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AULA 2 - HUMANISMO
AULA 3 - RENASCIMENTO
No século XVI, o monge Nicolau Copérnico [1473 - 1543] publicou Das revoluções
dos corpos celestes, obra em que expõe o heliocentrismo. A obra foi praticamente ignorada
até o início do século XVII, quando as teorias nela propostas ressurgiram com Galileu e
Kepler.
A luneta proporcionou, a Galileu, descobertas valiosas: para além das estrelas fixas,
haveria ainda infindáveis mundos; a superfície da Lua é rugosa e irregular; o Sol tem
manchas; e em torno de júpiter existem quatro luas! Como isso seria possível? Partindo da
Física de Aristóteles, o Universo é finito, a Lua e o Sol são compostos de uma substância
incorruptível e perfeita e Júpiter, engastado de uma esfera de cristal, não poderia ter luas que
a perfurassem.
Essas descobertas levaram à conclusão de que não há corpos “perfeitos” e
“imperfeitos”, não há hierarquia entre o Céu e a Terra, o Universo é infinito. Podemos dizer
que houve uma "democratização" dos espaços, pois todos se tornaram equivalentes, nenhum
sendo superior ao outro. Dessa constatação foi possível concluir que as leis de física
aplicam-se igualmente a todos os corpos do Universo, ou seja, os fenômenos de física e da
astronomia, antes explicados de acordo com as diferenças da natureza dos corpos perfeitos e
imperfeitos, tornaram-se homogêneos.
Em 1638, à revelia da Inquisição, foi publicada na Holanda a obra Discursos e
demonstrações matemáticas sobre duas novas ciências, quando seu autor, Galileu, já cego,
ainda se encontrava em prisão domiciliar. A partir desse último e importante trabalho, em que
ligou a ciência da astronomia à física, pode-se dizer que nascia a física moderna e uma nova
concepção de astronomia.
Em certo sentido, o objetivo da ciência continua sendo compreender o que é
universal em relação aos objetos e fenômenos investigados. O que mudou bastante, dos
antigos gregos à ciência moderna, foi o próprio entendimento do que é ciência e das
condições nas quais se dá o conhecimento científico.
Aristóteles dizia que conhecer é conhecer as causas, concebidas por ele como quatro:
a causa material, a causa formal, a causa eficiente e a causa final. Esse processo levaria a um
conhecimento que transcenderia a ciência no seu sentido atual, e se confundiria com a própria
metafísica.
Logo, pode-se afirmar que A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA ganha sentido com
Galileu. Isso, porque, a partir de Galileu, deu-se o abandono, em grande medida, dessa
pretensão metafísica do conhecimento, de busca dos princípios últimos de todas as coisas. A
ciência passou a se guiar por um procedimento mais específico e experimental e, sobretudo,
por um enfoque quantitativo. A procura da explicação qualitativa e finalística acerca dos
seres [de sua finalidade ou de seu sentido] foi substituída pela matematização, isto é, por um
processo que abstrai, ignora as características sensíveis da realidade e reduz a explicação dos
fenômenos a equações, teoremas e fórmulas.
Como observou o historiador da ciência Alexandre Koyré em seu livro Do mundo fechado ao
universo infinito, a partir do Renascimento houve a destruição da ideia de COSMO, isto é, de
um mundo hierarquizado, dotado de centro e limitado no espaço. Em seu lugar, surgiu a ideia
de um UNIVERSO INFINITO, não hierarquizado, não místico, mas geométrico.
AULA 6: NICOLAU COPÉRNICO E O HELIOCENTRISMO.