Você está na página 1de 66

FACIG

ARQUITETURA E URBANISMO
SISTEMAS ESTRUTURAIS II

AEU08-11 – SISITEMAS ESTRUTURAIS II Aula 2

História e evolução das Estruturas na Arquitetura

Prof. José Francisco Anunciação


O Romântico (Idade Média) 2

 Em 476, com a tomada de Roma pelos povos bárbaros,


tem início a Idade Média. Nesse período a arte tem suas
raízes na época Paleocristã. Com o Cristianismo a arte se
voltou para a valorização do espírito. A concepção de
mundo dominada pela figura de Deus o teocentrismo (teos
= Deus). Deus é o centro do universo e a medida de todas
as coisas. A igreja como representante de Deus na Terra,
tinha poderes ilimitados. No final dos séculos XI e XII, na
Europa, surge a arte românica cuja a estrutura era
semelhante às construções dos antigos romanos. As
características mais significativas da arquitetura românica
são:
 abóbadas (berço e aresta) em substituição ao telhado das
basílicas;
 pilares maciços e paredes espessas;
 aberturas raras e estreitas usadas como janelas;
 torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na
fachada;
O Romântico (Idade Média) 3

Interior da Igreja de Santo Ambrósio , em


Milão – os românicos criaram diversas
soluções para a resolução das abóbadas
O Romântico (Idade Média) 4

Catedral de Durham, Inglaterra –


aparecimento da nervura, moldura
saliente que sublinha as arestas das
abóbadas.
O Romântico (Idade Média) 5

Basilica de Saint. Sernin, Toulouse


O Romântico (Idade Média) 6
O Romântico (Idade Média) 7
O Romântico (Idade Média) 8

Igreja Abacial de Vézelay, França –sua forma permitia a celebração de várias missas
simultâneas. Presença do arcobotante.
O Romântico (Idade Média) 9

Abadia de Pomposa,
Itália. Variação da
arquitetura românica.
Gótico (Idade Média) 10

 Leveza estrutural, verticalidade e iluminação interna

 Abóbodas nervuradas, arcos ogivais, arcobotantes, contrafortes,

telhados em madeira e contraventamento

 Em 1250, Trivium (humanista) e Quadrivium (exata)

Catedral de Notre Dame (1211-1311)


Gótico (Idade Média) 11

Notre-damede Paris, DucCatedral Ideal, Viollet-Le-Duc


desenho Viollet-Le-Duc
Gótico (Idade Média) 12

A arquitetura gótica é reconhecida como um lógico sistema estrutural


regido por princípios de observação das leis da natureza.
Gótico (Idade Média) 13

Esquema estrutural da abóbada de Construção da abóbada de aresta


aresta
Gótico (Idade Média) 14

Esquema estrutural gótico Construção dos apoios/nervuras


dos arcos ogivais
Gótico (Idade Média) 15
Gótico (Idade Média) 16
Gótico (Idade Média) 17
Gótico (Idade Média) 18
Gótico (Idade Média) 19
Renascença 20

 Renascimento (ou Renascença) foi um período na história do mundo


ocidental com um movimento cultural marcante na Europa, considerado
como um marco do final da Idade Média e o início da Idade Moderna.
Começou no século XIV na Itália e difundiu-se pela Europa no decorrer
dos séculos XV e XVI.
 Para Miguel (2003) o pensar individual no Renascimento, com
questionamentos materiais e espirituais possibilitados pelo rompimento
com as amarras impostas pela igreja permitiu o avanço em diversas
áreas do desenvolvimento humano.
 Conceito e técnica, pensar e fazer, e todas as posturas e descobertas
associadas a esse renascimento cultural, permitiu, no caso do arquiteto,
a descoberta de métodos projetivos que influenciar a toda uma geração.
 MIGUEL, Jorge Marão Carnielo. Brunelleschi: o caçador de tesouros. ArquitextosVitruvius.SãoPaulo,set.2003.
Acessadopelainternet: www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq040/arq040_02.asp
Renascença 21

 Adoção de formas arquitetônicas da antiguidade (sobretudo romanas)


 Consolidação do profissional arquiteto detentor do “savoir-faire”.
 Arquitetura exclusiva das classes altas: igrejas, palácios, villa.
 Abandono das pesquisas estruturais na arquitetura, uma arquitetura
“desenhada”, mais que “construída”.
 Florença -Catedral de Santa Maria Del Fiore(Brunelleschi, 1420)
 Pallazzo Valmarana, Vicenza(Andrea Palladio)
 Villa Capra “La Rotunda”(Andrea Palladioe Vincenzo Scamozzi)
Renascença 22
Renascença 23

Brunelleschi“Com o domínio da técnica, o


saber fazer resolvido, abre-se a imensa porta
que o saber pensar possibilita”. Brunelleschi:
“Ensina porque tem em mente todas as fases
do processo construtivo. Ensina porque tem o
domínio do fazer.” (MIGUEL, 2003)
Renascença 24

Ao descobrir a perspectiva linear


Brunelleschi constitui uma base
nova para as artes que tem no
desenho, o princípio, o ponto de Interior do Santo Spirito, Florença
partida para projetar e conceber Brunelleschi
a arquitetura como espaço.
Renascença 25

Capela dos Pazzi, Florença –1430/44 Brunelleschi


Renascença 26
Renascença 27

Santo André de Mântua –Leon Battista Alberti, 1470


Ordem “colossal” (pórtico com altura de dois andares)
Renascença 28

Igreja da Consolação, Itália.


O ideal: a simetria absoluta, na horizontal e na vertical, racionalismo.
Renascença 29

Villa Capra, “La Rotunda” (sec. XVI) –Andrea


Palladio e Vincenzo Scamozzi, Vicenza. Simetria
absoluta Fachadas imitando um templo antigo
Cúpula central Todos os lados se abrem para a
paisagem
Barroco 30

 A arte barroca estendeu-se por todo o século XVII e pelas primeiras décadas do XVIII.
Sua difusão abrangeu quase toda a Europa e a América Latina, com manifestações em
épocas distintas em cada país. Nascido na Roma dos papas foi o principal instrumento
da religião católica, fundindo-se com as escolas, tendências e culturas de cada
localidade. Apesar de ter uma única nomenclatura, encontram-se manifestações de
variadas linguagens arquitetônicas, de acordo com cada país e região.
 Enquanto o Renascimento foi reconhecido pelo equilíbrio, a medida, a sobriedade, o
racionalismo e o lógico. O período Barroco teve uma procura pelo movimento, pela ânsia
de novidade, pelo amor ao infinito e o não finito, pelos contrastes e pela audaciosa
mistura de todas as artes. Foi dramático, exuberante, teatral e apelava para o instinto,
para os sentidos e para a fantasia.
 Para Heinrich Wolfflin, crítico suíço, as obras barrocas estavam a procurado movimento,
quer real, quer sugerido, a tentativa de representar, ou sugerir o infinito,a importância
dada às luzes e aos efeitos luminosos na concepção da obra, o gosto pelo teatral e
cenográfico na mistura de várias artes.
Barroco 31

 Igrejas, catedrais, palácios e intervenções surbanas

Basílica de São Pedro Igreja de São Francisco

Christopher Wren, séc. XV

Palácio de Versalles (LeVau, Hardouin-Mansarte Le


Nôtre, 1682) Ao lado: Igreja Sant`Andrea, Roma
Barroco 32

 Igrejas, catedrais, palácios e intervenções surbanas

Igreja Santa Maria da Saúde, Veneza Capelas reunidas em torno de um


octógonoGrande cúpula suportada por contrafortes com volutas.
Barroco 33

 Igrejas, catedrais, palácios e intervenções surbanas


Barroco 34

 Igrejas, catedrais, palácios e intervenções surbanas

Palácio Carignano, Turim – Guarino Guarini


Movimento, abertura central
Barroco 35

 Igrejas, catedrais, palácios e intervenções surbanas

A luz como elemento fundamental

Igreja de São Lourenço, Turim Guarino


GuariniA
Barroco 36

 Igrejas, catedrais, palácios e intervenções surbanas

O Barroco comedido, quase clássico da França –Palácio de Versalles Jules


Hardouin-Mansart
Barroco 37

 Igrejas, catedrais, palácios e intervenções surbanas

O Barroco comedido, quase clássico da França –Palácio de Versalles Jules


Hardouin-Mansart
Barroco 38

 Igrejas, catedrais, palácios e intervenções surbanas


Barroco 39

 Igrejas, catedrais, palácios e intervenções surbanas

A importância da escada – surgimento de variações O uso de estátuas femininas


monumentais como a “império” divide-se em duas no – cariátidese, masculinas –
primeiro patamar. Palácio Madama atlantes, como elemento
estrutural
Barroco 40

 Igrejas, catedrais, palácios e intervenções surbanas

Igreja São Francisco de Assis


Sua construção em estilo barroco mineiro (3ª fase)
teve início em 1766 com projeto e risco da portada por
Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho
Barroco 41

 Igrejas, catedrais, palácios e intervenções surbanas

Perspectiva trompe l’oeil , Andrea Pozzo –Igreja Santo Inácio Roma


Neoclassicismo 42

 Movimento cultural do fim do século XVIII, o Neoclassicismo está


identificado com a retomada da cultura clássica por parte da Europa
Ocidental em reação ao estilo Barroco. O Neoclassicismo propõe a
discussão dos valores clássicos, em contraposição ao Classicismo
renascentista, que apenas replicava os princípios antigos sem críticas
aprofundadas. A concepção de um ideal de beleza eterno e imutável
não se sustenta mais. Para os neoclassicistas, os princípios da era
clássica deveriam ser adaptados à realidade moderna.
 Principais características:
 retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos greco-latinos;
 academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos modelos e às
regras ensinadas nas escolas ou academias de belas-artes;
 arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro culto à teoria de
Neoclassicismo 43

 Após a Revolução Francesa (1789) a evolução do Neoclassicismo foi em grande parte


inseparável da necessidade de acomodar as novas instituições da sociedade burguesa e
do Estado republicano.
 Academie d´Architecture fechada pela Revolução Francesa (1789): ações radicais pelo
ensino da arte como defesa da ameaça da ciência.
 Écoledes Ponts et Chaussées, fundada em 1747. Tratados exclusivamente técnicos e
muito especializados.
 Início da Revolução Industrial (1769). Ponte Coolbrookdale (ferro fundido, 1779)
 Uso de materiais nobres, uso de cúpulas monumentais, sistemas construtivos simples,
pórticos colunados, frontões triangulares, interiores racionais (Memorial Thomas
Jefferson, EUA)
Neoclassicismo 44
Neoclassicismo 45
Neoclassicismo 46

Igreja de Sainte-Geneviève. Arquiteto:


Jacques-Germain Soufflot, Paris 1755.

Fábrica de Sal –um dos primeiros


experimentos de arquitetura industrial,
integração de unidades produtivas e
alojamento industrial. Claude-Nicolas
Ledoux para Luis XVI, Arc-et-Senans,
1773-79.
Neoclassicismo 47

 1806-Criação da Écolede Beaux-Artsde Paris com características semelhantes a


Academie d´Architecture
 A Écolede Beaux-Artse a École Polytechniquede Paris, tornam-se modelos para o ensino
da arquitetura no mundo ocidental.
 Medo de uma vulgarização das artes apoiada pela nova ordem burguesa, que
considerava os engenheiros incompetentes para responder aos seus interesses
arquitetônicos.
 Surgimento do esqueleto formado de vigas e pilares
 Os avanços científicos continuam: conceito de módulo de elasticidade, distribuição de
tensões de flexão, cálculo de vigas hiperestáticas, etc.
 Surgimento do cimento Portland(Joseph Aspdin, 1824)
Neoclassicismo 48

Boulevard Haussmanniano –Paris/França, século XIX


Neoclassicismo 49

Av. Central –Rio de Janeiro/RJ, começo século XX.


Neoclassicismo 50
Neoclassicismo 51
Modernismo 52

 Nos inícios do século XX, as exigências da sociedade industrial, a


aceleração da vida quotidiana, o crescimento urbano mais intenso, e a
destruição causada pela 1ª Guerra Mundial, levaram à necessidade de
reconstruir as cidades e de alojar condignamente os cidadãos, sendo
necessária a adoção de novas soluções urbanísticas e uma nova
linguagem arquitetônica que pudesse construir edificações mais simples e
econômica, no entanto ,com condições de habitabilidade.
 Nasce o funcionalismo racionalista (levando ao chamado Estilo
Internacional) e o organicismo.O primeiro dos movimentos em torno dos
arquitetos alemães Peter Behrense Walter Gropiuse do suíço Le
Corbusier, e o segundo em torno do norte-americano Frank Lloyd
Wrighte do finlandês Alvar Aalto.
Modernismo 53

 Caracteristicas
 Relação íntima entre arquitetura e urbanismo;
 Corte radical com o passado: abolição da forma natural, eliminando tudo aquilo que se oponha
à arte pura;
 Simplificação dos volumes, geometrização das formas: predomínio das linhas retas, sólidos
geométricos;
 Paredes lisas e, geralmente, brancas, abolindo-se a decoração e realçando-se a estrutura do
edifício;
 Coberturas planas, geralmente transformadas em terraços;
 Amplas janelas, em fita, ou fachadas-cortina em vidro;
 Elevação do edifício sobre pilares (pilotis), dando a ideia de estar suspenso;
 Utilização de novos materiais, pré-fabricados: aço, concreto, vidro;
 Renovação do espaço –casa prática e funcional; abertura de espaços interiores –planta livre;
 Interligação com as artes ditas menores, ou aplicadas: escultura, cerâmica, tecelagem,
metalurgia, marcenaria;
 Nascimento do design industrial.
Modernismo 54

 Colaboração entre arquitetos e engenheiros (Galeria das máquinas –1889,


loja Bon Marché-1876)
 Louis Sullivan(Escola de Chicago): a forma segue a função
 Cinco pontos da arquitetura: pilotis, planta livre, fachada livre, janelas
corrediças horizontais e jardim de coberta (Le Corbusier) –valorização da
estrutura
 Modernismo no Brasil 1922 (Reidy, Oscar Niemeyer, Lúcio Costa)
Modernismo 55

Peter Behrens, Fábrica de Turbinas da


AEG, Berlim, 1909
Modernismo 56

Walter Gropius, Edifício da Bauhaus,


Dessau, 1925-26
Modernismo 57

Le Corbusiere Pierre Jeanneret, Villa Escala Modulor, criada por Le


Savoye(Les Heures Claires), Poissy-sur- Corbusierentre 1942 e 1948: o
Seine, 1928-1929 Homem é a escala da nova
arquitetura
Modernismo 58
Modernismo 59
Modernismo 60
Modernismo 61
Modernismo 62
High-tech 63

 Domínio da estrutura e tecnologia


 Estrutura como a principal definidora da arquitetura (estrutura como
arquitetura)
 Falsa high-tech (uso de elementos tecnologicamente elaborados sem
justificativa técnica)
Contemporâneo 64

 Pós-modernismo e desconstrutivismo – estrutura ignorada


Relação entre arquitetos e Engenheiros 65

 Arquiteto definidor da forma e engenheiro calculista (Frank Gehry,


ZahaHadid, Daniel Libeskind)
 Engenheiro-arquiteto (Felix Candela, Santiago Calatrava, August Perret,
PierLuigi Nervi)
 Arquiteto e engenheiro co-autores do projeto (Norman Foster, Antony Hunt,
Nicholas Grimshaw, Peter Rice, Richard Rogers)
Bibliografia 66

 BENÉVOLO, Leonardo. História da Arquitetura Moderna. São Paulo: Editora Perspectiva,


1976.Frampton, Kenneth. História Crítica da Arquitetura Moderna. São Paulo: Martins Fontes,
1997
 BRASIL ARQUITETURA. Disponível em: http://www.brasilarquitetura.com.br DIAS, L. A. M.
Edificações de aço no Brasil. 3ed. São Paulo: Zigurate, 2002.
 MIGUEL, Jorge MarãoCarnielo. Brunelleschi: o caçador de tesouros. ArquitextosVitruvius. São
Paulo, set.2003. Acessado pela internet:
www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq040/arq040_02.asp
 REBELLO, YopananConrado Pereira. A Concepção Estrutural e a Arquitetura, São Paulo:
ZigurateEditora, 2000.
 MACDONALD, Angus J. StructureandArchitecture. Secondedition. Oxford: Elsevier, 2001.
 SALVADORI, Mario; HELLER, Robert. Estructuraspar a Arquitectos. KliczkowskiPublisher,
Buenos Aires, 1998..
 PEREIRA, Sonia Gomes. A Historiografia da Arquitetura Brasileira no Século XIX e os
Conceitos de Estilo e Tipologia. In: 19&20 -A revista eletrônica de DezenoveVinte. Volume II, n.
3, julho de 2007. Disponível em: http://www.dezenovevinte.net/19e20/

Você também pode gostar