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O termo “gótico” foi originalmente criado para menosprezar a arte que não seguia os
padrões artísticos da Grécia e da Roma Clássica. Entretanto, a palavra “gótico” que provém de
“bárbaro”, portanto, atrasado, segundo a mentalidade medieval, logo ganhou outra conotação
quando passou a ser associada às cidades mais modernas da Europa com suas catedrais
monumentais. Segundo estudiosos do assunto, o advento do estilo gótico representa o ápice da
conquista da cristandade unificada. Em outras palavras, a arte gótica representa uma síntese bem-
sucedida entre religião, filosofia e arte.
Catedral gótica em Canterbury, Inglaterra Arquitetura Gótica
A arquitetura gótica é o resultado dos avanços técnicos obtidos
pelas corporações de construtores. Eles conseguiram dominar a
geometrização e suas relações matemáticas com um objetivo
muito claro: a verticalidade, visto que buscavam um
direcionamento para o céu. A arquitetura foi a principal
expressão da arte gótica e a ela estará atrelada à pintura e à
escultura. A desmaterialização das paredes, agora mais finas e
leves, bem como a distribuição da luz no espaço, possibilitada por
um número maior de vãos e janelas, permitiu um espaço mais livre
e luminoso. A luz mística e a grandiosidade constituem o veículo para comunhão com o divino. O arco em
ponta e a rosácea - também chamada de mandala - serão atributos continuamente presentes nesse estilo
arquitetônico, o qual busca substituir o horizontalismo românico pela verticalidade gótica.
Escultura Gótica também
expressa o desejo de
verticalidade. Contudo, esboça
também o naturalismo capaz de
atribuir movimento e vida às
esculturas, as quais são, quase
sempre, um complemento à
arquitetura. Também era comum a As gárgulas eram esculturas colocadas
presença de esculturas de nas construções góticas a fim de escoar
À esquerda, escultura de Giovanni Pisano (1305). À direita, as águas pluviais
O Cavaleiro, autoria desconhecida, cerca de 1235, na
monstros ou figuras humanas
Catedral de Bamberg (Alemanha). nos telhados das igrejas góticas, a fim de escoar as águas
pluviais. Essas representações são intituladas gárgulas.
Pintura Gótica a, à qual adornava murais, afrescos e vitrais. De toda
forma, ela buscou transmitir o mesmo naturalismo e simbolismo
religioso da escultura e da arquitetura. Os vitrais, pedaços coloridos de
vidro unidos por chumbo, tinham como objetivo emocionar o expectador e
ensiná-lo sobre a religião católica. De forma mais autônoma, a pintura irá
se desenvolver nas iluminuras dos manuscritos, onde o volume irá se
aproximar das formas escultóricas que adornam a catedral. É muito
comum, nessas pinturas, a substituição da luz por fundos dourados, bem
como a figuração de personagens religiosos com pouco volume. Podemos
citar como grandes expoentes da pintura gótica o italiano Giotto di
Afresco A lamentação (1306), pintado por Bondone (1267-1337) e o holandês Jan Van Eyck (1390-1441)
Giotto di Bondone, na Capela de Scrovegni,
Pádua, Itália
Principais características da arte gótica
• Muito embora cada forma de manifestação da arte gótica tenha as suas particularidades,
algumas características são comuns a toda elas:
• Desmaterialização das paredes;
• Espaços iluminados, com muitos vãos e janelas, com destaque para a iluminação mística
dos vitrais coloridos;
• Prédios construídos verticalmente;
• Janelas em formato circular;
• Arcos ogivais;
• Abóbadas com nervuras;
• Entrada com 3 portais, o que era incomum para as construções da época.
• Essas características se dão pelo fato de que as monarquias já estavam estabelecidas,
consolidadas por quase toda a Europa. Assim, a arte gótica foi imaginada e criada para
os centros urbanos.
GIOVANNI GUALTERI – Cimabue
“Pintor do movimento, mas não da profundidade do espaço” Foi o pintor mais importante do século XIII.
O seu trabalho ainda é influenciado pelos mosaicos e ícones bizantinos
(“imagem” que representam figuras sagradas), mas já existe uma nítida
preocupação com o realismo das figuras humanas.Procurou dar algum
movimento às figuras dos anjos e santos através da postura dos corpos
e do drapeado das roupas, mas ainda não consegue realizar
plenamente a ilusão da profundidade do espaço. No Crucifixo de Santo
Domenico, quando Cimabue representa a agonia de Cristo na cruz
transforma Jesus quase em uma chama, tal como a chama em que as
catedrais góticas podem parecer. Do seu corpo, a carne é subtraída. Ele
é visto como um homem que lentamente deixa de ser matéria e se
transforma em espírito divino, melhor, o espírito da criação.A forma
sinuosa do abdome tenta criar um espaço tridimensional, convincente,
mas também O transforma em uma curva, uma figura plana, espiritual.
Tal leveza representa o momento em que Deus filho abandona a carne
e retorna ao reino da salvação. Sabem disso São João e Nossa
Senhora, por isso lamentam de longe, como se aquele corpo não
estivesse diante deles.