Você está na página 1de 56

HISTÓRIA DA ARQUITETURA

AULA 04: ARQUITETURA BARROCA E ROCOCÓ

Profa. Mônica Cianfarani


2017
TIPOLOGIAS DE IGREJAS - PLANTAS
PLANTA CRUZ GREGA PLANTA CRUZ LATINA

Planta da Basílica de São Marcos, Basílica de Saint Sernin de Toulous,


Veneza França

PLANTA OCTOGONAL OU CIRCULAR (ELIPSE)

Basílica de
s. carlo alle
são vital de
quattro
Ravena, Itália
fontane, roma
TIPOLOGIAS DE IGREJAS - PLANTAS

CRUZ LATINA COM TRANSEPTO CRUZ LATINA COM IGREJA SALÃO COM
ALONGADO TRANSEPTO REDUZIDO TRANSEPTO REDUZIDO

Catedral de Notre Dame, Igreja Il Gesú, Roma


Catedral de São Tiago de
Paris
Compostela.
TIPOLOGIAS DE IGREJAS - CORTES

CORTE BASILICAL

Catedral de Amiens, França Basílica Santo Apolinário in Classe (539-


549) Ravena, Itália.
TIPOLOGIAS DE IGREJAS

IGREJA SALÃO

Igreja de São Roque, Lisboa


LINHA DO TEMPO DA ARQUITETURA

Idade dos Idade Idade Idade Idade


Pré História Antiga
Metais Média Moderna Contemporânea

Paleolítico Civilização Egito Arquitetura Renascimento Neoclássico


Neolítico Suméria Grécia Barroco Ecletismo
Bizantina
Roma Rococó Modernismo 1ª Fase
Românica
- Art Nouveau
Gótica
- Pré Modernismo
- Década de 20 Séc. XX

Modernismo 2ª Fase
- Pós Guerra - 1945
- Pós-Moderno 1970 / 80

23.000 a.C. 4.000 a.C. 3.000 a.C. 476 d.C. 1453 1789
(Criação da (Queda do (Queda do (Revolução
Escrita) Império Império Francesa)
Romano do Romano do
Ocidente) Oriente)
Idade moderna: de 1453d.C. a 1789 d.C.
Renascimento Barroco Rococó

✓ Artes e arquitetura com ✓ Influencia da contra- ✓ Idade da razão e a Era das


influencia da cultura reforma Luzes
romana ✓ Emoção domina a criação ✓ Mundo regido pela razão para
✓ Conhecimento através da em Arte e arquitetura alcançar a justiça social
ciência ✓ Imagens, figuras e ✓ Cidade prevalece sobre o
✓ Comércio e cidades construções complexas campo
restabelecidos e elaboradas ✓ Arte e arquitetura: graça e
✓ Burguesia, a nova ✓ Requinte e drama elegância
classe social ✓ Absolutismo ✓ Formas e cores sutis e suaves
Arquitetura Barroca
O termo Barroco foi usado de modo
pejorativo para designar algo desarmônico
e extravagante.

É um estilo que derivou do Maneirismo, e


perdurou de 1600 até segunda metade do
séc. XVIII.

Possui arquitetura dinâmica. O barroco não


renega as formas clássicas – colunas,
arcos, frontões, frisos – mas transforma-os
de uma maneira fantasiosa e subjetiva.

O barroco amava o movimento, a curvatura


das fachadas tornou-se num dos motivos
característicos da arquitetura desse
Gianlorenzo Berenini período.
Êxtase de Santa Teresa (1645-1652)
PRINCIPAIS ARQUITETOS

Francesco Borromini (1599-1667)


Geometria complexa, espaços fluidos e interiores
radiantes
Borromini foi o autor de igreja de Sant'Agnese in
Agone, na Piazza Navona, e de Sant'Andrea delle
Fratte, ambas em Roma.

Gianlorenzo Bernini (1598-1680).


Fundador do Barroco e maior cenógrafo da época.
Sua principal obra é a Praça da Catedral de São
Pedro, no Vaticano.

Jules Hardouin-Mansart (1646 —1708)


Foi um arquiteto francês, e importante arquiteto do
barroco, cujas obras mais importantes são o Palácio
de Versailles, em que a planta é elíptica e os jogos
de luz criam contrastes visuais. A Catedral de Saint-
Louis-des-Invalides e o Grand Trianon também são
de sua autoria.
Baldaquim, Basílica de São Pedro,
Roma, 1624-33. Bernini
Principais características da arquitetura
Barroca:

✓ Arquitetura criada para gerar ilusão


sensorial, que cative e emocione
✓ Escala monumental - Materiais ricos -
Iluminação dramática
✓ Edificações com espaços rotativos e
movimento
✓ Paredes curvas, que ondulam
✓ Contornos recuam e se projetam
✓ Ausência de espaços vazios.
✓ Abóbodas: Os afrescos diluiam as fronteiras
terrestres
✓ Complexidade do repertório formal
✓ Profusão decorativa

A Glorificação de Santo Inácio,


Igreja de Santo Inácio em Roma.
IL GESÙ, ROMA - c.1575. VIGNOLA

Transição entre o maneirismo e


barroco

Construída entre 1568 e 1584, Il Gesù foi


a primeira igreja jesuíta que se construiu
em Roma. Decorada de forma profusa e
opulenta a partir do século XVII,
atualmente é um dos exemplos mais
destacados da arte romana barroca.

Os principais elementos são as volutas


como elemento inusitado e a presença
de pilastras duplas
Tipologia de Igreja-salão (Hallenkirche, em alemão): em que o espaço interior se conforma
num salão único e uniforme, cujas naves têm a mesma ou semelhante altura. E naves laterais
para adoração dos santos
SANTA ANDREA AL QUIRINALE, ROMA -1658-1670. GIANLORENZO BERNINI

Um dos mestres do Barroco


italiano, esta fachada de Santa
Andrea al Quirinale, em Roma, foi
projetada por Bernini, em 1658-
1670, seguindo o maneirismo já
iniciado por Michelângelo.
O movimento da ordem jônica
contorna a forma oval da igreja,
juntamente com as pilastras de
ordem coríntia “colossais” –
resultando num pórtico imponente e
teatral.
Arquitetura do século XVII dava
forma visual ao poder da Igreja e
do Rei
PIAZZA DE SÃO PEDRO, ROMA - 1656-67. BERNINI
Efeito unificado para vista da basílica
Elipse emoldurada por colunatas 284 colunas e 88 pilares 140 estátuas de santos
Obelisco no ponto central, trazido por Calígula, pertencia ao Circus Maximus

Vista aérea da Basílica de São Pedro, enfatizando a forma da piazza, com o aspecto trapezoidal que se abre para o
espaço oval
A parte oval da praça reflete
o estilo barroco. Bernini
desenhou sua obra-prima
imaginando dois espaços
abertos conjuntos. O
primeiro, a Piazza Obliqua,
tem forma de um elipse
rodeada por colunatas
(quatro enormes fileiras de
altas colunas dóricas) que
se abrem como num grande
abraço maternal e
simbolizam a Igreja Mãe. Há
um corredor largo, entre
elas, pelas quais passam
automóveis, e duas
aberturas mais estreitas
para pedestres. O piso tem
pedras brancas que marcam
caminho até o obelisco
central, montado sobre
Praça vista de cima quatro leões de bronze
Trecho da colunata, com uma versão monumental da ordem dórica: 1,20 cm de profundidade
com 15 mt. de altura
FACHADA SANTA SUSANNA,
ROMA, 1597 - CARLO
MODERNA
A igreja já havia sido construída
durante o renascimento mas sua
fachada ainda precisava ser
construída e o trabalho ficou a cargo
de Carlo Maderno. Em 1603, ele
completou o trabalho, um influente
design dos primeiros anos do Barroco.
O ritmo dinâmico das colunas e
pilastras, concentradas no centro, e a
protrusão e a crescente decoração
central aumentam ainda a
complexidade da estrutura,
principalmente a interconexão entre
os dois lados, que não são
exatamente simétricos. Composição
mais compacta, com ênfase nas
linhas verticais – um prenúncio do
Barroco.
FACHADA DE S. CARLO ALLE
QUATTRO FONTANE, ROMA, 1665-67.
FRANCESCO BORROMINI.

Surge aí a associação entre elementos


retos e elementos curvos, utilizando
formas ambivalentes. A fachada é
visualmente dinâmica, o que não deixa
os espectadores parados.
Exibe uma complexidade em termos de
organização, côncava, convexa e retas;
é este dinamismo que o barroco impõe.

Cria-se um portal monumental, que


joga com várias formas, desloca-se o
sino para a zona da fonte, em vez da
zona central, destacando assim
também a importância da fonte, como
elemento criativo e funcional integrado
na arquitetura.
O projeto de
Borromini
contempla duas
ordens
superpostas,
seguindo as
referências do
Capitólio, mas
com planta
curva.
SANT'AGNESE IN AGONE, PIAZZA NAVONA, ROMA - 1652-1672. FRANCESCO
BORROMINI
FONTANA DE TREVI, ROMA - 1762. NICOLA SALVI.

A Fontana di Trevi é a maior (cerca de 26 metros de altura e 20 metros de largura) e mais


ambiciosa construção de fontes barrocas da Itália.
Apesar de ser um período tardio ao Barroco muito do seu desenho foi baseado no projeto de
Bernini no século anterior.
BARROCO FRANCÊS

PALÁCIO DE VAUX-LE-VICOMTE, FRANÇA – 1658-1661. LOUIS LE VAU

O palácio comporta um corpo central com três corpos avançados do lado do pátio e uma
rotunda do lado do jardim.
Existe, contudo, uma inovação. Com efeito, os palácios franceses comportam habitualmente
só uma sequência de peças que vão de uma extremidade à outra da construção. Em Vaux-le-
Vicomte, o arquiteto demonstrou inovação organizando o espaço interno com uma fila de
peças paralelas com portas alinhadas.
PALÁCIO DE VERSAILLES, FRANÇA – 1664-1678. LOUIS LE VAU

Apesar de ser marcado pelo gênero barroco, o conjunto do Palácio de Versalhes é


particularmente harmonioso graças aos jogos de ótica. A estrutura do palácio é bastante
geométrica e apresenta distorções que proporcionam a ilusão de uma harmonia perfeita.
O palácio está cercado por uma grande área de jardins, uma série de plataformas simétricas
com canteiros, estátuas, vasos e fontes trabalhados, projetados por André Le Nôtre.
Características barrocas de Versailles: Grande escala, materiais ricos, grandiosidade
monumental, mistura de pintura, escultura e arquitetura.

Galeria dos Espelhos: teto abobadado, arqueados sobre 17 janelas, espelhos entre pilares
de mármores com capitéis de bronze dourado
Galeria das Batalhas no Palácio de Versalhes
PALÁCIO DE SCHÖNBRUNN, AUSTRIA– 1638 - 1687.

O palácio e o parque só foram reconstruídos e expandidos para a sua forma atual em 1743, sob a
imperatriz Maria Teresa, por Nikolaus von Pacassi e Johann Ferdinand Hetzendorf von
Hohenberg. O palácio barroco foi residência de verão da família imperial austríaca desde meados
do século XVIII até ao final da Segunda Guerra Mundial.
Arquitetura Rococó
Durante o Iluminismo, entre 1700 e 1780, o rococó
foi a principal corrente da arte e da arquitetura. Nos
primeiros anos do século XVIII, o centro artístico
da Europa transferiu-se de Roma e para Paris.

As principais características da arquitetura rococó


no exterior são:
✓ Menores proporções e normalmente
edifícios com apenas dois andares baixos;
✓ Fachadas mais alinhadas e alisadas, pois
são abolidos os elementos clássicos
decorativos (colunas, frontões e esculturas),
mantiveram-se as balaustradas, as cornijas
e os entablamentos, os ângulos retos foram
suavizados por curvas;
✓ Portas e janelas maiores e com arcos
plenos;
✓ Decoração exterior concentra-se nas portas
e janelas;
✓ Utilização de ferro forjado, em grades para
Altar da Igreja do Mosteiro de Assunção,
jardins, lagos, portas e varandas. Rohr, Alemanha
A arquitetura o rococó é
tênue, se manifestando
mais enquanto decoração
de interiores, já que a
ornamentação dos
imóveis passa a ser mais
importante que sua forma
estrutural, que ainda é
basicamente barroca.
Predominam as curvas,
flores e conchas, gerando
embientes de caráter
feminino.

Cores típicas, chinoiserie,


pássaros exóticos
Quarto de Luis XV, Chateau
des Champs, sul da França
A arquitetura dos ambientes estilo rococó é especialmente diferenciada. Salões e salas tornam-se
ovais, cobrem-se de espelhos e detalhes florais, pinturas mitológicas e algumas tem exotismos
orientais, principalmente de China e Japão.

Igreja de Wies, Baviera, Alemanha


HÔTEL DE SOUBISE, PARIS –
1736-1739. GERMAIN BOFFRAND
E NICOLAS PINEAU.

O Hôtel de Soubise, sobretudo o


Salão da Princesa, é um exemplo
típico do estilo rococó. Foi
construído por Germain Boffrand e
decorado por Nicolas Pineau.

Pineau criou um estuque, frisos, que


emolduram quadros e espelhos,
guirlandas que se entrelaçam em
sucessivas linhas curvas, enfim, um
ambiente tão decorado que o olhar
do observador é atraído
sucessivamente para os mais
diversos detalhes.
Salão da Princesa, hôtel de Soubise
PETIT TRIANON, VERSALHES - 1762-
1768. JACQUES ANGE GABRIEL

O Petit Trianon é um palácio construído


no século XVIII pelo Rei Luis XV para a
sua amante, a Madame de Pompadour,
sendo posteriormente utilizado por Maria
Antonieta como sua residência. Apesar
do exterior já possuir traços
neoclássicos é seu interior que o
Rococó está mais presente.
BARROCO E ROCOCÓ ALEMÃO E AUSTRÍACO

Em terras alemãs, o estilo barroco vindo da Itália penetrou lentamente e só conseguiu plena
afirmação no século XVIII, quando a Itália já se encontrava, por sua vez, assimilando as
influências do rococó. Por esse motivo, é difícil estabelecer a distinção entre os estilos barroco
e rococó na Alemanha.
Profusão,
sensualidade e
divertimento davam o
tom fundamental do
barroco alemão e
austríaco, complexo e
dinâmico como a
música de Bach ou
Haydn. O rococó era
alegre como uma
ópera cômica de
Mozart.
Sala dos Espelhos,
Pavilhão Amalienburg
Alemanha.
Cuvilliés 1734-39
PALÁCIO SANSSOUCI, POTSDAM - 1745-1747. GEORG WENZESLAUS VON
KNOBELSDORFF
Em Potsdam, nos arredores de Berlim, fica o fabuloso Parque Sanssouci, um dos mais belos
complexos palacianos da Europa. O Palácio Sanssouci é a construção mais antiga do enorme
parque, que possui 287 hectares. Construído em estilo rococó para ser a residência de verão de
Frederico, o Grande, rei da Prússia. O palácio possui um belo jardim, a leve colina foi cortada em
terraços e cada degrau recebeu videiras protegidas por 168 portas envidraçadas.
Detalhe arquitetônico do corpo central da fachada do jardim: Atlantes e
Cariátides, Sanssouci, Postdam, Alemanha.
Casa de Chá Chinesa, desenhada por Johnn Gottfried Büring, 1755-64, pavilhão no estilo
Chinoiserie, este estilo consiste na mistura do estilo rococó com elementos da arquitetura
oriental, Parque Sanssouci Postdam, Alemanha.
PALÁCIO DE QUELUZ, SINTRA, PORTUGAL – 1747. MATEUS VICENTE DE OLIVEIRA

O Palácio de Queluz é um dos últimos grandes edifícios em estilo rococó erguidos na Europa.
Apesar de ser muito menor, é chamado frequentemente de "o Versalhes português". Os traços
arquiteônicos salientam os estilos barroco, rococó e neoclássico. A planta apresenta-se
complexa, pois corresponde à aglutinação de vários núcleos e a fases distintas de construção
Salão de Baile do Palácio de Queluz, Portugal
ROCOCÓ - PAISAGISMO
Os jardins continuam a ser parte da arquitetura civil, tal como no barroco, e compõe-se de grandes
relvados com arvoredos, esculturas, rampas e lagos, pavilhões de caça, pequenos apartamentos,
pagodes chineses e quiosques turcos. Estes espaços servem de locais de reuniões íntimas com
fogos de artificio, festas de máscaras e celebrações públicas.
O estilo francês, no início sofreu grande influência do estilo renascentista italiano. Na
segunda metade do século XVII, o paisagismo tornou-se uma atividade quase que febril na
França: estava implantado o estilo francês.
Os jardins de Versailles (1624- 1688), foram constituídos por uma competente equipe de
arquitetos, engenheiros, escultores e jardineiros comandados pelo paisagista André Le Nótre
(1613- 1700).

Jardins do Palácio de Versailles (1624-1688)


Orangerie do Palácio de Versailles
Características:

✓ predomínio da lógica, da
clareza e do equilíbrio;

✓ traçado simétrico, bosques


separado por cercas vivas;

✓ tapetes de relva,

✓ inúmeras fontes e;

✓ valorização da perspectiva e
da sensação de
grandiosidade.
Fonte do jardim de Versailles
Jardins do Palácio de Versailles. (Paris,1624-1680)
Bibliografia
ARGAN, Giulio Carlo. História da Arte como História da Cidade. São Paulo:
Martins Fontes, 1998.
ARGAN, Giulio Carlo. História da Arte Italiana: Da Antiguidade a Duccio. V. 1.
São Paulo: Cosac & Naify, 2013.
CHING, Francis D.K., Dicionário Visual de Arquitetura. São Paulo: Martins
Fontes, 1999.
KOCK, W., Estilos de arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
PEVESNER, N., Historia de las tipologias arquitectônicas. Barcelona: Gustavo
Gili, 1980.
PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Ed. Ática, 2010.
PEREIRA, Paulo, Arte Portuguesa – História Essencial, Lisboa Temas e
Debates/Circulo de Leitores, 1ª ed., 2011.
SUMMERSON, J. N. A linguagem clássica da arquitetura. 3. ed. São Paulo: M.
Fontes, 1997. 148p.

Você também pode gostar