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Barroco

A arte barroca atingiu o seu apogeu no século XVII embora tenha mostrado
sinais do seu surgimento no século anterior. Nasceu em Itália com a construção
da Igreja de Jesus (1568-1580) em Roma e propagou-se pela Europa Ocidental e pela
América Latina surgindo variantes nacionais por onde o barroco se instalava
consoantes as condições sociopolíticas de cada país. No entanto, aquilo que se pode
considerar comum a todas elas eram, entre outras, a contraposição ao ideal clássico
que até aí predominava, o bizarro, o assimétrico, o naturalismo, a sentimentalidade,
até aí inexistentes.
Nos países católicos, transmite uma aproximação do religioso à sensibilidade
dos fieis.
A característica que distingue o período do barroco é a sua complexidade
estilística e contraditória. Algumas das qualidades são a grandiosidade, vitalidade,
exuberância emocional, que apela às sensações de uma forma frequentemente
dramática.
Era verificado em Portugal o predomínio de características ilusionistas através
da pintura e da escultura. Alguns azulejos conferem essa perceção de ilusão. Há
grande exuberância cromática, sintomática do desejo de renovação e de explosão
ornamental que se adivinha.
No século XVII, com o início do reinado de João V, a arte portuguesa aparentava
estar totalmente familiarizada com as influencias barrocas. Ao longo dos setecentos
verificou-se uma preferência pelo azul e branco em vez da policromia seiscentista, por
fatores de natureza estética e técnica. A talha dourada servia de ligação entre a arte
nacional e a arte barroca. O azulejo teve um papel preponderante da nacionalização
do espírito barroco, dinamizando os edifícios que estruturalmente apresentavam
soluções maneiristas. (ou estilo chão, +pesquisar)
Arquitetura

O barroco teve esta denominação pois tal, na peninsula ibérica era um tipo de
pérola irregular e bizarra, e na itália correspondia a uma conversa pedante e de
escasso valor argumentativo, refletindo assim o arbítrio, a falta de lógica, o exagero e o
contorcionismo do barroco. O mais certo é que nos lugares onde este se i talou focou
conhecido pelo disforme, absurdo e irregular.
Mais tarde, o critico Heinrich Wolffin deram a esta palavra um significado mais
objetivo, onde o que era barroco correspondia a determinadas características a
procura do movimento real ou sugerido, , a tentativ de sugerir o infinito, a importância
da luz, o gosto pelo teatral e, principalmente, a tendenci para não respeita os limites
das disciplinas misturando assim a arquitetura com a pintura e escultura.
Os típicos edifícios do barroco eram as igrejas e os palácios, entre as suas
variantes. Com estas construções veio também, as agora chamadas realizações
urbanísticas que inseriram as construções nas paisagens através d criação de grandes
jardins nas residências com uma certa importância.
A ligação da arquitetura à escultura veio alterar completamente o esquemas
das construções, abandonando assim o que era simples e analítico, opondo-se assim
aos ideais do Renascimento. As plantas passaram a ser complexas e cheias de
movimento, às vezes com um formato oval, paredes curvas e convexas, opondo-se
assim à simplicidade e aos ângulos retos do Renascimento. Um bom exemplo da
arquitetura barroca passa pelo italiano Francesco Castelli (1599) e pela Igreja de Santo
Ivo em La Sapienza com a sua escassez de ângulos retos e paredes direitas. Desta
forma o barroco ficou visto como revolucionário ao introduzir a ideia de movimento à
arte mais estática, a arquitetura.
Pintura
O principal manifesto da pintura no período barroco foi através da pintura a
óleo nas paredes dos edifícios com cenas amplas e movimentadas para que parecesse
que as paredes não existiam. Técnica já antes utilizada mas que voltou à moda durante
este período. Refletia a grandiosidade, teatralidase emovimento do barroco. Com a
junção da arquitetura com a pintura obteve-se as ppinturas de ilusão de otica, onde
dificulmente se percebia onde acabava a arquitetura e começava a pintura. Os temas
variavam entre eles as vidas dos santos, de heróis, personagens mitológicas,
arquiteturas triunfais projetadas em direção ao céu, anjos, movimento, muitas vezes
observado pela agitação das vestes pelo vento.
A pintura barroca não era só mural havendo também a pintura sobre tela. Nas
escolas o interesse de estudo comum era a luz. O contraste deluzes e sombras e a
atribuição de um foco artificial atribuíam às pinturas a teatralidade e dramacidade tão
características do barroco.
Esta forma de representar as luzes nas telas foi -nos dada por Caravaggio que
embora criticado, forneceu técnicas que tornaram a pintura violenta, dramática e
coerente com a época do barroco.
Será de destacar a pintura em perspetiva, sendo esta uma das tendências na
pintura barroca, usada maioritariamente nos tetos das igrejas e ppalácios contribuindo
para a ilusão de espaços infinitos com uma perícia técnica inconfundível. As figuras
eram inseridas, normalmente, nos lados das pinturas abrindo-se assim no centro uma
zona de céu. As pinturas eram elaboradas com grande rigor e era dada uma grande
exuberância física às personagens, que eram quase sempre inseridos em esquemas
rigorosos e dinâmicos. Serve de exemplo as obras de Pierre Paul Rubens, sanguíneas,
grandiosas, vigorosas e sensuais, sendo que este tinha um grande interesse pela
pintura do nú.
Eram também realizados retratos que foram aprimorados através do estudo
das luzes e sombras sendo utilizadas de uma forma tipicamente barroca. Permitia
assim aos artistas realçar os rostos dando assim destaque e expressividade aos
retratos. Não eram frequentes contrastes ásperos mas sim com uma continuidade e
gradação suave, causando contrapostos cromáticos, com anotações de coloração
simbólica.
Surgiu também nos Países Baixos um estilo de arte independente da arte
italiana que era produzida nos países católicos, sendo representadas naturezas-mortas
que geramente possuíam um simbolismo disfarçado. As naturezas-mortas que eram
vistas como acessório ganham importância e acabam por mostrar ao mundo a
abundancia dos Países Baixos neste período. Este estilo de pintura foi classificado
como o mais baixo na escala de valor de uma, mas tal não impediu grandes artistas
como Caravaggio ou Claesz se dedicassem ao género.
(inserir A cesta de frutos de Caravaggio)

Escultura
A escultura foi a arte mais difundida por todo o lado durante a época barroca.
Era uma linguagem comum a toda a Europa e podia ser dividida em duas categorias
sendo estas a escultura destinada a complementar ou a ornamentar a arquitetura e a
escultura propriamente dita. A escultura foi utilizada como aliada à arquitetura muitas
vezes como uma fila de estátuas para culminar numa construção que, embora não seja
novo, tornou-se quase indispensável no barroco. A escultura serviu também de
“acabamento” sendo usada para esconder ligações falhadas, por exemplo e também
para ornamentação geral do edifico, quer seja nas paredes ou nos jardins. Era usada
também para compor as colunas, as cariátides e os atlantes (figura feminina e figura
masculina, respetivamente) que apesar de ser de origem grega volta ao auge na época
do barroco.
Para além da sua aliança à arquitetura a época barroca continuou a produzir os
típicos elementos escultóricos como os túmulos, monumentos comemorativos, entre
outros. Os esquemas utilizados apresentavam frequentemente semelhanças a cenas
teatrais de grande valor dramático, como uma captação fotográfica do culminar de
uma determinada ação. O movimento era a característica mais importante na
escultura barroca. A figura apresentava um equilíbrio instável, como que no ponto alto
do movimento. Esta dramaticidade no movimento era também conseguida através das
panegamentos que aparecem agitados, amplos e descompostos pelo vento.
Em Portugal
O barroco desenvolveu-se em Portugal entre os finais do século XVI até meados
do século XVIII, devendo essas influências à ação de D. João V
A vida durante o barroco

Para além de um movimento estilista, o barroco passou também a ser visto como um
modo de pensar e de ver o mundo. A forma de ver a arte é intrinsecamente uma forma de ver
o mundo estando este em movimento constante a funcionar através do funcionamento de
partes autónomas que se harmonizam num todo. A arte está diretamente ligada ao contexto
na qual é produzida estando condicionada por fatores históricos, sociais, culturais e
económicos. A nível intelectual, a época nasceu a partir da revolução copernicana que alterou
a forma de ver o mundo visto que Nicolau Copernico concluiu que seria a Terra a girar à volta
do Sol e que a mesma não era o centro do universo nem estaria estática como era acreditado
até à altura. Inicialmente não foi bem aceite visto que o pensamento antigo era o que era
aceite pela Bíblia e pela Igreja. Esta nova descoberta revolucionou a forma de pensar pois o
Homem ganhou orgulho por apesar da sua pequenez ser capaz de decifrar o funcionamento do
mundo e de compreender a lei fundamental que rege o infinito no qual está inserido. Esta
visão do mundo refletiu-se regularmente na arte onde as obras eram compostar por
elementos individuais mas que organizadas num movimento remetem para o infinito.

Outros fatores determinantes que continuavam em ascensão eram o crescimento das


cidades e o desenvolvimento do comercio. O barroco é um mundo em constante movimento
altamente diversificado e autonomo onde o Homem deixa de nascer numa determinada
posição e passa a depender da sua astúcia para a alcançar enquanto a ciência se expande
indefinidamente.

Politicamente, a sociedade d época começou a testemunhar atividades como o debate


e a negociação são atividades quotidianas. Esta nova vivencia em sociedade faz com que seja
necessária a mestria da comunicação e do convencimento, traduzindo a procura destas
qualidades na arte.

A arte passou a ser uma forma de mostrar a ascenção da burguesia, usada também
pela igreja Católica como reação à reforma protestante, e a crise secular, que a usava na
tentativa de reafirmar o seu poder.

O século XVII e XVIII ficou marcado politicamente por uma submissão quase total do
povo à monarquia, tornando-os subservientes a um culto à personalidade do rei. O barroco
reveste o rei com um poder sobrenatural e controlo social e político total, embora tal não seja
um novo conceito da época, sendo praticado em variados períodos da história
Norte de Portugal
“… é um dos marcos importantes na história da arte barroca portuguesa”

Foi no Norte de Portugal, Porto, Braga, Viana do Castelo que podemos observar o
domínio de um barroco ao qual podemos chamar português. No norte podemos observar a
aplicação de efeitos cenográficos no interior e no exterior das construções religiosas e civis,
criando um sentimento de dramaticidade e entusiasmo a quem os visita. Este movimento
artístico foi trasido para Portugal pelo arquiteto João Antunes no final do século XVII que
ajudou na instalação do barroco pelas terras do Norte. Deixou inúmeras marcas pelo Norte
tendo como exemplo a Sé de Braga. Deu-se inicio, devido à falta de Bispo e Governo de
diocese, na cidade do Porto uma campanha de obras, ordenadas por D. Jerónimo de Távora e
Noronha certache que influenciaram toda a estrutura da cidade sob a influencia do barroco
italiano.
Azulejos portugueses influenciados pelo barroco
As palavras mas adequadas para nos referirmos à azulejaria barroca e, Portugal nos
últimos séculos seriam luz, brilho, fascínio e linguagem.

Quando se descreve Portugal, uma das primeiras características a pensar é a sua


riquíssima azulejaria por todo o país. Nos outros países a azulejaria era mais utilizada em
forma de decoração, mas em Portugal passou a ser aliada à arquitetura e pintura, servindo
como material de construção e também decoração. O azulejo acaba por ser assim um material
notável na arquitetura portuguesa.

Como afirmava Santos Simões “o que, porém, caracteriza o azulejo português e o


diferencia notavelmente dos congéneres originais é a sua intenção decorativa, o uso quase
ilimitado que dele se fez, integrando-o na própria arquitetura como se dela fizesse parte”

O azulejo sofreu alterações a partir da década de 1670 onde é notória a pintura em


tons de azul e branco influenciada pela porcelana chinesa, na influência da produção azulejar
holandesa e o abandono da composição de padrões para composições figurativas organizadas
em narrativas mais ou menos complexas.

O Ciclo dos Mestres é um período relevante na azulejaria portuguesa devido à


formação dos artistas contratados que também eram pintores a óleo para realizarem painéis
de azulejo e outras obras artísticas sobre este suporte cerâmico. Tal permitiu que a pintura em
azulejo atingisse um nível de qualidade e erudição único. pPodemos ressaltar nomes de
artistas singulares como Manuel dos Santos e António Pereira, que aproveitavam todas as
potencialidades da mancha e das transparências e da capacidade refletora do material.

Souberam assim renovar a azulejaria concebendo aos interiores azulejados uma


elevada qualidade pictórica e dotando-os de uma monumentalidade extraordinária.

Na azulejaria do século XVII e XVIII encontramos


diferentes tempos de retratos ligados à memoria e à
representação social com uma aproximação à vivencia do
quotidiano. Haviam sido feitos , também, retatos nobres, ou
mesmo de tipos sociais específicos, chamadas de “pinturas
de género” representando uma realidade quotidiana
idealizada com uma atribuição lúdica por parte do pintor.
Aquele que ganhou maior destaque foi sem duvida o retrato
´regio, especial destaque a obras como os retratos de
D.Catarina e D. Carlos II.

Os emolduramentos tinham um papel fundamental


na organização dos azue«lejos em relação ao espaço e, num
progressivo desenvolvimento da sua relação com a
arquitetura, estes passaram a ser complementados com
outros materiais como a talha dourada. A azulejaria era, no
início de padrão, mas foi rapidamente dinamizada para acentuar a ideia de
tridimensionalidade e eram aliados à escultura para ganhar volumetria.

“nos casos mais originais, o azulejo deixou de imitar elementos específicos da


arquitetura para se substituir aos mesmos e à própria arquitetura, com uma criatividade e uma
ousadia que ultrapassam largamente o papel da
MECO, J. - Azulejo. In Arte Portuguesa da Pré-História ao século XX. Vol 13, Fubu editores, Lisboa, 2009, p. 117.
Contexto histórico e social

Barroco em Portugal

O Norte de Portugal

Arquitetura

Arquitetura em Portugal

Pintura

Pintura em Portugal

Escultura

Escultura em Portugal

A azulejaria portuguesa influenciada pelo barroco

A indumentária da época

A influencia do barroco na moda atual


restante azulejaria europeia do período”

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