencialmente nômades.
 Ou seja, não fazia parte do seu modo de vida construir
arquiteturas permanentes. As suas residências ou eram
temporárias (duravam pouco tempo após sua construção) ou
até duravam vários meses, mas não eram usadas
permanentemente. Uma das principais características dessas
habitações é que não tinham divisões internas, e o espaço
interno era compartilhado por mais de uma família.
A arquitetura no Brasil antes da ocupação europeia
Aldeia Ipatse (Parque Indígena do Xingu) – a principal comunidade dos Kuikuro. Imagem feita
em 2007. Região Centro-oeste.
Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3e/Parque_Ind%C3%ADgena_do_Xin
gu.jpg/1200px-Parque_Ind%C3%ADgena_do_Xingu.jpg?20070806005442. Acesso em: 22 abr.
2022.

Oca indígena fotografada em 1920, pelo


italiano Ermanno Stradelli.
Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commo
ns/thumb/1/12/Ermanno_Stradelli_oca.png/64
0px-Ermanno_Stradelli_oca.png. Acesso em:
22 abr. 2022.
A urbanização e as arquiteturas de influência europeia

 Para melhor organizar a imensa variedade de situações arquitetônicas e urbanas


encontradas no território que ainda viria a se tornar o Brasil que conhecemos hoje, optou-se
por adotar uma separação entre o mundo rural e o mundo urbano. Essa organização reflete
as diferenças entre os modos de construir e os usos que afetam a arquitetura e as cidades.
 Desde o início da ocupação europeia, principalmente pelos portugueses, a mistura com o
conhecimento dos moradores nativos gerou uma arquitetura com características locais. Eles
aprenderam rapidamente que deveriam usar o conhecimento sobre aquelas terras: como
construir para evitar o calor, como aproveitar os alimentos locais etc. No entanto, poucas
décadas após a chegada das caravelas portuguesas, a Coroa começa a impor suas regras
sobre a arquitetura urbana, as cidades, as edificações militares, as construções rurais, e
importa um volume imenso de espécies de plantas e animais
exóticos, quase que ignorando totalmente o que esta terra tinha a
oferecer. Essas medidas caracterizariam profundamente a
formação da cultura brasileira, e muito dessa influência vigora até
hoje.
A arquitetura rural entre 1500 e 1800

 As primeiras construções realizadas nos três primeiros séculos após a chegada dos
portugueses e outros povos europeus foram o resultado de uma profunda mistura de
arquiteturas. Nessa época, era possível identificar algumas características comuns
nessas edificações.
 O telhado tinha um desenho adequado a locais com fortes e intensas chuvas, com beirais
largos para proteger as paredes da água. Essa técnica os portugueses trouxeram das suas
colônias na Ásia. As paredes eram estruturais, construídas com taipa (dependendo da
região, as técnicas da taipa variavam) ou folhas de palmeiras, como o babaçu.
 A cozinha ficava fora da casa, técnica aprendida com os nativos, para deixar o calor do lado
de fora.
 A distribuição interna dos espaços tinha uma influência árabe,
com uma divisão em duas partes: a de fora, com alpendres e
cômodos de acesso externo (para receber os estranhos); e os
cômodos internos, onde ficavam as mulheres e crianças,
protegidas dos olhares de fora.
A arquitetura rural entre 1500 e 1800
Casa do Bandeirante, também conhecida como casa
bandeirista, São Paulo (SP). Nesta foto, está visível um dos
dois alpendres. O outro fica do lado oposto da construção.
Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b4
/Casa_do_Bandeirante_02.JPG/640px-
Casa_do_Bandeirante_02.JPG. Acesso em: 24 abr. 2022.
A arquitetura rural entre 1500 e 1800
Casa do sítio do Padre Inácio (século XVIII). Cotia (SP).
Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Casa_do_S%C3%A
Dtio_do_Padre_In%C3%A1cio_01.jpg. Acesso em: 24 abr.
2022.
A arquitetura rural entre 1500 e 1800

 As primeiras grandes construções realizadas algumas décadas após o início da ocupação


portuguesa foram os engenhos de produção de açúcar. Esse sistema de produção industrial
era composto pelo engenho de moagem da cana-de-açúcar, a casa grande (residência do
senhor de engenho e de sua família), uma capela e as senzalas (moradias dos africanos
trazidos como escravos para a colônia).

POST, Frans (1612-1680). Engenho de Pernambuco. Século XVII. Óleo sobre


madeira, 50 cm (altura) x 74,5 cm (largura). Acervo Artístico do Ministério das
Relações Exteriores – Palácio Itamaraty. Brasília-DF, Brasil.
Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/8/85/Frans_Post_-
_Engenho_de_Pernambuco.jpg/640px-Frans_Post_-
_Engenho_de_Pernambuco.jpg. Acesso em: 24 abr. 2022.
A arquitetura rural entre 1500 e 1800
MARCGRAF, George. Mapa de Pernambuco incluindo
Itamaracá, 1643. Coleção Instituto Ricardo Brennand, Recife,
Brasil. Faz parte do conjunto cartográfico produzido em 1643
para o livro de Gaspar Barlaeu com ilustrações de Frans Post
(1612-1680). No alto, a ilustração mostra um engenho de
açúcar, mostrando da esquerda para a direita a senzala, a casa
grande e o engenho onde a cana era moída.
Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/70/Ge
orge_Marcgraf_-
_Mapa_de_Pernambuco_incluindo_Itamarac%C3%A1%2C_164
3.jpg/640px-George_Marcgraf_-
_Mapa_de_Pernambuco_incluindo_Itamarac%C3%A1%2C_164
3.jpg. Acesso em: 24 abr. 2022.
A arquitetura urbana entre 1500 e 1800

 Na evolução da arquitetura no Brasil, é importante considerar que a relação entre as


construções e o espaço urbano é tão forte e característica de cada tempo que é muito difícil
explicar as inúmeras arquiteturas geradas neste país sem falar do espaço urbano e da
relação entre edificação e lote. É o que acontece nas cidades construídas durante a
ocupação portuguesa, como Ouro Preto. O prospecto urbano dessas cidades seguia regras
ditadas pela Coroa portuguesa.
 A maioria das construções ocupava o lote da seguinte maneira: a edificação não tinha recuos
laterais nem frontal, somente de fundos. Nesses fundos, ficava o quintal. O telhado é de duas
águas com beirais, inclinado para a rua e para o quintal, resolvendo o encaminhamento das
águas pluviais.
A cozinha ficava nos fundos. No meio da construção, ficavam os
cômodos sem iluminação, as alcovas. E os lotes eram, em sua
maioria, estreitos e profundos. As fachadas deveriam seguir uma
padronização determinada pelas posturas municipais ou pelas
Cartas Régias (alinhamentos com as construções vizinhas,
número e dimensões das aberturas na fachada e altura dos
pavimentos).
A arquitetura urbana entre 1500 e 1800

Rua Conde de Bobadela, Ouro Preto (MG). Observe como


as construções ficam renqueadas e delimitam o espaço da
rua com as suas fachadas. O ritmo sequencial das janelas
e portas determina a aparência do espaço, seguindo as
regras impostas pelos portugueses.
Disponível em: https://www.google.com.br/maps/@-
20.3853747,-43.5046233,417m/data=!3m1!1e3. Acesso
em: 11 mai. 2022.
A arquitetura urbana entre 1500 e 1800

 Nas cidades, algumas edificações não seguiam a inserção típica dentro do lote descrita
anteriormente. É o caso de igrejas, edifícios administrativos e as casas de alguns
comerciantes e donos de terras mais ricos. Isso pode ser visto na antiga Casa de Câmara e
Cadeia da cidade de Mariana, Minas Gerais. Observe a inserção mais solta em relação ao
lote, o telhado de influência asiática e a organização da fachada, com o ritmo típico das
janelas e da escada, que seguia as normas portuguesas.

A antiga Casa de Câmara e


Cadeia (final do século XVIII),
Largo do Pelourinho, Mariana
(MG).
Fonte: CALDEIRA, Mário H. C.,
1996.
A arquitetura religiosa urbana entre 1500 e 1800

 No início da ocupação portuguesa, os templos das diversas ordens religiosas ficam no litoral
e são muito simples, limitadas pela escassez de materiais e de mão de obra qualificada.
 As principais ordens religiosas que se implantam na colônia são os Jesuítas, Franciscanos,
Carmelitas e Beneditinos. Cada uma possui uma maneira de construir e um conjunto de
programas arquitetônicos adequados à sua doutrina. No litoral são construídos os
monastérios e claustros e, com o desenvolvimento econômico da cana-de-açúcar no
Nordeste, as igrejas, abadias e demais construções religiosas ficam mais sofisticadas
e requintadas.
 Na segunda metade do século XVIII, o Barroco se impõe.
Nesse momento, os arquitetos e construtores portugueses e
brasileiros produzem uma arquitetura com plantas ousadas de
igrejas e capelas de formas ovaladas e exteriores cada vez
mais sofisticados. Essas são as principais construções no
interior do território porque, principalmente nas Minas Gerais,
era proibida pela Coroa portuguesa a construção de
monastérios e claustros religiosos nessas regiões.
A arquitetura religiosa urbana entre 1500 e 1800

 A arquitetura barroca praticada pelos construtores no Brasil possui características


semelhantes à praticada na Europa, mas com alguns desenvolvimentos bem locais. O
excesso decorativo, a modelação pictórica dos interiores, o uso da ilusão e desvios da
perspectiva exata, com forte apelo aos sentidos, são fatores que podem ser encontrados nas
igrejas barrocas brasileiras. Mas há artistas e arquitetos brasileiros, como o Aleijadinho, que
também criam elementos e composições arquitetônicas.

Largo do Pelourinho, onde se encontra a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de


Assis (1763-1794), projeto do mestre José Pereira dos Santos e José Pereira Arouca, e a
Igreja Nossa Senhora do Carmo. A antiga Casa de Câmara e Cadeia faz parte da praça,
mas não aparece na foto. Mariana, MG.
Fonte: CALDEIRA, Mário H. C., 1996.
A arquitetura religiosa urbana entre 1500 e 1800

 Aleijadinho, apelido de Antônio Francisco Lisboa


(1738-1814), foi arquiteto, escultor, entalhador e
carpinteiro, filho de pai português e mãe africana
escrava, é considerado o maior artista brasileiro
do período colonial.
Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis da
Penitência, Ouro Preto, MG. Plantas (pavimento superior e,
abaixo, o pavimento térreo). A arquitetura eliminou as arestas
vivas de canto.
Fonte: ZANINI, W. (coord.). História geral da Arte no Brasil. São
Paulo: Instituto Walter Moreira Salles/Fundação Djalma
Rodrigues, 1983. p. 226.

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis


da Penitência, projeto de Antônio Francisco Lisboa, o
Aleijadinho. Construída entre 1767 e 1794, possui
pinturas internas de Manuel da Costa Ataíde.
Fonte: ABRIL CULTURAL. Arte no Brasil. São Paulo:
Editora Abril, 1982. p. 115.
A arquitetura militar no período colonial

 Após o início da ocupação europeia, a Coroa portuguesa rapidamente percebeu a


necessidade de defender aquele território do qual conseguia muitas riquezas. A única
solução possível na época era a construção de fortes militares, erguidos principalmente no
litoral, que era o local por onde outras nações europeias (principalmente franceses e
holandeses) adentravam na região.
 Essa solução era mais simbólica do que efetiva, pois o litoral da então colônia portuguesa
era muito extenso e impossível de ser defendido pela construção de fortes militares. Mesmo
assim, dezenas de fortes foram construídos, a maioria no litoral, e alguns poucos no interior.
Os primeiros eram paliçados com troncos de madeira e, ao longo dos séculos, à medida que
a colônia ganhava importância para Portugal, os fortes passaram a ser construídos com uma
arquitetura militarmente mais eficiente para a época. Muitos
desses fortes sobreviveram ao tempo e continuaram a ser
usados durante o século XIX e alguns até o início do século XX.
Atualmente, os remanescentes são protegidos como
patrimônio histórico.
A arquitetura militar no período colonial
Forte dos Reis Magos, 1598, Natal, RN. Vista externa com a maré alta. A construção foi tombada como
patrimônio histórico, em 1949.
Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/a6/Forte_dos_Reis_Magos_%28Natal%29.JPG/12
00px-Forte_dos_Reis_Magos_%28Natal%29.JPG?20090327024748. Acesso em: 24 abr. 2022.

Forte dos Reis Magos, Natal, RN. Vista


do pátio interno. Ao centro, o paiol.
Fonte: CALDEIRA, Mário H. C.
Novas arquiteturas no Brasil: o século XIX

 Durante o século XIX, ocorre a introdução de novas formas de construir, novas tipologias e
sistemas construtivos inimagináveis nos séculos anteriores. Essas mudanças, que começam
a se popularizar em quase todo o país, não ocorreram de maneira uniforme ou como um
movimento organizado. O que ocorreu naquele século pode ser explicado como uma
progressiva substituição do que na época se considerava velho e arcaico (que era a
arquitetura produzida durante quase 3 séculos desde a chegada dos portugueses) por uma
sequência de novas arquiteturas.

 No entanto, é importante lembrar que mesmo antes da


chegada da Família Real Portuguesa, em 1808, em sua colônia
mais importante, novos ventos arquitetônicos já sopravam por
aqui. As primeiras construções com um estilo neoclássico
europeu são feitas em Belém, PA.
Novas arquiteturas no Brasil: o século XIX

 Giuseppe Antonio Landi (Bolonha, Itália 1713 – Belém, PA 1791) foi desenhador, gravador,
geógrafo e astrônomo, ele veio para estas terras por conta de sua capacidade de elaborar
mapas e levantamentos cartográficos. Ele vem para o Brasil integrando uma equipe que
seria a responsável por demarcar os limites das colônias portuguesa e espanhola na América
do Sul. Conhecido por aqui e em Portugal como Antônio José Landi, seu trabalho como
arquiteto foi uma das inúmeras atividades que ele realizou em Belém, no Pará, e não era seu
objetivo principal ao viajar a serviço da coroa portuguesa.
 Antônio Landi realizou vários projetos arquitetônicos e obras em Belém. As mais famosas
são: o Palácio do Governo (1759/1772), a Capela de São João Batista (1769/1772), que fica
nos fundos do palácio, e a Igreja de Sant’Ana (1762/1782).
 A arquitetura da Igreja de Sant’Ana encontra-se entre o barroco
italiano tardio com algumas características do neoclássico, o
que de fato foi uma mudança considerável, ainda mais
considerando-se que a arquitetura neoclássica só começa a ser
praticada no país com mais intensidade após a vinda da
Missão Francesa, em 1816.
Novas arquiteturas no Brasil: o século XIX
Igreja de Sant’Ana, Belém, PA. Projeto de Antônio
Landi, teve uma construção demorada por falta de
recursos.
Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/
9/9b/Igreja_de_Santana_DSC_3454-
_%286766140695%29.jpg/1200px-
Igreja_de_Santana_DSC_3454-
_%286766140695%29.jpg?20180809214317. Acesso
em: 22 abr. 2022.
A Missão Artística Francesa de 1816

 A transferência da Família Real Portuguesa e de grande parte de sua corte da Europa para o
Brasil, em 1808, afetou muito a arquitetura e o urbanismo. Primeiro, a inserção de regras
construtivas novas na cidade do Rio de Janeiro que, por vir a se tornar a capital do império
português, deveria, na visão da aristocracia portuguesa, europeizar-se. Isso significava
abandonar certos hábitos construtivos, como os muxarabis, gelosias e o aspecto geral de
construções antigas. Aos poucos, o vidro plano importado (material raro até então), o uso do
arco pleno e as reformas em construções existentes para ficarem com aparência neoclássica
foram ocupando espaço.
 Depois, a vinda de uma Missão Francesa, em 1816, composta
por profissionais de várias áreas, que traziam a arquitetura e o
urbanismo do Neoclassicismo europeu. De origem e finalidade
controversas, a Missão foi organizada por Joachim Lebreton
(1760-1819). Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny
(1776-1850) foi o arquiteto de origem francesa que fez parte da
Missão, e atuou como professor na Escola Real de Belas Artes
e como profissional.
A Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro

 A Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios (1816-1822) foi o resultado da Missão. Com a
independência do Brasil, seu nome mudou para Academia Imperial das Belas Artes (1822-
1889). Em 1826, mudou-se para a sua primeira sede construída especificamente para esse
fim, um projeto de Grandjean de Montigny. Com a República, alterou-se para Escola de
Belas Artes. Atualmente, seus cursos fazem parte da Universidade Federal do Rio de
Janeiro.
Projeto, de Grandjean de Montigny, da primeira sede específica da Escola Real de
Ciências, Artes e Ofícios (1826). A imagem mostra a fachada principal e, abaixo, a
planta do pavimento térreo. Esse desenho foi feito por Jean-Baptiste Debret
(1768-1848). Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Planta_e_Fachada_da_Academia_Imperi
al_de_Belas_Artes-Debret-1826.jpg. Acesso em: 25 abr. 2022.
A importação do neoclássico

 A arquitetura neoclássica espalhou-se durante o século XIX pelo país, aplicada em sedes
administrativas do governo, palácios, bibliotecas, teatros e residências de luxo. A linguagem
arquitetônica era muito similar àquela usada na Europa, mas havia uma diferença essencial:
os materiais utilizados nessas construções ainda eram predominantemente os mesmos
usados nos séculos anteriores. A exceção ocorria quando os materiais também eram
importados, prática que se tornou comum a partir desse século.

Teatro da Paz, Belém, PA. Projeto


do engenheiro e arquiteto José
Tibúrcio Pereira de Magalhães
(1831-1886), foi construído entre
1869 e 1878. Na foto, vemos a
fachada principal.
Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipedi
a/commons/7/74/Teatro_da_Paz%2
81%29_%2814734366367%29.jpg.
Acesso em: 25 abr. 2022.
A importação do neoclássico

 Além de Grandjean de Montigny, outros arquitetos estrangeiros que vieram para o Brasil na
primeira metade do século XIX contribuíram para introduzir o Neoclássico nas cidades
brasileiras. Esse estilo carregava consigo uma ideia de apagar o passado precário e arcaico,
e colonial. Além das formas e da volumetria, o interior das construções também trazia algo
novo. No entanto, o funcionamento das construções, baseado em mão de obra escrava, a
maneira de se construir nos lotes urbanos e os materiais locais continuavam como uma
herança colonial que demoraria para ser substituída.

Museu Imperial, Petrópolis, RJ.


Projeto do engenheiro Julius
Friedrich Koeler, foi construído
entre 1845 e 1862 e servia
originalmente como palácio de
verão do Imperador D. Pedro II.
Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/
wiki/File:PetropolisMuseuImperia
l1-CCBYSA.jpg. Acesso em: 25
abr. 2022.
Interatividade

A arquitetura produzida no período colonial em São Paulo tem como remanescentes as Casas
Bandeiristas, sobre a qual temos o seguinte texto: “a residência instala-se em um retângulo,
com paredes de taipa de pilão, telhado de quatro águas e coberturas com telhas de canal.
Geralmente, fica em uma plataforma natural ou artificial, à meia encosta, nas proximidades de
um riacho. A planta começa por uma faixa social, fronteira, com a capela e o quarto de
hóspede e, no meio, o alpendre. Após essa faixa, e em torno de uma sala central, os quartos
se dispõem lateralmente”. Escolha a alternativa correta sobre o texto:

a) A simplicidade da construção deve-se à variedade de cômodos no interior da edificação.


b) A construção em taipa e telhado de madeira gerou naturalmente um alpendre.
c) A organização interna da residência reflete os hábitos dos
moradores, exceto pela capela.
d) O alpendre é o elemento intermediário entre a área social
(exterior) e o interior (particular).
e) O telhado em quatro águas obrigava os construtores a
implantarem a casa à meia encosta.
Resposta

A arquitetura produzida no período colonial em São Paulo tem como remanescentes as Casas
Bandeiristas, sobre a qual temos o seguinte texto: “a residência instala-se em um retângulo,
com paredes de taipa de pilão, telhado de quatro águas e coberturas com telhas de canal.
Geralmente, fica em uma plataforma natural ou artificial, à meia encosta, nas proximidades de
um riacho. A planta começa por uma faixa social, fronteira, com a capela e o quarto de
hóspede e, no meio, o alpendre. Após essa faixa, e em torno de uma sala central, os quartos
se dispõem lateralmente”. Escolha a alternativa correta sobre o texto:

a) A simplicidade da construção deve-se à variedade de cômodos no interior da edificação.


b) A construção em taipa e telhado de madeira gerou naturalmente um alpendre.
c) A organização interna da residência reflete os hábitos dos
moradores, exceto pela capela.
d) O alpendre é o elemento intermediário entre a área social
(exterior) e o interior (particular).
e) O telhado em quatro águas obrigava os construtores a
implantarem a casa à meia encosta.
O ecletismo

 Na segunda metade do século XIX, enquanto ainda havia manifestações arquitetônicas do


Neoclassicismo, são introduzidas novas soluções construtivas. Separamos aqui essa onda
de transformação em duas sequências.

 A primeira sequência é um conjunto de soluções técnicas e espaciais que substitui com


bastante vigor os resquícios da arquitetura colonial, torna-se muito popular e espalha-se por
quase todo o Brasil. A segunda sequência é o Ecletismo propriamente dito, com todo o seu
requinte e multiplicidade de formas e espaços, combinando influências de diversos estilos.
Essas sequências são paralelas, não excludentes e, como já foi aqui observado, não
substituem totalmente as arquiteturas que eram feitas no Brasil nesse período.
O ecletismo

As novidades na arquitetura no Brasil foram:

a) Platibanda (pequena mureta que esconde o telhado);


b) Calha metálica (e outros elementos metálicos também);
c) Tijolo cozido maciço (usado em todas as paredes);
d) Assoalho (com o porão alto ficou mais durável);
e) Porão alto (espaço que protege o assoalho de madeira);
f) Ventilação do porão alto, para evitar umidade;
g) Calçada.

Corte esquemático s/ escala de fachada de residência com


características arquitetônicas do século XIX.
Fonte: CALDEIRA, Mário H. C., 2022.
O ecletismo

As principais mudanças foram:


 O porão alto: solução que permitiu o uso de assoalhos de madeira no pavimento térreo, pois
mantinha a madeira do piso longe do solo e de sua umidade e mantinha esse espaço
ventilado. Esse espaço entre o piso e o solo gerou muitas lendas sobre seu uso. Em algumas
edificações era um espaço bem alto usado como depósito, mas isso era uma exceção.
 A platibanda: durante os séculos anteriores, a água da chuva era encaminhada para fora da
construção, pelos beirais com coberturas de palha ou de cerâmica. Agora, a água da chuva é
captada por calhas metálicas e encaminhada para a rua por tubulações metálicas, e o
telhado fica escondido atrás da platibanda.
 O uso de elementos metálicos na construção: alguns
elementos construtivos feitos em metal (geralmente ferro
fundido) são aplicados na construção, como calhas,
tubulações, gradis e pequenas colunas para sustentar
coberturas de entrada.
O ecletismo

 O jardim lateral: muitas das novas construções são feitas com um afastamento lateral em
relação ao lote vizinho, onde se coloca um jardim e se acessa a edificação. Essa entrada fica
em uma varanda, coberta por um pequeno telhado com estrutura metálica.
 A distribuição interna: consolidam-se os espaços destinados a receber visitas, principalmente
nas residências mais ricas. É o que chamamos hoje de sala de estar ou sala de jantar,
descendentes diretos do living inglês. Esse processo aumentou a diferenciação entre esses
ambientes e os de uso íntimo e familiar. Apesar da evolução, ainda era a mão de obra de
escravos e escravas de origem africana que fazia a casa funcionar.
 O tijolo de barro cozido: esse material consolida-se no século
XIX como o mais comum e onipresente material construtivo do
país, e lembra a taipa antiga, pois era usado como parede
estrutural e vedação, e tem uma alta inércia térmica, adequada
às condições climáticas do país. Havia também o adobe, tijolo
de barro não cozido, material mais antigo, mas menos comum.
O ecletismo

 A residência a seguir contém as principais características arquitetônicas inseridas na


segunda metade do século XIX: o porão alto, a platibanda, a entrada e o jardim lateral. Mas
boa parte da implantação ainda mantém a mesma relação entre lote e construção que se via
nos séculos anteriores.

Residência no bairro Ipiranga, São Paulo, SP.


Disponível em: https://www.google.com.br/maps/.
Acesso em: 27 abr. 2022.
O ecletismo

 O Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, é um dos muitos edifícios construídos de acordo com
o Ecletismo da época. Nele se percebe a mistura de vários estilos antigos e um grande
interesse na ornamentação interna e externa. A construção foi originalmente feita para ser
residência da família do barão de Nova Friburgo.

O Palácio do Catete foi a


residência oficial do Presidente da
República no Rio de Janeiro,
quando era a capital do país.
Projeto do arquiteto alemão Carl
Friedrich Waehneldt, concluído em
1866.
Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wikipe
dia/commons/c/cb/Palacio_do_Cat
ete.jpg. Acesso em: 27 abr. 2022.
A arquitetura neocolonial

 O estilo neocolonial no Brasil está ligado à busca de uma arte genuinamente nacional. O
marco de lançamento do movimento foi a conferência "A Arte Tradicional no Brasil“, ditada
em 1914, na Sociedade de Cultura Artística de São Paulo, pelo arquiteto e engenheiro
português Ricardo Severo. Nela, Severo defende o estilo colonial brasileiro de raízes
lusitanas como o verdadeiro estilo nacional, em contraposição ao ecletismo e o revivalismo
da arquitetura da época que, segundo ele, eram estilos estranhos à tradição brasileira.
Assim, o estilo neocolonial seria um movimento ao mesmo tempo tradicionalista e moderno.

 A partir desse momento, o estilo neocolonial foi muito difundido


na arquitetura brasileira. Ricardo Severo construiu uma série de
edifícios nesse estilo, como o ainda existente edifício da
Faculdade de Direito de São Paulo (1939), no Largo São
Francisco, São Paulo, SP.
A arquitetura neocolonial

 José Mariano Filho, historiador de arte e diretor da Sociedade Brasileira de Belas Artes, teve
um papel importante no movimento, patrocinando viagens de arquitetos às cidades mineiras
coloniais. Muitos renomados arquitetos aderiram ao neocolonial à época, como Victor
Dubugras, Heitor de Mello, Archimedes Memória e outros. Durante a Semana de Arte
Moderna de 1922, dedicada à busca de uma arte nacional, Georg Przyrembel apresentou
projetos no estilo. Lucio Costa, quando jovem, também foi adepto do movimento, e projetou
algumas casas neocoloniais.

 É importante entender que os poucos arquitetos brasileiros que


havia na época estavam interessados em criar um estilo
nacional e elegeram a arquitetura do período colonial como sua
referência principal. Curiosamente, a maioria dos arquitetos de
formação moderna, menos de duas décadas depois, também
elegeriam essa mesma arquitetura como sua referência de
passado arquitetônico nacional.
A arquitetura neocolonial

 A principal característica desse estilo é o seu léxico arquitetônico, formado por um amplo
conjunto de elementos construtivos e ornamentais com um desenho baseado em releituras
das construções do período colonial. Assim, para projetar uma arquitetura neocolonial era
suficiente aplicar esse léxico no projeto. Mas observe que, ao olharmos um projeto nesse
estilo, há muito pouco da linguagem construtiva antiga, aparentemente usada
como referência.

Instituto Superior de Educação


(1926-1930), Rio de Janeiro,
RJ. Autores: Ângelo Bruhns e
José Cortez. Foto feita em
1940.
Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/wi
kipedia/commons/a/ae/Instituto
_Superior_de_Educa%C3%A7
%C3%A3o_do_Rio_de_Janeir
o_%28ISERJ%29.tif. Acesso
em: 25 abr. 2022.
O Art Déco

 Nem todos os estilos importados da Europa, mesmo quando rapidamente absorvidos pelos
poucos arquitetos que existiam e por alguns construtores, conseguiam alcançar muita
popularidade. Em geral, ficavam restritos aos grandes projetos, seja pelo porte, seja porque
foram escolhidos por uma instituição com recursos para construir. Mas o Art Déco
foi diferente.

 Esse estilo começa a ser desenvolvido na Europa, a partir de


1910, e se populariza a partir da Exposição Internacional de
Artes Decorativas e Industriais Modernas, que ocorreu em
Paris, em 1925. É um dos primeiros estilos que procura
abranger com uma mesma linguagem de projeto a arquitetura,
o mobiliário, a decoração interna e externa, as instalações
(como luminárias, pias etc.), chegando até o vestuário!
O Art Déco

Entrada principal do edifício Saldanha Marinho, São Paulo,


SP. Foi projetado no estilo Art Déco pelo arquiteto carioca
Elizário da Cunha Bahiana e foi concluído em 1933.
Disponível em: https://www.google.com.br/maps. Acesso
em: 29 abr. 2022.
O Art Déco

 Sua linguagem baseia-se na manipulação de formas geométricas básicas, combinadas em


ritmos e sobreposições que geram outras formas muito ricas e variadas. Esse estilo era
usado em grandes edifícios, mas conseguiu alcançar as construções mais simples.
 Mas é nas construções maiores que se vê o Art Déco em sua plenitude de desenho e de
acabamentos. A linguagem desse estilo foi muito usada para criar interiores com desenho
esmerado e suntuoso. O Cristo Redentor (construído entre 1922 e 1931), que se encontra no
Corcovado, na cidade do Rio de Janeiro, foi desenhado com esse estilo.

Cristo Redentor, Rio de Janeiro, RJ


(1922-1931). O projeto foi o resultado
de uma equipe formada pelos
arquitetos brasileiros Carlos Oswald e
Heitor da Silva Costa, os franceses
Albert Caquot e Paul Landowski e o
romeno Gheorghe Leonida.
Disponível em:
https://cdn.pixabay.com/photo/2020/07/
14/15/43/corcovado-
5404701_960_720.jpg. Acesso em: 15
mai. 2022.
O Art Nouveau

 O estilo artístico e arquitetônico intitulado Art Nouveau (Arte Nova, em francês) popularizou-
se entre o final do século XIX e o início do século XX, na Europa, chegando a outros países,
incluindo o Brasil. Também era conhecido por outros nomes, dependendo do país, como
Jugendstil (Alemanha), Stile Liberty (Itália), Estilo Floreal (Brasil) e Secessão (Áustria).

 Assim, o estilo Art Nouveau caracterizou-se como uma “arte


total” (o Art Déco também tinha essa mesma proposta), que
procurou envolver todos os elementos da vida cotidiana
(arquitetura, moda, utensílios domésticos, móveis e artes
gráficas). A resposta desse estilo à rigidez e ao tradicionalismo
acadêmico e à baixa qualidade de design dos produtos
industrializados da época foi feita usando formas inspiradas
diretamente na natureza, principalmente nas formas de
vegetais (flores, galhos e folhas). Não se tornou popular no
Brasil, como o Art Déco e o Ecletismo.
O Art Nouveau

 Houve arquitetos que trabalharam no Brasil fazendo projetos nesse estilo, como Carlos
Eckman (1866-1940), que projetou uma residência em São Paulo para a rica família
Penteado. Essa edificação é conhecida por ter sido a primeira sede da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.

Salão principal da residência


da família Penteado,
atualmente usada como sede
do curso de pós-graduação
da FAU-USP, São Paulo, SP.
Autor: Carlos Eckman.
Disponível em:
https://upload.wikimedia.org/w
ikipedia/commons/b/ba/Sal%
C3%A3o_principal_%282420
9975193%29.jpg. Acesso em:
27 abr. 2022.
Interatividade

A introdução de novas soluções construtivas e espaciais na arquitetura das classes médias e,


em parte, populares das cidades brasileiras a partir da segunda metade do século XIX trouxe
várias mudanças nas edificações. Escolha a alternativa que não contém uma solução nova e
típica desse período:

a) O uso do porão alto para evitar o acúmulo de umidade no pavimento térreo.


b) O afastamento lateral da construção em relação ao limite do lote.
c) A introdução de janelas e portas para acessos laterais e não apenas mais na fachada
voltada para a rua.
d) O uso de platibandas para encobrir o telhado,
eliminando o beiral.
e) A adequação a normas de construção urbanas que permitiam
o alinhamento da rua.
Resposta

A introdução de novas soluções construtivas e espaciais na arquitetura das classes médias e,


em parte, populares das cidades brasileiras a partir da segunda metade do século XIX trouxe
várias mudanças nas edificações. Escolha a alternativa que não contém uma solução nova e
típica desse período:

a) O uso do porão alto para evitar o acúmulo de umidade no pavimento térreo.


b) O afastamento lateral da construção em relação ao limite do lote.
c) A introdução de janelas e portas para acessos laterais e não apenas mais na fachada
voltada para a rua.
d) O uso de platibandas para encobrir o telhado,
eliminando o beiral.
e) A adequação a normas de construção urbanas que permitiam
o alinhamento da rua.
Referências

 BAZIN, G. Arquitetura religiosa barroca no Brasil. Rio de Janeiro: Record, 1983. (2 vol.)
 BRUAND, Y. Arquitetura contemporânea no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1991.
 FARTHING, S. Tudo sobre arte: os movimentos e as obras mais importantes de todos os
tempos. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.
 MENDES, F. R.; VERISSIMO, F.; BITTAR, W. Arquitetura no Brasil: de Cabral a Dom João
VI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2011.
 REIS FILHO, N. G. Quadro da arquitetura no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2019.
 VERISSIMO, F. S.; BITTAR, W. S. M. 500 anos da casa no Brasil: as transformações da
arquitetura e da utilização do espaço de moradia. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.
 WEIMER, G. Arquitetura popular brasileira. São Paulo: Martins
Fontes, 2012.
ATÉ A PRÓXIMA!

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