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Humanismo, renascimento e reformas religiosas

Esses 3 assuntos, do primeiro aspecto, é a busca pela representação do ser humano e da natureza de modo realista
por “pura realidade”. Um conceito que antes era apenas na pintura, mas vai ser levado para o âmbito humanista com
os aspectos que até então ausentes nas pinturas europeias. As expressões corporais, faciais, humanas, com proporção
exata e noção de perspectiva, efeitos de luz e sombra. Todos os aspectos que se refere à transformação advinda da
idade média para uma nova fase da humanidade europeia. Foi um momento em que a caminhou até chegar no
renascimento: é a expressão no campo da cultura, desde então o homem passou cada vez mais a se ver como indivíduo
e não apenas como membro de uma coletividade, como se fosse uma saída do Jardim do Éden olhando pela ótica
religiosa. As reformas religiosas foram para o espírito do homem europeu o que o renascimento foi para a ciência e as
artes.

O mundo em transição

O renascimento é um conceito controverso porque a partir do século xx alguns estudiosos questionaram o uso do
termo renascimento, isso porque ele se baseia na ideia equivocada de que na idade média não houve nenhuma
produção cultural importante, e que o mundo greco-romano, chamado de cultura clássica, teria desaparecido nesse
período segundo. Os estudos da produção cultural foram bastante diversificados durante a idade média e a tradição
clássica não desapareceu, ao contrário, foi preservada principalmente pelos estudiosos da igreja.

Na baixa idade média o comércio entre a Europa Oriente teve uma grande expansão e muitas cidades europeias
enriqueceram as famílias das cidades-estados italianas de Gênova, Veneza e Florença acumularam imensas fortunas
com a atividade comercial nas feiras locais e com as relações mercantis com o povo do Oriente. O acontecimento
renascentista vai centralizar muito essas 3 cidades-estados italianas; a Itália vai ser o berço do renascimento como
movimento cultural e artística.

A crise que atingiu a Europa no século 14 acelerou o ritmo das mudanças que vinham ocorrendo, o feudalismo entrou
em declínio, trabalho assalariado começou a substituir as relações de servidão, os reis conquistaram grande poder e
a burguesia fortaleceu-se economicamente. Nesse contexto, os europeus se aventuraram em viagens que levaram às
terras distantes muito diferente do que conheciam. Impressionados com as transformações, muitos pensadores
defenderam a ideia de que vive um período de renovação em todos os setores da vida humana, que rompia com o
mundo medieval esse movimento de transformação cultural e científica desenvolvido entre os séculos 14 e 16 que
ficou conhecido como renascimento.

As inovações técnicas e científicas também marcaram aquele período. A invenção e o aprimoramento de instrumentos
de navegação, elaboração de mapas mais precisos contribuíram para viagens ultramarinos, estudos de anatomia da
circulação sanguínea auxiliaram na descoberta de várias doenças, a invenção da imprensa proporcionou a divulgação
de novos conhecimentos, e por fim, a reforma religiosa rompeu a unidade da cristandade até então assegurada pela
Igreja Católica advindo daí todos os acontecimentos da expansão marítima.

Humanismo

A ideia de que os acontecimentos cotidianos e o destino das pessoas eram determinados por Deus, partindo do século
14, esta prisão de mundo, passou pouco a pouco as não corresponder aos novos modos de vida urbano que florescia
na Europa. Sobretudo nas cidades da península itálica, nesse contexto, muitos artistas intelectuais adotaram em seus
trabalhos uma perspectiva humanista. O humanismo tem por característica valorizar a capacidade e os potenciais
humanos tanto físicos quanto intelectuais.

O Humanismo foi um movimento intelectual do renascimento que situava o homem no centro do universo valorizando
o espírito crítico o potencial criativo e o pensamento racional do ser humano.

Isso não significa que os humanistas fossem antirreligiosos ou descrentes, eles defendiam a possibilidade de a fé em
Deus conviver com a fé no ser humano em sua capacidade criativa. Para esses humanistas, os ideais buscados por eles
poderiam ser encontrados na antiguidade clássica, que serviu de inspiração para os humanistas, pois, eles viam na
cultura greco-romana o espírito de valorização do homem, da sua capacidade de realização. Eles viam a civilização
greco-romana como modelo de vida, de arte, de valores, em que o ser humano e a natureza eram o centro das
atenções de filósofos e artistas. Para os humanistas, o homem era a maior criação de Deus um ser dotado de razão,
arbítrio e discernimento, capaz de transformar a natureza e o mundo que o serve. Buscavam nos autores e nas obras
de arte da antiguidade e também da natureza na sociedade em que vive, a inspiração para criar suas próprias obras

Nessa época, a Igreja Católica ainda era a principal responsável pela produção de conhecimento e pelo controle dos
textos produzidos, portanto, muito do que se produziu nesse período foi feito por homens, que de uma forma ou de
outra, relacionavam-se com a religião. A crença na religião está expressa na figura de Adão e de Deus, o seu criador é
Deus quem se dirige ao Adão, a mais especial de suas criaturas, a filosofia da época diz que não há regras pré-
estabelecidas, pois ele tem a Liberdade de ser o que quiser. Desta forma, ao contrário do pensamento cristão
medieval, na visão filosófica, Deus criou o ser humano para ser livre, para construir seu próprio destino. Há então a
ideia do livre arbítrio absoluto, o ser humano criado por Deus, transforma-se em humano por sua própria vontade
capacidade de traçar seu destino.

A imprensa e os novos conhecimentos

O processo de fabricação do papel, inventado na China por volta do século 2, só chegou à Europa no século 12 por
intermédio de mercadores italianos. Em pouco tempo um número considerável de pessoas especializou-se na
produção de papel na Europa, mas no mundo ocidental a grande revolução no processo de divulgação do
conhecimento ocorreu com a invenção dos tipos móveis metálicos e da prensa (tipografia), no século 15 pelo alemão
Johannes Gutenberg, em meados de 1390 a 1470.

Os tipos móveis eram pequenas peças de chumbo com letras, números e outros sinais gráficos gravados em relevo.
O processo consistia em emergir as peças em tinta e pressioná-las contra o papel por meio da prensa. A Bíblia de 42
linhas composta entre 1450 e 1455 na oficina de Gutenberg, é tida como primeiro livro impresso no ocidente. Com a
invenção da prensa de tipos móveis metálicos, a produção e a venda de livros aumentaram significativamente. Calcula-
se que no final do século 15, cerca de 1,5 milhões de exemplares tenham sido produzidos, mas isso não significa que
os manuscritos tenham deixado de existir. Até o século 19, com o surgimento da produção industrial de livros, as obras
impressas conviveram com os livros manuscritos.

O aumento na produção de livros permitiu que os conhecimentos se difundissem de forma cada vez mais ampla
estimulando o espírito investigativo e crítico dos leitores. Os estudiosos já não se contentavam em aceitar os
ensinamentos dos mestres, queriam comprovar tudo o que Liam, teorias desenvolvidas por pensadores da
antiguidade, por exemplo, foram testadas repetidas vezes pelos renascentistas; muitas das concepções até então
admitidas como verdadeiras foram questionadas.

O espírito científico e a teoria heliocêntrica

Até o século 16, a teoria aceita pela Igreja para aplicar os fenômenos astronômicos, era a chamada Teoria Geocêntrica.
Elaborada no século 2 pelo astrônomo grego Ptolomeu, nessa teoria, a Terra era o centro do universo e em torno dela
girava o Sol e os outros planetas. Antes de Ptolomeu, o também grego Aristarco, tinha proposto um modelo diferente,
que estabelecia o Sol como centro e em torno do qual orbitavam os planetas. As ideias de Aristarco que se deu por
quase 2000 anos, foram retomadas pelo astrônomo polonês Nicolau Copérnico. Estudando livros e teorias de
astrónomos da antiguidade e observando atentamente os movimentos planetários, Copérnico propôs um novo
sistema de organização do universo que tinha como base o princípio de que a Terra e os demais planetas giravam em
torno do solo. Ele criou assim, a teoria heliocêntrica. A teoria de Copérnico foi essencial para o desenvolvimento da
astronomia Moderna abrindo caminho para outros estudiosos. Entre eles o italiano Galileu Galilei. Os estudos Galileu
foram perseguidos pela Igreja e obrigado a negar publicamente suas conclusões para evitar ser condenado à morte.

Inovações da medicina

Os renascentistas também se dedicaram ao estudo do corpo humano. O belga Andreas Vesalius, um dos mais
destacados médicos do século 16, estudou anatomia e a fisiologia humanas por meio da dissecação de cadáveres.
Como essa prática era proibida pela Igreja, Vesalius foi condenado a peregrinar até Jerusalém como penitência.

As inovações da medicina romperam com o conhecimento produzido na antiguidade clássica, quando a anatomia do
corpo humano deixou de ser estudada com base na analogia com o corpo de outros animais. As pesquisas científicas
realizadas nesse período, foram essenciais para desfazer concepções incorretas sobre o funcionamento do corpo
humano, como as criadas na Roma antiga no século 2, pelo médico Cláudio Galeno. Mesmo tendo feito descrições
muito precisas dos músculos dos ossos, dos nervos e das artérias, Galeno cometeu várias imprecisões, pois descreveu
a anatomia humana com base na dissecação de outros animais.

As artes no renascimento

O centro da arte renascentista foi a Península Itálica, entre os séculos 14 e 16, o florescimento econômico, intelectual
das cidades-estados italianas, principalmente Florença. Roma criou as condições necessárias para o surgimento de
uma arte extremamente refinada. Boa parte dessa produção contou com o Patrocínio dos mecenas, que eram
comerciantes e banqueiros que financiavam e protegiam artistas plásticos, escritores e cientistas. O mecenato, como
ficou conhecido essa prática, era também praticado por príncipes, reis e papas interessados em ampliar sua influência
e seu poder na sociedade. Um dos principais representantes do mecenato na época, foram os Médici: uma poderosa
família de banqueiros e comerciantes das cidades estado de Florença, onde também ocupavam cargos importantes
no governo, a financiar artistas intelectuais, como Masaccio e Sandro Botticelli.

Escultura, arquitetura e pintura

A revalorização da cultura e das tradições greco-romanas, conhecida como classicismo, expressava o estudo das
proporções e a busca dos artistas por composições harmônicas, além de uma busca pela realidade idealizada.
Escultores como Donatello, tornar os estudos da arte clássica e da anatomia humana, por uma perseguição do ideal
de representar o homem com a máxima fidelidade. Na arquitetura, essa tendência se revelou na pesquisa sobre as
ruínas romanas para aplicação de algumas características clássicas, como uso intenso de linhas retas nos novos
edifícios. Destaque para Donato Bramante, autor do projeto inicial da basílica de São Pedro em Roma, e para Filippo
Brunelleschi, que projetou a cúpula da catedral da Santa Maria Del Fiore, e o Hospital dos Inocentes, ambos em
Florença.

Os renascentistas transpuseram para o campo da arte os estudos anatômicos. Aplicaram a técnica da perspectiva,
desenvolveram as primeiras tintas à base de óleo, além do recurso da produção de sombras que ajudava destacar o
relevo, e volume dos objetos representados. Essas características resultaram na produção de uma arte mais realista.

Na pintura, os renascentistas desenvolveram materiais e técnicas inovadores com base em intensos estudos da
anatomia, matemática, e geometria, procurando reproduzir a realidade na tela. Os pintores renascentistas aplicaram
a técnica da perspectiva, com isso criaram imagens tridimensionais: com altura, largura e profundidade. Em uma
superfície plana no século 15, foram desenvolvidas as primeiras tintas feitas à base de óleo, em que os corantes
naturais eram misturados ao óleo, extraído de sementes de linho. Essa tinta secava mais lentamente que as produzidas
até aquele momento, assim os artistas podiam alterar suas obras com a tinta ainda fresca, sem comprometer o
resultado da pintura. Outra inovação dos renascentistas, foi o uso de tintas claras e escuras para produzir sombra nas
imagens. Todos os objetos representados nas pinturas pareciam ter relevo e volume. Uma técnica desenvolvida por
eles que proporcionou a acentuar o realismo nas obras.

Alta Renascença

A chamada alta Renascença é considerada por muitos o período Áureo da produção artística do renascimento. A
arte produzida pelos artistas que viveram entre os séculos 15 e 16, resultou também no aperfeiçoamento dos
conhecimentos técnicos e desenvolvidos anteriormente. Nesse período, 3 artistas se tornaram referências na arte
ocidental: Michelangelo Buonarotti, Leonardo da Vinci e Rafael Sanzio.
Reformas religiosas: cristandade em crise

No século 14 e 15 teve início na Igreja Católica uma crise de grandes proporções. Os casos de bispos, cardeais e até
papas que levavam uma vida desregrada de luxo e devassidão, tornaram-se muito comuns. Além disso, a venda de
cargos religiosos, de relíquias da igreja, indulgências, despertavam muitas críticas e afastava o alto clero dos fiéis.
Enquanto isso, principalmente na França e na região da atual Alemanha, o baixo clero vivia em condições quase
miseráveis. Grande parte de seus membros, era acusada de desrespeitar as regras monásticas e de possuir insuficiente
formação intelectual para lidar com a exigência do sacerdócio. As primeiras críticas conhecidas a conduta do clero
católico apareceram no século 14. O teólogo inglês John Wycliffe, por exemplo, condenou a corrupção na igreja e
defendeu o retorno do clero a uma vida de pobreza nos modos dos primeiros cristãos. Em Praga na atual República
Tcheca, o sacerdote e reitor da universidade Jan Huss, também se revoltou contra a corrupção do alto clero e a venda
de indulgências. Na região da atual Alemanha, que as críticas sobretudo a venda de indulgências, provocaram uma
fratura definitiva no interior da Igreja. Ali em 1517, o monge Martinho Lutero apresentou suas 95 teses em que
combate a diversas práticas e dogmas da Igreja, entre eles a validade da venda de indulgência para a remissão dos
pecados. Esse ato de ruptura iniciou um movimento que convulsionou a Europa: a reforma protestante.

Um dos princípios defendidos por Lutero era a salvação pela fé, em contraposição ao princípio da Igreja de salvação
pelas boas obras ou por meio de indulgências.

A doutrina luterana

Em 1521, Lutero foi excomungado pelo papa sob a acusação de heresia. A essa altura ele já era muito conhecido no
sacro Império Romano germânico, alguns princípios, de outros membros da nobreza, apoiavam e ele contava também
com a simpatia da burguesia, dos camponeses. Pressionado pela situação, o Imperador católico Carlos 5, convocou a
Dieta de Worms, uma reunião de Nobres e clérigos do Império, em que pretendia coagir Lutero a abandonar suas
posições. Lutero também reafirmou suas teses e foi expulso do Império, na ocasião, nobres de setores populares que
apoiavam e protestaram contra a decisão, ficaram conhecidos como protestantes. Lutero acreditava que a bíblia era
a única fonte da verdade cristã, que cada pessoa tinha o direito de interpretar livremente sem a mediação dos
sacerdotes. No entanto, para que todos compreendessem, ela deveria estar escrita na língua falada pela população.
Neste momento, Lutero iniciou o trabalho de tradução da bíblia para o alemão. Muitos Nobres do Império
converteram-se ao luteranismo não apenas por concordarem com a nova doutrina, mas também pela oportunidade
de confiscar as terras da Igreja. Entre os camponeses a adesão ao luteranismo aconteceu como uma forma de se verem
livres do pagamento dos altos tributos cobrados pelo clero, motivados pelos acontecimentos em 1524, camponeses
liderados por Thomas Munzer iniciaram uma revolta contra a nobreza. A Rebelião condenada por Lutero foi
violentamente reprimida deixando um saldo de 100 mil camponeses mortos.

A reforma espalha-se pela Europa


A reforma religiosa proposta por Lutero, favoreceu a formação de outras igrejas protestantes em diversas regiões da
Europa. Mas foi na Suíça e na Inglaterra que surgiram 2 importantes doutrinas reformadas que até hoje contam com
inúmeros adeptos: o calvinismo e o anglicanismo.

A doutrina calvinista

João Calvino nasceu em 1509, na França. Na universidade em que cursou direito, entrou em contato com as ideias de
Lutero e aderiu ao movimento reformista. Perseguido pelas autoridades religiosas na França, mudou-se para a Suíça
onde escreveu Instituições da religião cristã. Nessa obra, ele sintetizou as ideias de Lutero e outros reformadores. A
doutrina de Calvino diferenciava se alguns pontos da proposta de Lutero: Calvino retomou as ideias de Santo Agostinho
para desenvolver o princípio da predestinação. Segundo ele, Deus escolheu desde o início os abençoados com a
salvação e os condenados à perdição eterna. O homem por sua natureza pecadora, não era digno de mudar essa
decisão, nem de conhecê-la. Para não viver angustiado pela dúvida, o crente deveria buscar sinais da graça divina
perseverando em sua fé e mantendo uma vida de virtude e de obediência a Deus. Como Calvino via os bens materiais
adquiridos pelo homem como uma prova da bondade de Deus, seus seguidores passaram a interpretar a Riqueza como
sinal da graça divina, ou seja, a fortuna acumulada por uma pessoa, revelava que ela havia sido escolhida por Deus
para a salvação. Essas Ideais estimulavam a poupança e ao trabalho. Para alguns autores, essa conduta contribuiu para
impulsionar o desenvolvimento da economia capitalista nas regiões em que a adesão ao cavinismo foi maior, como o
norte da Alemanha, a Holanda e posteriormente os Estados Unidos.

A igreja Anglicana

Na Inglaterra, o principal movimento reformador da igreja nasceu no próprio governo o rei Henrique VIII, que subiu
ao trono em 1509. Era casado com Catarina de Aragão, tia do imperador do sacro Império Romano germânico Carlos
5. O objetivo desse casamento era estabelecer uma importante Aliança política entre esses governantes. Descontente
com Catarina, a quem culpava por não lhe dar um herdeiro para o trono, Henrique pediu ao papa Clemente VII, que
anulasse o casamento. O papa, porém, querendo evitar atritos com Carlos V, negou o pedido Henrique VIII.
Contrariado, proclamou-se em 1531, chefe da igreja da Inglaterra. Em seguida, pressionou o Parlamento a aprovar leis
que aboliram todas as taxas pagas ao papa e que desligava a Inglaterra da igreja de Roma. E em mais uma atitude de
ruptura, Henrique VIII divorciou-se de Catarina e se casou com Ana Bolena. Em 1534 Henrique VIII, formalizou o
rompimento com a igreja católica proclamando o ato de supremacia, pelo qual o rei se tornou o chefe absoluto da
igreja na Inglaterra. Muitos Nobres burgueses intelectuais, até mesmo camponeses, apoiaram a decisão do monarca.
Nasce assim, a igreja Anglicana. Outras leis aprovadas posteriormente, obrigaram o clero inglês a jurar lealdade ao rei,
confiscaram grande parte das propriedades da Igreja Católica e fecharam os monastérios que indisposto contra essas
medidas, sofreu perseguições. Muitos foram presos e condenados à morte.

Catarina de Aragão e Ana Bolena não foram as únicas esposas de Henrique VIII. Após a execução de Bolena, o inglês
casou-se com Joana Seymour, que lhe deu um herdeiro, mas morreu no parto. Em seguida, casou-se com Ana de
Cleves, Catherine Howard e Catherine Parr.

Importante ressaltar os aspectos políticos da fundação da igreja Anglicana, já que em termos de doutrinas e rituais,
poucas diferenças existem entre os princípios e práticas e aqueles da Igreja Católica. Nesse caso, tratava-se de um
conflito de poderes entre a monarquia inglesa e autoridades do papa.

A reforma católica

Desde o século 15, um movimento de intelectuais católicos, tentava promover mudanças na organização da igreja e
aproximá-las dos fiéis. Esse movimento se fortaleceu com a criação das doutrinas reformadas que conquistaram
adeptos em grande parte da Europa. Preocupado com a crise religiosa, a Igreja tomou uma série de medidas com o
objetivo de combater os abusos do clero, fortalecer a doutrina católica e conter o avanço protestante. Essas mudanças
receberam o nome de Contrarreforma ou reforma católica. E sua implementação demorou mais de 50 anos. Um dos
principais responsáveis pela reforma católica foi o papa Paulo III. Ao assumir o pontificado 1534, ele renovou o grupo
de cardeais, promovendo para a função, apenas homens de grande capacidade intelectual e retidão de caráter; e os
encarregou de produzir um relatório sobre a situação da igreja católica. O relatório ficou pronto em 1537, e nele
ficaram evidentes os abusos do clero. Com base nesse documento, Paulo III colocou em ação uma série de medidas:
ordenou a criação de seminários, universidades e colégios; autorizou o funcionamento da Companhia de Jesus, criou
a Sagrada Congregação da Inquisição Romana e Universal, e convocou o concílio de Trento.

O concílio de Trento

Em 1545, na cidade de Trento, na Itália, iniciou sua primeira sessão do Concílio. Convocado pelo papa Paulo III para
discutir importantes questões relacionadas à Igreja, o Concílio de Trento, como ficou conhecido, só terminou em 1563,
após inúmeras interrupções por desentendimentos políticos. O Concílio reafirmou os principais dogmas católicos
questionados pelas doutrinas reformadas e procurou fortalecer o poder da Igreja Católica. Alguma delas são que tanto
a fé, quanto as boas ações, eram necessárias para a salvação.

Reafirmou que as escrituras eram importantes fontes de verdade cristã, mas que as Tradições da Igreja também
tinham o mesmo valor;

A Igreja continuava a ser a única com poder para interpretar as Escrituras;

Confirmou-se a eficácia das indulgências como instrumento para obter o perdão das penas temporais aplicadas aos
pecadores;

Os Sete Sacramentos foram mantidos, assim como o culto à Virgem e aos Santos.

O concílio também estabeleceu algumas regras que visavam moralizar o clero e instruí-los, por exemplo, ficou
decidido que os bispos deviam ser responsáveis por instruir e preparar os padres na região em que viviam; desta forma
eles não podiam mais deixar suas paróquias e continuar arrecadando dinheiro delas para viver em Roma. O clero
também foi proibido de receber dinheiro em troca de concessão de indulgência. Com essas decisões a Igreja combatia
as principais queixas feitas pelos reformadores: a cobrança indevida de dinheiro, e o despreparo intelectual do baixo
clero.

O Concílio de Trento foi finalizado em 1563, seu principal objetivo era de fortalecer o poder da Igreja Católica por
meio da afirmação de dogmas católicos que foram questionados pelas doutrinas declamadoras.

Recapitulando com questões!

1. O que é humanismo?
2. De que forma antiguidade clássica influenciou o humanismo?
3. De que modo os humanistas enxergavam o ser humano?
4. De que maneira o desenvolvimento da medicina do século 16 rompeu com o conhecimento produzido
durante a antiguidade clássica?
5. Apresente as principais inovações da arte renascentista na pintura. Qual foi o impacto artístico causado por
essas inovações?
6. Como a Igreja Católica reagiu à reforma protestante?
7. Quando o Concílio de Trento foi concluído e qual era seu principal objetivo?
8. Quais comportamentos da época do renascimento vemos hoje na sociedade?

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