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Devido à variedade de tribos e ao amplo território brasileiro, a arquitetura indígena brasileira não é
homogênea, porém ela segue algumas regras. Dentre elas, destacam-se a forte
influência cultural nas construções, adaptação ao clima e uso de recursos naturais, configurando
uma arquitetura vernacular. Esse tipo de arquitetura causa menos impactos ambientais e pode
fornecer altos índices de conforto, sendo uma fonte de inspiração para a arquitetura
sustentável contemporânea.
A arquitetura residencial das vilas difere bastante da arquitetura religiosa, a qual foi
fomentada pela chegada dos jesuítas em meados do século XVI. As igrejas coloniais cumpriam
papel muito importante dentro dos centros urbanos, eram mais rebuscadas e já tinham traços
do barroco. A transição do barroco para o estilo seguinte, o neoclássico, ainda é discutida por
especialistas. Isso porque é possível observar construções coloniais já com traços de ambos os
estilos.
A arquitetura barroca pode ser pontuada, de fato no Brasil, no século XVIII, quase um século
depois do seu surgimento na Europa, e chegou ao cenário nacional com certa influência do
estilo rococó, o que ressalta a fusão de estilos da arquitetura brasileira. O barroco teve seu auge
em Minas Gerais, em regiões que produziam ouro. Com as cidades prosperando, as famílias ricas
fomentaram a arquitetura, marcando esse período como o “século do ouro”.
Em meados do século XIX a arquitetura eclética começou a ser introduzida no país, através
da Academia de Belas Artes, tendo seu auge no início do século XX .O ecletismo buscou fazer uma
releitura de todos os estilos anteriores, inclusive estilos que não tinham passado pelo Brasil, como
a arquitetura gótica da Idade Média, que chegou ao cenário nacional combinada com outros estilos,
já com o nome de neogótico.
A arquitetura eclética abriu espaço para experimentações e liberdade criativa, as quais são
potencializadas pela revolução industrial, que possibilitou o uso de materiais como aço e vidro nas
releituras. O ecletismo influenciou desde construções da elite até as camadas menos favorecidas,
que começaram a executar o estilo de forma simplificada, assim como foi com o neoclássico.
Até hoje Brasília, a capital projetada, é objeto de estudo de urbanistas do mundo inteiro. Em
conjunto com o Plano Piloto foram realizadas diversas obras arquitetônicas de Oscar Niemeyer, as
quais traduzem com maestria o novo estilo e se encaixam perfeitamente nas perspectivas de Lúcio
Costa. Os novos arquitetos que chegam posteriormente à capital também seguem a linguagem
moderna, dando sequência à identidade modernista de Brasília.
Agora que você já conhece a linha do tempo das tendências arquitetônicas na arquitetura
brasileira, bem como suas adaptações ao cenário nacional, vamos conhecer
as características desses estilos e como eles foram traduzidos no Brasil, considerando técnicas,
materiais aplicados e exemplos de cada época.
Arquitetura Indígena
Já a tribo Yanomami possuía construções que abrigavam apenas um núcleo familiar, chamadas
“shabonos”. Os shabonos possuem cobertura vegetal em folhas de palmeiras, sustentada por
galhos e varas. O shabono era dimensionado de acordo com o núcleo familiar que iria habitá-lo e
seu vão central podia alcançar 15 metros livres.
Arquitetura Colonial
A arquitetura brasileira residencial das primeiras vilas é regida pelos padrões descritos
nas Cartas Régias, as quais regulavam a área, gabarito e ritmo de esquadrias. As residências mais
afastadas do centro tinham maior liberdade na configuração das fachadas. As
principais características são as colunas, que apoiavam o telhado para formar varandas, as janelas
de madeira, as telhas de barro com poucas águas e a simetria.
As construções eram dispostas sem recuos laterais e no limite das ruas. Nos centros urbanos
prevalecem duas tipologias: as casas térreas em piso batido e os sobrados com piso em assoalho.
Devido à influência do barroco, as igrejas coloniais eram cuidadosamente ornamentadas. É
possível observar pseudo-pilastras, perfis de estuque e sacadas inteiriças ornamentadas com ferro
forjado.
Arquitetura Barroca
Arquitetura Neoclássica
Esse estilo é uma resposta ao barroco e, como o próprio nome sugere, é uma releitura da
arquitetura clássica grega e romana. Observa-se formas geométricas simétricas, simplicidade
formal e espacial, frontões triangulares e colunas. Os materiais são refinados, como pedra, granito
e mármore. Existe a valorização da arquitetura de interiores, com aplicação de revestimentos e
pinturas. A construção envolve técnicas avançadas, porém foi adaptada pelas classes mais baixas
no contexto da arquitetura brasileira.
Arquitetura Eclética
Como o próprio nome sugere, a arquitetura eclética tem como característica a fusão de dois
ou mais estilos, dentre eles a arquitetura colonial, neoclássica e neogótica. Devido à revolução
industrial, observa-se a utilização de materiais como vidro, vidro laminado, aço e ferro forjado. O
projeto era concebido com proporção, os espaços são simétricos e a classificação dos ambientes
internos é rígida. O ecletismo preza pela grandiosidade, o drama e a sofisticação das edificações.
Os espaços internos demonstram cuidado especial com a arquitetura de interiores, através do luxo
e riqueza decorativa.
Arquitetura Moderna
A arquitetura moderna brasileira seguiu duas vertentes principais, porém como as duas escolas
partem do mesmo estilo, é possível ver elementos em comum entre elas. A escola carioca possui
forte influência de Le Corbusier, logo as principais características são alinhadas com seus cinco
princípios: fachada livre, planta livre, térreo em pilotis, janela em fita e terraço jardim. A escola
carioca pode ser caracterizada pela leveza e liberdade da forma. É comum que os edifícios tenham
acabamento em branco, painéis em azulejo, curvas e jogo de luzes.
A escola paulista surge com Vila Nova Artigas, o qual faz uma releitura do modernismo
carioca. Também conhecido como brutalismo, o estilo paulista nasce como uma militância política.
Suas características são: vedações em concreto aparente, tijolos expostos, exposição de vigas e
brises de concreto. O paisagismo é interno ao edifício, o qual tem a aparência externa bem crua e
por vezes fechada. Também usa a luz de maneira inteligente, com pequenas aberturas.
Outra marca desse estilo é sua personalidade. A arquitetura de interiores é pensada para as
pessoas que irão habitar os ambientes, preocupações com a ergonomia e neuroarquitetura dos
espaços também são protagonistas do contemporâneo. Apesar do vasto repertório contemporâneo
mundial e nacional, a arquitetura brasileira atual apresenta algumas características em comum,
que serão vistas em detalhes no tópico seguinte.