A revolução científica e literária que se deu durante o Renascimento foi
chamada Humanismo. Os humanistas eram geralmente homens da Igreja ou professores protegidos por mecenas. Eram individualistas, isto é, davam maior importância ao valor e aos direitos de cada indivíduo do que à sociedade. Muito cultos e grandes admiradores da cultura antiga, viajavam à procura de manuscritos que copiavam, corrigiam e comentavam. Para entendê-los, aprenderam grego, hebraico e outras línguas antigas; expressavam-se no mais puto latim. Seus trabalhos trouxeram um desenvolvimento extraordinário à literatura de muitos países da Europa. Os humanistas acreditavam no progresso e na capacidade humanas; tinham uma sede imensa de aprender tudo o que fosse possível. Suas idéias tornaram-se conhecidas e aceitas graças à invenção da imprensa, que tornou mais fácil a reprodução das obras literárias (os livros podiam assim ser obtidos em quantidade muito maior que até então, a preços mais acessíveis e com grande rapidez). O principal centro humanista foi a Itália, nos fins do século XV. Os estudos começados por Dante, Petrarca e Boccaccio foram estimulados pela chegada de homens cultos vindos de Constantinopla – um dos principais centros culturais do Oriente – tomada pelos turcos em 1453. Na cidade italiana de Florença, Lourenço de Médicis fundou uma academia onde pensadores ilustres tentaram estabelecer um acordo entre o pensamento antigo (pagão) e o ideal cristão; foi também ali que Maquiavel renovou os estudos de história e de política, estabelecendo em O Príncipe as bases para a organização política do Estado moderno. Os humanistas cristãos procuraram conciliar a filosofia platônica e o Cristianismo, principalmente Marcílio Ficino e Pico della Mirandola. Os humanistas pagãos desenvolveram estudos históricos da Antigüidade com a finalidade de criticar os livros sagrados, como é o caso de Lourenço Valla. Fora da Itália, o maior humanista foi o holandês Erasmo de Roterdam, que criticou a sociedade do seu tempo em Elogio da Loucura. Na França o Humanismo triunfou graças à proteção de Francisco I, fundador do Colégio de França, onde se ensinava grego, hebraico, filosofia, matemática, geografia e medicina. François Rabelais satirizou a Filosofia Escolástica e a Igreja nas obras Gargântua e Pantagruel. O cinismo de Michel Montaigne, em Ensaios, abalou os dogmas da fé. Na Inglaterra Sir Thomas Morus escreveu a Utopia, onde preconizou uma sociedade igualitária, criticando o capitalismo nascente. Sir Francis Bacon desenvolveu seu método da experimentação – Novum Organum – de grande importância para o conhecimento científico. A produção humanista na literatura e no teatro foi fecunda. Na Espanha, Miguel de Cervantes em Dom Quixote satirizou o feudalismo e os costumes da cavalaria medieval. A mesma crítica e mais o fervor religioso aparecem em Lope de Vega, Tirso de Molina e Calderón de la Barca que produziram numerosas peças de teatro. Em Portugal sobressaíram-se Gil Vicente no teatro e Luís Vaz de Camões na epopéia. Mas William Shakespeare, na Inglaterra, foi o representante máximo da criação artística no teatro; escreveu mais de 40 peças e algumas de suas obras são representadas até hoje, como Romeu e Julieta, Hamlet, Macbeth, Rei Lear, Júlio César e outras.
Resumo
3. Os humanistas eram eruditos preocupados com a condição humana:
a) Foram protegidos por Lourenço de Médicis, em Florença. b) Dos humanistas destacaram-se Maquiavel com a obra O Príncipe e Erasmo de Roterdam com O Elogio da Loucura.