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Império Bizantino

O Império Romano do Oriente tinha como sede Constantinopla, região que hoje
corresponde à cidade de Istambul, na atual Turquia. Lá existem edifícios modernos ao lado de
construções antigas que atraem turistas do mundo inteiro.

Uma das maiores riquezas de Istambul é sua diversidade cultural. Na cidade, há uma
mescla de influências grega, romana e oriental.

Império Romano do Oriente

A capital do Império Romano do Oriente era Constantinopla. Essa cidade foi fundada
no lugar onde existia a antiga colônia grega de Bizâncio, motivo pelo qual o império também
ficou conhecido como Império Bizantino.

Constantinopla ficava no caminho de rotas comerciais que iam da Europa à Ásia. Essa
localização favoreceu a economia da região. De modo geral, os historiadores apontam que o
governo bizantino controlava boa parte das atividades econômicas e era dono de negócios de
pesca e de produção de metais, armas e tecidos.

Nas cidades, as oficinas particulares organizavam-se em corporações de ofício,


formadas por quem trabalhava no mesmo ramo – como carpintaria, tecelagem ou sapataria.

Veja alguns dos principais produtos comercializados no Império Bizantino:

• artigos de luxo – perfumes, seda, porcelana e vidro, feitos por artesãos chineses,
árabes, persas ou indianos e revendidos aos europeus ricos;

• produtos agrícolas – trigo, especiarias, vinho e azeite, produzidos no norte da África,


na Grécia e na Síria;

• artesanato – jóias, tecidos e artigos de ouro e marfim feitos em cidades bizantinas.

Governo de Justiniano

Foi somente no século VI, durante o governo de Justiniano (527-565), que o Império
Bizantino se tornou bem-estruturado e se expandiu.

Nesse período, forças bizantinas promoveram diversas campanhas militares e


enfrentaram povos como os germanos, os persas e os eslavos para reconquistar territórios que
anteriormente haviam pertencido ao Império Romano.

Essas guerras trouxeram despesas. Era preciso pagar os soldados, fornecer armas para o
exército e garantir o abastecimento das tropas. Para cobrir esses gastos, os governantes
cobravam impostos da população.
Código de Justiniano

O direito romano foi reunido e revisto por juristas de Bizâncio. Daí surgiu o Código de
Justiniano, através do qual muitas instituições do direito romano chegaram aos dias atuais.

De modo geral, as leis bizantinas fortaleceram o poder do imperador e garantiram as


propriedades da Igreja e dos grandes proprietários de terra (latifundiários). A maior parte dos
camponeses continuou sem direito à terra.

Cesaropapismo

Os imperadores bizantinos usaram a religião para conquistar poder e manter a unidade


do Império, sendo considerados “representantes de Deus”. Por isso, mandavam nos assuntos
políticos (do Estado) e religiosos (da Igreja).

Esse sistema ficou conhecido como cesaropapismo: o poder imperial (césar) e o poder
religioso (papa) ficavam nas mãos do imperador. O cesaropapismo já existia entre os
imperadores romanos cristãos, como Constantino.

No Império Bizantino, o imperador adotava o título de basileu, palavra grega que


significa “aquele que tem autoridade suprema”.

Cisma do Oriente

O cristianismo era a religião oficial do Império, tendo forte influência nas relações
sociais. Por isso, a história bizantina foi marcada por vários movimentos religiosos. Um deles
foi chamado de iconoclastia, palavra que significa “quebra de imagens”. Seus seguidores eram
contra o culto das imagens dos santos e pregavam a destruição das estátuas das igrejas.
A iconoclastia ultrapassou os limites do Império Bizantino e, em 731, o papa Gregório
III protestou contra essa destruição.

As divergências entre os papas e as autoridades bizantinas não pararam aí. Ao longo dos
séculos seguintes, ocorreram conflitos que levaram à divisão da Igreja católica em 1054. Com
essa divisão, que ficou conhecida como Cisma do Oriente, foram criadas:

• a Igreja Católica Apostólica Ortodoxa – ou simplesmente Igreja ortodoxa, com


sede em Constantinopla e comandada pelo patriarca da cidade, indicado pelo imperador
bizantino;

• a Igreja Católica Apostólica Romana – ou simplesmente Igreja católica, com sede


em Roma e comandada pelos papas.

Declínio do Império Bizantino

O período de maior esplendor do Império Bizantino foi o do governo de Justiniano,


entre 527 e 565. Depois dessa época, o Império sofreu altos e baixos em razão de ataques
externos, principalmente de muçulmanos e de cristãos da Europa ocidental:

• no século VII, os bizantinos perderam seus domínios no norte da África para os


muçulmanos. Posteriormente (séculos X e XI), recuperaram parte desses domínios. As
fronteiras se fortaleceram e a economia se estabilizou;

• em 1204, Constantinopla foi invadida e saqueada por cristãos durante a Quarta


Cruzada. Somente cerca de sessenta anos depois, os bizantinos retomaram o domínio sobre sua
capital;

• ao longo do século XIV, os bizantinos perderam territórios no sul da Grécia, na Sérvia,


na Bulgária e na Síria;

• em 1376, o Império Otomano avançou sobre o mundo bizantino e estabeleceu sua


capital na cidade de Adrianópolis (hoje Erdine), na Turquia, há pouco mais de 200 quilômetros
de Constantinopla.

A cidade de Constantinopla permaneceu próspera e sob o domínio de Bizâncio até


1453, quando os turcos otomanos, depois de muitas tentativas, conseguiram conquistá-la. Nesse
período, muitos sábios bizantinos migraram para a península Itálica, levando consigo elementos
de sua cultura.

A tomada de Constantinopla pelos turcos em 1453 representou o fim do Império


Bizantino e costuma ser utilizada como um dos marcos tradicionais do final da Idade Média. Ao
longo dos séculos seguintes, boa parte da cultura, da religião e da arte bizantina se manteve na
península Balcânica e na Rússia. Muitos desses aspectos também continuaram influenciando
sociedades ocidentais.

O domínio turco teve como consequência o aumento dos preços e dos impostos
cobrados dos comerciantes europeus que iam a Constantinopla comprar produtos asiáticos.
Assim, esses produtos ficaram mais caros e mais difíceis de serem encontrados na Europa
ocidental. Isso, de certa forma, estimulou a busca por outros caminhos marítimos para a Ásia,
contribuindo para as Grandes Navegações (tema que será estudado no próximo ano).

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