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Desde o século IX os califas de Bagdad mandam reunir e traduzir obras literá rias e escritos
originais da cultura grega. Obras de Galeno mas também de Ptolomeu, Euclides ou Hipó crates.
No século X também os cristã os conquistam Toledo e têm acesso à s traduçõ es á rabes dos escritos
gregos e a Península Ibérica torna-se assim uma zona multicultural importante pois nela se
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encontram as culturas clá ssica greco-romana, cultura á rabe e judaica. Maometanos, mudéjares,
moçá rabes e judeus convivem e procuram tomar contacto com a ciência muçulmana.
A mentalidade humanista desenvolve-se com instrumentos de uma didá ctica quantitativa como
o á baco, o astrolá bio, a bú ssola, os portulanos, conhecimentos de medicina, a observaçã o
lançando-se progressivamente as bases de um empirismo experiencialismo fundamental para a
futura revoluçã o científica. Desenvolve-se o comércio e procuram-se novos portos em cidades
ligadas a novos e desconhecidos continentes e horizontes como Lisboa e Sevilha.
Ao longo dos séculos XV e XVI, os portugueses realizam uma série de viagens marítimas que
alargam os horizontes da geografia e permitem ao homem europeu acabar com muitas das
crenças, superstiçõ es e erros científicos em que desde sempre acreditara. Gil Eanes, Bartolomeu
Dias, Diogo Cã o, Vasco da Gama, Fernã o de Magalhã es realizaram viagens fundamentais para o
alargamento sobre o conhecimento do mundo.
Foi também importante o contributo português em outras á reas que tiveram um desenvolvimento
paralelo com o das viagens. A cartografia, a astronomia, a matemá tica, a botâ nica e a zoologia, mas
também a construçã o naval, as técnicas de navegaçã o, a literatura de viagens, a geografia
receberam importantes avanços a partir das observaçõ es e especulaçã o precientíficas de sá bios
como Duarte Pacheco, Garcia da Orta, D. Joã o de Castro, Pedro Nunes.
Os seus contributos foram fundamentais nã o só para a ciência da época mas também porque
deixaram para os vindouros uma série de documentos e relatos, obras de aná lise e instrumentos
aperfeiçoados que constituíram avanços nos domínios especializados da matemá tica, astronomia e
geografia constituindo aquilo que se costuma designar por experiencialismo.
Esse terá sido também um dos mais importantes contributos portugueses para a mentalidade
quantitativa que estava em curso na época do Renascimento. Ao lado dos trabalhos de Copérnico,
Galileu, Keppler, os escritos pré-científicos dos portugueses da época da expansã o foram 2
igualmente de grande importâ ncia para a construçã o de uma metodologia de trabalho de rigor e
exactidã o assente na Matemá tica e na Geometria mas também nas ciências da natureza, com a
revoluçã o científica a partir do século XVII.
Se a época, século XV e XVI, nã o foi de ciência e rigor absolutos, esta foi mesmo assim uma etapa
necessá ria e prévia e os portugueses tiveram por isso um papel central na construçã o da
mentalidade científica europeia ocidental.
3. A produçã o cultural
A fuga dos sá bios bizantinos para Itá lia em 1453 apó s a tomada de Constantinopla pelos turcos.
A invençã o da Imprensa e o impulso cultural na divulgaçã o das obras antigas.
Viagens de descobrimentos portugueses permitem abrir os horizontes da experiência humana e
desenvolver a visã o humanista e crítica sobre a natureza e o Homem.
Afirmaçã o libertá ria das repú blicas italianas permite o desenvolvimento de uma mentalidade
cosmopolita e liberta das teias opressivas do pensamento cristã o, medieval.
Afirmaçã o das línguas nacionais impulsionadas pela imprensa, relegando o latim para segundo
plano.
A Arte- imitação e superação dos modelos clássicos
É a partir da Idade Média com a descoberta de obras de autores gregos e romanos na Espanha e 3
Sicília muçulmanas que ressurge um interesse acentuado pela antiguidade. Tal situaçã o corre
paralela com o dinamismo urbano medieval que se verifica a partir da formaçã o das universidades
medievais da Itá lia, França e Flandres.
O ambiente político também favorece a emergência dos individualismos. Na Itá lia, dividida pelos
poderes e rivalidades urbanas locais as cidades de Florença, Veneza, Roma e Génova tornam-se
centros majestá ticos de irradiaçã o de cultura e ostentaçã o. A arquitectura majestosa do Império
Romano sã o testemunhos do classicismo e instigam à superaçã o dos modelos antigos.
Em Portugal, o Manuelino é derivaçã o meridional do gó tico com influências marítimas e orientais,
foi influenciado pelo Renascimento flamengo.
A centralidade do observador na arquitectura e pintura.
Importâ ncia do Antropocentrismo como matriz temá tica da arte do Renascimento. Equilíbrio,
perfeiçã o formal, técnica, racionalidade e espiritualidade sujeitas a uma leitura do mundo em que
o homem e a natureza se encontram na origem de todos os fenó menos.
Brunelleschi acentua a perspectiva, sistema racional que organiza todos os elementos do
conjunto.
Temá ticas religiosas, realismo naturalista, pintura a ó leo sobre tela, transparência plá stica,
sfumatto, naturezas mortas,
Escultura naturalista também libertando-se das paredes e nichos arquitectó nicos torna-se de
novo arte autó noma que põ e em evidência o homem, o individuo e as suas qualidades libertando-
se de temas religiosos. Escultura equestre e busto recuperam importâ ncia.
4. A renovaçã o da espiritualidade e da religiosidade
O movimento da Reforma iniciou-se em 1517 com o protesto de Martinho Lutero contra a venda
das indulgências pela Igreja cató lica.
As divisõ es na Igreja começaram na Idade Média com o Cisma do Ocidente. Também no século XV,
Erasmo e os humanistas acentuam a pureza original da religiã o rejeitando os excessos de poder e a
complexidade do culto e da hierarquia.
As críticas à Igreja continuaram nos séculos XIV e XV com críticas fortes contra o excessivo luxo e
ostentaçã o além da vida pouco cristã dos príncipes da Igreja. 4
Em 1517 o papa Leã o X mandou pregar por toda a Europa o perdã o dos pecados a quem
contribuisse com dinheiro ou riquezas para a construçã o da Basílica de S. Pedro Em Roma.
Lutero protestou contra a venda das indulgências afixando na porta da catedral de Wittemberg as
95 Teses contra as Indulgências, documento que protestava contra esta medida papal acusada de
puro mercantilismo religioso.
o papa excomungou Lutero e mandou persegui-lo obrigando-o a pedir protecçã o aos príncipes da
Alemanha que viram neste conflito a forma de se livrarem da obrigaçã o de pagamentos de tributos
ao papado retendo para seu proveito as receitas das dizimas na Alemanha e das propriedades da
Igreja nessa regiã o europeia.
O culto na Alemanha e noutras regiõ es do norte da Europa passou a ser feito segundo as regras de
Lutero e da Igreja Luterana.
A divisã o provocada por Lutero nã o teria sido possível sem o concurso de um espírito fortemente
crítico relativamente à Igreja, que existia nas regiõ es norte europeias.
No norte da Europa ao contrá rio do sul a influência da Igreja era tradicionalmente menos forte. Foi
a regiã o menos latinizada e cristianizada no tempo romano e foi a regiã o menos romanizada. a sua
religiosidade era mais austera a vida urbana era mais intensa e o comércio bastante desenvolvido.
O culto cristã o romano, com forte influência pagã e de imagens era menos forte e mais
espiritualizado.
As zonas onde a reforma teve mais dificuldade em implantar-se foram aquelas onde a influência
romana fora mais forte.
A reforma separou duas zonas europeias distintas. No norte, o pensamento mais abstracto e
crítico, a livre discussã o das ideias e a valorizaçã o individual levou à revoluçã o científica e à
revoluçã o industrial. A sul o pensamento menos autó nomo e crítico levou ao fanatismo religioso e
às perseguiçõ es lideradas pela Inquisiçã o.
EXPANSÃO EUROPEIA
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CONTACTOS ENTRE POVOS E CULTUTAS (europeus
africanos, asiáticos, ameríndios)
Preconceito racista
Desrespeito dos direitos humanos
Escravização
Compreensão do Outro; defesa da sua
humanidade
MISSIONAÇÃO E MISCIGENAÇÃO
O encontro de culturas