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Não se pode dizer quando surge a arquitetura efêmera, qual o contexto de sua

origem e precursores como dizemos da arquitetura modernista, pós-moderna e


outras correntes. Ao que tudo indica a arquitetura efêmera está presente em todo o
desenvolvimento da humanidade, desde as tendas dos nômades, as ocas
indígenas e os iglus até as atuais estruturas tensionadas e pavilhões de grandes
exposições.
O grande atrativo deste tipo de arquitetura no entanto não está em sua
origem, mas em suas características e propriedades, ou como já dizia minha avó,
está em sua receitinha:

 É uma arquitetura de montagem rápida, se comparada à arquitetura


convencional, mas que com as novas tecnologias pode ter o mesmo conforto
e aplicação;
 Existe em um tempo determinado no espaço em que está inserida; logo, a
obra morre assim que perde sua significância, não deixando para trás
construções ocas e vazias sem a mesma significância que um dia tiveram.
 A obra existe separadamente da paisagem; ao ser inserida no local
escolhido não altera características naturais marcantes da área.
 Pode ser efêmera portátil, capaz de ser carregada para onde quiser ou, pode
ser efêmera e não portátil.
Se portanto aplicarmos tais características as possibilidades de atuação da
arquitetura, partimos das construções de caráter habitacional para chegar na
cenografia, na arquitetura comercial, na promoção de eventos e no marketing
comercial, sendo assim, surge a necessidade de dividir esse texto de modo a
explicar bem esse pouquinho de tudo na arquitetura efêmera.

A parte 1 tratará de construções de caráter habitacional e comercial


desenvolvidas à partir destas habitações; a parte 2 tratará das estruturas
efêmeras, pneumáticas e dos pavilhões de exposições, na parte 3 chegaremos
nos stands e cenários construídos para impressionar o olhar humano.

Ao longo da evolução humana, a necessidade de unir-se em grupo para


enfrentar desafios e tentar perpetuar a espécie fez com que os grupos passassem
a criar locais de moradia; não obstante, durante períodos de caça, moradias de
fácil montagem e de caráter protetivo fez-se necessária. A exemplo disso, surgem
moradias como iglus (habitação efêmera não portátil):

Uma construção bem simples e feita para atender as necessidades básicas de


seus ocupantes, as ocas são estruturadas por grandes pilares de madeira e
taquaras e a vedação é feita de folhas de palmeiras ou palha, as ocas geralmente
chegam à 40m² sendo que, são construídas em 15 dias com o trabalho de cerca
de 20 indíos. Como o índio brasileiro tradicionalmente viveu em moradias
coletivas, em uma única oca residem diversas famílias.

Não apenas as OCAS, mas as moradias indígenas americanas caracterizam-


se por ser construções de caráter efêmero, mas que possuem um propósito,
características próprias da arte e cultura local, mesmo que, diferenciem-se entre si
nos aspectos construtivos e materiais utilizados.

Na África, continente marcado por grande diversidade de tribos e povos, há


também uma grande diversidade habitacional, no entanto, alguns povos nômades
constroem tendas à partir de tramas de cana e pele de cabras, vale dizer aqui
que, nesses povos, quem se responsabiliza pela construção da moradia é a
mulher (o que dá as obras uma maior ornamentação..o toque feminino!!!). O
diferencial dessas construções efêmeras é o fato de serem portáteis. Como tal
povo se caracteriza por ser viajante, a necessidade de uma habitação de fácil e
rápida construção fez com que optassem por desmontar e carregar consigo sua
moradia:
Concluirei esta primeira etapa dizendo que lhes apresentei as mais simples
construções efêmeras que atendem as necessidades básicas do ser humano de
forma eficaz e rápida. Não posso dizer que adoraria morar em qualquer uma
dessas construções, talvez uma temporada em um iglu por mera curiosidade, mas
ainda assim, são construções que enquanto duram, são capazes de fazer a
diferença em uma paisagem, marcar e mostrar ao mundo uma cultura específica.

No próximo ‘capítulo’ direi um pouco mais das edificações efêmeras criadas


com estruturas tensionadas e a construção de pavilhões de exposição de grandes
feiras mundiais.

Partido arquitetônico
Conjunto de diretrizes gerais que serão determinantes para o projeto arquitetônico, tais
comoprograma do edifício, conformação topográfica do terreno, a orientação e o clima, o sistema estrutural
adotado, as condições locais, a verba disponível, as codificações das posturas que regulamentam as
construções, o entorno da obra e, principalmente, as intenções plásticas do arquiteto, e diz respeito à
distribuição das massas construídas no terreno, aos volumes das edificações, à proporção entre cheios e vazios,
às superfícies iluminadas e sombras, e aos principais materiais e técnicas construtivas a serem empregados.
Partido horizontal é aquele em que predominam as circulaçõeshorizontais e partido vertical, aquele em que
predominam as circulações verticais.

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