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Introdução à História da Arte:

DA ARTE RUPESTRE AO SÉCULO XX.


Períodos históricos x Estilos
Pré-história (2.500.000 a.C.-4.000 a.C.): arte
rupestre;
Antiguidade (4000 a.C.-476): Arte egípcia, arte
grega e arte romana;
Idade Média (476-1453): Arte paleocristã,
bizantina, românica, gótica e islâmica;
Idade Moderna (1453-1789): Renascimento,
Maneirismo, Barroco e Rococó;
Idade Contemporânea (1789-dias atuais):
Neoclássico, Romantismo, Impressionismo, Ecletismo,
Art Nouveau, Art Déco, entre outros.
Arte Rupestre
Paleolítico (2.500.000 a.C.-10.000 a.C.):
— Aparecimento dos primeiros hominídeos;
— Caça e coleta como subsistência;
— Começa a desenvolver-se a pintura e a escultura.
Neolítico (10.000 a.C.-5.000 a.C.):
— Aprende-se a plantar, de forma que os primeiros
grupos deixam de ser nômades.
Idade dos Metais (5.000 a.C.-3.500 a.C.):
— Desenvolvimento da metalurgia.
Caverna de Lascoux, França.
Bisão (19.000 a.C.) — Caverna de Lascoux, França.
Bisão (19.000 a.C.) —
Caverna de Lascoux,
França.
Vênus de Willendorf (24.000-22.000 a.C.).
Arte greco-romana
Entre as grandes civilizações que se
desenvolveram na Antiguidade, duas que ganharam
grande importância no contexto ocidental foram a
grega e a romana, tendo esta última formado um dos
maiores Impérios que se tem notícia até hoje.
Nesse contexto, a produção artística das mesmas
também cresceu consideravelmente, figurando em
elementos arquitetônicos, esculturas e até mesmo no
planejamento urbano.
Acrópole de Atenas.
Ictino — O Partenon (447-432 a. C.) — Atenas, Grécia.
Ouro Preto, Minas Gerais.
Ictino — O Partenon (447-432 a. C.) —
Atenas, Grécia.
Capitel — Dórico, Jônico e
Conríntio.
Mnesicles — Cariátides (421-406 a.C.) — Atenas, Grécia.
Atlante de Agrigento (480 a.C.) — Sicília, Itália.
Aqueduto Romano (1 d.C.) — Segóvia, Espanha.
Aqueduto da Carioca ou Arcos da Lapa (1725-1744.) — Lapa, Rio de Janeiro.
Termas Romanas de Bath (60-75) — Bath, Inglaterra.
Parque Lage (1925-1927) — Jardim Botânico, Rio de Janeiro.
Coliseu (80-88) — Roma, Itália.
Arte Paleocristã

Em um primeiro momento, o que conhecemos


como Arte Paleocristã pode também ser conhecida
como “arte catacumbática”, pois foi desenvolvida nas
catacumbas. Isso porque no começo da Idade Média
profeçar a fé cristã ainda era crime na Europa, de
modo que esses eram os únicos espaços em que os
cristãos poderiam viver a sua religiosidade.
Principais características

Arte com tema religioso;


Mais preocupada em apontar os símbolos caros ao
catolicismo do que representá-los fielmente;
Produções artísticas com um valor catequético.
Catacumba da Via Latina — Roma, Itália.
Catacumba de Santa Priscila — Roma, Itália.
Os três homens na fornalha ardente (3 d.C.) — Roma,
Itália.
Arte Bizantina

A Arte Bizantina refere-se à arte produzida


durante praticamente toda a Idade Média na capital
oriental da Itália após a queda do Império Romano:
Bizâncio. Posteriormente, a mesma passa a se chamar
Constantinopla, mantendo-se até 1453, colocando fim
também a este período.
Principais características

Em geral, as escolhas estilísticas eram determinadas


pelos sacerdotes;
Expressava poder e grandiosidade;
Havia um forte diálogo com certos países da Ásia;
Implantação de forma mais acentuada de mosaicos e
afrescos.
Basílica de São Vital (522-548) — Ravena, Itália.
Basílica de São Vital (522-
548) — Ravena, Itália —
Mosaicos
Igreja de Santo Apolinário (539-549) — Ravena, Itália — Mosaico.
Arte Românica

O termo “românico” faz referência à junção das


palavras “romano” e “germânico”, uma vez que a arte
aqui produzida é proveniente da união desses dois
povos, estendendo-se do século XI ao século XIII e
consolidando-se, portanto, na parte ocidental da Itália.
Principais características

Aberturas raras e estreitas usadas como janelas;


Abóbadas em substituição ao telhado das basílicas;
Arcos em 180 graus;
Pilares maciços e paredes espessas;
Torres que aparecem no cruzamento das naves ou na
fachada.
Basílica de São Miniato (1013)— Florença, Itália.
Abadia de Saint Etienne (1059) — Nevers, França.
Igreja de São Martinho (1066) — Palência, Espanha.
Catedral de Pisa (1063-1092) — Pisa, Itália
Capanário ou Torre de Pisa
(1173-1373) — Pisa, Itália.
Arte Gótica

A Arte Gótica é um estilo que desenvolvido na


Europa, principalmente na França, entre os séculos
XII e XIV, que ganha maior repercussão na
arquitetura, desenvolvendo elementos próprios que o
caracteriza como as rosáceas, as abóbodas em cruzaria
e outros.
Principais características

Em geral, possuía três portais que davam acesso às


igrejas;
Implementação dos vitrais e das rosáceas;
Tudo voltava-se para Deus, de modo que até mesmo
as torres pontiagudas são consideradas uma
manifestação simbólica desse desejo.
Catedral de Notre Dame (1163-1345) — Paris, França
Catedral de Saint Chapelle (1241-1248) — Paris, França.
Catedral de Saint
Chapelle (1241-1248)
— Paris, França.
Giotto di
Bondone — A
Lamentação de
Cristo (1305).
Renascimento

O Renascimento é o estilo que marca o começo


da Idade Moderna, em que os artistas — e a sociedade
de modo geral — voltam-se para os valores presentes
nas civilizações greco-romanas, entendendo o período
imediatamente anterior como uma fase imprecisa,
obscura.
Principais características

Defesa por uma maior racionalidade;


Rigor Científico;
Ideal Humanista;
A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura
e passam a ser autônomas;
Reutilização das artes e elementos greco-romanos.
Donatello — David (1430-1432).
Sandro Botticelli — O Nascimento de Vênus (1483).
Leonardo da Vinci —
Homem Vitruviano
(1490).
Leonardo da Vinci
— Monalisa (1503-
1506).
Maneirismo

Considerado durante muito tempo por alguns


historiadores da arte como uma fase de transição entre
o Renascimento e o Barroco, nos dias de hoje o
Maneirismo é entendido como um movimento
autônomo, que se afasta conscientemente dos
parâmetros estabelecidos na Antiguidade Clássica.
Desse modo, os trabalhos associados a ele estão
circunscritos especialmente no século XV.
Principais características

Desconsideração da proporcionalidade e
perspectiva;
Destaque para os efeitos subjetivos e presença de
expressões emocionais mais fortes;
Rompimento com o estilo clássico de beleza
idealizada.
Michelangelo —
David (1501-
1504).
Michelangelo — A criação de Adão (1511).
El Greco — Laocoonte (1610-1614).
Igreja Nossa Senhora de Santana (1522) — Ilheus, Bahia.
Igreja de São Cosme e São Damião (1535) — Igarassu, Pernambuco.
Barroco

Tendo como seu apogeu o período entre 1600-1750,


pode-se dizer que o Barroco rompeu com o equilíbrio entre o
sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os
artistas renascentistas procuram realizar de forma muito
consciente. Na arte barroca predominam as emoções e não o
racionalismo da arte renascentista. É uma época de conflitos
espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa
angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus
e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza;
paganismo e cristianismo; espírito e matéria.
Principais características
Emocional sobre o racional; seu propósito é
impressionar os sentidos do observador, baseando-se no
princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através
dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio.
Busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas,
contracurvas, colunas retorcidas;
Entrelaçamento entre a arquitetura e escultura;
Violentos contrastes de luz e sombra;
Pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a
impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade
conseguida.
Bernini — O Rapto
de Proserpina (1621-
1622).
Bernini —
David (1623-
1624).
Donatello, Michelangelo e Bernini — David(s).
Bernini —
Baldaquino da
Basílica de São Pedro
(1624-1633).
Borromini —
Igreja de São
Carlos das
Quatro Fontes.
Caravaggio — Vocação de São Matheus (1600).
Caravaggio — A
inspiração de São
Matheus (1602).
Igreja de São Francisco da Penitência (1772).
Igreja de São Francisco da Penitência (1772).
Igreja de São Francisco da Penitência (1772).
Mosteiro de São Bento
(1633).
Mosteiro de São Bento (1633).
Mosteiro de São Bento (1633).
Rococó

Por sua vez, o Rococó é um movimento que


dialoga com o Barroco, mas tem a sua origem na
França, atravessando parte considerável do século
XVIII. Ele volta-se, assim, para os interiores dos
palácios, sendo associado com opulência e poder.
O termo deriva, então, da palavra rocaille, que
significa “concha” e representa um dos principais
ornamentos aqui utilizados.
Principais características

Manifesta-se, principalmente, em elementos


decorativos;
Presença constante de elementos curvilíneos e linhas
sinuosas;
Utilização de cores suaves, em geral tons pasteis,
como azul, rosa e verde, por exemplo;
Relaciona-se frequentemente com a natureza devido
às suas formas simbólicas (conchas, plantas, etc.).
Moldura de cobre no estilo Rococó.
Hotel de Soubise — Paris, França.
Hotel de Soubise — Paris, França.
Antoine Watteau — Peregrinação à Ilha de Citera.
Igreja de Wies — Baviera, Alemanha.
Igreja de Wies.
Igreja Nossa Senhora
do Carmo da Antiga Sé
(1770) e Igreja da
Ordem Terceira do
Carmo (1770).
Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé (1770).
Igreja São José (1842).
Igreja São José (1842).
Igreja Nossa Senhora
da Lapa dos
Mercadores (1753).
Igreja Nossa Senhora
da Lapa dos
Mercadores (1753).
Igreja Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores (1753).
Neoclássico

O movimento neoclássico é criado,


principalmente, como uma reação às produções
barrocas e rococós que dominavam a Europa e o
mundo entre o século XVII e XVIII.
Assim, ele se consolida através do pensamento e
dos valores disseminados na Antiguidade Clássica,
desenvolvendo-se, sobretudo, na França e na
Inglaterra por volta de 1750, encontrando o seu apogeu
por volta de 1830.
Igreja de Madelaine (1764-1828) — Paris, França.
Arco do Triunfo (1805-1837) — Paris, França.
Casa França-Brasil (1819).
Casa França-Brasil (1819).
Academia Imperial
de Belas Artes
(1826).
Palácio do Itamaraty (1851-1855).
Palácio do Catete (1858-1867).
Arquivo Nacional (1858-1868).
Parque Lage (1925-1927).
Ecletismo

De modo geral, o ecletismo pode ser


entendido como uma combinação de diferentes
estilos históricos em um único objeto artístico,
podendo ele ser uma pintura, uma escultura ou uma
edificação, por exemplo. Dessa forma, podemos
identificá-lo em diversos momentos da história da
humanidade — fato que é demonstrado pelo
historiador da arte Johann Winckelman (1717-
1768).
Ecletismo (continuação)

Porém, na arquitetura, mais especificamente,


este termo esteve associado a um período de tempo
que remete ao final do século XIX e início do século
XX, designando uma corrente estilística.
Ele está associado, sobretudo, com uma certa
oposição ao estilo greco-romano, que vinha sendo
identificado no Neoclássico, que ocorre na França a
partir de 1840/1850.
Pavilhão Real de Brighton (1815-1822) — Brighton, Inglaterra.
Palácio de Westminster (1836-1852) — Londres, Inglaterra.
Ópera Garnier (1862-1875) — Paris, França.
Palácio Monroe (1904).
Teatro Municipal (1905-1909).
Museu Nacional de Belas Artes (1908).
Museu Nacional de Belas Artes (1908).
Biblioteca Nacional (1910).
Palácio Pedro Ernesto (1919-1923).
Art Nouveau
O Art Nouveau é um estilo artístico que se
manifesta principalmente nas artes decorativas,
dialogando também com meios como a arquitetura e a
pintura. Em resumo, ele é um reflexo do desejo de se
produzir uma arte que acompanhasse as inovações
sociedade industrial.
Sendo assim, ele é efetivamente criado na
Bélgica entre o final do século XIX e início do século
XX, mas logo se espalhou por certos países da Europa,
como a França e a Espanha, e do resto mundo
(incluindo o Brasil).
Principais características
• Exuberância decorativa: formas ondulantes e
elegantes;
• Formatos de folhagens, animais e contornos sinuosos
usados a exaustão;
• Influências das gravuras japonesas, do barroco, do
rococó francês e do arts & crafts;
• Orientado basicamente para o design;
• Uso de novos materiais e tecnologias pouco utilizados
até então (vale destacar o ferro na arquitetura);
• Quebra a autoridade das formas clássico-históricas.
Victor Horta — Balaústre da
escada da Casa Solvay (1894-
1899).
Hector Guimard — Porte Dauphine-Metropolitain (1900)
— Paris, França.
Antonio Gaudí — Sagrada Família (1882-presente) — Barcelona, Espanha.
Antonio Gaudí — Casa Mila (1912) — Barcelona, Espanha.
Cine Iris (1909).
Casas Franklin (1911)
Antonio Borsoi — Confeitaria Colombo (1894-1919).
Albamar (1933).
Albamar (1933).
Art Déco

Tendo como principais influências algumas


vanguardas modernistas como o cubismo, o
expressionismo e o futurismo, o Art Déco serviu,
sobretudo, para expressar projetos que buscavam
traduzir o desejo moderno, onde se criavam as
primeiras grandes metrópoles.
Com isso, se possibilitou, por exemplo, a criação
dos primeiros arranha-céus, cinemas, lojas de
departamento, entre outras edificações.
Principais características

Incentivo à racionalidade;
Uso frequente de formas simétricas e geométricas
em sua composição;
Introdução da volumetria escalonada (podendo-se,
eventualmente, dividir a fachada em 3 partes: base,
corpo e coroamento).
Fellheimer & Wagner — Buffalo Central Terminal (1927-
1929) — Nova Iorque, Estados Unidos.
Ralph Thomas Walker
— AT&T Long Distance
Building (1932) — Nova
Iorque, Estados Unidos.
Ralph Thomas Walker —
Times Square Building
(1930) — Nova Iorque,
Estados Unidos.
Elisário Bahiana —
Edifício A Noite (1929).
Elisário Bahiana — Edifício A Noite (1929).
Henri Paul Pierre Sajous e Auguste Rendu — Edifício da Mesbla (1934).
Roberto Magno de
Carvalho — Central do
Brasil (1937).
Roberto Magno de Carvalho — Central do Brasil (1937).
Heitor da Silva
Costa e Paul
Landowski —
Cristo Redentor
(1926-1931).

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