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O PERÍODO BARROCO

O Barroco é um de estilo artístico que começou por volta do período de 1600


em Roma, na Itália, e se espalhou pela maior parte da Europa durante os séculos
XVII e XVIII. Em uso informal, a palavra barroco descreve algo que é elaborado e
altamente detalhado.
Para a crítica de arte, a palavra barroco passou a ser usada para descrever qualquer coisa
irregular, bizarra ou que, de outro modo, se afastasse das regras e proporções
estabelecidas. Surgiu de uma ideia contorcida que passou a denotar qualquer processo
involutivo de pensamento. Outra fonte possível é a comparação feita com a pérola
barroca,  usada para descrever uma pérola irregular ou de forma imperfeita, fazendo
uma depreciação.
Essa visão tendenciosa dos estilos de arte do século XVII foi realizada com poucas
modificações pelos críticos de Johann Winckelmann  a John Ruskin e Jacob
Burckharsdt, e até o final do século XIX o termo sempre carregava a implicação de
estranho, grotesco, exagerado e excessivamente decorado. Foi apenas com o estudo
pioneiro de Heinrich Wölfflin em Renaissance und Barock de 1888, que o termo
barroco foi usado como uma designação estilística e não como um termo de abuso
velado.
O trabalho que distingue o período barroco é estilisticamente complexo, até mesmo
contraditório. Em geral, entretanto, o desejo de evocar estados emocionais apelando
para os sentidos, muitas vezes de maneira dramática, está por trás de suas
manifestações. Algumas das qualidades mais frequentemente associadas ao barroco são
a grandeza, a riqueza sensual, o drama, a vitalidade, o movimento, a tensão, a
exuberância emocional e a tendência a obscurecer as distinções entre as várias artes.
Os fatores mais importantes durante a era barroca foram a Reforma e a Contra-Reforma,
com o desenvolvimento do estilo barroco considerado estreitamente ligado à Igreja
Católica. A popularidade do estilo foi de fato encorajada pela Igreja Católica, que havia
decidido no Concílio de Trento que as artes deveriam comunicar temas religiosos e
dirigir o envolvimento emocional em resposta à Reforma Protestante. A arte barroca
manifestou-se de forma diferente em vários países europeus devido aos seus climas
políticos e culturais únicos.
O estilo barroco é caracterizado por movimentos exagerados e detalhes claros usados
para produzir drama, exuberância e grandeza em escultura, pintura, arquitetura,
literatura, dança e música. A iconografia barroca era direta, óbvia e dramática,
pretendendo apelo sobretudo aos sentidos e às emoções.
 
Pintura

Em geral, a pintura barroca era um reflexo das profundas mudanças políticas e


culturais que emergiam na Europa. Coincidiu, em termos gerais, com o século XVII,
embora em algumas áreas – principalmente na Alemanha – algumas de suas realizações
não tenham ocorrido até o século XVIII. Embora o termo envolvesse uma variedade
desconcertante de estilos, ele era tipicamente caracterizado por duas coisas: um senso de
grandeza (ou riqueza sensual), além de um conteúdo emocional manifesto. Foi através
desses dois elementos que os pintores barrocos procuraram evocar estados emocionais
no espectador, apelando aos sentidos, geralmente de maneiras dramáticas. Por que eles
atraíram os espectadores dessa maneira? Porque a vida na Europa do século XVII
tornou-se repentinamente uma competição entre duas forças poderosas.
O uso da técnica do chiaroscuro é uma característica bem conhecida da arte
barroca. Essa técnica se refere à interação entre a luz e a escuridão e é frequentemente
usada em pinturas de cenas pouco iluminadas para produzir uma atmosfera dramática de
alto contraste. Caravaggio  é considerado o precursor do movimento e é conhecido pelo
trabalho caracterizado pela dramatização na ação notória dos personagens em sua obra.
Luz: a característica principal da pintura barroca
Naturalmente, a pintura não estava confinada às paredes dos edifícios. Havia
também, e de fato especialmente, uma tradição de pintura em tela e, como na
arquitetura, as características das várias escolas nacionais diferiam amplamente. Eles
tinham uma preocupação em comum: o estudo da luz e seus efeitos. Apesar das grandes
divergências entre as obras de vários artistas do período barroco – divergências tão
grandes que muitos críticos de arte não estão preparados para designar suas obras por
um único adjetivo comum – o uso temático da luz e da sombra na construção de
qualquer obra significativa foi , em maior ou menor grau, comum a todos, na medida em
que é a característica principal e o motivo pictórico unificador da época.

Principais pintores: 
Peter Paul Rubens, Diego Velázquez, Johannes Veermer e Rembrandt van Rijn

O Julgamento de Páris. Peter Paul Rubens. 1636 – Museu do Prado, Madri (Espanha)
 
2. Diego Velázquez – Clique aqui  e saiba mais sobre “As Meninas”

As Meninas. Diego Velázquez. 1656 Óleo sobre tela: 3,18 x 2,76 mts Museu do Prado.
Madrid Espanha
 
3. Johannes Veermer – Clique aqui e saiba mais sobre Moça com Brinco de Pérola

MOÇA COM BRINCO DE PÉROLA – 1665 Óleo sobre Tela – (46,5 x 40 cm)
-Localização – Mauritshuis, Haia
 
4- A Ronda Noturna

A Ronda Noturna. Rembrandt. 1642 – Óleo sobre tela (380 × 454cm) – Localização:
Rijksmuseum, Amsterdan
 
ESCULTURA

Os escultores que ocupavam o primeiro lugar em destaque, foram empregados


com intensidade sem precedentes, pois, apesar da importância da arquitetura, a escultura
era a forma de arte cristã mais característica da era barroca e certamente a mais
difundida. Não só conseguiu, ao contrário de arquitetura e pintura, na criação de um
idioma artístico amplamente comum a toda  Europa, mas afetou o surgimento de quase
todos os artefatos artísticos produzidos durante esse período. Em resumo, a primeira
característica reconhecível da escultura barroca é sua onipresença.
A escultura barroca tradicional normalmente tinha duas características marcantes. Em
primeiro lugar, foi tecnicamente perfeita. A habilidade dos escultores
barrocos constituía um verdadeiro virtuosismo, por exemplo, tornando a aparência da
pele humana de acordo como se o personagem era homem ou mulher, velho ou
jovem. Cachos, panejamento dos tecidos, emprego de uso de tecidos diferentes, como lã
e seda, a textura da armadura – tudo foi precisamente e perfeitamente detalhado. Tal era
o domínio dos escultores sobre o seu material que em estátuas esculpidas em mármore é
impossível deduzir ou imaginar a forma original do bloco. Certa
vez Michelangelo sintetizando os ideais da escultura renascentista italiana, dissera que
uma estátua deveria dar a impressão de poder rolar de cima para baixo de uma colina
sem ser ferida. Nada disso poderia ter sido dito das esculturas barrocas. Eles tinham o
que poderia ser chamado de objetivo fotográfico – perpetuar um movimento e uma
expressão. Isso envolve o uso de desenho livre e solto, e também de estruturas para a
forma humana muito mais delgadas do que aquelas consideradas desejáveis pelos
escultores da Renascença.
Principal escultor: Gian Lorenzo Bernini 

O Êxtase de Santa Teresa. Bernini. 1647


 
Arquitetura

No estilo barroco da arquitetura, a ênfase foi colocada em espaços ousados,


cúpulas e grandes massas. Ela fez uso de escultura decorativa em três formas típicas. O
primeiro foi na forma de uma linha horizontal de estátuas ou outras esculturas para
completar o topo de um edifício. Novamente, esta não foi uma invenção barroca, mas
foi no período barroco que se tornou uma característica estilística convencional, um
método sistemático. Deriva do costume que se tornou moda no século XVII de superar
um edifício por um ‘sótão’. Com efeito, era um parapeito baixo que ocultava os lados
inclinados de um telhado, o que dava ao prédio visto de baixo a aparência de terminar
em uma linha horizontal. Este recurso veio a ser quase sempre decorado com uma fileira
de estátuas regularmente colocadas e se destacando contra o céu.
Um exemplo notável do estilo barroco de arquitetura, encontramos no Palácio de
Versalles:
Localização: Place d’Armes, 78000 Versailles, Paris (França)
Ano: 1634
Área de extensão: 8,2 km²
Principais arquitetos: André Le Nôtre, Louis Le Vau, Jules Hardouin-Mansart

Palácio de Versalles (Paris)


Palácio de Versalles (Paris)
 
O BARROCO NO BRASIL

O estilo barroco  foi introduzido no Brasil, no início do século XVII por


missionários católicos, especialmente jesuítas, que trouxeram o novo estilo como um
instrumento de doutrinação cristã.
O barroco no Brasil foi o estilo artístico dominante durante a maior parte do período
colonial, encontrando um terreno receptivo para uma rica floração.  Durante todo esse
período,  houve uma associação íntima entre a Igreja e o Estado, mas, como na colônia,
não houve corte que servisse de patrono, pois as elites não se deram ao trabalho de
construir palácios ou patrocinar as artes profanas até o final do período. , e como a
religião exerceu enorme influência na vida cotidiana de todos, desse conjunto de fatores
deriva que a grande maioria do legado barroco brasileiro está na arte sacra: estatuária.
No Brasil, as características mais típicas do barroco, geralmente descritas como estilo
dinâmico, narrativo, ornamental, dramático, cultivando os contrastes e uma plasticidade
sedutora, transmitem um conteúdo programático articulado com refinamentos de
retórica e grande pragmatismo. A arte barroca era uma arte essencialmente funcional,
indo muito bem para os fins a que se destinava: além de sua função puramente
decorativa, facilitou a absorção da doutrina católica e dos costumes tradicionais pelos
neófitos, sendo um instrumento pedagógico e catequético eficiente. Logo os índios
pacificados mais habilidosos, e depois os negros importados como escravos, expostos
massivamente à cultura portuguesa, de meros espectadores de suas expressões artísticas
passaram a agentes produtores, sendo responsáveis, principalmente os negros, por
grande parte do barroco produzido em o país.
Os principais artistas que se destacaram foram para Antônio Francisco Lisboa,
o  Aleijadinho e Mestre Ataíde. A arquitetura barroca floresceu notavelmente nos
estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás e no Rio de Janeiro.
Um exemplo que une escultura e arquitetura, encontramos na Cidade de Congonhas do
Campo. A obra de Aleijadinho Os Doze Profetas recepciona os visitantes no Santuário
do Bom Jesus de Matosinhos, em Minas Gerais.

Os Doze Profetas. Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho) – Esculturas em pedra-


sabão. 1794 a 1804, Congonhas (MG), Brasil
 
Com o desenvolvimento da Arte Acadêmica a partir das primeiras décadas do século
XVIII, a tradição barroca, que tinha uma história de força maciça no Brasil e era
considerada o estilo nacional de excelência, gradualmente caiu em desuso, mas seus
vestígios foram encontrados em vários formas de arte até os primeiros anos do século
XX.
O Barroco na Música (1600-1750)
 

O barroco foi uma tendência


artística que se desenvolveu primeiramente
nas artes plásticas e depois se manifestou na
literatura, no teatro e na música. A palavra
“barroco” significa “pérola irregular” ou
“pérola deformada” representando de forma
pejorativa a idéia de irregularidade. De início,
era usada pra designar o estilo da arquitetura e
da arte do século XVII, que se caracterizava
pelo estilo rebuscado e pelo emprego
excessivo de ornamentos. Na música, o termo
é indicado para designar o período que vai do
aparecimento da ópera (“Orfeo”, de
Monteverdi, 1607) e do oratório até a morte
de J.S. Bach (1750).
É considerada uma das épocas musicais mais longas, fecundas, revolucionárias e
importantes de música ocidental, e provavelmente, também, a mais influente.
O período Barroco teve início na Itália e seus precursores foram Giovanni Gabrieli e
Claudio Monteverdi. O movimento se espalharia para a Alemanha, com Heinrich
Schütz e França com Jean-Philippe Rameau. Outras figuras representativas do Barroco,
na Europa continental foram Jean-Baptiste Lully, Giacomo Carissimi e Arcangelo
Corelli.
A partir do século XVII, o sistema de modos perde cade vez mais importância sendo
abandonado gradativamente pelos compositores que passam com mais freqüência a se
utilizar de bemois e sustenidos, causando a perda de identidade dos modos que acabam
ficando reduzidos a apenas dois: jônio e eólio. A partir daí, passa a se desenvolver o
sistema tonal maior-menor que será a base da harmonia nos próximos dois séculos que
se sucedem. Na realidade, trata-se justamente do aproveitamento desses dois modos: o
modo jônio (modo “maior”) e o modo eólio (modo “menor”).
Características principais do Barroco
Entre as características mais importantes do período estão o uso do baixo contínuo, do
contraponto e da harmonia tonal, em oposição aos modos gregorianos até então vigente.
De início, ocorre a retomada de tessituras mais leves e homofônicas, com a melodia
apoiada em acordes simples. As tessituras polifônicas entretanto logo retornam.
Segundo Carpeux (2001), esse inicial retorno à simplicidade traz em si algo
aparentemente paradoxal.
“Pensando nas artes plásticas e na literatura do Barroco, podemos esperar de sua
música as mais ricas complexidades polifônicas e a expressão de uma religiosidade
mística. Mas então os fatos nos decepcionam totalmente. O gênero predominante do
século XVII não tem nada que ver com religiosidade mística: é a ópera. E em vez das
complicações polifônicas, espera-nos canto do solista, a homofonia, a ária.”
Entretanto, o embate que a princípio nos parece natural entre arte renascentista e a arte
barroca não era visto da mesma forma entre os músicos do século XVII, visto que tanto
os renascentistas quanto os barrocos tinham como objetivo resgatar a arte da
antiguidade. Assim, para eles o estilo barroco não foi sentido, a princípio, como uma
reviravolta revolucionária, mas antes como um progresso em relação aos objetivos não
plenamente alcançados na Renascença. Dessa forma, o uso do canto homofônico surge
como um recurso para dar mais expressão aos sentimentos, resgatando a dramaticidade
da tragédia grega.
Porém, a nova monodia, com sua guinada em direção a uma melodia construída à base
de acordes simples, foi considerada extremamente revolucionária e rotulada
como stile moderno. Contudo, boa parcela das obras dessa época – sobretudo as
composições sacras – ainda eram escritas ao estilo contrapontístico, agora designado
como stilo antico. Alguns compositores, inclusive Monteverdi, usaram ambos.
Durante o século XVII, surgiram também novas formas musicais como a ópera, o
oratório, a fuga, a suíte, a sonata e o concerto.
As principais formas empregadas são binária, ternária (ária da capo), rondó, variações
(incluindo o baixo ostinato, a chacona e a  passacaglia), ritornello e fuga. Quanto aos
tipo de música os mais freqüentes são coral, recitativo e ária, ópera, oratório e cantata,
abertura italiana, abertura francesa, tocata, prelúdio coral, suíte de danças, sonata de
câmara, sonata de chiesa, concerto grosso e concerto solo.
Freqüentemente, a música é
exuberante com ritmos
enérgicos. Quanto às melodias
estas são tecidas em linhas
extensas e fluentes, com
muitos ornamentos (trinados,
apojaturas, arpejos,
mordentes, etc). Durante a
época barroca, a improvisação
era muito comum, muitos dos
ornamentos nem sequer constavam nas partituras e sim eram criados de forma
improvisada durante a execução. A arte da ornamentação era então, uma prática musical
amplamente difundida e, por isso, a maioria dos compositores esperava que o intérprete
ornamentasse suas obras. Freqüentemente, até mesmo anotavam apenas uma estrutura
harmônica, que só com a arte da ornamentação poderia se transformar em um todo
sonoro acabado.
Também são característicos os contrastes de timbres instrumentais (principalmente nos
concertos), de poucos instrumentos contra muitos, e de sonoridades fortes com suaves (a
dinâmica de patamares, por vezes efeitos de eco). Assim, uma das características fortes
do período é o contraste.
Nesse período a instrumentação atinge sua primeira maturidade e grande florescimento.
Pela primeira vez surgem gêneros musicais puramente instrumentais, como a suíte e o
concerto. Nesta época, surge também o virtuosismo, que explora ao máximo o
instrumento musical.
Johann Sebastian Bach e Dietrich Buxtehude foram os maiores virtuoses do órgão. Jean
Philipe Rameau, Domenico Scarlatti e François Couperin eram virtuoses do cravo.
Antonio Vivaldi e Arcangelo Corelli eram virtuoses no violino.
Isso ocorre graças a uma evolução no que diz respeito à fabricação dos instrumentos. É
o caso, por exemplo, do violino, principalmente à partir do final do século XVII quando
surge a mitológica Escola de Cremona.
Nesta cidade italiana desenvolveu-se, no período,
uma verdadeira indústria artesanal de instrumentos
de arcos, com ênfase especial no violino. A
primeira oficina dos célebres Amati trouxe
importantes mudanças ao instrumento, tornando-o
não só mais belo, mas, principalmente, alcançando
um timbre mais forte e poderoso. Assim, o
cavalete do instrumento tornou-se mais alto, e o
ponto ou espelho foi alongado; passou-se a usar
cordas mais longas e esticadas. Além de Amati,
pertenceu a escola de Cremona o célebre Antonio
Stradivarius (1644-1737), cujo sobrenome é quase
um sinônimo de violino.
Stradivarius (Stradivari) fez um violino mais comprido, reforçou o corpo e alargou os
“ff” (abertura de som), enriquecendo assim ainda mais o timbre. Além dele é importante
também destacar o nome do artesão Giuseppe Antonio Guarniere (1687-1745).
A família do violino veio a substituir gradualmente
a das violas, e a orquestra foi gradualmente
tomando forma, com as cordas constituindo uma
seção de peso em sua organização, embora as outras
seções não estivessem ainda padronizadas.
O barroco foi a época de máximo desenvolvimento
de instrumentos como o cravo e o órgão, mas
também surgiram várias peças para grupos
pequenos de instrumentos, que iam de três até nove
instrumentistas, a chamada música de câmara.
Um traço constante nas orquestras barrocas era o
emprego do órgão ou cravo contínuo, preenchendo a
harmonia, enriquecendo a tessitura e, de fato mantendo a unidade da orquestra.
 
 
 
O BARROCO NA ITÁLIA

A história do Barroco confunde-se com a História


italiana dos séculos XV a XVIII. A conturbada
História italiana mostra, simplificadamente, a eterna
disputa dos grandes e pequenos reinos do norte entre
eles mesmos e a França, Espanha, Suíça, Hungria,
Áustria e Alemanha, não se dando tempo para criar
cultura própria, exceto nos intervalos guerreiros.
Mostra a anarquia e a corrupção dos Estados Papais e
a permanente gangorra entre a estável República de
Veneza e o Reino das Duas Sicílias, balançando sobre
a riqueza da Toscana. Aí sim, repousa o poderio
artístico italiano, principalmente sobre a cidade de Florença, que tinha o lírio como
emblema e a flor (ou florim) de ouro como moeda, a mais valiosa e usada nas
transações internacionais na época.
Desde o Renascimento que, sob a influência dos Medici, Florença esteve na vanguarda
das artes. Ghiberti e Gozzoli e as suas famosas “Portas do Batistério”, Michelangelo,
Donatello, Giotto, Fra Filippo Lippi, Pisano, Botticelli, Verrocchio, Pollaiuolo,
Ghirlandaio, Leonardo da Vinci, Andrea del Sarto, Maquiavel, Savonarola, Benvenuto
Cellini, Nicolaus Copérnico, Galileu Galilei e Torricelli trabalharam em Florença, cujo
poder de atração da melhor parte da intelectualidade foi marcante. Isto continuou
durante o século XVIII com o acolhimento dos músicos, naturais e estrangeiros, como
Händel, Cristofori, Alessandro Scarlatti e seu filho Domenico, Frescobaldi, Veracini e
Lully.
A predominância vocal da música barroca italiana recomendou o uso acessório de
violinos, cravos e órgãos portáteis. Os violones, por exemplo, só apareceram lá por 1650
e somente em Veneza, por causa do intenso intercâmbio com a Alemanha. Eram
também usados correntemente o clarinete, o chalumeau e a viole all’inglese. O oboé e a
flauta transversal só foram adotadas no último estágio barroco.
A produção musical na Itália foi tão abundante no barroco que sufocou todas as
iniciativas estrangeiras. Ainda no período clássico este predomínio tenha permanecido,
ao menos no campo da ópera.
Os florentinos tinham inventado a ópera para aperfeiçoar a arte dramática. Em vez
disso, surgiu um gênero que os franceses e os italianos passaram a denominar de “arte
lírica”.

Na Itália, o nome mais destacado foi Antonio


Vivaldi (1678-1741), autor de numerosos
concertos, óperas e oratórios. A ele é atribuída a
composição da série de concertos “As Quatro
Estações”, provavelmente a mais difundida de todas
as peças desse período. Foi o responsável por
estabelecer definitivamente a forma do concerto,
que continua a ser composta até os dias atuais.
Embora fosse um sacerdote deu os passos
definitivos para a música instrumental profana,
seguindo por um caminho que levou até à arte de
Bach, que o teria ouvido quando Vivaldi viajou até Dresden para apresentar-se como
violinista.
Claudio Monteverdi (1567-1643) foi considerado o “pai da ópera”. A ele é atribuído o
mérito de ter introduzido e popularizado o gênero, que já vinha sendo desenvolvido
desde Jacopo Peri, com as obras “Dafne” e “Euridice”.
Monteverdi também é o autor da ópera mais antiga ainda hoje representada: “Orfeo e
Euridice”.
Monteverdi foi maestro da corte de Mântua e regente do coro da basílica de San Marco,
em Veneza. Introduziu na música sacra os modos e meios de expressão da ópera.
Outros compositores do barroco italiano foram Arcangelo Corelli (1653-1713)
e Domenico Scarlatti (1685-1757) – este último, o maior expoente da música para
cravo desse período.

Barroco Francês

A tradição musical do barroco francês deu-se principalmente com Jean-Baptiste


Lully (1632-1687), que introduziu a ópera francesa. Na verdade Lully era florentino,
sendo seu verdadeiro nome Giovanni Battista Lulli.
O nome de Jean-Philippe Rameau (1683-1764) também merece destaque. Rameau
desenvolveu importantes obras para cravo. Outro compositor importante do período
foi François Couperin (1668-1773), autor de peças musicais sacras.

Barroco Alemão

O barroco alemão iniciou-se com Heinrich Schüetz (1585-1672), considerado o “pai da


música alemã”. A influência veneziana de Gabrielle e Monteverdi são marcantes na
obra de Schüetz. Entretanto, sua música é caracterizada pela fervorosa religiosidade
luterana alemã. Sua obra “Daphne” é considerada a primeira ópera alemã. Durante o
período em que foi regente em Dresden compôs as três coleções de “Symphoniae
sacrae” (1629, 1647, 1650) que possuem a forte expressividade da melodia cantada, de
acordo com o modelo dos venezianos, sem contudo desviar-se para o terreno da ópera,
sempre guardando a dignidade dos textos bíblicos.
Johann Hermann Schein (1586-1630), Samuel Scheidt (1587-1654) e Michael
Praetorius (1571-1621), contemporâneos de Heinrich Schüetz (1585-1672), também
são bastante notáveis nessa época.

Na primeira metade do século XVIII, destacaram-


se Johann Sebastian Bach (1685-1750), Georg
Friedrich Händel (1685-1759) e Georg Phillip
Telemann, seguidos por Johann Pachelbel, Johann Jakob
Froberger e Georg Muffat.
Diz-se que Johann Sebastian Bach foi o maior
compositor do barroco alemão (e um dos mais
importantes da história da música). Por ter esgotado
todas as possibilidades da música barroca, sua morte é
considerada como o ponto final do Período Barroco,
apesar de que não é possível definir o fim do predomínio de um estilo musical de forma
tão precisa.
No início de sua carreira de compositor, o talento de Bach era dirigido a música para
órgão e coral. Apenas quando se tornou diretor de música da corte do príncipe Leopold
é que começou a escrever música instrumental. Bach transformou o solo em uma parte
bem mais importante do que anteriormente, usando a orquestra muitas vezes mais como
acompanhamento.

Barroco Inglês
Durante grande parte do século XVII a música inglesa continuou ligada ao período
Renascentista. Ao final da era Elizabetana, nomes como Gibbons e Byrd deram início a
uma nova tradição instrumental que foi seguida por Lawes e Purcell, cujos trios sonatas
e fantasias para violas demonstram uma destacada originalidade acoplada a uma técnica
de excepcional qualidade.
A grande genialidade da música inglesa barroca vai encontrar sua característica e
grandeza no gênero vocal, seja no repertório sacro – hinos anglicanos e oratórios – ou
no terreno da musica teatral, a semi-opera, tão bem ilustrada por Purcell em “The Fairy
Queen”.
Mas a ópera inglesa, depois de um promissor começo com Blow – “Venus and Adonis”
– e Purcell, teve que render-se ao estilo italiano implantado por Händel.

Georg Friedrich Händel (1685-1759) nasceu e


formou-se na Alemanha, mas viveu e morreu na
Inglaterra, também viajou para a Itália, em 1707,
quando apresentou-se como virtuose no órgão. Chegou
a fundar uma casa de ópera na Inglaterra, entretanto,
teve que enfrentar as disputas com adversários
italianos e aplacar os maus gênios de primas-
donnas e castratti, que disputavam a atenção nos
palcos e fora deles.
Recebe na Inglaterra, a missão de criar um teatro real
de ópera, que seria conhecido também como a Royal Academy of Music. Foram escritas
14 óperas para essa entre 1720 e 1728, o que conferiu grande fama a ele em toda a
Europa. De 1740 em diante, Händel passa a se dedicar mais à composição de oratórios,
dentre os quais “O Messias” e “Judas Macabeu”.
Sua ópera apresenta influência do estilo italiano, já seus coros, marchas e danças trazem
influência da ópera francesa de Lully.

Formas Musicais

A ópera
Em florença, na Itália, durante o final do século XVI,
um grupo de escritores e músicos deram a si próprios o
nome de Cammerata. Chegaram a conclusão que o
elaborado tecido contrapontístico da música de canto
obscurecia o sentido das palavras, deixando assim de
exprimir adequadamente o plano afetivo das emoções
que caberia justamente a palavra.
Assim, começaram a estabelecer um estilo mais simples, que chamaram monodia, por
ter uma única linha vocal, sustentada por uma linha de baixo instrumental sobre a qual
eram construídos os acordes. À princípio, a música escrita no estilo monódico foi
chamada de La Nuove Musiche (A nova música).
Em 1597, essas novas idéias foram aplicadas a todo um drama musical. A obra “Dafne”
que pode ser considerada de fato a primeira ópera. A música escrita por Jacopo Peri
infelizmente se perdeu, e restaram dela apenas alguns fragmentos. Outras óperas foram
aparecendo, e a idéia se tornou cada vez mais popular. As primeiras incluíam pequenos
coros, danças e peças instrumentais, com uma tessitura simples, a cargo de uma pequena
“orquestra”. Entretanto, os longos trechos de recitativos soavam monótonos.
O “Orfeo” de Monteverdi, composto em 1607, é de fato, a primeira grande ópera, com
uma música que realmente acentua o impacto dramático da história. Usando intervalos
cromáticos e espaçados na parte do canto, enquanto o acompanhamento fornece
inesperadas harmonias, incluindo dissonâncias.
Mais tarde, no século XVII, os compositores continuaram a usar o recitativo, embora
passem a utilizar com mais freqüência as árias. A orquestra também tinha suas peças
para tocar durante a ópera. Também havia a presença de coros. Enquanto os recitativos
tiravam o seu ritmo do discurso, as árias e coros freqüentemente usavam os da dança.
Na inglaterra, o gênero demorou a ser adotado. A única ópera inglesa do século XVII é
“Dido e Enéias” de Henry Purcell.

Abertura Italiana

Abertura dividida em três partes: rápida-lenta-rápida

Abertura Francesa

Estilo usado por Lully e Rameau, compunha-se de um início lento e majestoso de ritmo
incisivo e pontuado, levando a uma seção mais rápida, com o emprego da imitação. A
isso, seguia-se uma ou mais danças (o ballet), ou talvez a repetição lenta da seção
inicial.
A ária da capo
Presente na obra de Scarlatti, compunha-se de uma forma ternária (ABA), mas na qual
não se escreviam as duas primeiras seções. Ao final de cada seção “B”, o compositor
escrevia da capo (ou simplesmente “D.C”), significando “a partir do começo”. Na
repetição da primeira parte, esperava-se que o cantor ou cantora desse sua contribuição
pessoal, introduzindo ornamentos.
Oratório
Nascido mais ou menos a mesma época que a ópera, o oratório é outra importante forma
de música vocal. O nome vem do Oratório de São Filipe de Néri, em Roma, onde foram
apresentadas as primeiras composições desse tipo.
No início, os oratórios eram muito similares às óperas, compondo-se de recitativos,
árias e coros. A diferença principal é que os oratórios baseavam-se em histórias sacras
tiradas da Bíblia. Com o decorrer do tempo, os oratórios deixaram de ser representados
teatralmente como as óperas e passaram a ser apenas apresentações musicais,
preferencialmente realizadas em igrejas e salas de concerto.
Cantata
São obras para solistas e coro, acompanhados por orquestra e contínuo, lembrando um
oratório em miniatura. Freqüentemente as cantatas de Bach começam com um coro
pesado, prosseguem com recitativos, árias e duetos para solistas, e terminam com um
coral sóbrio em estilo luterano.
Fuga
Durante o período barroco, a música
instrumental passa a ter, pela primeira vez, a
mesma importância que a música vocal. Os
compositores ainda usavam formas
populares na Renascença como a canzona,
o ricercar, a tocata, a fantasia e as
variações. A estas vieram somar outras
formas e concepções novas como a fuga, o
prelúdio coral, a suíte, a sonata e o concerto.
A fuga é uma peça contrapontística que se
fundamenta essencialmente na técnica da
imitação. Geralmente é escrita em três ou
quatro partes, chamadas vozes (não
importando se a peça é instrumental ou
vocal). Estas são referidas como soprano,
alto, tenor e baixo.
A estrutura da fuga é um tanto complexa, mas basicamente traz a seguinte idéia: toda a
peça se desenvolve a partir de uma melodia razoavelmente curta, mas de acentuado
caráter musical. A essa melodia se dá o nome de tema (no sentido de tema de
discussão). Este aparece pela primeira vez em uma só voz. Depois é imitado pelas
outras vozes, cada qual de uma vez e em sua altura adequada.
Durante toda a fuga, o tema aparece em novas tonalidades. Essas entradas são separadas
por seções denominadas episódios. O compositor tanto pode fundamentar o episódio em
uma idéia tirada do próprio tema, como valer-se de novos motivos musicais.
A palavra fuga dá idéia de vozes escapando ou se perseguindo, a cada vez que entram
com o tema. Às vezes, um compositor pode escrever uma peça ao estilo de fuga sem
contudo compor uma fuga completa.
Bach escreveu magníficas fugas para órgão, para cravo e clavicórdio.

Suíte
Os compositores da Renascença algumas vezes ligavam uma dança a outra (por
exemplo, a pavana e a galharda). Os compositores barrocos ampliaram essa concepção,
chegando a forma da suíte: um grupo de peças para um ou mais instrumentos. Houve
muitas suítes escritas para cravo, e o esquema mais comum acabou abrangendo uma
série de quatro danças de diferentes países: uma allemande, no compasso 4/4, em ritmo
moderado; uma courante francesa, no compasso 6/4 ou 3/2, moderadamente rápida; ou
uma courante italiana, em 3/4 ou 3/8, bem mais rápida; uma sarabanda espanhola, em
vagaroso compasso ternário, quase sempre com os segundos tempos acentuados; uma
alegre giga, geralmente em tempos compostos (6/8). Entretanto, antes ou depois da giga
poderia introduzir-se uma ou mais danças, como o minueto, a bourrée, a gavota ou
o passe-pied. E algumas vezes a suíte poderia começar com um prelúdio (ou peça de
abertura).
Todas as peças da suíte possuem a mesma tonalidade e estão na forma binária: duas
seções, “A” e “B”, normalmente repetindo-se. Entretanto, alguns compositores
franceses, como Couperin, gostavam de incluir em suas suítes peças na forma rondó, em
que um tema principal se alterna com episódios contrastantes (ABACA…).
A suíte às vezes é conhecida por outros nomes. Purcell chamava as suas de “lições”,
Couperin de “ordem”, e Bach algumas vezes usou o termo “partita”.

Sonatas
A palavra sonata vem do latim sonare, que significa “soar”; por conseguinte, é uma
peça para ser tocada (em oposição à cantata, música para ser cantada). Boa parcela das
sonatas barrocas foi composta para dois violinos e contínuo (um violoncelo e um cravo
por exemplo).
Os compositores às chamavam trio-sonatas; referindo-se às três linhas de música
realmente impressas (os dois violinos e o baixo cifrado), embora de fato fossem
necessários quatro executantes.
Às vezes um dos violinos, ou ambos, eram substituídos por flautas ou óboes, e há
sonatas que foram escritas para um só instrumento melódico, ao lado de um contínuo.
A sonata barroca poderia ser de duas espécies: a sonata de câmara, destinada a pequenas
salas, e a de chiesa (de igreja), na qual os instrumentos contínuos provavelmente eram o
órgão e, talvez, o fagote.
Os dois tipos normalmente constituíam em quatro movimentos, quase sempre na mesma
tonalidade, mas com andamentos contrastantes (lento-rápido-lento-rápido). Em geral, os
movimentos tinham a forma binária. A sonata de câmara era praticamente uma suíte e,
como tal, incluía danças. Já a de igreja tinha caráter mais sério, com os movimentos
mais rápidos muitas vezes escritos em estilo de fuga.

Concerto Grosso

Uma das formas mais interessantes da música barroca é o concerto, palavra que tanto
pode ter vindo do italiano no sentido de “consonância”, quanto do significado original
latino que significa “disputa”. A idéia do concerto remonta a Renascença, sua semente
está nas peças policorais escritas por compositores como Gabrielli. As idéias de
oposição e contraste acentuado levaram à concepção do concerto grosso barroco. Neste,
os compositores opunham dois grupos instrumentais: um pequeno grupo de solistas
chamado concertino (em geral constituídos por dois violinos e um violoncelo), contra
uma orquestra de cordas conhecida por ripieno (pleno) ou tutti (todos os instrumentos
juntos).
O cravo ou órgão contínuo era, também, usado para enriquecer a tessitura do ripieno,
além de fornecer as harmonias de apoio para os instrumentos do concertino quando
estes executavam as suas partes.

Concerto solo
Do concerto grosso nasceu o concerto solo, no qual um único instrumento é lançado
contra a massa de uma orquestra de cordas.
Essa idéia de oposição, com o decorrer dos anos, fortaleceu-se ainda mais, e o
compositor freqüentemente fornecia ao solista algumas passagens difíceis e expressivas.
Quase sempre os concertos solo eram compostos de três movimentos (rápido-lento-
rápido). Os dois movimentos rápidos apresentam-se na forma ritornello. Essa palavra
quer dizer retorno e, no caso refere-se ao tema principal, que era tocado pela orquestra
no princípio do movimento, voltando depois mais ou menos completo, após as partes de
solo, tocadas com pequeno apoio orquestral.
Os compositores marcavam as seções de ritornello com a palavra tutti (todos), de modo
que o esquema básico na forma de ritornello seria:  tutti1-solo1-tutti2-solo2-tutti3-solo3.

Biografia de Johann Sebastian Bach

Considerado um dos mais importantes artistas da história da música, Johann


Sebastian Bach (1685-1750) foi um músico, compositor e organista alemão.
Bach faz parte da tríade dos maiores músicos eruditos ao lado de Beethoven e Mozart.
Johann Sebastian Bach nasceu em Eisenach, Alemanha, no dia 21 de março de 1685.
Filho de um professor de violino e viola, enquanto frequentava a escola, Johann
Sebastian tinha lições dos respectivos instrumentos com o pai, além de classes de teoria
musical.
Luterano de formação, Johann Sebastian ficou órfão de mãe aos nove anos e de pai aos
dez. Sem outra alternativa, foi morar com o irmão mais velho, Johann Christoph,
organista da Igreja de São Miguel, em Ohrdruf. Com o auxílio do irmão, aprendeu a
tocar cravo e órgão.

A breve carreira como cantor


Em Ohrdruf, Bach conheceu vários compositores da moda. Estudou no Liceu, onde a
sua bela voz de soprano foi aproveitada para destacá-lo como solista nas apresentações
do coral.Com 15 anos, deixou Ohrdruf e seguiu para Lüneburg, onde passou a ganhar o
sustento como cantor do Mettenchor e do Chorus Symphoniacs.
Quando a mudança de voz interrompeu a sua carreira de cantor, Bach continuou a
manter-se com os instrumentos de corda.

Bach, músico e compositor


Com 18 anos, Johann Sebastian mudou-se para Weimar, onde aceitou um emprego
como violonista na corte de Johann Ernst, duque de Weimar. Nessa época, Bach já tinha
produzido o prelúdio para órgão “Cristo Jaz nos Braços da Morte”.
Ainda em 1703, foi nomeado para o cargo de organista da Igreja de São Bonifácio, na
vizinha cidade de Darmstadt.
Naquela época, Bach tocava órgão três vezes por semana e lecionava música aos jovens
do coro da igreja. Durante esse período produziu “Tocata e Fuga em Dó Maior”, para
cravo, “Fantasia e Fuga em Sol Menor”, para órgão, e o “Prelúdio e Fuga em Lá
Menor”, para órgão.
Em 1707, foi contratado para ser organista da Igreja de São Brás, em Mühlhausen, com
sólida tradição de importantes músicos.
Nessa ocasião, compôs “Das Profundezas Clamamos”. Compôs também “Deus é Meu
Rei”, cantata de n.º 7, inspirada no versículo do Antigo Testamento. Por ordem do
Conselho, teve a sua primeira cantata impressa. Acusado de forasteiro, pediu demissão.
Bach foi então convidado para ser organista e diretor da orquestra da corte do Príncipe
Wilhelm Ernst, de Weimar.
Em julho de 1708, junto com a esposa, que esperava o primeiro filho, partiu para a
cidade onde permaneceu durante nove anos.
Nessa época, compôs “Passacaglia e Fuga em Dó Menor”, “Coração e Boca, Ação e
Vida”, que inclui o famoso coral “Jesus e Alegria dos Desejos Humanos”, uma de suas
composições mais populares.
Em 1717, descontente com o Príncipe Wilhelm Ernst porque não fora nomeado mestre
de capela, pediu demissão e partiu com a esposa e os quatro filhos para Coethen,
contratado pelo príncipe Leopold como mestre de concertos.
Sentiu-se deslocado na calvinista Coethen, onde a austeridade do culto religioso
dispensava o elemento musical. Adaptou-se à música instrumental profana e
compôs “Concertos de Brandenburgo”, concertos para violino e várias sonatas.
Em 1722 concorreu para diretor da Escola de São Tomás em Leipzig com as
obras “Jesus Nomeia os Doze” e “A Paixão Segundo São João”. Bach conquistou a
vaga.
Apesar de lecionar para jovens e ter diversos atritos com o Conselho de Leipzig, não
parava de compor.
Em 1728, na Sexta Feira Santa, quando apresentou pela primeira vez a “Paixão Segundo
São Mateus”, o público reagiu com hostilidade.

As polêmicas
A personalidade difícil de Bach levou-o a sucessivos atritos com as autoridades
eclesiásticas, com os músicos da igreja e mesmo com os fiéis, por variações e
dissonâncias que introduzia em suas músicas.
Eram mudanças no andamento e na duração dos prelúdios de cantatas, ora lentos e
demorados, ora rapidíssimos e curtos, os quais desconcentravam os cantores e a
congregação. Além disso, criticavam a sua aspereza no trato com os integrantes do coro.
Em um episódio ocorrido em 1705, Bach pediu licença para ir a Lübeck para participar
dos concertos públicos nas festas da Igreja de Santa Maria, deixando no seu lugar o
primo Ernst Bach.
A ausência, que deveria durar quatro semanas, se estendeu por quatro meses. De volta a
Arnstadt, o compositor só foi perdoado em virtude do seu talento.
Pouco tempo depois, Bach contrariou o Conselho Comunal, levando ao palco do coro
(destinados apenas aos homens) a cantora Maria Barbara Bach, sua prima e futura
esposa.
Em outra ocasião, em 1717, contrariado por não ser nomeado mestre de capela, Bach
pediu demissão ao Príncipe Wilhelm Ernst, de Weimar, que recusou o pedido e
alegando “demasiada insistência” o levou para a prisão. Depois de um mês, o artista foi
libertado.
Vida Pessoal
No dia 17 de outubro de 1707, Bach casou-se com a sua prima Maria Barbara. O
casamento durou 13 anos, até o falecimento da esposa.
Juntos, Bach e Maria Barbara tiveram sete filhos. Três morreram quando ainda eram
bebês. Dos quatro que resistiram, dois se tornaram músicos profissionais como o pai
(Wilhelm Friedemann Bach e Carl Philipp Emanuel Bach).
Em 1720, faleceu Maria Barbara e, no ano seguinte, Bach casou-se com a soprano Anna
Magdalena Wilcken, então com vinte anos. A moça era dezesseis anos mais jovem que
o músico. O segundo casamento de Bach ocorreu no dia 3 de dezembro de 1721, em
Köthen.
O casal permaneceu junto por 28 anos (até o falecimento de Bach), e teve, no total, 13
filhos (sete morreram ainda jovens).
Desse casamento, por coincidência, também dois filhos tornaram-se músicos
profissionais (Johann Christoph Friedrich Bach e Johann Christian Bach).

Últimos anos de vida


A partir de 1740, Bach se afasta aos poucos da Escola. Em 1747, com 62 anos, se sentia
pesado e andava lentamente.
Em uma viagem a Potsdam, foi conduzido pelo rei Frederico II ao salão onde se
realizava um concerto e foi respeitosamente acolhido pelos nobres. Foi levado para ver
um instrumento inventado pelo italiano Bartolomeo Cristofori.
Bach sentou-se diante do piano e dedilhou o teclado. Em seguida, tomou lugar diante de
um velho cravo e improvisou sobre os temas sugeridos pelo rei. Ao terminar, sentiu pela
primeira vez o calor dos aplausos. Jamais soubera o significado do triunfo.
De volta a Leipzig, desenvolveu a obra “Oferenda Musical” e enviou a Frederico II. No
fim da vida, a revisão dos dezoito “Prelúdios de Coral para Órgão” lhe pesou como um
grande sacrifício.
A sua última obra “A Arte da Fuga”, foi produzida quando a sua visão já estava
debilitada. Aos 65 anos, Bach estava cego.
Johann Sebastian Bach faleceu em Leipzig, Alemanha, no dia 28 de julho de 1750.

O reconhecimento póstumo de Bach


A obra de Bach permaneceu na obscuridade até que, em 1829, o compositor Felix
Mendelssohn apresentou em Berlim a “Paixão Segundo São Matheus”, cuja partitura
descobrira por acaso.
Na segunda metade do século XIX foi criado o Bach Gesellschaft, um instituto
responsável por coletar toda a sua produção. Graças à esse trabalho, o mestre começou a
ser consagrado.

Fontes na Internet:

Wikipedia
Revista digital Adágio
https://arteeartistas.com.br/o-estilo-barroco/

BIBLIOGRAFIA
CANDÉ, Roland. História Universal da Música. São Paulo: Martins Fontes, 1994
CARPEAUX, Oto Maria. O Livro de Ouro da História da Música: da Idade Média ao
Século XX.

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