Você está na página 1de 10

Reflexões sobre processos de ensino-aprendizagem

O ato Ético é um ato de religação:

com o outro, com os seus, com a comunidade,

e uma inserção na religação cósmica.

(Edgar Morin)

Novos inícios marcam a vida humana desde tempos imemoráveis. Já no Egito Antigo, ao
menos assim como é relatado no Velho Testamento, novos inícios, com grandes marcas e
perdas incalculáveis, levaram a humanidade a refletir sobre a importância de não deixar
ninguém sem amparo e assumir a comunidade acima dos desejos individuais.

Como dizem popularmente, “a voz do povo é a voz de Deus”, aderindo a esta fala popular,
entende-se que o princípio é a construção de amplos recursos para diálogo e consulta
popular. Nesse sentido, há um preceito posto, que coloca a democracia como pilar de
sustentação de todas as decisões. Mas, o que significa organizar uma estrutura
democrática de governo? O que é uma escola democrática de fato e de direito?
Entendemos que

a Democracia é uma Ética, se chamamos de Ética a capacidade de criar e


escolher uma forma de viver, capaz de fazer possível a vida digna para
todos. A Democracia é uma forma de construir a liberdade e a autonomia
de uma sociedade, aceitando como seu fundamento a diversidade e a
diferença. (Toro, Wernek, 1996, p. 03)

Para construir autonomia é necessário que esta seja estimulada, simples assim, portanto,
não é impondo princípios organizacionais estanques, buscando constâncias nos olhares
sobre processos formativos que o exercício da autonomia e o respeito à diversidade é
posto. Não deve ser entendido, com isso, que busca-se a inexistência de padrões,
princípios, valores a serem construídos, habilidades a serem aprendidas e nem tão pouco
esquece-se que existem saberes humanos a serem acessados e que é de direito das
pessoas ter acesso às ferramentas para o acesso e uso desses saberes.

No cenário que vivido a partir de 2020 o processo de desenvolvimento de uma nova


estrutura escolar vem emergindo e com ele, servidores, estudantes e demais membros das
comunidades escolares do IFNMG passam a, por um lado, fazer uso assíduo de tecnologias
de informação e comunicação para manutenção de vínculos e trabalhos remotos. Aprende-
se, também, que os tempos das pessoas não são os mesmos e que alguém pode estudar
melhor após um dia intenso com filhos pequenos, no entanto outros madrugam para usar
espaços públicos sem encontrarem com outros seres humanos, tempos e relações
humanas modificam-se. Portanto, é fundamental olhar para nossos processos formativos e
buscar os valores que nos sustentam na coletividade nesse e noutros cenários que estão
emergindo no intenso isolamento social.

Agir democraticamente: ouvir as perguntas na perspectiva de quem pergunta…

As pessoas aprendem nas instituições de ensino mais a perguntar ou mais a responder?


Essa questão acompanha reflexões da Educação na perspectiva da atenção a amplos
setores sociais que são atendidos, em especial por nós, servidores públicos que temos a
missão de ser braço do Estado. Nesse sentido, entender o que as pessoas estão
perguntando é fundamental para mobilizá-las. Assim, quando perguntamos aos estudantes
se eles querem retomar as aulas mediadas pelas tecnologias devemos entender duas
coisas:

Primeiro: estou realmente oferecendo uma alternativa sincera ou direcionando um caminho?

Segundo: o diálogo foi aberto a toda sociedade ou estou apenas tentando encaminhar a
resolução do problema de forma particular, sem a efetiva mobilização do todo?

Aliás, por falar em comunidade, qual é a nossa comunidade? São as pessoas que circulam
pelos prédios institucionais (servidores, alunos e seus pais) ou são, além dessas pessoas,
nossos vizinhos? Conversamos com as lideranças religiosas, políticas e culturais da nossa
vizinhança? Sabemos o que eles precisam? Atuamos na oferta de cursos complementares
para essas pessoas? Essas são perguntas que florescem de forma espontânea ao
começarmos a ouvir as pessoas que estão à nossa volta.

Face o cenário posto e refletindo sobre a necessidade de fazer emergir as perguntas pelo
diálogo comunitário, mobilizando, assim, forças sociais de forma articulada, acredita-se que
a proposta de um novo IFNMG deve emergir no cenário pós-pandemia. Uma instituição
aberta ao diálogo e pautada por estrutura articulada de Ensino, Pesquisa e Extensão menos
parecida com as universidades modernas e mais próximas às instituições educacionais
descrita na Lei de criação dos Institutos Federais (Lei 11892 de 29 de dezembro de 2008)

Art. 2o Os Institutos Federais são instituições de educação superior,


básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializados na
oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades
de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e
tecnológicos com as suas práticas pedagógicas, nos termos desta Lei.

(…)

Art. 6o Os Institutos Federais têm por finalidades e características:

(…)

IV - orientar sua oferta formativa em benefício da consolidação e


fortalecimento dos arranjos produtivos, sociais e culturais locais,
identificados com base no mapeamento das potencialidades de
desenvolvimento socioeconômico e cultural no âmbito de atuação do
Instituto Federal;

V - constituir-se em centro de excelência na oferta do ensino de ciências,


em geral, e de ciências aplicadas, em particular, estimulando o
desenvolvimento de espírito crítico, voltado à investigação empírica;

VI - qualificar-se como centro de referência no apoio à oferta do ensino de


ciências nas instituições públicas de ensino, oferecendo capacitação
técnica e atualização pedagógica aos docentes das redes públicas de
ensino;

VII - desenvolver programas de extensão e de divulgação científica e


tecnológica;

VIII - realizar e estimular a pesquisa aplicada, a produção cultural, o


empreendedorismo, o cooperativismo e o desenvolvimento científico e
tecnológico;

IX - promover a produção, o desenvolvimento e a transferência de


tecnologias sociais, notadamente as voltadas à preservação do meio
ambiente.

Após alguns poucos anos da nossa implementação conseguimos nos tornar centros
orientadores dos arranjos locais? Para orientar é necessário ter o lugar de fala. Mesmo que
o Estado nos outorgue esse lugar o seu uso hoje torna-se necessário em múltiplas direções:
ressignificação das ações locais, e, também, das propostas internas dos campi. Para
manter ou fortalecer o lugar de fala é necessário a escuta ativa das comunidades. Escuta
que começa com aplicação do questionário, análise dos dados, mas, também, por
aproximações estratégicas com Igrejas, Sindicatos, Produtores Rurais e demais lideranças
que querem fazer perguntas e, também, ocupar lugares de fala. Só no diálogo aberto que o
IFNMG conseguirá avançar e ressignificar seu lugar.

Reflexões para Educação em contextos de mudanças para o IFNMG

O caminho aponta para ampliação dos laços solidários, marcado por escuta ativa constante,
por ampliação da tolerância (característica que marca profissionais da educação), e,
fundamentalmente, por não abandonar antigos problemas educacionais, por acreditar que
eles não voltarão nesses novos tempos: o combate a evasão e a garantia da permanência e
êxito dos estudantes deve ser a tônica balizadora de todos os esforços. Mas, como
organizar então? Algumas propostas práticas e criação de novos pactos devem pautar
nossas decisões.

A pesquisa aplicada aos estudantes nos tempos iniciais da pandemia pelo IFNMG sinalizou
um cenário interessante, de grande importância, pois, apesar de não ter atingido a
totalidade dos estudantes, conseguiu não apenas indicar os interesses dos estudantes por
ampliação das atividades, com início das atividades de ensino, mesmo que por uso de
educação remota, mas, mostra também, desânimo, insegurança e preocupação:

Por fim, vale destacar que os resultados destacam o interesse dos


estudantes do IFNMG em manter os estudos remotamente ou à distância
por meio de TDICs. Entretanto, condições de acesso de acesso à internet
e às TDICs, bem como conjunturas socioeconômicas, necessidades,
dificuldades, (des)motivação e influência do ambiente domiciliar mostram-
se determinantes para continuidade e efetividade dos estudos. (Relatório,
p. 43)2

Por essa escuta ativa fica evidente a necessidade de construção de ações pedagógicas que
foquem no atendimento individual, ao mesmo tempo que aponta para a necessidade de
criar protocolos de segurança e atenção psicológica, social e educacional dos estudantes e
familiares, aí, portanto, destaca-se a necessidade de ampliar o conceito de comunidade.

1. Comunidades:

Ninguém solta a mão de ninguém: assumir o protagonismo que nos foi dado pela LDB e
estreitar laços com redes públicas de ensino, a fim de promover ciclos formativos para
professores e atuar na complementação necessária a Educação Básica. Não podemos
esquecer que somos a única instituição federal de ensino técnico e tecnológico da região,
portanto, temos que atuar junto às prefeituras com intuito de promover preparação de
profissionais aptos aos trabalhos híbridos, em especial aos povos do campo, com estímulo
à formação de feiras virtuais para produção familiar e aos pequenos comerciários, com
fortalecimento dos seus comércios.

Ampliar ações comunitárias: com debates e parceria com outras lideranças religiosas que
estão atendendo às famílias dos nossos alunos. Será que outras instituições por estarem
nas comunidades, não podem ser um braço fundamental no apoio ao estudante que não
tem acesso às tecnologias?

2. Temporalidades:

Em conversa com colega Valdo José Cavallet (Agrônomo, professor da UFPR), ele
ressaltou:

O tempo é e sempre foi relativo a natureza (...). A sincronização de


horários, prazos, ritmos e rotinas tem por objetivo os processos produtivos
massificados, tipo "dominação da força de trabalho", para não usar outro
termo mais pejorativo. Os escravos braçais foram, progressivamente,
substituídos pelos escravos mentais e intelectuais.(...) A escola,
independente da abordagem pedagógica, se não respeita o modo de ser
[dos estudantes], principalmente na categoria tempo, também condiciona,
doutrina e homogeniza, como se os sapiens fossem formigas ou abelhas.
Essas sociedades de insetos trabalham com funções naturais e definidas,
independente da cultura. Aplicar isso aos humanos traz dor e sofrimento.
Mas desde quando quem domina se importou com as nossas dores?
"Para refletir sem (se) iludir".3

As provocações do professor Valdo fazem pensar sobre organização do tempo escolar e


sua dissociação do tempo não escolar. Aprender na escola é um aprender com tempo
fixo, importante como tempo de reflexão, mas, deve ser uma rotina, deve seguir um
manual anual? Precisamos classificar em tempos fixos? Não existem outras organizações
do tempo escolar que podemos pensar de forma a instigar estudantes e profissional a
adaptar a própria temporalidade da escola à dinâmica da vida, tornando o tempo escolar
mais significativo e fluido?

Ampliando o debate sobre temporalidades não podemos esquecer que marcos são
importantes. Falar em retorno anima menos que falar sobre novo início. As palavras
possuem força criadora. Aqui propomos, portanto, um novo início que faça valer a fluidez do
tempo e a reflexão comunitária sobre o que é significativo para a finalização do período
letivo. Como escreveu o poeta Carlos Drummond de Andrade “O tempo cronológico é a
pura invenção do relógio”, assim, e sabendo da suspensão da obrigatoriedade dos duzentos
dias do ano letivo, é factível cumprir as horas letivas num formato que atenda as
individualidades e temporalidades próprias dos sujeitos?

3. Retorno com Atividades Não Presenciais: ponderações e proposição

A definição de dia letivo é toda e qualquer atividade que promova interação entre professor
e aluno. A MP 934/2020 flexibilizou os duzentos dias letivos, mas, manteve a
obrigatoriedade das horas previstas nos projetos de curso, assim, manteve-se as horas
letivas, como equacionar isso? Com a proposição de itinerários formativos individualizados
ou em grupo.

Se a base dessa interação é o estímulo à autonomia, mediada por tecnologias e apoiadas


por servidores aptos a instigar e promover ganhos no processo formativo do educando
promover articulação entre itinerários formativos e provocações aos desenvolvimento das
habilidades é o caminho salutar para o fortalecimento dos laços e, nesse sentido,
considerando a mediação das tecnologias e organizando cronograma que garanta atenção
aos educandos não é necessário pensar modelo educacional com itinerário fixo ao
calendário escolar e à presença ao prédio durante o período do ano letivo, assim, com a
flexibilização dos duzentos dias letivos precisamos, portanto, articular ações que
possibilitem ao educando concluir as horas de curso previstas para 2020 dentro do ano de
2020 ou dentro das possibilidade próprias do itinerário formativo individual.

A proposta pressupõe um rearranjo didático com a organização dos estudantes em grupos


de estudo e trajetos próprios, integrados na medida do possível, de formação. O itinerário
formativo seria desenvolvido conforme ementas previstas nos cursos e pensados, na
relação professor-aluno, como ação mediada pelas tecnologias e, quando possível,
presenciais, de orientação e reelaboração das propostas de trabalho.

O que norteia o Itinerário formativo? Uma base de sustentação são as habilidades e


competências previstas no processo formativo do projeto do seu curso e que estão em
consonância com os princípios estabelecidos na Lei Brasileira para Educação e nas
legislações específicas de formação de cada área de bacharelados, licenciaturas técnicas e
tecnológicas, assim, a título de exemplo, temos os eixos cognitivos previstos para o Ensino
Médio, que balizam a organização das atividades pedagógicas que são desenvolvidas ao
longo dos três anos finalistas da educação básica, associado ao ensino técnico.

Destacamos a necessidade de busca por exemplos dentro e fora do nosso IFNMG para, no
diálogo e estudo, aprendermos com os acertos e erros de forma coletiva. Destaca-se, por
exemplo, a proposta exitosa e em desenvolvimento em diversas instituições de ensino no
Brasil e no Exterior, o “Aprender em Comunidade”, iniciada no Brasil, no sertão do Ceará,
por Lauro de Oliveira Lima nos idos dos anos de 1960. A proposta parte da premissa que
“Educar não é não é prever necessidades sociais, mas, preparar para o imprevisível”,
preparar para o imprevisível parte do entendimento de que ser assertivo, buscar relações
colaborativas e fortalecer elos que valorizem o humano, em especial em contexto sem
contato humano, é substancial, nesse sentido, apropriamos do Parecer do Conselho
Nacional de Educação desta semana que destaca o principal objetivo do retorno virtual:

A realização de atividades pedagógicas não presenciais visa, em primeiro


lugar, que se evite retrocesso de aprendizagem por parte dos estudantes e
a perda do vínculo com a escola, o que pode levar à evasão e abandono
(Relatório CNE 08/06/2020, p8)

A proposta de retorno sugere-se, portanto, partir da previsão: que se não tiver contato
pedagógico, haverá retrocesso educacional e da constatação de que o outro efeito colateral
é a evasão e abandono, portanto, agir como comunidade, promovendo e ampliando os
laços dos servidores e comunidade atendida é o pilar de sustentação desta proposta de
retorno que propõe não a ruptura dos projetos de cursos, mas, a organização de práticas
que valorize a organização de grupos relacionais.

4. Processos avaliativos no IFNMG

O que é avaliação?

A busca por um conceito legal é colocado na Lei 9394/96 (LDB), que não aponta definição
do termo, mas, condições para seu uso formal e de direito, como explícito no artigo 13, sob
função dos docentes:

V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar


integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao
desenvolvimento profissional;

Quanto ao uso da avaliação e as instâncias responsáveis pela sua aplicação, fica claro que
é direito do cidadão ser avaliado em todos os momentos de escolarização e formação
acadêmica. Mas, há um conceito para Avaliação? Nos regulamentos do IFNMG duas
resoluções matizam o conceito: regulamento dos cursos de graduação, no capítulo VII, e,
no regulamento dos cursos técnicos no título V. Com conceituação clara e objetiva, o
regulamento dos cursos técnicos assim define avaliação:

Art. 168 A avaliação consiste em um trabalho contínuo de regulação da


ação pedagógica, realizada de forma processual, com caráter diagnóstico
e formativo voltada para o pleno desenvolvimento do indivíduo e da
aprendizagem, o preparo para o exercício da cidadania e a qualificação
para o trabalho. § 1º A avaliação do processo de ensino-aprendizagem é
contínua e cumulativa e tem por fundamento uma visão crítica sobre o ser
humano, a sociedade, a natureza, a educação, a ciência, a cultura, a
tecnologia e a arte. § 2º A avaliação do processo de ensino-aprendizagem
deve criar condições para a participação e desenvolvimento dos discentes,
considerando-os como sujeitos da ação educativa; § 3º A avaliação do
processo de ensino-aprendizagem deve contemplar os domínios
cognitivos, psicomotor e afetivo da aprendizagem, considerando seus
aspectos qualitativos e quantitativos. Além disso, o processo avaliativo
deve considerar as competências constantes no perfil profissional de
conclusão previsto no projeto pedagógico de cada curso, com base no
Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, bem como os aspectos a seguir: I.
compreensão e aplicação dos conhecimentos; II. análise, síntese e
avaliação ou julgamento de valores; III. capacidade de trabalho em equipe
e socialização; IV. criatividade; V. raciocínio lógico e capacidade de
interpretação; VI. criticidade.

Ressalta-se, portanto, a perspectiva do direito ao processo avaliativo como bem maior que
a seleção, como destacado num livro clássico sobre o tema “Avaliação: Da Excelência à
REgulação das Aprendizagem”, Philippe Perrenoud (1999) explicita a diversidade de
entendimentos sobre o assunto mas destaca que nas escolas é geralmente entendida como
atividade que se coloca a serviço de um processo, no caso, processo de ensino. Avaliação
pode tanto servir para seleção, quanto para reflexão sobre processos de aprendizagem

No contexto vivido em 2020 os processos seletivos perdem força em detrimento de


processos com foco nas relações humanas, manutenção de vínculos, atenção social e, na
perspectiva direta do ensino, garantia de não haver retrocesso nos processos já
consolidados em contexto anterior a pandemia. Como já apontado no Parecer 07/2020 do
Conselho NAcional de Educação, no qual a preocupação com processos avaliativos formais
podem e devem articular valores e saberes amplos:

Neste sentido, as avaliações e exames de conclusão do ano letivo de


2020 das escolas deverão levar em conta os conteúdos curriculares
efetivamente oferecidos aos estudantes, considerando o contexto
excepcional da pandemia, com o objetivo de evitar o aumento da
reprovação e do abandono no ensino fundamental e médio. Sugere-se
também que os sistemas de ensino desenvolvam instrumentos avaliativos
que podem subsidiar o trabalho das escolas e dos professores, tanto no
período de realização de atividades pedagógicas não presenciais como no
retorno às aulas presenciais, a saber: criar questionário de autoavaliação
das atividades ofertadas aos estudantes no período de isolamento; ofertar,
por meio de salas virtuais, um espaço aos estudantes para verificação da
aprendizagem de forma discursiva; elaborar, após o retorno das aulas,
uma atividade de sondagem da compreensão dos conteúdos abordados
de forma remota; criar, durante o período de atividades pedagógicas não
presenciais, uma lista de exercícios que contemplam os conteúdos
principais abordados nas atividades remotas; utilizar atividades
pedagógicas construídas (trilhas, materiais complementares etc.) como
instrumentos de avaliação diagnóstica, mediante devolução dos
estudantes, por meios virtuais ou após retorno das aulas; utilizar o acesso
às videoaulas como critério avaliativo de participação através dos
indicadores gerados pelo relatório de uso; elaborar uma pesquisa científica
sobre um determinado tema com objetivos, hipóteses, metodologias,
justificativa, discussão teórica e conclusão; criar materiais vinculados aos
conteúdos estudados: cartilhas, roteiros, história em quadrinhos, mapas
mentais, cartazes; e realizar avaliação oral individual ou em pares acerca
de temas estudados previamente. (CNE, 08/07/2020, p. 22-23)

Acredita-se que todas as propostas qualitativas e quantitativas a serem utilizadas em


atividades no período de atendimento emergencial não presencial são instrumentos
avaliativas que, a partir da infinidade de possibilidade de ações, podem e devem ser
organizados como direitos do educando a entender o que tem como saber escolar ganho e
quais limites pode romper, noutros contextos, fora do regime de exceção consolidando a
avaliação como processo individual e contínuo e não como processo seletivo e coletivo.

5. Considerações Finais

Ressalta-se que este documento tem o objetivo de balizar debate fundamental no IFNMG,
que parte da necessidade de retomar sua Lei de fundação e avaliar a efetividade de suas
ações nos territórios que está inserido.

Por fim, e acredita-se que o direito a educação é a força motriz para o nosso
desenvolvimento sócio, político e econômico, ressalta-se que todo investimento para
garantir a qualidade de educação passa pela constatação de que é também nela, na
Educação Pública e de qualidade, construída por todas as comunidades do IFNMG em
articulação com as outras esferas públicas de ação.

O IFNMG não é uma instituição do Estado Brasileiro. É, também, o conjunto de pessoas


que, como elo prático das aspirações de uma Nação Livre e Justa que tem como princípio o
ensino do básico: ninguém solta a mão de ninguém.

Você também pode gostar