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Prof.

Jelsimar Pereira

História - ___/___/2023

Renascimento Cultural
Renovação no cotidiano

Entre o final da Idade Média e o início da Idade Moderna, o modo de vida dos europeus ocidentais passou
por transformações significativas. O movimento artístico e cultural que acompanhou essas renovações foi chamado
de Renascimento ou Renascença. O Renascimento ocorreu principalmente nos séculos XV e XVI. Porém, foi apenas
no século XIX que esse termo se difundiu entre os historiadores europeus.

Durante o Renascimento, intelectuais e artistas deram novos significados a valores inspirados na cultura
greco-romana da Antiguidade. Alguns consideravam que a Idade Média havia sido um período de atraso e queriam
retomar a cultura da Antiguidade clássica ou greco-romana.

Apesar de admirarem elementos da cultura grega e romana antigas, os renascentistas não realizaram um
simples retorno à Antiguidade. Além de não ser possível uma cultura renascer fora de sua época, quase todos os
renascentistas estavam influenciados pelos princípios cristãos, mesmo que desejassem renová-los.

Neste desenho, feito em 1490, Leonardo da Vinci calculou as proporções do corpo humano de acordo com Vitrúvio, arquiteto
romano do século I a.C. A obra é conhecida como Homem vitruviano e encontra-se no acervo da Galeria da Academia, em
Veneza, Itália.

Os humanistas

A princípio, foram chamados de humanistas os pensadores que pretendiam


reformar o ensino nas universidades medievais, que era influenciado pela Igreja
católica. Os cursos nessas universidades eram voltados principalmente para três
áreas: Direito, Medicina e Teologia (estudo da religião e das coisas divinas). Mas, para
os humanistas, a formação intelectual e profissional deveria se basear nos
conhecimentos alcançados por meio dos experimentos científicos, na razão. Com base nisso, os estudos
humanísticos incluíam filosofia, história, poesia e matemática.

Posteriormente, também foram chamados de humanistas os escritores, pintores, arquitetos, professores,


religiosos e cientistas que criticavam o apego das autoridades da Igreja ao catolicismo medieval. Até então, os
preceitos católicos insistiam na oposição entre corpo e espírito, pecado e virtude. Com base nesse raciocínio, quem
obedecia rigorosamente à Igreja católica trilhava o “caminho do bem” e podia esperar pela salvação de sua alma.
Quem se desviasse dos ensinamentos da Igreja era um “pecador” que praticava o mal.

Os humanistas entraram em choque com esta cultura teocêntrica, que colocava Deus no centro das
preocupações das pessoas. Os humanistas valorizavam a cultura antropocêntrica, que enaltecia o papel do ser
humano no próprio destino. Estimulavam a curiosidade pelo conhecimento, defendiam o livre-arbítrio, a iniciativa
individual e a investigação racional do mundo. Alguns humanistas, como Picodella Mirandola (1463-1494),
argumentavam que Deus criara o ser humano dando-lhe a liberdade de construir a si mesmo.

Na busca pelo conhecimento, os humanistas percorreram caminhos diferentes. Alguns pensadores


dedicavam-se ao estudo da natureza, enquanto outros interpretavam textos da Antiguidade greco-romana — o que
exigia conhecimento de grego e de latim, por exemplo. Eles também se expressaram de diferentes formas, através
da poesia, da ciência, da pintura, da escultura, da literatura, da filosofia etc.
Mas os estudos humanísticos também se estenderam ao estudo da política por meio de pensadores, como
Nicolau Maquiavel (1469-1527), em Florença, que se dedicou a escrever sobre teorias políticas e a forma mais
eficiente de governar.

Em cada região da Europa, o Humanismo renascentista teve características próprias. Por causa dessa
diversidade, os historiadores costumam falar em Renascimentos e Humanismos, no plural.

Nicolau Maquiavel, retratado por Santi di Tito (1538-1603). Foi em Florença que o filósofo, preocupado com as questões políticas de
sua época, escreveu a obra O príncipe (1513). Óleo sobre painel, 104 cm 3 85 cm. Palácio Vecchio, Florença, Itália.

A Itália e o Renascimento

O Renascimento surgiu na península Itálica a partir do século XIV, com destaque


para as cidades de Florença, Bolonha, Gênova, Veneza e Roma. Dali difundiu-se por
outras regiões da Europa. Assim surgiram importantes movimentos renascentistas em
lugares como as atuais Espanha, França, Alemanha, Inglaterra, Holanda e Portugal.

Várias condições contribuíram para que o Renascimento tivesse início na península Itálica. Entre elas
destacamos a presença de obras de arte da Roma antiga e a circulação de textos da Antiguidade clássica, como os
de Aristóteles, Platão e Sêneca. Esses textos chegaram à Itália pelos bizantinos e muçulmanos, povos com os quais
os italianos mantiveram relações comerciais e culturais ao longo da Idade Média.

No Renascimento, ricos comerciantes e banqueiros italianos começaram a exercer o mecenato, ou seja, a


patrocinar artistas, intelectuais e cientistas. Uma das famílias que se destacaram no mecenato italiano foi a dos
Médici, em Florença, no século XV.

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