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UNIDADE I

História da Educação

Profa. Dra. Camila Lima


Educação no Período Medieval – Alta Idade Média (séculos V a X)

 Unidade europeia baseada na religião: Cristandade.

 Progressivamente, as instituições educacionais do mundo antigo passam a dar espaço para


novos locais de ensino e novas formas de se ensinar.

 Organização política e econômica marcada pela fragmentação territorial, predomínio da vida


e da economia rural, sociedade estamental (de pouca mobilidade) e pequena parcela da
população alfabetizada.

 Igreja Católica: detém grande poder político, cultural


e econômico.

 Igreja: herdeira do mundo antigo romano, tem papel central na


educação do período, com consequências e continuidades até
a atualidade.
Escolas Monásticas

 Importantes agentes educacionais: monges (clero regular).

 Escolas monásticas: escolas organizadas nos mosteiros, onde os monges ensinavam


membros do clero e elites laicas.

 Mosteiros eram também locais de preservação das obras escritas antigas, pois havia
monges responsáveis por fazer cópias manuscritas.

 Scriptorium (sing.) / scriptoria (pl.): local onde se realizavam as


cópias dos livros nos mosteiros.

 Ensino nas escolas monásticas: baseado nos autores cristãos,


como Santo Agostino e São Jerônimo, e autores antigos, para
o ensino das Artes Liberais.
Escolas Monásticas

 Artes Liberais (do intelecto, estudadas pelos homens livres) X Artes Manuais (conhecimento
necessário para realizar a produção manual, como o ofício de marceneiro, ferreiro, construtor
etc.).

Artes Liberais: total de sete, divididas em dois grupos:


 Trivium: gramática, retórica e dialética (maior destaque na Alta Idade Média, pois auxiliavam
na leitura da Bíblia).
 Quadrivium: aritmética, música, geometria e astronomia.

 Latim: língua da Igreja, dos documentos escritos (burocracia),


do conhecimento (textos lidos e estudados nas
escolas monásticas).
Renascimento Carolíngio (século VIII-IX)

 Renascimento Carolíngio: momento de valorização da cultura antiga e resgate dos autores e


elementos culturais do Império Romano.

 O imperador franco Carlos Magno (coroado pelo papa no ano de 800) conquistou parte
considerável da Europa.

 Empreende uma série de iniciativas que promovem a educação, a manutenção da cultura


antiga e a conversão ao cristianismo dos povos conquistados.

 Fundação de muitos mosteiros – difusão do modelo das


escolas monásticas.

 Padronização da escrita, para facilitar a leitura e compreensão


dos manuscritos: minúscula carolina, ou minúscula carolíngia.
 Escola do Palácio: traz uma série de eruditos da época para serem professores na escola de
seu palácio – Paulo (Diácono), Pedro de Pisa, Paulino de Aquilia e Alcuíno de York.

 Fundação de escolas em diversas cidades, como Tours, Fulda, Auxerre e Corbi.

 Grande preocupação com o ensino dos preceitos religiosos e a expansão do cristianismo em


seus territórios.

 Aliança com o papa.

 Com a fragmentação do poder no Império Carolíngio após a


morte de Carlos Magno, em 814, o poder papal ganharia muita
força política como consequência das ações empreendidas de
cristianização dos povos conquistados e difusão de um
ensino cristão.
Transformações da Baixa Idade Média (séculos XI ao XV)

 Crescimento populacional e êxodo rural.

 Cruzadas: expedições militares e de peregrinação à Terra Santa (Jerusalém), motivadas pelo


papa (Concílio de Clermont, 1095).

As cruzadas geram uma série de consequências que


transformaram profundamente a Europa a partir do século XI:
 Contatos com outros povos, principalmente muçulmanos.
 Crescimento do comércio e enriquecimento dos mercadores
das cidades italianas.
 Fortalecimento do poder papal.
 Crescimento da população e da importância das cidades.
Renascimento urbano e escolas das catedrais

 Crescimento urbano e aumento do comércio: pessoas passam a ter mais contato entre si.

 Transformações na Igreja e no Clero: maior controle da religião e combate às heresias.

 Heresias: posturas e crenças que estavam em desacordo com o que era definido pela Igreja
como ortodoxia religiosa (o padrão, o que deve ser seguido).

 Tribunal da Inquisição: instituição criada e controlada pelo papa que tinha como função
investigar e julgar aqueles que eram acusados de heresia.

 Os espaços de ensino se deslocam do campo para as


cidades: escolas monásticas continuam a existir, mas as
escolas ligadas às catedrais ganham maior destaque.

 Catedrais: ambiente urbano.


 Comércio com o Oriente cresce após as Cruzadas: europeus passam a ter contato com a
filosofia árabe, a Falsafa.

 Platão: autor antigo de destaque no pensamento da Alta Idade Média Europeia Cristã –
valorização do mundo das ideias.

 Agostinho de Hipona (354-430), “A cidade de Deus” – platônico.

 Aristóteles: valorização dos sentidos como fonte de conhecimento.

 Aristóteles era o autor antigo de destaque nas obras dos


filósofos árabes, que eram grandes comentadores de suas
obras – Al-Kind (769-873), Al-Farabi (972-950), Ibn-Sina (980-
1037) e Ibn-Rushd (1126-1198).
Universidades Medievais

 Além das escolas das catedrais, mestres passavam a ensinar de forma autônoma nas
cidades, sobretudo a partir do século XII.

 Autores árabes passam a ser mais lidos nas cidades e, junto com eles, o pensamento de
Aristóteles ganha maior influência, especialmente a dialética aristotélica.

 Universidades: associações de estudantes e mestres, ou apenas de estudantes


(semelhantes às corporações de ofício), que surgem a partir do século XIII – não estão
ligadas a um mosteiro ou catedral, por isso têm maior autonomia.

 Maioria dos estudantes e mestres pertencia ao clero – ensino


ainda fortemente influenciado pela religião cristã.
As universidades eram normalmente formadas por:
 Faculdade de Artes (filosofia).
 Faculdade de Medicina.
 Faculdade de Direito (civil e canônico).
 Faculdade de Teologia (dominada por franciscanos e dominicanos).

 Ensino nas universidades: escolástica – baseadas nas autoridades, na leitura de textos e em


um método específico de exposição do conteúdo.
Interatividade

Sobre as escolas monásticas, é incorreto afirmar:

a) Localizavam-se no campo e estavam ligadas aos mosteiros.


b) Destinavam-se apenas à formação dos membros do clero.
c) Seu ensino se baseava em alguns autores antigos (gregos e romanos), nos textos
sagrados e nos autores cristãos, como Jerônimo e Agostinho de Hipona.
d) A preservação dos textos antigos, utilizados no ensino medieval, foi favorecida pela
existência de scriptoria nos mosteiros.
e) O estudo do Trivium tinha grande importância.
Resposta

Sobre as escolas monásticas, é incorreto afirmar:

a) Localizavam-se no campo e estavam ligadas aos mosteiros.


b) Destinavam-se apenas à formação dos membros do clero.
c) Seu ensino se baseava em alguns autores antigos (gregos e romanos), nos textos
sagrados e nos autores cristãos, como Jerônimo e Agostinho de Hipona.
d) A preservação dos textos antigos, utilizados no ensino medieval, foi favorecida pela
existência de scriptoria nos mosteiros.
e) O estudo do Trivium tinha grande importância.
Os Jesuítas e a Educação no Brasil Colonial

Jesuítas:
 herdeiros do pensamento escolástico e das universidades medievais;
 atuam também influenciados pelo Renascimento Cultural do início da Idade Moderna;
 surgem no contexto das Reformas Religiosas do século XVI.

 Renascimento Cultural: ocorre na passagem da Idade Média para a Idade Moderna –


momento de valorização da cultura antiga dos gregos e romanos.

Mas já não havia ocorrido outros renascimentos?

 Particularidades: leitura dos textos originais (em grego e latim);


percepção do distanciamento histórico entre o mundo antigo e
o momento em que viviam.
 Humanismo: valorização do Homem, de sua capacidade de compreender o mundo, a criação
divina (atitude cristã), de transformar-se, de mudar o próprio destino.

 Humanismo – humanistas – studia humanitatis.

 Textos compreendidos como produto de seu tempo; línguas e culturas mudam.

 Leitura e interpretação da Bíblia ainda era restrita ao clero:


crítica a essa postura iria desencadear as Reformas
Religiosas: Martinho Lutero (1483-1546), João Calvino (1509-
1564), Ulrico Zuínglio (1484-1531), Henrique VIII da Inglaterra
(1491-1547) etc.

 Igreja Católica: também faz reformas em suas instituições e


cria estratégias de combater o avanço das novas religiões
cristãs reformadas – Concílio de Trento (1545-1563).
 Jesuítas: missionários da Igreja Católica, atuam na Europa e nos territórios em que Portugal
e Espanha se expandiam.

 Ligados diretamente à autoridade papal.

 Companhia de Jesus: surge em 1540, a partir de religiosos ligados à Universidade de Paris.

 Fundador: Inácio de Loyola (1491-1556).

 Expansão da fé: parte fundamental das justificativas para a


expansão ibérica – atuam como missionários, catequizadores
e professores das primeiras letras nas colônias.

 Têm enorme capacidade de adaptação a diferentes culturas


para realizar a missão evangelizadora.
 Criação do Tribunal do Santo Ofício.

 Index dos Livros Proibidos – controle sobre os textos que poderiam ser estudados.

Objetivos da Companhia de Jesus:


 Defesa e propagação da fé: pregação e exercícios espirituais.
 Educação cristã e dos mais humildes.
 Administração dos sacramentos e realização de obras de misericórdia.

 Jesuítas – vão passar a atuar nas universidades,


especialmente em Portugal, controlando o ensino superior no
reino – ensino baseado na II Escolástica.
 Chegada dos jesuítas ao Brasil: a partir de 1549 – maior controle da coroa sobre a colônia
com o estabelecimento do Governo Geral, com sede na cidade de Salvador, na Bahia.

 Fazem parte daqueles que atuam para a manutenção do poder do rei português no Brasil.
Mas também atuaram para tentar garantir certos direitos à população mais explorada.

Divisão da população vivendo na colônia:


 colonizador: aqueles ligados à administração e ao
poder metropolitano;
 colonos: proprietários rurais, constituem a elite local;
 colonizados: todos os que estão subordinados ao poder dos
anteriores – indígenas, escravizados, mestiços, brancos
pobres.
 Fundação de Colégios Jesuíticos: formação dos membros religiosos da companhia.

 Padronização do ensino: Ratio Studiorum.

 Catequização e ensino das primeiras letras aos indígenas: prevalece a primeira atividade.

 Adaptação ao modo indígena de educação – uso de brincadeiras, redução do uso de


castigos e violência.

 Indígenas brasileiros, segundo o Sermão do Espírito Santo, de


Padre Antônio Vieira, eram como a murta.

 Elites locais: ensino domiciliar para primeiras letras e ensino


superior em universidades europeias, especialmente
em Coimbra.
Aldeamentos/aldeias: criadas a partir de 1566.
 Locais onde os indígenas buscavam abrigo sob proteção dos jesuítas.
 Buscavam resolver conflitos entre jesuítas e colonos – questão da mão de obra
dos indígenas.
 Local de catequização e aculturação – reduz guerras.
 Ajuda a diminuir a mortalidade indígena pelo contato com os colonos (guerras e doenças).
 Primeiramente instaladas no litoral.
 Progressivamente passam a ser criadas no interior do território.
Aldeamentos tinham:
 Escolas;
 Oficinas de artesanato;
 Cabanas para indígenas morarem;
 Capelas;
 Alojamento para os padres – normalmente dois por missão.

 Ensino jesuítico nas aldeias compreendia ofícios em geral, artes, a catequese, escrita
e leitura.
Jesuítas compunham também a elite letrada da colônia:
 Eram escritores, como o Padre Antônio Vieira.
 Estudavam a natureza das colônias.
 Estudavam as novidades científicas de seu tempo e faziam experimentos, como o Padre
Bartolomeu de Gusmão.

 Mudanças na Europa, especialmente relacionadas ao poder


dos reis, fariam com que o espaço alcançado pelos jesuítas
em Portugal passasse a representar um problema para a
monarquia, chegando ao ápice das tensões entre religiosos e
rei com a expulsão dos jesuítas do reino e das colônias
em 1759.
Interatividade

Sobre os jesuítas, não é correto afirmar:

a) Eram missionários na Europa e nas colônias portuguesas e espanholas.


b) Tiveram papel central nos esforços papais em conter os avanços das novas religiões
cristãs reformadas a partir do século XVI.
c) Tiveram grande participação no ensino no Brasil Colonial.
d) Sempre atuavam favorecendo os interesses dos colonizadores e colonos, mesmo quando
isso prejudicava as populações indígenas.
e) Muitas vezes eram também escritores e “cientistas”.
Resposta

Sobre os jesuítas, não é correto afirmar:

a) Eram missionários na Europa e nas colônias portuguesas e espanholas.


b) Tiveram papel central nos esforços papais em conter os avanços das novas religiões
cristãs reformadas a partir do século XVI.
c) Tiveram grande participação no ensino no Brasil Colonial.
d) Sempre atuavam favorecendo os interesses dos colonizadores e colonos, mesmo quando
isso prejudicava as populações indígenas.
e) Muitas vezes eram também escritores e “cientistas”.
Reforma Pombalina – Antecedentes

 Revolução científica do século XVII.

 1580-1640: União das Coroas Ibéricas.

 Consequências dos acordos entre Portugal e Espanha após o fim da União das Coroas
Ibéricas no século XVII: crescimento do território português na América.

 1750: Tratado de Madrid: América Portuguesa passa a ter fronteiras muito próximas ao que
se tornou o Brasil hoje.

 Mineração no Brasil – desenvolvimento de uma sociedade


mais urbanizada na região das minas do que ocorria
anteriormente (a economia estava baseada na exploração da
cana-de-açúcar).
 Século XVIII: Iluminismo e Despotismo Esclarecido.

Iluminismo:
 Valorização da razão, da qual todo ser humano seria dotado.
 Questionamento sobre as tradições, privilégios (sociedade estamental, nobreza, poder do
clero etc.).
 Defesa das liberdades: de expressão, de propriedade, de iniciativa...
 Questiona o autoritarismo dos reis (absolutismo) e o seu controle sobre a
economia (mercantilismo).
 Alguns filósofos iluministas: Voltaire, Kant, Rousseau,
D’Alambert, Diderot...
 Despotismo esclarecido: tentativa de alguns monarcas de implementar reformas que
modernizavam seus governos baseados nos ideais iluministas.

Sebastião José de Carvalho e Mello (1699-1782), Marquês de Pombal:


 foi o primeiro ministro do rei português D. José I (1714-1777);
 fez reformas em Portugal inspirado pelo Iluminismo, mas sem deixar de fortalecer um Estado
monárquico e com características absolutistas;
 promoveu espaços científicos no Reino, inspirado nas novidades da Revolução Científica –
novos métodos e instrumentos;
 atuou em um contexto de crise da produção colonial (declínio
da mineração) – maior controle e racionalização da exploração
do Brasil.
Reformas de Pombal na Educação

Deseja tirar o monopólio dos jesuítas sobre a educação – empreende uma verdadeira
perseguição à Companhia de Jesus
 1759: jesuítas são proibidos de realizarem atividades educativas.
 1759: jesuítas são expulsos de Portugal e de suas colônias.
 1773: a Companhia de Jesus é extinta pelo papa (restaurada em 1814).

Ensino elementar:

Inicialmente não é modificado:


 Ensino domiciliar e aulas particulares.
 Atuação dos oratorianos e outras ordens religiosas.

 1777: criação das aulas elementares para meninos – com


aulas de ortografia e gramática da língua portuguesa, doutrina
cristã, história da pátria, aritmética e normas de civilidade.
Ensino secundário – criação das aulas régias avulsas secundárias (1759):
 instituídas em todas as capitais de comarca;
 frequentadas pelos rapazes;
 contavam com aulas de gramática latina, grega e hebraica, retórica e filosofia;
 com professores que deveriam ser selecionados por concurso público;
 obras dos jesuítas proibidas;
 inserção de textos de autores inspirados no Iluminismo – Luis Antônio Verney, “O verdadeiro
método de estudar” (defendia a importância das ciências experimentais modernas no
ensino).
Pombal também se ocupou da criação de instituições para a formação profissional:
 1759: Aula de Comércio – para formar os negociantes do reino: aulas de caligrafia,
contabilidade, escrituração comercial, línguas modernas etc.
 1761: Colégio dos Nobres – grande fracasso, mas inspirou a reforma da Universidade de
Coimbra – incorporava novas disciplinas e conteúdos baseados nas ciências modernas.

1772: Reforma da Universidade de Coimbra


 Criação de duas novas faculdades: de Matemática e de
Filosofia (substituía a Faculdade de Artes).
 Criação de novos estabelecimentos científicos da
universidade: jardim botânico, teatro astronômico, museu de
História Natural, gabinete de Física Experimental, observatório
astronômico, laboratório químico, dispensário farmacêutico.
 1768 – criação da Mesa Censória: para controlar o pensamento e os livros e autores que
poderiam ser lidos em Portugal e em seu império – censura prévia aos textos.

Brasil:
 Continua sem ter universidades, mas há alguns cursos para formação profissional,
especialmente de engenharia militar/fortificação (defesa do território).
 Filhos das elites econômicas brasileiras se dirigiam à Universidade de Coimbra para estudar,
onde tinham contato com as ideias iluministas.
 São criadas 44 aulas avulsas régias (estudos menores):
compreendiam as primeiras letras, gramática latina, retórica,
gramática grega e filosofia.
 Recursos para manter a educação – imposto sobre a carne e a
pinga – formava o subsídio literário.
 Surgem no Brasil, nesse momento, muitas sociedades cultas e de letrados – alguns dos
membros atuam como professores pombalinos.

Críticas às reformas pombalinas na educação no Brasil:


 Baixa remuneração dos mestres.
 Disputas entre textos que seriam utilizados no ensino.
 Disciplina autoritária e repressiva.
 Arrecadação insuficiente do subsídio literário.
 Falta de livros.
 Dificuldades em conseguir professores.
 Dificuldade para levar educação ao campo.
Interatividade

Sobre as reformas empreendidas por Pombal em Portugal e no Brasil, é correto afirmar:


a) Conseguiram garantir o monopólio do Estado no ensino, desde o ensino elementar
até as universidades.
b) Laicização do ensino, impedindo qualquer ordem religiosa de atuar na educação.
c) Implantaram o Iluminismo em todos os seus aspectos, garantindo grande liberdade de
pensamento aos professores e alunos.
d) Havia censura de certos autores e textos.
e) Promoveu o desenvolvimento do ensino superior no Brasil, criando as primeiras
universidades na colônia.
Resposta

Sobre as reformas empreendidas por Pombal em Portugal e no Brasil, é correto afirmar:


a) Conseguiram garantir o monopólio do Estado no ensino, desde o ensino elementar
até as universidades.
b) Laicização do ensino, impedindo qualquer ordem religiosa de atuar na educação.
c) Implantaram o Iluminismo em todos os seus aspectos, garantindo grande liberdade de
pensamento aos professores e alunos.
d) Havia censura de certos autores e textos.
e) Promoveu o desenvolvimento do ensino superior no Brasil, criando as primeiras
universidades na colônia.
Organização da Educação no Brasil: Corte no Brasil

 1806: Napoleão ordenou o fechamento dos portos europeus a navios e mercadorias inglesas
– passa a invadir Estados que não cumprissem essa ordem.
 Portugal: dependente das riquezas do Brasil.
 1808: transferência da Corte portuguesa ao Brasil – controle desse território e de suas
riquezas:
 22 de janeiro de 1808: o príncipe regente, D. João, chega a Salvador;
 28 de janeiro de 1808: abertura dos portos às nações amigas;
 fevereiro de 1808: criação da primeira escola de medicina no
Brasil, que é transformada, em 1832, em Faculdade de
Medicina da Bahia.
 8 de março de 1808: Dom João chega ao Rio de Janeiro,
capital da colônia;
 abril de 1808: criação da Academia Médico-Cirúrgica do Rio
de Janeiro.
 Primeiras iniciativas no Brasil com a criação de escolas de medicina tentavam sanar o
problema da formação de profissionais dessa área na colônia (antes precisavam ir
à Europa estudar).

 A Corte recebe inicialmente 10 mil pessoas vindas com a família real e mais 15 mil nos anos
seguintes – é preciso criar uma série de instituições de cultura, lazer, serviços, produtos etc.
para atender a essas pessoas.

 1808: criação da imprensa régia – primeiros jornais e revistas produzidos no Brasil.

 Criação da Biblioteca Real, Teatro São João, Jardim Botânico,


Escola de Música e de Canto Sacro da Capela.

 Passa a ser permitida a instalação de indústrias (proibidas por


Pombal desde 1785).
 1815: Brasil elevado a Reino Unido.

 1816: “Missão Francesa” – grupo de franceses que vem ao Brasil após a derrota de
Napoleão para oferecer seus serviços como artistas e artesãos e como professores dos
ofícios que dominavam:
 Joaquim Lebreton (líder do grupo).
 Auguste-Marie Taunay (escultor).
 Nicolas Antoine Taunay (pintor).
 Jean-Baptiste Debret (pintor e desenhista).
 Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny (arquiteto) etc.
 1826: criação da Academia de Belas Artes (já com o país independente e durante o governo
de Dom Pedro I).

 1818: morte da rainha D. Maria I – Dom João VI é aclamado rei de Portugal ainda estando
no Brasil.

 1822: Independência do Brasil.


Educação no Brasil no Período Imperial

 Nesse momento se torna ainda mais importante reconhecer o território brasileiro, tanto para
conhecer suas riquezas e potencialidades, quanto para criar boa defesa e manter a
integridade do território.

 Imperatriz Leopoldina (1797-1826) – primeira esposa de Dom Pedro I (1798-1834):


apadrinha cientistas para realizarem viagens ao Brasil.
Primeiras letras (ensino de leitura, escrita e contas):
 Ainda há predomínio da educação doméstica nas famílias mais abastadas.
 Mestres contratados pela família – têm grande controle do ensino dos filhos.
 Muitas vezes algum parente ensinava as várias crianças da família.
 Uso de castigos (vara de marmelo, palmatória).
 Métodos estrangeiros empregados (professores franceses, alemães etc.) – muitas vezes não
eram adequados aos alunos brasileiros.
 Baseado na memorização de conteúdos.
 Método individual: mesmo que estejam várias crianças de
diferentes idades no mesmo recinto e com o mesmo professor,
cada uma é atendida individualmente.
 Meninas: preparadas para a vida adulta, aprendiam a ler, escrever, alguns conhecimentos de
matemática básica; aprendiam também a bordar, coser, cortar, dançar etc.

 Meninos: ensinados a desenvolver conhecimentos sólidos das disciplinas para depois


continuarem seus estudos, sobretudo, nas universidades europeias; educação que visava ao
exercício de funções relevantes e de prestígio na sociedade, atuação política e participação
na administração dos negócios da família.

 O Estado mantinha algumas aulas, além da participação de


diversos grupos religiosos no ramo educacional, mas famílias
mais abastadas ainda têm desconfiança do ensino mantido
pelo Império.
 Apesar do predomínio da educação domiciliar, ganha maior destaque e força o discurso
sobre o papel do Estado para a instrução pública.

 Discurso oficial do Império: a instrução pública contribui para o progresso da nação.

 Destaque para a ação das chamadas “nações civilizadas”.

 O ensino deve ser obrigatório e sob a tutela do Estado, ou ao menos o Estado deve cuidar
de elaborar normas às quais as escolas privadas deveriam estar submetidas.

 Começam a aparecer também discussões sobre a educação


popular, sobre a relação entre cidadania, voto e alfabetização.

 Também se iniciam as discussões sobre a necessidade da


educação profissional, preparando trabalhadores para
empregos necessários para a construção do Estado.
Criação de faculdades de Direito (formação da elite política)
 1827 – Faculdade de Direito em Olinda.
 1827 – Faculdade de Direito em São Paulo.

Ensino mútuo/Método Lancaster


 Muito utilizado no Exército (influência inglesa).
 Agrupamento de pessoas em um mesmo local e com poucos
recursos para se realizar o ensino – barato.
 1823: Dom Pedro I decretou que as aulas do ensino mútuo do
Exército fossem abertas para todas as classes de súditos.
 Esperava-se que quem frequentasse essas aulas também pudesse aplicar o método em
outras turmas (escolas do Exército também funcionavam como uma Escola Normal).
 Método simples para que qualquer pessoa letrada pudesse aplicá-lo.
 Conjunto de atividades realizadas pelos alunos de forma ordenada, com leitura, escrita
e cálculo.
 Tempo controlado da forma mais produtiva possível.
 Uso de apitos e outros sinais sonoros para dar ritmo às atividades.
 Adulto que acompanhava as atividades – monitor.
 Muitas atividades realizadas oralmente, escritas em caixas de
areia, uso de silabários impressos em quadros murais para
atividades em grupo – reduz uso de materiais, reservados aos
alunos mais adiantados.
Ensino secundário: apenas uma instituição criada pelo Estado:

 1837: Colégio Pedro II.

 Ensino secundário – liceus e ginásios secundários: criados pelas províncias e


iniciativa privada.

 Apenas o Colégio Pedro II dava acesso direto às Academias.


Interatividade

O ensino mútuo, ou método Lancaster, consistia em:

a) Um método de ensino voltado exclusivamente ao Exército.


b) Um método de ensino aplicado na educação domiciliar.
c) O método empregado na criação das primeiras escolas primárias mantidas pelo Império.
d) Uma forma barata de ensinar várias pessoas ao mesmo tempo, com poucos recursos e
com o apoio de um monitor que coordena as atividades realizadas.
e) Um método aplicado pelos professores e preceptores ingleses trazidos pelas famílias
abastadas brasileiras para educarem seus filhos.
Resposta

O ensino mútuo, ou método Lancaster, consistia em:

a) Um método de ensino voltado exclusivamente ao Exército.


b) Um método de ensino aplicado na educação domiciliar.
c) O método empregado na criação das primeiras escolas primárias mantidas pelo Império.
d) Uma forma barata de ensinar várias pessoas ao mesmo tempo, com poucos recursos e
com o apoio de um monitor que coordena as atividades realizadas.
e) Um método aplicado pelos professores e preceptores ingleses trazidos pelas famílias
abastadas brasileiras para educarem seus filhos.
ATÉ A PRÓXIMA!

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