Você está na página 1de 28

PROJETO FILOSOFAR

Capítulo 14 – Filosofia moderna:


nova ciência e racionalismo
A nova ciência e o racionalismo

Percebi que todo saber que eu procurava


podia ser encontrado em mim mesmo ou
no grande livro do mundo.
René Descartes

René Descartes
Idade Moderna

Nova concepção do ser humano e do mundo

Idade Moderna: meados do século XV ao fim do século XVIII.

Contexto histórico:
A partir do século XV uma série de transformações teve início nas
sociedades europeias.
A passagem do feudalismo para o capitalismo
A formação dos estados nacionais

O movimento da Reforma

O desenvolvimento da ciência natural

A invenção da imprensa

Modificação do pensamento:
Teocentrismo Antropocentrismo
Revalorização do homem e da
Renascimento natureza
Renascimento: séculos XV e XVI.
Tendo por berço a península Itálica, o Renascimento criaria a base
conceitual e de valores que permitiria a arrancada da razão e da
ciência no século XII.

Razão e liberdade
Renascimento Desenvolvimento de uma mentalidade
inspirou-se no racionalista. O pensador moderno buscava
Humanismo não somente conhecer a realidade, mas
exercer controle sobre ela.
PREVER e PROVER
O Renascimento não significa um abandono completo das
questões cristãs medievais, ocorre uma “humanização” do divino.

O traço unificador é o Humanismo, que encontra expressão nas


palavras do dramaturgo inglês William Shakespeare:

Que obra-prima é o homem! Como é nobre em sua razão!


Que capacidade infinita! Como é preciso e bem-feito em
forma e movimento! Um anjo na ação! Um deus no
entendimento, paradigma dos animais, maravilha no mundo.
SHAKESPEARE, W. Hamlet.
Grandes nomes do
Renascimento Literatura
Artes Visuais Camões
Michelangelo
Shakespeare
Raphael
Cervantes

Thomas More

Dante

Erasmo
Ameaças à nova mentalidade

A transição para mentalidade científica moderna não foi um


processo súbito, tranquilo e sem resistências. Muitos pensadores
foram perseguidos e se criou uma lista de livros proibidos –
o Index.

Foi neste contexto que vários pioneiros da ciência moderna


sofreram a perseguição do Tribunal da Inquisição, órgão da Igreja
Católica encarregado de descobrir e julgar os responsáveis pela
propagação de heresias, isto é, concepções contrárias aos
dogmas católicos.
Por exemplo:
Giordano Bruno (1548 - 1600) defendia a teoria heliocêntrica,
formulada por Nicolau Copérnico. Afirmou que o universo é um
todo infinito, cujo centro não está em parte alguma.

Nicolau Copérnico (1473 - 1543) escreveu o livro Da revolução


das esferas celestes, que combatia a teoria geocêntrica e
propunha a teoria heliocêntrica.

Novos paradigmas de observação passaram também, a


incomodar a Igreja: Observação direta

Representação matemática
Ética, educação e política

Outras questões importantes deste período são as relativas à


essência humana, à moral e à política.

Destacam-se neste período:

Michel Montaigne – francês (1523 - 1592)

Nicolau Maquiavel – italiano (1469 - 1527)


Anexo
René Descartes (nome latino: Renatus Cartesius).
La Haye en Touraine, 31 de março de 1596.
Estocolmo, 11 de fevereiro de 1650.

Filósofo, físico e matemático francês que notabilizou-se


por seu trabalho revolucionário na filosofia e na ciência.
Obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão
da álgebra com a geometria – fato que gerou a geometria
analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu
nome. Foi uma das figuras-chave na Revolução Científica,
chamado de "o fundador da filosofia moderna" e o "pai
da matemática moderna“.
Um dos pensadores mais importantes da História do Pensamento Ocidental, inspirou
gerações de filósofos e boa parte da filosofia escrita a partir de então foi uma reação a
suas obras. A partir dele inaugurou-se o racionalismo da Idade Moderna. Décadas
mais tarde, surgiria nas Ilhas Britânicas um movimento filosófico oposto ao
pensamento cartesiano – o empirismo, com John Locke e David Hume.
A passagem do feudalismo para o
capitalismo

O florescimento do comércio, o
estabelecimento das grandes rotas
comerciais, o predomínio do capital
comercial e a emergência da
burguesia caracterizaram a
passagem do sistema feudal para o
capitalista.
A formação dos estados nacionais

Fez surgir novas concepções político-econômicas, como a


discussão sobre as formas de poder político (ocorreu, então, a
centralização do poder através da monarquia absoluta) e a
questão comercial (desenvolveu-se, neste período, o
mercantilismo e o fortalecimento econômico de alguns
estados, levando ao impulso das grandes navegações
marítimas, à descoberta do Novo Mundo e ao estabelecimento
das colônias).
O movimento da Reforma

Provocou a quebra da unidade religiosa europeia e rompeu


com a concepção passiva do homem, entregue, unicamente,
aos desígnios divinos, reconhecendo o trabalho humano como
fonte de graça divina e origem legítima da riqueza e da
felicidade; também concebeu a razão humana como extensão
do poder divino, o que colocava o homem na condição de
pensar livremente e responsabilizar-se por seus atos de forma
autônoma.
O desenvolvimento da ciência natural

Criou novos métodos de investigação científica, impulsionados


pela confiança na razão humana e pelo questionamento da
submissão desta aos dogmas do cristianismo; a Igreja Católica,
por sua vez, perdia, nesse momento, parte do seu poder de
influência sobre os Estados e de dominação sobre o
pensamento.
A invenção da imprensa

Possibilitou a impressão de textos


clássicos gregos e romanos,
contribuindo para a formação do
Humanismo. A divulgação de
obras científicas, filosóficas e
artísticas que se tornaram, a partir
de então, acessíveis a um número
maior de pessoas, propiciou maior
grau de consciência e liberdade de
expressão.
Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni
Caprese, 6 de março de 1475.
Roma, 18 de fevereiro de 1564.
Pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, considerado um dos maiores
criadores da história da arte do Ocidente.
Rafael Sanzio - (em italiano Raffaello Sanzio)
Urbino, 6 de abril de 1483.
Roma, 6 de abril de 1520.
Mestre da pintura e da arquitetura da escola de Florença durante o
Renascimento italiano, celebrado pela perfeição de suas obras.
Luís Vaz de Camões
c. 1524.
Lisboa, 10 de Junho de 1580.
Considerado o maior poeta de língua portuguesa e um dos
maiores da humanidade. Das suas obras, a epopeia Os Lusíadas é
a mais significativa.
“As armas e os barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
(...)
Cantando espalharei por toda a parte
Se a tanto me ajudar o engenho e arte”.
Os Lusíadas. Canto I
William Shakespeare
Stratford-upon-Avon, Warwickshire, 26 de abril de 1564.
Stratford-upon-Avon, Warwickshire, 23 de abril de 1616.

A famosa frase Ser ou não ser, eis a


questão faz parte da peça A
tragédia de Hamlet, príncipe da
Dinamarca, Ato III, Cena I .
Sem dúvida alguma, é uma das mais
famosas frases da literatura
mundial.
Miguel de Cervantes Saavedra
Alcalá de Henares, 29 de setembro de 1547.
Madrid, 23 de abril de 1616.
Romancista, dramaturgo e poeta espanhol, autor de Don Quixote de
La Mancha, cuja primeira parte foi publicada em 1605.
Thomas More (em latim, Thomas Morus ou aportuguesado em Tomás Moro)
Londres, 7 de fevereiro de 1478.
Londres, 6 de julho de 1535.

Homem de estado, diplomata, escritor, advogado e


homem de leis.Ocupou vários cargos públicos, e em
especial, de 1529 a 1532, de "Lord Chancellor" (Chanceler
do Reino - o primeiro leigo em vários séculos), de Henrique
VIII da Inglaterra. É geralmente considerado como um dos
grandes humanistas do Renascimento. Foi canonizado
santo da Igreja Católica em 9 de Maio de 1935 e sua festa
litúrgica se dá em 22 de Junho.
A
Dante Alighieri
Florença, 29 de maio de 1265.
Ravena, 13 ou 14 de Setembro de 1321.

Escritor, poeta e político italiano. É


considerado o primeiro e maior poeta da
língua italiana, definido como il sommo poeta
("o sumo poeta").

A Divina Comédia (em italiano: Divina Commedia,


originalmente Comedìa, mais tarde batizada de Divina
por Giovanni Boccaccio) é um poema de cunho épico e
teológico da literatura italiana e mundial, escrita por
Dante Alighieri, e que é dividida em três partes:
Inferno, Purgatório e Paraíso.
Desiderius Erasmus Roterodamus,
conhecido como Erasmo de Roterdão (português europeu) ou Roterdã (português brasileiro)
Roterdão, 27 de outubro de 1466
Basileia, 12 de julho de 1536.

Teólogo e humanista holandês.

Principal obra:
Elogio da Loucura – publicado em 1511
O livro é considerado um dos mais influentes da civilização ocidental e um
dos catalisadores da Reforma Protestante.
O Elogio da Loucura começa de forma satírica para depois tomar um
aspecto mais sombrio, em uma série de orações, já que a loucura instiga a
autodepreciação. Passa-se, então, a uma apreciação satírica dos abusos
supersticiosos da doutrina católica e das práticas corruptas da Igreja
romana. O ensaio termina com um testamento claro, e por vezes
emocionante, dos ideais cristãos.
Inquisição : criada pelo Papa Gregório IX em 20 de abril de 1232. Tinha
caráter de instituição judicial: localizava, processava e sentenciava pessoas
acusadas de heresia.

Galileu frente ao tribunal da Inquisição Romana. Na direita, pintura de Cristiano Banti, de 1857.
Michel de Montaigne
Dordonha, 28 de fevereiro de 1533.
Bordeaux, 13 de setembro de 1592.

A base do pensamento tem fundo ceticista, mas


também sofreu inspiração do epicurismo e
estoicismo.

Montaigne afirmava não ser possível estabelecer os mesmos


preceitos para todos os homens.

Cada um deve construir uma sabedoria e uma consciência de


acordo com suas possibilidades e disposição individuais, mas
tendo como regra “dizer sim à vida”.
Niccolo Machiavelli (em português, Nicolau Maquiavel)
Florença, 3 de maio de 1469.
Florença, 21 de junho de 1527.

Maquiavel iniciou nova fase do pensamento político ao abandonar o


enfoque ético e religioso e procurar uma abordagem mais realista da
política.
Características do pensamento de Maquiavel
Descrever o fenômeno político em si mesmo

O centro das sua reflexões é o exercício do poder político pelo Estado.

Realismo político busca identificar as causas do sucesso e do fracasso na manutenção


do poder pelo governante.

Desvincula completamente as razões políticas das razões morais.

O recurso à força, para conter a maldade, faz parte da lógica do poder político.

Você também pode gostar