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Arte Românica

Europa Ocidental Na Idade Média


• A Idade Média é o período compreendido entre 476 (século
V), com a tomada de Roma pelos povos bárbaros, até 1453
(século XV);
• Constantinopla e o Império Bizantino caíram finalmente
para o Império Otomano a 29 de maio de 1453, marcando o
fim da Idade Média e o início da Idade Moderna;
• Durante a Idade Média, abriram-se séculos de
obscurantismo no Ocidente europeu, mas o mesmo não
acontecia no Mediterrâneo oriental, Bizâncio, por exemplo,
mantinha vivo o legado da Antiguidade Clássica;
• Não devemos pensar que a invasão do Império Romano pôs
um final brusco e súbito à sua cultura.
Europa Ocidental Na Idade Média

As Invasões Bárbaras – Representação Artística


Europa Ocidental Na Idade Média
• Na verdade, os traços da cultura romana foram assimilados
por seus invasores e demorou algum tempo para que
acontecesse a degradação da cultura clássica, à medida que
iam se extinguindo os focos criadores e a vida cidadã de
Roma. Esvaíam-se também o comércio e os intercâmbios
culturais. A igreja, com uma visão universal, trabalhou para
impedir a extinção da herança romana, embora não tenha
conseguido evitar sua degeneração;
• Os povos bárbaros, ao aportarem no Ocidente, pouca
contribuição artística trouxeram, até porque sua arte limita-
se a um caráter decorativo, com motivos geométricos,
formas estilizadas de elementos animais e vegetais
entrelaçados.
Europa Ocidental Na Idade Média

Exemplo de Iluminura Medieval


Europa Ocidental Na Idade Média
• Era um estilo pobre, de formas planas, de caráter puramente
ornamental e antinaturalista, próprio dos povos nômades.
Aplicavam esses elementos na confecção de mobílias e
principalmente na ourivesaria. Devido ao seu nomadismo,
criavam pequenos objetos que pudessem transportar, tais
como adornos, colares, brincos e pulseiras. Não se têm
registros da pintura desses povos nem registros de
representação da figura humana em sua arte;
• A partir do século V, a Igreja neste momento, preocupada
em propagar seus ensinamentos e em manter seu poder, dá
um impulso vertiginoso à pintura, ao lançar mão de
imagens para decorar seus templos e pregar seu evangelho,
usando para isso a habilidade de seus monges.
Europa Ocidental Na Idade Média

Exemplo de Iluminura Medieval


Europa Ocidental Na Idade Média
• Com muita maestria, as mãos desses monges criaram
riquíssimas decorações nos manuscritos sagrados, fazendo
florescer aí a arte da miniatura. Nesses manuscritos
medievais faziam as iluminuras, uma arte que consistia em
ornar um texto, ou a letra capitular com arabescos,
desenhos, miniaturas e grafismos diversos.
Europa Ocidental Na Idade Média

Exemplo de Iluminura Medieval


O Renascimento Carolíngio
• Quando a dinastia carolíngia assume o poder, com a
coroação de Carlos Magno, pelo papa Leão III, em 800,
redescobre-se a cultura clássica;
• Não só por motivações culturais, mas principalmente na
tentativa da legitimação de um estado forte, sob o lema
renovatio imperii romani, e buscando estreitar laços com a
igreja, nascia uma união que favoreceria os dois lados e,
assim, por muito tempo, caminhariam juntos, Estado e
Igreja;
• Sob os auspícios de Carlos Magno, foram criados centros
de arte em seus palácios, destinados ao cultivo do livro e da
miniatura (obras executadas com a técnica da pintura e do
desenho sobre áreas bastante reduzidas).
O Renascimento Carolíngio

O Império Carolíngio
O Renascimento Carolíngio
• Seguindo o exemplo desses centros, a Igreja cria as oficinas
monásticas em seus mosteiros. Com a morte de seu rei,
esses ensinamentos continuaram nos mosteiros, produzindo
um grande número de artistas que seriam utilizados na
construção de suas catedrais e em outros ofícios, tais como
pintura, escultura, ourivesaria e cerâmica. Isso nos leva a
concluir que os monastérios eram verdadeiras escolas de
arte de sua época.
O Renascimento Carolíngio

Carlos Magno
Arte Românica
• O estilo românico germinou, gradativamente, desde o final
do século X até o início do século XI, quando, com
características próprias, se firmou e permaneceu na Europa
cristã até o início do século XIII. Sua denominação foi dada
por arqueólogos do século XIX, quando procuravam
estabelecer relação entre essas produções medievais e a arte
da Roma Antiga;
• Nunca é demais lembrar que a arte da Idade Média está
calcada nos mesmos princípios que nortearam a arte
paleocristã: o cristianismo. Ele provocou profundas
mudanças no comportamento humano: a valorização do
espírito, que se refletiu diretamente em sua arte.
O Renascimento Carolíngio

Exemplo de Arte Paleocristã


Arte Românica
• Os valores da religião cristã impregnaram a vida do homem
medieval em todos os aspectos. O teocentrismo (Teos =
Deus), era a concepção de mundo que tinha como centro a
figura de Deus, uma filosofia proposta pela Igreja, que
como legítima representante de Deus na Terra, dispunha de
crédito e poderes ilimitados e foi nas igrejas e através delas
que o estilo românico floresceu e se desenvolveu em toda a
sua plenitude;
• Com base nos dogmas da Igreja, a arte e os artistas
tornaram-se seus servos. Os nus foram proibidos e as
imagens de corpos vestidos não poderiam através das vestes
sequer sugerir sua anatomia.
Arte Românica: Vídeo
Arte Românica
• Giotto di Bondone (1266-1337) foi um dos primeiros a
romper com essa norma estabelecida pela igreja, quando
pintou o afresco Noli me tangere, de 1305, na Capela
Arena, em Pádua, na Itália, representando figuras humanas
cujas anatomias se deixam transparecer sob os drapeados;
• O artista medieval se interessava exclusivamente pela alma
e preocupava-se em disseminar em seus trabalhos os
dogmas da Igreja, na tentativa de iniciar novos fiéis no
catolicismo;
Arte Românica

Giotto di Bondone – Noli Me Tangere (1305)


Arte Românica: Arquitetura
• Com o advento da fé católica romana se arraigando por toda
a Europa feudal, muitas igrejas foram construídas entre
1050 e 1200;
• Nessas construções, predominavam os elementos da
arquitetura romana, como as colunas e os arcos redondos, o
que determinou o aparecimento do termo “romana” para
nominar a arquitetura e a arte desse período;
• Como as edificações romanas tinham teto de madeira e,
portanto, eram bastante vulneráveis a incêndios, uma
modificação significativa foi feita pelos construtores desta
época nos tetos de suas construções: passaram a construí-
los com abóbadas de pedra.
Arte Românica

Exemplo de Arquitetura Românica


Arte Românica: Arquitetura
• Repetindo a conquista arquitetônica dos romanos, erigiam
suas igrejas e outras construções utilizando grandes
abóbadas cilíndricas ou utilizando-as com arestas, apoiadas
em pilastras, para assim provê-las de grandes espaços
interiores, sem colunas ou obstáculos;
• Naquela época, multidões de fiéis, em atos de demonstração
de fé, visitavam as igrejas, em peregrinação, para verem os
relicários de roupas e ossos de seus santos e outros objetos
sagrados. Isso exigiu que as igrejas fossem adequadas para
receber esse grande número de pessoas, fazendo nascer uma
planta cruciforme. Ao longo de toda a nave e na área atrás
do altar, diversas capelas abrigavam os relicários.
Arte Românica

Corpo Irmã Dulce

Cabeça de Santa Catarina


Arte Românica: Pintura
• Quase nada restou da pintura mural românica, que tinha
uma função primeira: decorar as absides e as abóbadas das
igrejas, com representações que seguiam duas escolas: uma
originada das regiões da França, Espanha, Itália e
Alemanha, que utilizava fundos claros, com traços de
influência carolíngia, e outra, de influência bizantina, que
utilizava fundos azuis;
• A primeira, de fundo claro, com predominância do amarelo,
valorizava o desenho, enquanto a segunda, de fundos azuis,
realçava tons mais fortes, mostrando um panejamento das
figuras, rico em cores e texturas, feito com pedrarias, bem
aos moldes dos mosaicos bizantinos.
Arte Românica: Pintura

Exemplo de Afresco Românico


Arte Românica: Pintura
• As naves das igrejas românicas eram decoradas com
pinturas murais de paleta rica e de cores intensas, que se
harmonizavam perfeitamente com a arquitetura. As naves e
absides eram povoadas de desenhos que reproduziam as
formas da antiga pintura romana e também ícones
bizantinos;
• Os temas mais comuns eram inspirados no Antigo e no
Novo Testamento, e também na vida de santos e mártires,
cheias de exemplos de retidão. Muitas imagens faziam
referência aos vícios e às virtudes humanas, mescladas com
bestialidades que intimidavam seus espectadores;
• O Cristo Pantocrátor, do Mestre de Tahüll, talvez seja o
mais significativo exemplo do estilo românico na pintura.
Arte Românica: Pintura

Exemplo de Pintura Românica


Arte Românica: Pintura
• Com características orientais, sua figura majestosa e
elegante é uma referência da pintura deste período;
• As figuras humanas eram desprovidas de plasticidade e o
planejamento com excesso de dobras das túnicas e dos
mantos deixavam apenas insinuadas as formas do corpo. Os
rostos tinham suas linhas reforçadas por traços escuros e
grossos;
• Os fundos das pinturas eram normalmente monocromáticos
e predominavam o branco ou o dourado. A técnica utilizada
pelos artistas desse período era o afresco, que consistia na
mistura de tinta com água, e, como aglutinante, a clara de
ovo.
Arte Românica: Pintura

Exemplo de Afresco Românico


Arte Românica: Pintura
• No último quartel do século XII, a pintura mural românica
dá lugar aos vitrais da arte gótica, mas o maior legado da
arte românica, na pintura, foi sem dúvida nenhuma a
decoração de manuscritos ou iluminuras de Bíblias,
executados em pele de boi ou de carneiro, que criou um
estilo único, tanto no seu aspecto formal quanto pictórico;
Arte Românica: Pintura

Exemplos De Pintura Medieval


Arte Românica: Escultura
• De caráter ornamental, a escultura românica instalou-se nos
relevos dos pórticos e nas arcadas das igrejas e estendia-se
aos capitéis das colunas;
• Com um propósito didático semelhante ao da pintura, a
escultura descrevia, por meio dos relevos narrativos,
episódios e passagens bíblicas para doutrinar os fiéis
através da linguagem visual, uma vez que, em sua maioria,
eram iletrados;
• Tanto a pintura como a escultura não se prestavam à
representação fiel da natureza, pois eram veículos a serviço
da fé, representando figuras humanas, não com traços
individualizados, mas como arquétipos e com interesse
doutrinário.
Arte Românica: Escultura
• Outra característica comum, tanto à pintura como à
escultura, era a representação das figuras humanas,
seguindo uma convenção para as vestimentas e para o
tamanho das figuras, sendo maiores as que ocupavam uma
posição superior na escala social. Na escultura, o corpo
também desaparece sob as inúmeras camadas de panos das
vestes e às figuras humanas se misturam animais
fantásticos, próprios da iconografia do Oriente Médio. A
temática das cenas representadas é sempre religiosa;
• A imaginação fantástica do românico era uma mescla entre
as tradições nórdicas e as orientais, que se infiltravam pela
Europa do leste, em representações sempre com caráter
simbólico ou alegórico.
Arte Românica: Vídeo
Fim

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