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UNIDADE CURRICULAR: EDUCAÇÃO E SOCIEDADE

CÓDIGO: 11055

DOCENTE: FILOMENA SOBRAL

A preencher pelo estudante

NOME: Géraldine Pereira da Silva

N.º DE ESTUDANTE: 1402721

CURSO: Profissionalização em Serviço

DATA DE ENTREGA: 30 de janeiro de 2024

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

1.De acordo com os autores, as “novas tecnologias de informação propiciaram


condições estruturais” (Formosinho & Reis, 2011:482) para que se observasse o dealbar
de uma mudança de paradigma, com profundas metamorfoses sociais a um nível global.

Remetendo para Castells (2004) e outros, os autores referem que a conjunção dos “mass
media de primeira geração” com os “sistemas digitais de comunicação”, provocaram
mudanças macroestruturais, tanto no panorama económico, como cultural, político e
científico. Operando numa escala global, a informação e posicionamento moral
veiculada pelos mass media com o recurso das novas tecnologias, atinge um público
mais vasto, entre os quais se encontram pessoas oriundas de culturas e costumes com
práticas morais diferentes, posicionamentos políticos e interesses económicos diversos.

Os autores reconhecem e identificam o impacto que estes elementos tiveram. Os


sistemas digitais de comunicação serviram de amplificador, permitindo um acesso à
escala global de novas realidades, traduzindo-se no seguinte impacto: Desenvolvimento
económico de potências emergentes como a Índia e a China, o acentuar do fosso entre
os muito ricos e detentores de empregos especializados, e os muito pobres com
empregos descaracterizados, com uma diminuição da classe média; impacto no
autoconceito dos indivíduos devido à influência das novas tecnologias, operando um
impacto também na esfera pessoal e relacional dos indivíduos, tornando-os mais
narcisistas e menos orientados para o “outro”, e por fim a descriminação da população
que não tem acesso aos meios digitais e tecnológicos.

2. A autora aborda diversas tendências e desafios para a educação, com implicações


para o ensino-aprendizagem, referindo a primeira tendência como sendo a “ubiquidade
dos médias sociais” (2015:18). Esta tendência infere que as plataformas sociais
desempenham um papel de ubiquidade, pois para além de serem uma plataforma de
lazer e comunicação, também poderá ser utilizada como uma ferramenta útil para o
processo de aprendizagem, na medida em que permite aceder e partilhar conteúdos, e
comunicar com os colegas de turma e docentes. Assim, a autora reflete no papel que
redes sociais como o Facebook, blogs, Youtube, entre outros têm, como ferramenta de
construção de “comunidades de aprendizagens” (2015: 18). Para que essas ferramentas
possam atingir o seu potencial máximo como ferramentas de aprendizagem, deverá, no

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entanto, serem criteriosamente definidas as orientações e regras de utilização destas
ferramentas. Para além do mais, será necessário haver estudos e reflexão sobre o
impacto da utilização destas ferramentas, com os necessários ajustes em função dos
grupos de aprendentes, e haver formação para docentes e alunos, por forma a aproveitar
ao máximo as potencialidades destas ferramentas, sob pena de se tornarem
discriminatórias.

3. Os autores referem que a escola é passível de “interpelação em dois planos distintos,


mas complementares, sendo eles o tipo de preparação que ela proporciona aos futuros
cidadãos e a qualidade democrática da sua organização e da sua prática” (p. 209). Os
autores defendem, com esta afirmação, que o papel da Educação não se cinge à
aprendizagem de competências técnicas e mensuráveis através de um quadro comum de
referência, ou hard&technical-skills. A Educação é, também a aprendizagem para a
Cidadania, como um conceito “umbrela” de soft-skills que opera como pano de fundo.
Não podemos dissociar o saber-saber do saber-estar, do saber-pensar e do saber-ser. O
acto de interpelar, remete para a ação de interrogar, intimar a responder, apresentar
justificação de algo. Com essa definição, os autores aplicam este termo de interpelação
ao acto educativo, que implica não só responder pelas aprendizagens essenciais, mas
também tem um papel mais profundo de preparação do adulto do futuro, e de formação
do Ser que é o cidadão do presente, pois os alunos, enquanto crianças e jovens também
são cidadãos de um País, com direitos e deveres democráticos. Trabalhando estes
conceitos, promovemos uma educação inclusiva, promotora de coesão social,
representando os valores do nosso País. Não podemos por isso separar um cidadão
capaz de contribuir para o país com a força do seu trabalho, da preparação de um
cidadão capaz de agir e pensar de acordo com as normas e ética de um país
democrático.

4. Na perspetiva de Pureza, os pressupostos a ter em conta na definição de um modelo


conceptual de um modelo de formação de professores em Educação para a Cidadania
são os seguintes: “A definição da cidadania como uma forma de ser-se” (p. 81), ou seja,
mais do que definir um conjunto de regras e normas de conduta extrínsecas no
relacionar com o Outro – balizado por normas jurídicas e políticas, definir também um
quadro intrínseco, de saber-estar e de saber-ser, para que o ser-se cidadão emane de um
processo de identificação e posicionamento interno de normas e condutas éticas e
morais; a compreensão que o ensino e a Escola devem ser pensados como espaço

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integrante da sociedade e das culturas que a rodeiam, por forma tornar-se um centro
inclusivo promotor de aprendizagem; perceber que uma cidadania bem sucedida não
emana da obrigatoriedade de normativos impostos em função do interesse de grupos
dominantes que impõem a sua definição de cidadania, mas sim que decorram de um
processo mais vasto de inclusão, reflexão das diversas riquezas culturais e sociais; e
vivenciar o processo de cidadania ativa, de auto-formação do ser pessoa, ser cidadão.
Pureza aponta para a relevância destas ideias na construção de um modelo concetual.

Bibliografia:

Castells (2005). A Sociedade em Rede: do Conhecimento à Política. Artigo


Conferência. pp. 17-30.

Formosinho, M. & Reis, C.S. (2011). A sociedade digital e a (re)construção do humano.


Revista Portuguesa de Pedagogia. Extra-série, pp. 477-491. Recurso.

Oliveira (2015). Aprendizagem e tecnologias: tendências e desafios. Lisboa.


Universidade Aberta. Revista eletrónica de educação, v. 9, n.º 3, p. 18-29.

Pureza, José (2001). Educação para a Cidadania: Cursos gerais e cursos tecnológicos.
DGS – Departamento do Ensino Secundário. Pp. 7-112.

Silva, Azevedo & Fonseca. Valores e cidadania: a coesão social, a construção identitária
e o diálogo intercultural. SD. Pp. 155-226.

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