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Metodologia do
Trabalho Científico
UNIDADE I
Chanceler
Prof. Antonio Colaço Martins Filho

Reitora
Profª. Denise Ferreira Maciel

Diretor Administrativo Financeiro


Edson Ronald de Assis Filho

Diretora Executiva
Ana Cristina de Holanda Martins

Diretora Executiva
Sandra de Holanda Martins

Assessoria de Desenvolvimento Educacional – ADE


Profª. Elane Pereira
Prof. Silvio Rodrigues

Produção de Conteúdo:
Profª. Anne Caroline Moraes de Assis

Revisão Textual
Cristiana Castro

Diagramação
Wanglêdson Costa
Sumário

Apresentação 05
Para começo de conversa 06

O Papel da Universidade 07
O Papel da Universidade na formação do aluno 07
O Ensino 09
A Pesquisa 10
A Extensão 11
Conhecimento e Ciência 14
Conceitos básicos 14
Objetivos da Ciência 15
Características essenciais da ciência 15
Funções da Ciência 15
Espaços onde a ciência é realizada 15
Áreas da ciência 16
Teoria do conhecimento 16
Tipos de Conhecimento 19
Plágio e Pesquisa 22
O plágio e a internet 24
Tipos de Plágio 25
O que diz a lei 30

Referências 35
Anotações 37
Apresentação

Seja bem-vindo à disciplina Metodologia do Trabalho Científico. A


metodologia adotada pela UNIFAMETRO na modalidade a distância con-
ta com aulas ministradas no Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle,
favorecendo atividades colaborativas, aproximando professores e alunos
distantes fisicamente.
Para a melhor compreensão do assunto, é importante que, além da
leitura desse conteúdo, você participe das atividades e tarefas propostas
no cronograma e consulte dicas e complementos sugeridos no decorrer
da disciplina. Este material também está disponível para impressão ou
para download em formato pdf clicando no botão abaixo:

educacaoonline.unifametro.edu.br

É importante ressaltar que, nessa metodologia, o seu compromis-


so com a aprendizagem é fundamental para que ela aconteça. Portanto,
participe, lendo os textos antes de cada aula para interagir melhor nos
momentos de comunicação virtual e presencial, nas discussões com os tu-
tores, professores e colegas de curso.

BONS
ESTUDOS!

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Para começo de
conversa
A disciplina Metodologia do Trabalho Científico é dividida em 4 unida-
des, nas quais você encontrará o conteúdo, bem como conteúdos adicio-
nais e sugestões de leituras. Ao longo do texto, você irá se deparar com
vários ícones que irão ajudá-lo neste percurso em busca do conhecimento,
tais como:

SUGESTÕES PARA REFLETIR OBJETIVOS

PARA LER ATENÇÃO EXEMPLO

SAIBA MAIS VOCÊ SABIA VÍDEO

Esses ícones nortearão a sua leitura, oferecendo amplas possibilidades de


aprofundamento. A linguagem dialógica aqui utilizada também irá aproxi-
málo das aulas ora apresentadas, levando-o à motivação e ao entendimen-
to da disciplina. Esperamos, por meio da diagramação desse material, con-
tribuir com sua interação plena com os conteúdos. Agora que já estamos
“conectados”, mãos à obra!

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Imagem: Unifametro
O Papel da Universidade

O ingresso no ensino superior promove uma série de mudanças na vida do


universitário, traz também novas perspectivas e permite o acesso a inúme-
ras possibilidades de lidar com o conhecimento. Esse ambiente é o lugar
propício para refletir sobre o conhecimento, experienciá-lo e também pro-
duzí-lo! Na disciplina de metodologia do Trabalho científico discutiremos
sobre os caminhos para a produção e fomentação do conhecimento – a Ini-
ciação ao fazer científico. Para isso, trataremos na nossa primeira aula acer-
ca do papel da universidade na formação do aluno.

O Papel da Universidade na formação do aluno


O Ensino Superior passou por grandes mudanças até chegar ao modelo que
conhecemos. Antes era estritamente profissionalizante, desconsiderando o seu ca-
ráter político e social, além de ser extremamente elitista, uma vez que só atendia
aos filhos da aristocracia colonial, que não podiam mais estudar na Europa, devido
ao bloqueio de Napoleão.
A vinda da família real despertou o interesse em se criar escolas de medicina.
Em 1912, surge a primeira universidade brasileira no Paraná, que só durou três anos.
E mais tarde, em 1920, surge a Universidade do Rio de Janeiro, hoje a Universidade
Federal do Rio de Janeiro. A partir daí houve um maior interesse e as instituições de
ensino superior se proliferaram no Brasil.

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SUGESTÕES

Para saber mais sobre a história


do Ensino Superior, leia o material
disponibilizado no link:

http://nupps.usp.br/downloads/docs/dt9108.pdf

Segundo Darcy Ribeiro (1975), a universidade é o espaço, por ex-


celência, de produção e difusão do conhecimento científico, a base
do desenvolvimento tecnológico de uma nação. Ela é uma institui-
ção social imprescindível, fomentadora de ideologias e interesses,
que tem como missão nortear o desenvolvimento autônomo de
sua nação. (RIBEIRO, 1975, p. 24).

Como você acredita que a Universidade


pode contribuir para a formação
cidadã e do estudante?

De acordo com Severino (1986), a educação superior tem como objetivos, articulados
entre si, a formação

Profissional: habilita o estudante a exercer plenamente a sua fu-


tura função através da assimilação e domínio das técnicas perti-
nentes à sua área de conhecimento;

Científica: se dá através de um trabalho sistemático de estudo e


construção do conhecimento;

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Política: se faz necessária para que o estudante tenha uma cons-


ciência histórico-social.

(SEVERINO, 1986, p. 38).

Além de ser responsável pela capacitação profissional e científica, a universi-


dade tem um papel importante na formação política dos discentes. É imprescindível
a preocupação da universidade com a construção da noção de cidadania pelos indi-
víduos, orientada por uma visão de uma sociedade democrática. A compreensão da
realidade social, cultural e histórica do local em que se vive é basilar na formação
universitária.

Na Universidade, o conhecimento deve ser construído pela expe-


riência ativa do estudante e não mais ser assimilado passivamente,
como ocorre o mais das vezes nos ambientes didático-pedagógicos
do ensino básico. (SEVERINO, 2007, p. 25).

Para dar conta do seu papel, a universidade se sustenta por uma tríplice base:
ensino, pesquisa e extensão. A articulação destes três pilares é o que permite a uni-
versidade cumprir o seu papel com qualidade.

Ensino: forma sistemática de socialização do


UNIVERSIDADE
conhecimento.
Pesquisa: processo de investigação sistemá-
EXTENSÃO
PESQUISA

tico que visa a construção do conhecimento.


ENSINO

Extensão: ação da Universidade em comu-


nidades externas que visam disponibilizar à
sociedade o conhecimento produzido através
de atividades de ensino ou pesquisa.

O Ensino
O ensino superior promove a reflexão acerca do conhecimento, sua produção
e aplicação. É imprescindível, além de um espaço interessante, o envolvimento dos
estudantes nas atividades de aprendizagem profissional. Assim, o ensino superior é
aquele que desencadeia conhecimento capaz de transformar a atuação do indivíduo
como ser social. “convergência e articulação equilibrada entre as dimensões científi-
ca, investigativa e pedagógica” (PIMENTA; ALMEIDA, 2012, p. 24).
Para Botomé (2006, p.123), o objetivo da universidade é “produzir o conheci-
mento e torná-lo acessível” e “o ensino é uma forma de efetivar esse acesso”.

O Estatuto das Universidades Brasileiras dispõe que o ensino superior no Brasil obe-
decerá ao sistema universitário, como reza seu artigo primeiro:

Art. 1º O ensino universitário tem como finalidade: elevar o nível


da cultura geral, estimular a investigação científica em quaisquer

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domínios dos conhecimentos humanos; habilitar ao exercício de


atividades que requerem preparo técnico e científico superior;
concorrer, enfim, Pela educação do indivíduo e da coletividade,
pela harmonia de objetivos entre professores e estudantes e pelo
aproveitamento de todas as atividades universitárias, para a gran-
deza na Nação e para o aperfeiçoamento da Humanidade.

SUGESTÕES

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1930-1949/d19851.htm

Baseando-se no que foi dito, pode-se dizer que o ensino é uma forma privilegia-
da de acesso ao conhecimento profissional, uma vez que, por meio dele, o melhor e
mais recente conhecimento pode ser transformado em comportamentos sociais, de
maneira generalizada.

A Pesquisa
Além de ser caminho para a construção do conhecimento, a pesquisa univer-
sitária contribui para o desenvolvimento humano, tecnológico, cultural, científico e
social. Ela gera, promove e compartilha conhecimentos, características essenciais do
ensino superior. No âmbito da universidade, desenvolvem-se pesquisas científicas e
tecnológicas, estudos acadêmicos em ciências sociais, humanas, biológicas, exatas,
entre outras.

Para Demo (1987:23), a pesquisa é


a atividade científica pela qual descobrimos a realidade. Tomada
num sentido amplo, pesquisa é toda atividade voltada para a solu-
ção de problemas; como atividade de busca, indagação, investiga-
ção, inquirição da realidade, é a atividade que vai nos permitir, no
âmbito da ciência, elaborar um conhecimento, ou um conjunto de
conhecimentos, que nos auxilie na compreensão desta realidade e
nos oriente em nossas ações (1996, p. 29).

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A pesquisa deve ser vista como uma estratégia de ensino interdisciplinar, uma
vez que ela permite aos pesquisadores desenvolverem novas perspectivas por meio
de críticas, questionamentos, negativas e confirmações, perpassando pelas mais di-
versas áreas, contribuindo, assim, para uma formação de qualidade.

Na UNIFAMETRO temos o PROMIC - Programa de Monitoria e iniciação científica


que tem como objetivo inserir o aluno no universo da pesquisa e do fazer cientí-
fico. Para saber mais:

SAIBA MAIS

http://www.unifametro.edu.br/edital-coopem-promic-2020/

A Extensão
A extensão universitária diz respeito à interação que deve haver entre a univer-
sidade e a comunidade em seu entorno, apresentando, muitas vezes, o resultado das
atividades desenvolvidas no ensino e na extensão, reforçando o seu compromisso
social.
No Brasil, o termo extensão aparece no Estatuto das Universidades Brasileiras
(Decreto n° 19.851, 11/04/31), em seu art. 35: “f) cursos de extensão universitária,
destinados a prolongar, em benefício coletivo, a atividade técnica e científica dos
institutos universitários”(BRASIL, 2001).
De acordo com Severino (2007), o processo ensino-aprendizagem acontece
quando sustentado por uma atitude investigativa (pesquisa) tanto pelo professor
quanto pelo estudante. A Extensão é o retorno à sociedade de um investimento feito
por ela à universidade, buscando-se a integração de ambas.

Ainda sobre esse assunto, vejamos o que ele disse durante a palestra intitulada “Pes-
quisa a serviço do ensino” no VII Fórum Nacional de Professores de Ciências Contábeis:

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Cada um desses ângulos do triângulo exerce um papel próprio,


identificável, mas cada um dependendo do outro para ganhar con-
sistência e fecundidade. A Universidade precisa intrinsecamente
da pesquisa, não só para os fins específicos da própria investiga-
ção (gerar conhecimento novo), mas também para desenvolver o
ensino e a extensão. O ensino tem por finalidade dar uma inicia-
ção ao conhecimento científico, assegurar uma formação profis-
sional e inserção na vida social. Para ter alguma eficácia sobre as
práticas humanas que constroem e reconstroem a sociedade, o
conhecimento precisa ser disseminado e repassado, colocado em
condições de universalização. Não pode ficar arquivado. Daí trans-
formar-se em conteúdo de ensino. Por sua vez, a extensão visa le-
var à comunidade benefícios decorrentes da produção sistemáti-
ca do conhecimento. Pela extensão, ocorre uma devolução direta
dos bens que se tornaram possíveis pela pesquisa. Mas ao fazer
isso, a Universidade insere o processo extensionista num processo
pedagógico, mediante o qual está investindo, simultaneamente,
na formação do aprendiz e do pesquisador. Quando não ligada à
pesquisa, a extensão torna-se mero assistencialismo, o que não
cabe à Universidade fazer. Mas o ensino precisa da pesquisa, dada
a íntima e necessária ligação dos processos de ensino/ aprendiza-
gem com o processo de construção do conhecimento. A equação
básica é que ensinar e aprender é conhecer; conhecer é construir
o objeto do conhecimento; construir o objeto do conhecimento
é pesquisar.

(SEVERINO, 2008).

A ideia de que o papel principal da universidade é o ensino, está ultrapassada.


O conhecimento está sempre em processo de construção. Não é um produto aca-
bado. Toda construção do conhecimento deixa brechas que podem ser preenchidas
com novas perguntas e pesquisas. Por isso é importante que a relação entre profes-
sores e alunos ultrapasse as práticas de Ensino e alcancem também a Pesquisa e a
Extensão.
Para dar conta desse compromisso, a Universidade desenvolve atividades es-
pecíficas, quais sejam, o ensino, a pesquisa e a extensão. Atividades essas que de-
vem ser efetivamente articuladas entre si, cada uma assumindo uma perspectiva de
prioridade nas diversas circunstâncias histórico-sociais em que desafios humanos são
postos. No entanto, de acordo com Severino (2007), no âmbito universitário, dada
a natureza específica de seu processo, a educação superior precisa ter na pesquisa
o ponto básico de apoio e de sustentação de suas outras duas tarefas, o ensino e a
extensão.
A indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão caracteriza-se, de acor-
do com Rays (2003, p. 73), como “um processo multifacetado de relações e de cor-
relações que busca a unidade da teoria e da prática”, pois se constitui princípio das
atividades-fins da universidade.

A UNIFAMETRO também oferece atividades de extensão nas mais diversas áreas


para o público interno e externo. Para saber mais:

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SAIBA MAIS

http://www.unifametro.edu.br/extensao/

Para aprofundamento do assunto, leia as seguintes sugestões:


SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo: Cortez,
2007.
SEVERINO, A. J. Ensino e pesquisa na docência universitária: caminhos para a
integração envolvendo o aluno na prática da pesquisa.

SUGESTÕES

Clique na imagem e acesse o conteúdo!

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Para os seus estudos em Metodologia do Trabalho Científico, é impor-


tante compreender alguns conceitos básicos relacionados ao universo
das práticas de pesquisa. Esses termos aparecem com frequência e a sua
compreensão é fundamental para a apreensão de outros conceitos a eles
relacionados. Dada a abrangência de alguns termos, é necessário, muitas
vezes, consultar vários autores a fim de encontrar peculiaridades que nos
ajudarão a um melhor entendimento.

Conhecimento e Ciência
O conhecimento, como veremos mais adiante, está presente em todas as áreas,
mas, comumente, ele é associado, sobretudo, à ciência. É importante definir cada um
deles, seus limites, similitudes e peculiaridades.

Conceitos básicos
O primeiro conceito a ser discutido é Ciência. Quando falamos em Ciência, um univer-
so de imagens nos vem à cabeça, são muitas possibilidades:

ATENÇÃO

O que é ciência?
Se buscarmos o sentido etimológico de ciência, descobriremos que o termo
vem da palavra latina scientia, que significa conhecimento. A Ciência é o co-
nhecimento ou um sistema de conhecimento que abarca verdades gerais ou a
operação de leis gerais especialmente obtidas e testadas através do método
científico. Ela caracteriza-se pelo conhecimento racional, sistemático, exato,
verificável, lógico, objetivo e falível.

Segundo Lakatos e Marconi (2007), a ciência é resultado de uma investigação


constante de explicações e soluções para os problemas que afligem e incomodam
a humanidade. Para os autores, a ciência “É a sistematização de conhecimentos, ou
seja, um conjunto de proposições lógicas correlacionadas sobre um comportamento
de certos fenômenos que se deseja estudar”. (LAKATOS; MARCONI, 2007, p. 80).
Gil (2006) entende a ciência como uma configuração do conhecimento que tem
como proposta formular, por meio de linguagem rigorosa e apropriada - se possível
com auxílio da linguagem matemática - leis que regem fenômenos. (GIL, 2006, p. 20)
Richardson (2002) afirma que ciência “é uma investigação disciplinada e um
conjunto de procedimentos relacionados entre si. Ou seja, é realizada de forma sis-
temática e padronizada a partir de um método específico e controlado”. (RICHARD-
SON, 2002, p. 17).

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Não há consenso quanto à definição de Ciência. Tomando por base a etimolo-


gia da palavra, significa “conhecimento”, mas devido ao avanço no desenvolvimento
da ciência, esse conceito passou a ser visto como inadequada, uma vez que existem
outras formas de conhecimento que não são científicas. À medida que o tempo foi
passando, a palavra assumiu outros significados e sentidos, de acordo com os inú-
meros estudos que foram realizados acerca desse assunto, tonando-se um conceito
bastante controverso.

Objetivos da Ciência
Como atividade que propõe a aquisição sistemática de conhecimentos, a ciência tem
como finalidade:

• Melhoria da qualidade de vida intelectual;


• Melhoria da qualidade de vida material.

Características essenciais da ciência


a) Objetividade - descreve a realidade independentemente dos caprichos do
pesquisador;
b) Racionalidade - obtém seus resultados através da razão e não impressões do
pesquisador;
c) Sistematicidade - preocupa-se em construir sistemas de ideias organizadas ra-
cionalmente e em incluir os conhecimentos parciais em totalidades cada vez mais
amplas;
d) Generalidade - busca elaborar leis ou normas gerais, que explicam todos os fe-
nômenos de certo tipo;
e) Verificabilidade - possibilita sempre demonstrar a veracidade das informações;
f) Falibilidade - ao contrário de outros sistemas de conhecimento elaborados pelo
homem, reconhece sua própria capacidade de errar.

Funções da Ciência
• Novas descobertas;
• Novos produtos;
• Melhoria da qualidade de vida.

Espaços onde a ciência é realizada


A Ciência pode ser realizada em diferentes espaços e por diferentes instituições como:

• Universidades e instituições de educação superior e pesquisa


(acadêmicas/científicas). Ex: USP, IPT e NASA.
• Indústrias. Ex.: Indústria Farmacêutica.

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Áreas da ciência
• Pura: O desenvolvimento de teorias.
• Aplicada: A aplicação de teorias às necessidades humanas.
• Natural: O estudo da natureza ou mundo natural.
Ex: Biologia, Física, Geologia, Química, etc.
• Social: O estudo do comportamento humano e da sociedade.
Ex: História, Sociologia, Ciências Políticas, etc.
• Biológica: Estudo do ser humano e dos fenômenos da natureza.
Ex: Biologia, Medicina, Odontologia etc.
• Exatas: Tem origem na física.
Ex: Física, Matemática, Computação etc.
• Humanas: Estudo social e comportamental do ser humano.
Ex: Direito, Filosofia, Letras, etc.

Temos ainda outros conceitos importantes para o estudo da metodologia do traba-


lho científico. São eles:

A Metodologia é a explicação detalhada e rigorosa de toda ação


desenvolvida no percurso do trabalho de pesquisa. A metodologia
envolve a explicação do tipo de pesquisa, dos instrumentos utiliza-
dos (questionário, entrevista, etc.), do tempo previsto, das formas
de tabulação e tratamento dos dados, e tudo aquilo que se utilizou
no trabalho de pesquisa.
A Pesquisa científica consiste em um processo metódico de inves-
tigação, que recorre a procedimentos científicos para encontrar
respostas para um problema. Produzir conhecimento para uma
disciplina acadêmica, contribuindo para o avanço da ciência e para
o desenvolvimento social.
Método é um conjunto de operações que são realizadas para atin-
gir um ou mais objetivos, um conjunto de normas que permitem
selecionar e coordenar as técnicas. Ou seja, o método é um conjun-
to de procedimentos adotados a fim de atingir o conhecimento,
através de determinadas técnicas que deverão ser criteriosamente
selecionadas de acordo com o tipo de pesquisa.

(LAKATOS & MARCONI, 2007, p. 69-73)

Teoria do conhecimento
O homem é um ser jogado no mundo, condenado a viver a sua existência. Por
ser existencial, tem que interpretar a si e ao mundo em que vive, atribuindolhes sig-
nificação. Cria intelectualmente representações significativas da realidade. A essas
representações chamamos conhecimento. (KOCHE, 2002).
Ao longo de sua evolução, o homem produziu várias formas de conhecimento,
as quais apresentam diferentes características e limites na explicação dos fenôme-
nos que se apresentam ao ser humano, em seu dia-a-dia.
Ao analisar a palavra francesa equivalente a conhecer, tem-se connaissance, que
significa nascer (naissance) com (con), logo entende-se que o conhecimento é passa-

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do de geração a geração, tornando-se parte da cultura e da história de uma sociedade.


(OLIVEIRA, 2009, p. 23).
A teoria do conhecimento, ou epistemologia (termo derivado do grego) é um
campo da filosofia que se preocupa com a natureza e as limitações do conhecimen-
to. De modo geral a epistemologia trata sobre o que é o conhecimento, como ele é
construído pelo homem.
Por muito tempo, o conhecimento produzido pela ciência moderna foi o único
legitimado pela sociedade. A modernidade instaurou uma concepção de conheci-
mento centrada no saber científico e em um rigor atingido por medições.
O conhecimento científico moderno norteou predominantemente a produção
de conhecimento humano sobre a natureza e sobre a sociedade. Porém existem ou-
tros tipos de conhecimento além do científico que orientam as práticas sociais.
O senso comum é um tipo de conhecimento informal, adquirido de maneira
instintiva através da proximidade com o outro, com ocorrências e elementos que ro-
deiam o homem. Apesar dos seus limites, o senso comum é importante, pois sem ele
o homem não teria conseguido se guiar na sua rotina diária. O seu desenvolvimento
e formulação não requer grande esforço e nem fundamentação teórica para compro-
var a sua verdade ou origem.
Se por um lado congrega conhecimentos e sabedoria popular e os transmite
de geração em geração fornecendo bases para uma vida social, por outro lado pode
prolongar crenças ou opiniões menos verdadeiras e/ou preconceituosas que perdu-
ram com o tempo, somente ultrapassadas por pesquisas/estudos científicos. (OLI-
VEIRA, 2009, p. 29).
Algumas afirmações do senso comum estão cercadas de opiniões não conclu-
sivas, não fundamentadas, outras, tiveram confirmação científica que atestam a sua
veracidade. Podemos observar facilmente em dois exemplos do nosso cotidiano:

PARA LER

Manga com leite


Quem nunca ouviu dizer que manga com leite faz mal ao intestino? Pois é,
essa afirmação foi um mito criado na escravidão para impedir que os escravos
tomassem leite, um produto muito valorizado na época. Porém, através de
estudos científicos, foi possível concluir que a mistura dos dois ingredientes
resulta numa excelente vitamina e não numa porção maléfica.

Boldo
O boldo, porém, é um chá medicinal dos mais conhecidos em nosso país, uma
das receitas caseiras mais lembradas ao tratar de problemas de estômago ou
fígado. A receita, usada por muitos dos nossos antepassados, é um exemplo
de conhecimento popular que foi ratificado e explicado cientificamente. Pes-
quisas científicas revelaram que a planta possui propriedades importantes
para o trato digestivo, por ter em sua composição vários alcaloides, como a
boldina, responsável pelo aumento na secreção da bile, uma substância pro-
duzida no fígado para auxiliar na digestão de gorduras.

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Para compreender melhor a diferença entre o senso comum e conhecimento,


vamos pensar nos tratamentos médicos. Inicialmente, muitos medicamentos foram
usados pelos índios e curandeiras, já que as informações, o conhecimento que ti-
nham era informal, sem comprovação, também conhecido como conhecimento vul-
gar ou popular.
Como isso acontecia? Os medicamentos produzidos pelos índios e pelas curan-
deiras eram submetidos ao método científico para comprovação de sua eficácia na
cura de uma enfermidade; depois disso era considerado conhecimento científico,
pois foi testado e comprovado cientificamente. Antes desse processo científico de
comprovação, mesmo que o medicamento tivesse curado várias pessoas, não tinha
valor, pois baseava-se no senso comum. Muitas vezes, a ciência faz uso do senso co-
mum para a comprovação científica de um fato, ocorrência ou episódio.
Na vida acadêmica também é assim. Na realização de uma pesquisa, de um
trabalho que exija a investigação de um problema, será necessário aplicar métodos
científicos para comprovar um resultado, não será possível ficar no “achismo” ou no
“sempre deu certo”. É preciso comprovar tudo o que é dito.

SUGESTÕES

Para saber mais sobre senso comum


e conhecimento, assista ao vídeo
disponível no link:

Tempo: 05 min

Conhecimento Científico
e Senso Comum
Canal: IFRO Campus Porto Velho
Zona Norte

>>> CLIQUE NESSA IMAGEM E ASSISTA AO VÍDEO <<<

https://www.youtube.com/watch?v=Q_-LBZK9ycs

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PARA REFLETIR

Como vimos, o conhecimento popular não surge a partir de uma experiên-


cia científica, mas de experiências cotidianas e podem ser comprovadas
ou não cientificamente. Não consideramos os diferentes tipos de conhe-
cimentos como superiores ou inferiores, mas como formas distintas de
produção de saberes.

Tipos de Conhecimento

Você já parou para pensar nos tipos


de conhecimento existentes?

Você, certamente, tem acesso e produz alguns deles. Fazendo a leitura desse tó-
pico, ficará mais fácil identificar os conhecimentos que fazem parte da sua vida.
Então, vamos lá!

Teológico Para fins didáticos, apresentam-se, em li-


nhas gerais, os quatro tipos de conhecimento:
Empírico, popular, vulgar ou senso comum, Fi-
Filosófico
losófico, Religioso ou teológico e Científico.
É importante salientar que esses tipos
Científico de conhecimento podem ter um mesmo obje-
to de estudo, como, por exemplo, a origem do
universo. Mas, cada um dos tipos de conheci-
Empírico
mento pode apresentar a sua versão para tal
fato.

Vejamos o que dizem Marconi e Lakatos (2003) sobre os tipos de conhecimento e as


suas características:

Empírico/Popular/senso comum ou vulgar: é o conhecimento popular guiado so-


mente pelo que adquirimos na vida cotidiana ou ao acaso, servindo-nos da expe-
riência do outro, às vezes ensinando, às vezes aprendendo, num processo intenso
de interação humana e social. É assistemático, está relacionado com as crenças e os
valores, faz parte de antigas tradições. Como exemplo de conhecimento empírico,
você já deve ter ouvido o dito popular de que tomar chá de macela, mais conhecida
como marcela, cura dor de estômago, mas ela precisa ser colhida na Sexta-feira San-
ta, antes do sol nascer.

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Enfim, no conhecimento popular/empírico, o homem conhece o fato e a sua ordem


aparente, sem explicações de ordem sistemática, metodológica, mas pela experiên-
cia, pelo costume e pelo hábito. Num embate entre o conhecimento popular/empí-
rico e o conhecimento científico, algumas pessoas poderão argumentar que ambos
têm o mesmo valor; outras poderão defender que o primeiro é inferior e que o se-
gundo é digno de confiança e mérito.

Científico: é o conhecimento real e sistemático, próximo ao exato, procurando conhe-


cer além do fenômeno em si, as causas e leis. Por meio da classificação, comparação,
aplicação dos métodos, análise e síntese, o pesquisador extrai do contexto social, ou
do universo, princípios e leis que estruturam um conhecimento rigorosamente válido
e universal. Neste, são feitos questionamentos e procuradas explicações sobre os
fatos, através de procedimentos que possam levar ao resultado com comprovação.
Não é considerado algo pronto, acabado e definitivo, busca constantemente expli-
cações, soluções, revisões e reavaliações de seus resultados, pois, segundo Cervo e
Bervian (2002), a ciência é um processo em construção.
Analisar o mesmo exemplo anterior no contexto científico, poderia, mediante o es-
tudo, verificar a relação de causa e efeito e o princípio ativo que determina o desa-
parecimento do sintoma “dor de estômago”, quando da ingestão do chá de macela.
Enfim, o conhecimento científico é ordenado e contínuo, ocorrendo por meio de
estudos incessantes. Procura renovar-se e modificar-se continuamente, evitando a
transformação das teorias em doutrinas e estas em preconceitos sociais. O conheci-
mento científico está aberto a mudanças e resulta de um trabalho paciente e lento
de investigação e de pesquisa racional.

Filosófico: procura conhecer a realidade em seu contexto universal, sem soluções


definitivas para a maioria das questões; busca constantemente o sentido da justifica-
ção e a possibilidade de interpretação a respeito do homem e de sua existência con-
creta. A tarefa principal da filosofia resume-se na reflexão. Marconi e Lakatos (2003)
apresentam alguns exemplos que deixam claro esse conceito, verifique:

- A máquina substituirá o homem?


- As conquistas espaciais comprovam o poder ilimitado do homem?
- O que é valor hoje?

A filosofia procura compreender a realidade em seu contexto universal. Não


produz soluções definitivas para grande número de questões, mas habilita o ser
humano a fazer uso de suas faculdades para entender melhor o sentido da vida,
concretamente.
Enfim, o objeto da filosofia são as ideias, os conceitos, que não são redutíveis
à realidade material e que, por isso, não são passíveis de observação e mensuração.
Porém, vale lembrar que essa posição não é unânime.

Teológico: é o estudo de questões referentes ao conhecimento da divindade, impli-


cando sempre em uma atitude de fé diante de revelações de um mistério ou sobre-
natural, interpretados como mensagem ou manifestação divina. Esse conhecimento

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está intimamente relacionado a um Deus, seja este Jesus Cristo, Buda, Maomé, um
ser invisível, ou qualquer entidade entendida como ser supremo, dependendo da
cultura de cada povo, com quem o ser humano se relaciona por intermédio da fé re-
ligiosa. Exemplo disso são os conhecimentos adquiridos e praticados pelos homens
tendo como base os textos da Bíblia Sagrada ou quaisquer outros livros sagrados.
Enfim, o conhecimento religioso/teológico parte do princípio de que as verdades tra-
tadas são infalíveis e indiscutíveis, por consistirem em revelações da divindade, do
sobrenatural.

(MARCONI E LAKATOS , 2003, p. 78-80)

Você já pode diferenciar os diversos tipos de conhecimento, mas vale a pena


apresentarmos algumas contribuições de outros autores.

Vulgar Científico Filosófico Religioso


valorativo real valorativo valorativo
reflexivo contingente racional inspiracional
falível falível infalível infalível
assistemático sistemático sistemático sistemático
verificável verificável não-verificável não-verificável
inexato exato exato exato
Fonte: Marconi e Lakatos (2003, p. 78-80)

Segue uma síntese dos tipos de conhecimento para facilitar a assimilação das defini-
ções e características dos tipos de conhecimento:

Conhecimento vulgar ou popular: é utilizado por meio do senso comum, geralmen-


te passado de geração em geração, disseminado pela cultura baseada na imitação e
experiência pessoal; é empregado pela experiência pessoal do dia-a-dia, sem crítica.

Conhecimento filosófico: não é passível de observações sensoriais, utiliza o método


racional, no qual prevalece o método dedutivo antecedendo a experiência; não exige
comparação experimental, mas coerência lógica, a fim de procurar conclusões sobre
o universo e as indagações do espírito humano.

Conhecimento religioso ou teológico: é incontestável em suas verdades, por tratar


de revelações divinas; não é colocado à prova e nem pode ser verificado.

Conhecimento científico: por meio da ciência, busca um conhecimento sistemati-


zado dos fenômenos, obtido segundo determinado método, que aponta a verdade
dos fatos experimentados e sua aplicação prática. O conhecimento científico pode
ser: contingente (hipóteses traduzem resultado através da experimentação); siste-
mático (procedimento ordenado forma um sistema encadeado de ideias); verificável
(afirmações podem ser comprovadas); falível (novas proposições podem mudar as

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teorias existentes); real (lida com o real, conforme ocorrência dos fatos) isso é o que
enfatiza Oliveira (2003, p. 39- 40).

(MARCONI E LAKATOS , 2003, p. 78-80)

SUGESTÕES

Mais uma dica importante de leitura,


capítulo 3 do livro: Fundamentos de
Metodologia Científica, você encontra
no link abaixo:

http://docente.ifrn.edu.br/olivianeta/disciplinas/historia-i/historia-ii/china-e-
-india/view

Plágio e Pesquisa
Vimos que há vários tipos de pesquisa e que elas variam de acordo com o ob-
jetivo, o procedimento e os instrumentos. Os métodos também são muitos e, assim
como a pesquisa, apresentam variedade e seu uso está, geralmente, associado ao
tipo de pesquisa que será desenvolvida. Ou seja, pesquisa e método precisam cami-
nhar juntos para garantir qualidade à pesquisa que será desenvolvida.
Independente da nossa área de interesse, a pesquisa será uma constante em
nossa vida, pois estaremos sempre lendo, nos atualizando, pesquisando... E o resul-
tado dessa leitura aparecerá nos trabalhos que desenvolveremos ao longo do nosso
curso. E escrever nem sempre é uma tarefa fácil, pois a escrita é resultado de leitura.
Por isso o assunto dessa aula é tão importante.
Agora, vamos conhecer o plágio, prática, infelizmente, muito comum no meio aca-
dêmico. Veremos ainda sua classificação, consequências e, sobretudo, como evitá-lo.

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Você já ouviu falar sobre plágio? Conhece as consequências dessa prática? Sabe
como evitá-lo?

O plágio e a pesquisa científica


O que é plágio?

O plágio é definido como a “apropriação ou imita-

Imagem: jornalportalsul.com.br
ção da linguagem, ideias ou pensamentos de outro
autor e a representação das mesmas como se fos-
sem daquele que as utiliza”, conforme o Random
House Unabridged Dictionary. Essa definição é
compartilhada por inúmeros dicionários da língua
inglesa, assim como por universidades britânicas e
americanas (VASCONCELOS, 2007).

A prática do plágio, infelizmente, é mais comum do que se pensa. Ela acontece


na música, nas artes, na publicidade, na moda, na indústria automotiva, na tecnolo-
gia, na literatura e também na produção científica. Eis alguns exemplos:

EXEMPLO

https://veja.abril.com.br/noticias-sobre/plagio/

Mas o que é plágio?


Segundo o Houaiss (2017), é a apresentação feita por alguém, como de sua pró-
pria autoria, de trabalho, obra intelectual etc. produzidos por outrem”.
No dicionário Michaellis (2017), o plágio é definido como “sm. 1 Ato ou efeito
de plagiar. 2 Imitação de trabalho, geralmente intelectual, produzido por outrem”.

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Já no Aurélio (2017), encontramos a seguinte definição: 1 - Ato ou efeito de


plagiar. 2 - Imitação ou cópia fraudulenta.
A palavra plágio tem origem no Grego plagion, que significa “inclinado, o que
usa métodos oblíquos, não corretos”. (AURÉLIO, 2017). Com pequenas alterações, é
unânime entre os autores citados anteriormente o aspecto fraudulento da ação de
plagiar.
Espera-se e exige-se bastante de um aluno do ensino superior. Nessa etapa da
formação profissional, as leituras estão em outro nível de entendimento e de com-
preensão e é proposto a esse aluno que reflita sobre o que foi lido e que tire as suas
próprias conclusões, muitas vezes, sendo necessário escrever sobre o assunto, como
acontece nas provas com questões dissertativas, por exemplo, ou ainda em trabalhos
de pesquisa. Em situações como essas, devemos usar as nossas palavras e respeitar a
autoria das fontes consultadas.

O plágio e a internet
A chegada da internet e o acesso a ela trouxe inúmeras mudanças, sobretudo,
no que diz respeito às informações e à rapidez com que elas nos chegam. É possível
acessar publicações produzidas no mundo todo, bibliotecas digitais, que até pouco
tempo eram inacessíveis, revistas e periódicos de todas as áreas de conhecimento,
por exemplo. Isso é de grande valia, sem dúvida. Porém, todo esse acesso à informa-
ção sem orientação, sem filtro e, muitas vezes, sem princípios éticos, ajudou a popu-
larizar o plágio. Segundo Valadar (2012),

a imensa quantidade de informação, em formato digital, que é dis-


ponibilizada através da Internet, suscita nos jovens novos hábitos
de trabalho e novas formas de lidar com essa informação de fácil
acesso. A facilidade de trabalhar a informação digital é diferente
de trabalhar com a informação em suporte papel. Tanto profes-
sores como alunos devem estar conscientes das ocorrências que
podem emergir dessa facilidade, como a prática do plágio. (VALA-
DAR, 2012, p. 09).

É verdade que tudo que está na rede, bem como em livros e revistas pode e
deve ser usado nas pesquisas para referenciar e embasar uma teoria, uma ideia, um
processo... Mas tudo que for consultado, usados nos nossos trabalhos, precisar ser
referenciado, é imprescindível que os autores das fontes consultadas sejam citados
e referenciados corretamente, seguindo as orientações da ABNT para isso.
A tecnologia facilitou bastante o trabalho de pesquisa, desenvolveu ferramen-
tas que fazem o pesquisador ganhar tempo, indo direto ao ponto, selecionando ape-
nas os materiais que lhe interessam. Ajudou também os professores. Os softwares
de detecção de plágio hoje são muito usados por professores em caso de dúvida
sobre a autoria de um trabalho. Tem alguns que são pagos e outros gratuitos. Um dos
mais conhecidos é o www.plagiarism.org
E ainda tem outro ponto que precisa de atenção: a credibilidade das fontes.
Não se pode achar que porque está na internet, é verdade e serve para ser usa-
do em um trabalho acadêmico. Na rede, há muitos sites de construção coletiva, a

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exemplo do Wikipédia, que não têm conselho editorial, ou seja, o que está publicado
não passou pela revisão de especialistas no assunto e tampouco foi revisado e confe-
rido, e sendo assim, não são confiáveis. É preciso saber do valor acadêmico daquela
informação.

Imagem: Internet
“Como você pode me dizer que tudo que eu escrevi está errado?!?
Eu copiei TUDO diretamente da internet!!!”
https://canadatherewego.files.wordpress.com/2010/07/plagio-e-crime.gif Acesso em 20 de fev. 2017.

SUGESTÕES

No site canal do ensino, está disponível uma lista com sugestão de 100 si-
tes confiáveis para realização de pesquisas acadêmicas nas mais diversas
áreas. Para conhecer, acesse:

https://canaldoensino.com.br/blog/100-sites-de-pesquisa-academica-que-
-voce-deveria-conhecer

Tipos de Plágio
A prática do plágio não é igual e a depender do tipo de trabalho e do objeto
plagiado, ela apresenta algumas classificações que podem ser relacionadas à inten-
cionalidade e à forma.

Quanto à intencionalidade:

Plágio intencional ocorre quando um texto é apresentado como próprio com con-
teúdo parcial ou totalmente replicado ou reescrito sem a indicação de autoria e sem
a referência completa do documento consultado.

Plágio acidental ocorre quando há desconhecimento metodológico acerca do uso


das citações (diretas e indiretas) ou ainda sobre a relevância da indicação de todo o

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material consultado para a elaboração do trabalho. Nesse caso, o “não sabia” pode
funcionar como explicação, mas não descaracteriza o plágio. Por mais essa razão, a
disciplina de metodologia é tão importante.

Quanto à forma:
Há ainda, Segundo Garschagen (2006), mais três configurações de plágio. A saber:

Plágio integral: transcrição total de um texto sem ser referida a fonte.

CITAÇÃO
FONTE ORIGINAL PLÁGIO
DIRETA CORRETA
O que se conclui a par- É bem provável que no É bem provável que no
tir dessa pesquisa é Brasil a corrupção esteja Brasil a corrupção esteja
que a opinião pública associada a aceitação associada à aceitação
brasileira reconhece e do jeitinho como prática do jeitinho como prática
aceita, em grande me- social aceitável. Isto indi- social. Somado a isto
dida, que se recorra ao ca que temos um longo o fato de que “há uma
jeitinho como padrão caminho pela frente divisão profunda (50%
moral. Além disso, há se o que desejamos é versus 50%) entre os
uma divisão profunda o efetivo combate à que o consideram certo
(50% versus 50%) entre corrupção. (ALMEIDA, e os que o condenam
os que consideram certo 2007) [...] podemos concluir
e os que o condenam. que temos um longo
Por isso, se os níveis Comentário: caminho pela frente
de corrupção no Brasil O texto em negrito é se o que desejamos é
provavelmente estão uma reprodução literal o efetivo combate à
relacionados à aceitação da fonte consultada, corrupção.” (ALMEIDA,
social do jeitinho - que mas o redator não indi- 2007, p. 70-71).
é grande e bastante cou isto claramente.
enraizada entre nós –, Devido a ausência de Comentário:
os resultados da pesqui- aspas, o texto elaborado Neste caso, o redator
sa indicam que temos ficou parecendo uma reescreveu parte da
um longo caminho pela paráfrase, mas na reali- fonte consultada com as
frente se o que deseja- dade é uma colagem. próprias palavras e com-
mos é o efetivo combate pletou com um trecho
à corrupção. copiado da fonte origi-
nal. Entretanto, utilizou
Referência: corretamente as aspas
ALMEIDA, Alberto Car- para indicar o texto
los. A cabeça do bra- reproduzido e na citação
sileiro. Rio de Janeiro: registrou o número da
Record, 2007. p. 70-71. página da qual consta.
http://www.plagio.net.br/

Plágio parcial: cópia de algumas frases ou parágrafos de fontes diferentes. Para


dificultar a sua identificação.

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TEXTOS ORIGINAIS PLÁGIO PARCIAL

Se desde a época do ‘desencaixe’ ao Se desde a época do ‘desencaixe’ ao


longo da era moderna, dos ‘projetos longo da era moderna, dos ‘projetos
de vida’, o problema da identidade de vida’, o problema da identidade era
era a questão de como construir a a questão de como construir a própria
própria identidade (...) – atualmen- identidade (...) – atualmente, o pro-
te, o problema da identidade resulta blema da identidade resulta principal-
principalmente da dificuldade de se mente da dificuldade de se manter fiel
manter fiel a qualquer identidade por a qualquer identidade por muito tem-
muito tempo. (BAUMAN, 1999, p. 155) po. A pós-modernidade representa
A pós-modernidade significa a época o momento histórico preciso em que
histórica preciso que todos os freios todos os freios institucionais que se
institucionais que se opunham à eman opunham à emancipacão individual se
cipação individual se desmoronam esboroam e desaparecem, dando lugar
e desaparecem, dando lugar à mani- à manifestação dos desejos subjetivos,
festação dos desejos subjetivos, da da realização individual, do amorpró-
realização individual, do amor-próprio. prio. A substituição crescente dos
(Lipovetsky, 2004, p. 23). A substitui- ideais da cultura por ideais estritamen-
ção progressiva dos ideais da cultura te consumistas, com fins de utilização
por ideais totalmente consumistas, dos indivíduos como mera força de
com fins de utilização dos indivíduos consumo e o atual aguçamento da
como mera força de consumo e o atual descrença em projetos coletivos unifi-
aguçamento da descrença em projetos cadores – talvez ainda existentes nas
coletivos unificadores – talvez ainda chamadas “culturas de massa” – pro-
existentes nas chamadas “culturas de movem a constituição de um tipo de
massa” – promovem a constituição “pseudo-individuação” ancorada, ainda
de um tipo de “pseudo-individuação” mais estritamente, em mecanismos de
baseada, ainda mais estritamente, em idealização.
mecanismos de idealização. (SEVERIA-
NO, 1999, p. 162-163).

Referências:
BAUMAN, Zygmunt. O Mal-estar da
Pós-Modernidade. Trad. de Mauro
Gama e Cláudia Martinelli, Rio de Ja-
neiro, Jorge Zahar Editor, 1998.LIPO-
VETSKI, Gilles. Os tempos Hipermo-
dernos. São Paulo: Barcarolla, 2004.
SEVERIANO, Maria de Fátima Vieira.
Narcisismo e publicidade: uma análi-
sepsicossocial dos ideais do consumo
na contemporaneidade. São Paulo:
Annablume, 2007.

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Plágio conceitual: apropriação de um ou vários conceitos, ou de uma teoria, que o


autor apresenta como seu sem de fato o ser.

CITAÇÃO
FONTE ORIGINAL PLÁGIO
INDIRETA CORRETA
É esse o erro de Descar- A separação cartesiana Para Damásio (2001) a
tes: a separação abissal entre corpo e mente separação cartesiana en-
entre o corpo e a men- pode ser considerada é tre corpo e mente pode
te, entre a substância um equívoco porque su- ser considerada é um
corporal, infinitamente põe que o sofrimento e equívoco porque supõe
divisível, com volume, as dores do corpo acon- que o sofrimento e as
com dimensões e com tecem independemente dores do corpo aconte-
um funcionamento me- dos juízos morais e dos cem independemente
cânico, de um lado, e a elementos emocionais. dos juízos morais e dos
substância mental, indi- elementos emocionais.
visível, sem volume, sem
dimensões e intangível, Referência:
de outro; a sugestão de DAMÁSIO, Antonio R.
que o raciocínio, o juízo O erro de Descartes:
moral e o sofrimento emoção, razão e cére-
adveniente da dor física bro humano. São Paulo:
ou agitação emocional Companhia das Letras,
poderiam existir inde- 2001. p. 280.
pendemente do corpo.

Referência:
DAMÁSIO, Antonio R.
O erro de Descartes:
emoção, razão e cére-
bro humano. São Paulo:
Companhia das Letras,
2001. p. 280.

E temos ainda o

Plágio de fontes: ocorre quando um autor utiliza as citações usadas em um trabalho


sem ter lido o texto fonte original. Em situações assim, para evitar a caracterização
de plágio, é preciso usar a expressão latina apud (citado por) ou expressão seme-
lhante no texto elaborado.

CITAÇÃO
FONTE ORIGINAL PLÁGIO
INDIRETA CORRETA
Concluindo, pode-se Furtado (2002) afirma Furtado (2002 apud
dizer que o papel do que agir com respeito Romancini, 2017) afirma

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educador para coibir o perante não somente que agir com respeito
plágio, além do acom- àquilo que se propõe perante não somente
panhamento na elabo- a produzir com serie- àquilo que se propõe
ração dos trabalhos de dade, mas igualmente a produzir com serie-
seus alunos, está ainda em relação às fontes dade, mas igualmente
relacionado com a trans- pesquisadas, às ideias em relação às fontes
missão de informações consultadas, aos pensa- pesquisadas, às ideias
sobre o plágio. mentos, reflexões, pon- consultadas, aos pensa-
Nesse sentido, é tam- tos de vista, propostos mentos, reflexões, pon-
bém válido que as em estudos e pesquisas tos de vista, propostos
instituições de ensino já feitas, que recorrera em estudos e pesquisas
busquem esclarecer e para melhor ilustrar, fun- já feitas, que recorrera
informar os alunos e do- damentar ou enriquecer para melhor ilustrar, fun-
centes sobre esse ilícito o seu trabalho científico, damentar ou enriquecer
e adotem procedimentos é o mínimo que podemos o seu trabalho científico,
que desestimulem sua esperar de alguém volta- é o mínimo que podemos
prática. do para o conhecimento. esperar de alguém volta-
Como observa Furtado do para o conhecimento.
(2002), agir com respeito
perante não somente Referência:
àquilo que se propõe FURTADO, José Augus-
a produzir com serie- to Paz Ximenes. Apud
dade, mas igualmente ROMANCINI, Richard. A
em relação às fontes praga do plágio acadê-
pesquisadas, às ideias mico. Revista Científica
consultadas, aos pensa- FAMEC/FAAC/FMI/FA-
mentos, reflexões, pon- BRASP. Ano 6, n. 6, 2007,
tos de vista, propostos pp. 44-48.
em estudos e pesquisas
já feitas, que recorrera Disponível em:
para melhor ilustrar, fun- http://clubecetico.org/
damentar ou enriquecer fo rum/index.php?-
o seu trabalho científico, topic=25716.0.
é o mínimo que podemos Acesso em 22 de fev.
esperar de alguém volta- 2017.
do para o conhecimento.

Referência:
ROMANCINI, Richard. A
praga do plágio acadê-
mico. Revista Científica.
FAMEC/FAAC/FMI/FA-
BRASP. Ano 6, n. 6, 2007,
pp. 44-48.

29
unifametro.edu.br - Metodologia do Trabalho Científico - Unidade I

Disponível em: http://


clubecetico.org/forum/
indexphp?topic=25716.0.
Acesso em 22 de fev.
2017.

ROMANCINI, Richard. A praga do plágio acadêmico. Revista Científica FAMEC/FAAC/FMI/FABRASP. Ano 6, n. 6,


2007, pp. 44-48. Disponível em http://clubecetico.org/forum/index.php?topic=25716.0.
Acesso em 22 de fev. 2017. Adaptado.

Apud é uma expressão em latim que significa citado por e o seu uso deve ser
evitado. Ele só deve se fazer presente no texto em caso de impossibilidade de acesso
à obra citada, obras raras, títulos esgotados, por exemplo. O seu uso excessivo pode
empobrecer o texto.

O que diz a lei


O plágio é crime e traz consequências graves, que vão desde processos na esfe-
ra cível e criminal, podendo chegar à detenção, demissões, reprovações ou perda de
título. Vejamos o que diz a legislação brasileira sobre essa prática:

Constituição da República Federativa do Brasil


Art. 5º, inciso XXVII. “aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publi-
cação ou reprodução de suas obras, (...).”
BRASIL. Constituição Federal (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988a.

Código Civil
Art. 1.228. “O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o
direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.”
BRASIL. Código Civil: Lei 10.406/2002. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 jan. 2002.

Código Penal
Art. 184, e seus parágrafos. Define a violação dos direitos autorais como crime,
com previsão de punição que varia de multa à reclusão de até quatro anos.
BRASIL. Código Penal: Decreto-Lei 2.848/1940. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 dez. 1940.

Lei no 9.610/98 (Lei do Direito Autoral - LDA)

Art. 7º. Define o rol de obras intelectuais protegidas pela lei, que vão desde gran-
des conferências até pequenas gravuras, conceituando obras intelectuais como
“criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte,
tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro”.

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Art. 22 a 24. Definem como pertencentes ao autor os direitos morais e patrimo-


niais sobre a sua criação, conceituando direitos morais como o direito: “[...] de rei-
vindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra”; “[...] de ter seu nome, pseudônimo
ou sinal convencional indicado ou anunciado, como sendo o do autor, na utilização
de sua obra”; e “[...] de conservar a obra inédita”.

Art. 29. Determina que “depende de autorização prévia e expressa do autor a utili-
zação da obra, por quaisquer modalidades, tais como:” “[...] a reprodução parcial ou
integral”; “[...] a edição; adaptação, o arranjo musical e quaisquer outras transfor-
mações”; ou “[...] a tradução para qualquer idioma”.

Art. 33. Proíbe a reprodução de obra que não pertença ao domínio público, a pre-
texto de anotá-la, comentá-la ou melhorá-la, sem permissão do autor.

Art. 46, inciso III. Define que não constitui violação dos direitos autorais, “[...] a
citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de pas-
sagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justi-
ficada para o m a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem da obra [...]”
BRASIL. Lei 9.610/1998. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 fev. 1998b.

Na imprensa, frequentemente, são divulgadas


Imagem: Internet

notícias sobre casos de plágio que foram com-


provados e os plagiadores punidos. Esses casos
são muito comuns e envolvem desde alunos a
altas autoridades.

VÍDEO

Assista ao vídeo O fantasma do Plágio, disponível em:

http://www.praticadapesquisa.com.br/2011/07/o-fantasma-do-plagio.html

Existem recursos que permitem que os textos disponibilizados em meios ele-


trônicos ou físicos sejam usados nos trabalhos acadêmicos e científicos sem configu-
rar plágio. Vamos conhecê-los.

Como evitar o plágio


Certamente, você já viu, em livros, revistas e sites, textos citados de forma di-
reta e indireta, mas não prestou atenção. Nas notícias, é comum a fala do entrevista-
do ou de uma testemunha vir sinalizada por aspas. Em textos acadêmicos, é comum
alguns trechos recuados e com uma fonte menor, indicando ao final deles o autor,
o ano e a página. Você sabe por que isso acontece? O que significam? Você já ouviu
falar na ABNT?

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A ABNT é uma entidade privada e sem fins lucrativos, responsável pela elabora-
ção das Normas Brasileiras (ABNT NBR) e quem define a padronização e normatiza-
ção de produtos e serviços.

SUGESTÕES

Para conhecer a história da Associação Brasileira de Normas Técnicas –


ABNT e como ela atua, acesse:

http://www.abnt.org.br/abnt/conheca-a-abnt

De acordo com a ABNT NBR 10520:2002, citação é a “Menção de uma informação


extraída de outra fonte”. E ela apresenta três configurações:

Citação direta: Transcrição textual de parte da obra do autor con-


sultado, que pode ser curta ou longa. Citação indireta: Texto ba-
seado na obra do autor consultado e citação de citação: Citação di-
reta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original.
(ABNT NBR 10520:2002).

Disponível em: http://www.usjt.br/arq.urb/arquivos/nbr10520-origi-


nal.pdf Acesso em 24 fev. 2017.

A citação é um recurso imprescindível para o desenvolvimento de trabalhos


acadêmicos e científicos. Ela ajuda a garantir a lisura das nossas pesquisas e evita o
plágio, pois estrutura as informações colhidas nas fontes pesquisadas. Vamos conhe-
cer cada uma delas e como usá-las.

Citação direta: Transcrição textual de parte da obra do autor consultado, que pode
ser curta ou longa. Por isso, todas as informações devem ser transcritas fielmente –
pontuação, sinais gráficos, por exemplo. Ela pode ser curta ou longa.

Citação direta curta: Fica dentro do texto, marcada por aspas, e tem até três linhas.
Apresenta-se ainda o sobrenome do autor, o ano de publicação e a página.
Exemplo: Quando se trata da questão do plágio como um tipo de fraude acadêmica
que deve ser evitada, deve-se pensar que a prevenção pode ser objeto de ensino
inserido na relação entre orientador e orientando. Neste sentido, está correto afir-
mar que “não bastam sanções e nem tudo deve ser traduzido em penalidades ou em
medidas puramente negativas”. (DOMINGOS, 2012, p. 80-81).

Citação direta longa: Tem mais de três linhas, aparece depois do texto, marcada por
recuo de 4 cm em relação à margem esquerda, utiliza espaçamento simples e fonte
tamanho 10. Indica ao final o sobrenome do autor, o ano de publicação e a página.
Exemplo: Segundo Shneider,

Originalmente, a palavra plágio e o verbo plagiar designavam o cri-


me de quem transviava os filhos dos outros, aliciava os seus escra-

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vos ou deles se apropriava, a venda de uma pessoa por quem dela


não dispunha. Foi só mais tarde que passou a designar a apropria-
ção por outro – e a apresentação como próprios –de fragmentos
de livros ou pensamentos escritos. A palavra deriva do baixo latim
plagium, que por sua vez, seria uma deformação grega, plágios
(oblíquo, trapaceiro) (SHNEIDER, 1990, p. 129).

Citação indireta: consiste na interpretação, condensação ou interpretação livre de


partes do texto, de forma não literal, mas fiel ao conteúdo e às ideias do autor. Não
é necessário o uso de aspas, mas indica-se o autor e o ano da publicação. A indicação
da página é opcional.
Exemplo: No meio acadêmico brasileiro é dada pouca importância ao fenômeno
do plágio. Há pouca pesquisa relacionada ao assunto. Além de não fazer parte dos
manuais de formação acadêmica, as instituições de ensino não apresentam esclare-
cimentos e orientações em suas páginas eletrônicas sobre o assunto (KROKOSCZ,
2011).

Citação de citação: Consiste na citação de um texto do qual não se teve acesso ao


original. Livros com edição esgotada, raros, por exemplo. Nesse caso, usa-se a ex-
pressão latina apud, que significa ‘citado por’. Esse tipo de recurso só deve ser usado
em último caso. É imprescindível que o pesquisador tenha acesso às fontes bibliográ-
ficas que usará na pesquisa. É preciso indicar o nome do autor que leu o texto, o ano
e página, além da expressão apud.
Exemplo: Esse tipo de iniciativa tem o status de uma política institucional de enfren-
tamento do plágio que envolve diversos aspectos relacionados ao plágio e à integri-
dade acadêmica, adotando ações diversificadas que envolvem realização de treina-
mentos, programas de conscientização, uso de tecnologias para detecção de plágio
e a prescrição de punição aos alunos que violam as políticas institucionais (Hughes;
McCabe, 2006 apud McCord, 2008, p. 42).

O plágio, embora comum, é crime e uma prática reprovável, por isso deve ser evita-
do. A metodologia oferece alternativas para fazer uso das informações e dos textos
disponíveis em meio eletrônico e físico sem plagiar. Para isso, temos as citações, re-
cursos que contribuem e ajudam a fazer uso dos materiais bibliográficos bem distan-
tes dessa prática. No site da ABNT e no Manual de Formatação para elaboração de
trabalhos acadêmicos da FAMETRO você encontra todas as informações necessárias
para fazer as citações da forma correta.

SUGESTÕES

Conheça o Manual de Normas para Elaboração de Trabalhos Acadêmicos


da UNIFAMETRO:
Veja o texto da ABNT NBR 10520: 2002

https://revistaarqurb.com.br/arqurb

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SUGESTÕES

Para saber como se faz as citações


diretas, indiretas e as citações
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Citações diretas
indiretas e uso do apud
no tcc escrevendo fácil
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Chegamos ao fim da aula dos estudos da Disciplina Metodologia


do Trabalho Científico. Participe das atividades no Moodle
e até a próxima aula!

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REFERÊNCIAS

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