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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

5º Ano

Curso: Licenciatura em Ensino Básico

Discente:

Correia Manuel Armando

Docente: Mestre Benildo Vasco Francisco

Gurué
2023
Correia Manuel Armando

Gurué
2023
Introdução

A ética no ambiente de trabalho é de fundamental importância para o bom funcionamento das


actividades da empresa/instituição e das relações de trabalho entre os colaboradores. A ética
profissional é um conjunto de atitudes e valores positivos aplicados no ambiente de trabalho.
As vantagens repercutem-se no maior nível de produção na Organização, no favorecimento
para a criação de um ambiente de trabalho harmonioso, respeitoso e agradável, bem como no
aumento do índice de confiança entre os colaboradores. Ter ética profissional e adequar-se às
normas de conduta de uma Organização são condições cada vez mais valorizadas no
reconhecimento dos trabalhadores e no processo seletivo de novos colaboradores. No
presente trabalho pretende-se falar sobre a educaçao e cidadania onde far-se-á uma descrição
minuciosa sobre a educaçao e cidadania, sobretudo aspectos ligados as características do
comportamento ético e os padrões do código de conduta organizacional e social.

Objectivos

Geral:

 Compreender a importância da educação e cidadania no desenvolvimento da ética e


deontologia profissional.

Específicos:

 Destacar os conceitos de educação e Cidadania;


 Relacionar os conceitos de educação e Cidadania;
 Identificar a importância destes para a vida social e profissional.

Metodologia

Para a materialização do presente trabalho foi necessário uma busca exaustiva de diferentes
obras relacionadas com o tema em apreço. Ou seja, usou-se a revisão bibliográfica
1.Educação e cidadania

1.1. Conceitos Básicos sobre a Educação e Cidadania

À partida, mostra-se necessário buscar a definição dos termos cidadania e educação, sendo
imperioso reconhecer que ambos constituem conceitos polissémicos.

1.1.1. Educação

Segundo VIANNA, (2008:45) a “educação, em sentido amplo, representa tudo aquilo que
pode ser feito para desenvolver o ser humano e, no sentido estrito, representa a instrução e o
desenvolvimento de competências e habilidades”. O sentido amplo abrange a educação ao
longo da vida do ser humano, enquanto, o sentido estrito corresponde às ações educativas que
ocorrem na sala de aulas entre o professor e os alunos. Dentre as várias perspectivas da
concepção de educação, evidenciamos três fundamentais cuja classificação tem como critério
a forma como se dá a aprendizagem, seja ela por recepção, por autoconstrução ou por
construção guiada, tais formas por sua vez se alicerçam respectivamente nas teorias
psicológicas comportamentalista (Skinner), humanista (Rogers) ou pisco – construtivista
(Piaget) e sócio – construtivista (Vygotsky). Os fundamentos psicológicos da educação
constituem o ponto de partida em que se deduz em uma determinada teoria de ensino e sua
prática consequente, eles governam todo o processo de ensino, implicando a necessidade de
“encaixar de forma justa e coerente teorias de aprendizagem e prática Pedagógica”

1.1.2. Cidadania

A cidadania não é definida de uma forma consensual, porém tida como um dos fundamentos
da República e, no que concerne à educação, é tida como um de seus fins. Como destaca
MIRANDA, (2002:300-304.) “cidadania significa, ainda, mais vincadamente, a participação
em Estado democrático”, esclarecendo que esta noção foi difundida após a Revolução
francesa. Assim, segundo o autor, a cidadania relaciona-se à participação na vida jurídica e
política de um Estado, e ao benefício dos direitos que decorrem desta condição, de modo que
a cidadania apresenta-se como status e objeto de um direito fundamental das pessoas.
Admitindo o dilema quanto à definição de cidadania, CUNHA, (2014:236) nos conduz, com
exemplos, a um conceito

“A cidadania é uma expressão de novo na moda. Como aliás a dignidade. Mas as confusões (e
as corrupções) imperam – mas onde não imperam? A cidadania não é apenas essa qualidade
de ser cidadão – não se confunde, desde logo, com a nacionalidade… Obviamente. Ser
cidadão também não é ser livre porque obediente às leis.(…) A cidadania é, por um lado,
cívica participação na vida pública, é o ‘sentar-se na primeira fila’ nas conferências e nas
reuniões comunitárias, participar dos clubes, das agremiações, interessar-se pela sua terra,
votar, etc. E nesse sentido, o bom cidadão é o que cumpre, e pelo exemplo (e até por uma
inteligente e benévola vigilância e uma atenta pedagogia: por exemplo sobre os mais novos)
faz cumprir as determinações da cidade – leis, sentenças, etc.”

Do exposto, depreende-se que a cidadania não se vincula à nacionalidade e, apesar de guardar


relação com o exercício dos direitos políticos, a ele não se resume. A cidadania no sentido
que entendemos que a CRFB/88 lhe confere ao mencionar uma educação que capacite para o
exercício da cidadania – consiste em utilizar os direitos políticos de maneira consciente,
conscientização sobre os direitos e deveres correspondentes à vida em sociedade (com o uso e
a exigência daqueles, e respeito a estes), interesse e efetiva participação nas questões que
envolvem a vida pública e a democracia. Ademais, a noção de cidadania possui íntima
relação com o princípio democrático, (SILVA,2008:35), o que nos conduz à necessidade de
densificação do termo “democracia”. Nesta perspectiva, a cidadania pode ser definida
simplesmente como o gozo de direitos civis e o cumprimento de deveres de acordo com as
leis de determinada sociedade. É um conceito que pode deixar certas pessoas confusas não só
pela sua complexidade, como também em relação ao seu uso, principalmente em sociedades
onde as necessidades básicas, como o alimento, nem sempre são satisfeitas. Este é o caso da
sociedade moçambicana, onde esta situação pode envergonhar muitos daqueles em que a
cidadania é melhor realizada. Esta emoção de vergonha é parte também do verdadeiro
cidadão que se preocupa com a sociedade e sente-se solidário para com aqueles que estão
nesse imenso “barco continental”

1.2. Diferentes Factores Ligados a Educação e Cidadania

1.2.1.A Escola e a Cidadania

A escola é um locus fundamental de educação para a cidadania, de uma importância cívica


fundamental, não como uma «antecâmara para a vida em sociedade» mas constituindo o
primeiro degrau de uma caminhada que a família e a comunidade enquadram (MARTINS,
1992: 41).Deve proporcionar a «cultura do outro» como «necessidade de compreensão de
singularidades e diferenças» (MARTINS,1992: 41), a responsabilidade pessoal e comunitária,
o conhecimento rigoroso e metódico da vida e das coisas e a compreensão de culturas, de
nações, do mundo. A escola fornece um horizonte mais amplo no qual a criança ou o jovem
inscrevem as suas vidas. Daí a importância de uma educação da responsabilidade e do
compromisso e, decorrentemente, a necessidade do compromisso social. Segundo MARTINS
(1992: 41) a escola, «agente demudança e factor de desenvolvimento (…) tem que se assumir
basicamente não só como um potenciador de recursos, mas também como um lugar de
abertura e de solidariedade, de justiça e de responsabilização mútua, de tolerância e respeito,
de sabedoria e de conhecimento. O papel da escola pública parece-nos de crucial importância
na educação para a cidadania: é que a escola pública, por definição, acolhe todos, é parte
integrante da vida da cidade democrática. DEWEY, (1859) afirma que grande parte da nossa
educação falha porque esquece o princípio fundamental da escola como modo de vida
comunitária. SARMENTO (2006) corrobora estas ideias afirmando ser a escola o primeiro
pilar da «socialização pública» e CANÁRIO & CABRITO (2005) sublinham a importância
da construção da experiência escolar pelos próprios actores sociais como importante factor de
aprendizagem da cidadania. Simultaneamente há que sublinhar, numa perspectiva de
educação e formação ao longo da vida, a importância estratégica da educação não-escolar, da
educação não-formal, da educação de adultos, especificando a importância educativa de
instituições não escolares tais como os meios de comunicação, a publicidade, as redes sociais,
o bairro, as igrejas, os grupos e associações de pertença, os movimentos de pressão, etc.

1.2.2. Família e Cidadania

A família é o primeiro espaço de afecto, de segurança e de alteridade. Daí constituir-se num


primeiro espaço de educação para a cidadania porque é a instância matriz da socialização na
vidadas crianças, (MARTINS,1992: 41). Tomamos aqui família num sentido muito amplo,
enquanto «comunidade de destinos», podendo assumir as formas mais diversas: famílias
tradicionais, famílias monoparentais, famílias de acolhimento (…) O que é importante é que a
família seja exemplo de participação na vida cívica, de atenção ao que a cerca, de abertura e
solidariedade. No entanto, as famílias podem também ser lugares problemáticos, de
exploração e de vitimização. Os jornais inundam-nos diariamente com notícias a esse
respeito, ultrapassando classes sociais e condições sócioeconómicas. Encontramos também
famílias fechadas sobre sim esmas, isoladas socialmente, que não têm condições para se
tornar espaços de cidadania.

1.3.Educação para Cidadania

Assim, a educação afigura-se um relevante instrumento para fomentar o interesse dos


cidadãos pelas questões relativas à política (não sendo de facto suficiente a mera instituição
de uma disciplina de educação para a cidadania, como lembra (NETO, 2015:70), com a
finalidade de capacitá-los para debate público e político, o que exige uma transformação na
vida cultural, não se restringindo a uma matéria académica. Falar de uma educação para a
cidadania, segundo entendemos, implica, necessariamente, relacioná-la com dois outros
vectores: a educação para os direitos humanos e a educação para a diferença, vertentes
educacionais que não se excluem e cuja complementação mútua é essencial para possibilitar a
sua plena efetivação. Segundo preleciona NETO, (2015:70), a educação intercultural
compreende uma formação que objetive desenvolver atitudes mais adaptadas à diversidade
cultural, promovendo uma melhor compreensão e interação entre as culturas nas sociedades
modernas, por meio da compreensão, por exemplo, de mecanismos sociopolíticos que
usualmente acarretam racismo. Assim, ainda segundo a autora, a educação intercultural
relaciona-se, necessariamente, com a educação para a cidadania, na medida em que esta
“ajuda a forjar sociedades mais inclusivas, tolerantes, justas e pacíficas”

Dessa forma, a educação para a convivência solidária, como destaca LATAPÍ, (1994:56)
“está no centro de uma educação para a paz e os direitos humanos (ou até mesmo o conceito
de democracia)”, sendo a orientação pluralista intercultural uma “dimensão da educação para
a cidadania democrática fundamental na formação dos atuais e futuros cidadãos, porque
advoga e aprofunda os princípios democráticos de justiça social”. Portanto, uma educação
voltada para o pluralismo intercultural valoriza as diferenças, a fim de construir uma
sociedade mais justa, onde todos possam contribuir para uma identidade e um destino
comuns. FRITZSCHE, (2007:35) destaca que, embora a educação para os direitos humanos e
a educação para a cidadania estejam relacionadas, são distintas, destacando, entre outras
diferenças, que a primeira informa sobre a igualdade de direitos para participação, ao passo
que a segunda demonstra a responsabilidade na prática deste direito. Deve-se reconhecer,
contudo, que a educação para a cidadania pode reforçar a educação para os direitos humanos,
mediante a demonstração de que estes, por vezes, são apenas revendições políticas ainda não
concretizadas, e de que alguns direitos, como a participação política, não são exercidos. É
nessa perspetiva que entendemos que a educação para os direitos humanos, para a cidadania e
para a diferença se complementam, sendo que uma educação que fortaleça os conhecimentos
sobre os direitos humanos e promova a compreensão das diferenças entre os indivíduos,
mediante o exercício da empatia e solidariedade, é a base para se fortalecer o regime
democrático, no qual o pluralismo é uma característica permanente. A efetivação das
perspetivas de educação ora abordadas implicam, assim, uma educação que, embora
“axiologicamente imparcial”(NETO, 2015:129) transmita valores, como enumerados, de
“coesão social, aceitação da diversidade cultural, igualdade de oportunidades e equidade,
participação crítica na vida democrática” A educação para a cidadania visa contribuir para a
formação de pessoas responsáveis, autónomas, solidárias, que conhecem e exercem os seus
direitos e deveres em diálogo e no respeito pelos outros, com espírito democrático, pluralista,
crítico e criativo, tendo como referência os valores dos direitos humanos.

A prática da cidadania constitui um processo participado, individual e colectivo, que apela à


reflexão e à acção sobre os problemas sentidos por cada um e pela sociedade. O exercício da
cidadania implica, por parte de cada indivíduo e daqueles com quem interage, uma tomada de
consciência, cuja evolução acompanha as dinâmicas de intervenção e transformação social. A
cidadania traduz-se numa atitude e num comportamento, num modo de estar em sociedade
que tem como referência os direitos humanos, nomeadamente os valores da igualdade, da
democracia e da justiça social. Enquanto processo educativo, a educação para a cidadania
visa contribuir para a formação de pessoas responsáveis, autónomas, solidárias, que
conhecem e exercem os seus direitos e dever e sem diálogo e no respeito pelos outros, com
espírito democrático, pluralista, crítico e criativo. A escola constitui um importante contexto
para a aprendizagem e o exercício da cidadania e nela se refletem preocupações transversais à
sociedade, que envolvem diferentes dimensões da educação para a cidadania, tais como:
educação para os direitos humanos; educação ambiental/desenvolvimento sustentável;
educação rodoviária; educação financeira; educação doconsumidor; educação para o
empreendedorismo; educação para a igualdade de género; educação intercultural; educação
para o desenvolvimento; educação para a defesa e a segurança/educação para a paz;
voluntariado; educação para os media; dimensão europeia da educação; educação para a
saúde e a sexualidade1.4.Dimensões da educação para a cidadania Na perspectiva da
Direção-Geral da Educação, (2013:1-5) as diversas dimensões da educação para a cidadania
são já objeto de trabalho em muitas escolas, quer transversalmente, quer através de ofertas
curriculares específicas e de projectos. As dimensões para as quais já foram elaborados ou
estão em elaboração documentos orientadores para as escolas são, nomeadamente: A
Educação Rodoviária, que se assume como um processo de formação ao longo da vida que
envolve toda a sociedade com a finalidade de promover comportamentos cívicos e mudar
hábitos sociais, de forma a reduzir a sinistralidade rodoviária e assim contribuir para a
melhoria da qualidade de vida das populações, (NETO, 2015:134).

A Educação para o Desenvolvimento, que visa a consciencialização e a compreensão das


causas dos problemas do desenvolvimento e das desigualdades a nível local e mundial, num
contexto de interdependência e globalização, com a finalidade de promover o direito e o
dever de todas as pessoas e de todos os povos a participarem e contribuírem para um
desenvolvimento integral e sustentável. A Educação para a Igualdade de Género, que visa a
promoção da igualdade de direitos edeveres das alunas e dos alunos, através de uma educação
livre de preconceitos e de estereótipos de género, de forma a garantir as mesmas
oportunidades educativas e opções profissionais e sociais. Este processo configura-se a partir
de uma progressiva tomada de consciência da realidade vivida por alunas e alunos, tendo em
conta a sua evolução histórica, na perspectiva de uma alteração de atitudes e
comportamentos. A Educação para os Direitos Humanos, que está intimamente ligada à
educação para a cidadania democrática, incidindo especialmente sobre o espectro alargado
dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, em todos os aspetos da vida das pessoas,
enquanto a educação para a cidadania democrática se centra, essencialmente, nos direitos e
nas responsabilidades democráticos e na participação ativa nas esferas cívica, política, social,
económica, jurídica e cultural da sociedade. A Educação Financeira, que permite aos jovens a
aquisição e desenvolvimento deconhecimentos e capacidades fundamentais para as decisões
que, no futuro, terão que tomar sobre as suas finanças pessoais, habilitando-os como
consumidores, e concretamente como consumidores de produtos e serviços financeiros, a
lidar com a crescente complexidade dos contextos e instrumentos financeiros, gerando um
efeito multiplicador de informação e deformação junto das famílias. A Educação para a
Segurança e Defesa Nacional, que pretende evidenciar o contributo específico dos órgãos e
estruturas de defesa para a afirmação e preservação dos direitos e liberdades civis, bem como
a natureza e finalidades da sua atividade em tempo de paz, e ainda contribuir para a defesa da
identidade nacional e para o reforço da matriz histórica de Moçambique, nomeadamente
como forma de consciencializar a importância do património cultural, no quadro da tradição
universal de interdependência e solidariedade entre os povos do Mundo. A promoção do
Voluntariado, que visa o envolvimento das crianças e dos jovens em atividades desta
natureza, permitindo, de uma forma ativa e tão cedo quanto possível, a compreensão que a
defesa de valores fundamentais como o da solidariedade, da entreajuda e do trabalho,
contribui para aumentar a qualidade de vida e para impulsionar o desenvolvimento
harmonioso da sociedade. A criação de uma cultura educacional baseada na defesa destes
mesmos valores reforça a importância do voluntariado como meio de promoção da coesão
social. A Educação Ambiental/Desenvolvimento Sustentável, que pretende promover um
processo de consciencialização ambiental, de promoção de valores, de mudança de atitudes e
de comportamentos face ao ambiente, de forma a preparar os alunos para o exercício de uma
cidadania consciente, dinâmica e informada face às problemáticas ambientais atuais,
(VIANNA,2008:34). Neste contexto, é importante que os alunos aprendam a utilizar o
conhecimento para interpretar e avaliar a realidade envolvente, para formular e debater
argumentos, para sustentar posições e opções, capacidades fundamentais para a participação
ativa na tomada de decisões fundamentadas no mundo atual. A Educação para os Media, que
pretende incentivar os alunos a utilizar e decifrar os meios de comunicação, nomeadamente o
acesso e utilização das tecnologias de informação e comunicação, visando a adoção de
comportamentos e atitudes adequados a uma utilização críticae segura da Internet e das redes
sociais. A Educação para a Saúde e a Sexualidade, que pretende dotar as crianças e os jovens
de conhecimentos, atitudes e valores que os ajudem a fazer opções e a tomar decisões
adequadas à sua saúde e ao seu bem-estar físico, social e mental. A escola deve providenciar
informações rigorosas relacionadas com a proteção da saúde e a prevenção do risco,
nomeadamente na área da sexualidade, da violência, do comportamento alimentar, do
consumo de substâncias, do sedentarismo e dos acidentes em contexto escolar e doméstico,
(SILVA, 2008:45).

A Educação para o Empreendedorismo, que visa promover a aquisição de conhecimentos,


capacidades e atitudes que incentivem e proporcionem o desenvolvimento de ideias, de
iniciativas e de projetos, no sentido de criar, inovar ou proceder a mudanças na área de
atuação de cada um perante os desafios que a sociedade coloca. A Educação do Consumidor,
que pretende disponibilizar informação que sustente opções individuais de escolha mais
criteriosas, contribuindo para comportamentos solidários e responsáveis do aluno enquanto
consumidor, no contexto do sistema socioeconómico e cultural onde se articulam os direitos
do indivíduo e as suas responsabilidades face ao desenvolvimento sustentável e ao bem
comum. A Educação Intercultural, que pretende promover o reconhecimento e a valorização
da diversidade como uma oportunidade e fonte de aprendizagem para todos, no respeito pela
multiculturalidade das sociedades atuais. Pretende-se desenvolver a capacidade de comunicar
e incentivar a interação social, criadora de identidades e de sentido de pertença comum à
humanidade.
Conclusão

Após as leituras feitas concluiu-se que a educação é fundamental para o desenvolvimento da


cidadania. Quando se fala de educação não se restringe apenas às escolas, referimo-nos de um
todo geral, isto é, o conjunto de práticas sociais que visam a construção da identidade
humana. Contudo, percebeu-se que os colaboradores que conseguem construir relações de
qualidade entre os colegas e conquistar a confiança dos líderes, com uma postura de trabalho
adequada e resultados concretos, são aqueles que possuem ética e deontologia profissional, e
consequentemente este obtêm maior sucesso no desenvolvimento das suas carreiras.
Bibliografia

MIRANDA, Jorge. Teoria do Estado e da Constituição. Coimbra: Coimbra editora, 2002.

CUNHA, Paulo Ferreira da. Política mínima – Manual de Ciência Política. Lisboa: Quid
Juris,2014.

NETO, Luísa. Educação e(m) democracia. Porto: U. Porto, 2015.

LATAPÍ ,Pablo.¿Educación para la tolerancia? Equívocos, requisitos y possibilidades, in


Educación para la paz y los derechos humanos. Distintas miradas, AMNU, El Perro sin
Mecate, Universidad de Aguascalientes, México, 1994.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa


[Recursoeletrónico]. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

FRITZSCHE, K. Peter. “What Do Human Rights Mean for Citizenship Education?” in


Journal of Social Science Education, 2-2007, Volume 6, Number 2, December 2007,
Transformation and Citizenship Education.

VIAN.NA, C.E.S. Evolução histórica do conceito de educação e os objetivos constitucionais


da educação brasileira, Janus.2008.

SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição. São Paulo: Malheiros, 2008.
1. Introdução

O tema do presente trabalho de Educação e a Cidadania consiste em compreender o conceito


cidadania no contexto sociológico. De um lado, há sociólogos que sustentam a positividade
da relação entre ensino de Sociologia e exercício da cidadania. De outro, há sociólogos que
estabelecem que tal relação se encontra alicerçada no senso comum. A cidadania enquanto
direito torna-se abrangente e mais complexa, pois os novos movimentos sociais (e culturais),
cujas demandas iniciais eram não-jurídicas, apresentavam também demandas jurídicas. Serve
de exemplo, a luta das mulheres no século XX em busca da visibilidade na esfera pública,
que se desdobra na luta pelo aborto, pela igualdade entre os sexos (principalmente no
mercado de trabalho).

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Contextualizar sobre cidadania no contexto sociológico.
1.1.2. Específicos
 Definir os conceitos cidadania e sociologia;
 Identificar a relação entre cidadania e sociologia;
 Mencionar a importância de uma cidadania num contexto social.
1.2. Metodologia

Para a elaboração do presente trabalho recorreu-se a Pesquisa Bibliográfica, que culminou


com a leitura e compilação de obras científicas que encontram-se devidamente citadas e
listadas na bibliografia.
2. Cidadania e educação
2.1. Conceito de Cidadania

A cidadania é um conceito muito antigo, que remonta à Grécia Antiga, e diz respeito ao
conjunto de direitos e deveres que um indivíduo possui no âmbito de um determinado
território, o qual está submetido a uma organização política e governamental, que
corresponde ao seu Estado. A ideia de cidadania está directamente ligada à noção de
pertencimento do indivíduo a uma organização sociopolítica e espacial, o que é denotado pela
própria etimologia do termo. Cidadania, em latim, significa civitas, cidade. O fato de integrar
um espaço político e social como as cidades denotava já no passado a existência de
responsabilidades do indivíduo para com aquele grupo, da mesma forma como garantia a ele
os seus direitos (Silva & Silva, 2010).Em síntese, podemos entender o conceito de cidadania
como um conjunto de acções reivindicatórias cujo direccionamento é voltado para interesse
da colectividade. É uma prática que busca melhorar a convivência, qualidade de vida e
harmonizar a relação das pessoas que vivem na cidade, por isso a associação do termo com
cidadania. Ela implica num aprendizado e aperfeiçoamento progressivo das práticas sociais
para além das relações de consumos naturalizadas na sociedade capitalista.

2.2. A cidadania como um problema social

A cidadania além de problema social também foi um problema debatido na academia e no


campo sociológico. Sociologicamente a cidadania no contexto do final do século XX foi
entendida enquanto inclusão mediada pela relação complexa e conflituosa entre o particular
(e outras identidades e demandas particulares) e o universal. Foi uma nova forma de
sociabilidade que envolveu a relação entre diversas demandas particulares colocadas num
espaço público em ampliação. É nesse contexto de final de século XX que o ensino de
Sociologia começou a ser debatido sendo relacionado à cidadania, quando esta se encontrava
em conflitos de significados. A partir das pesquisas de Dagnino (1994) e Cardoso (1994)
entendemos, para efeito deste trabalho, que a cidadania no final do século XX, tanto na noção
liberal de cidadania quanto na noção de nova cidadania, apresentava uma expressão comum
que se consolidou a partir daquele período no paradigma da inclusão: inclusão social. Porém
é preciso ter cuidado para não confundir este conceito com as soluções individualistas
propagadas pelo próprio sistema de competição hoje vigente: ou seja, o indivíduo que prefere
pagar pela própria segurança em um condomínio fechado ou contratando segurança
particular, não exigindo que o poder público exerça seu papel de legítimo detentor do poder
policial e da segurança pública. E um dos grandes problemas para o exercício cidadão em
nossa sociedade é exactamente o individualismo incentivado pela sociedade de consumo e
pelo neoliberalismo. Ao nos preocuparmos apenas com nós mesmos, ao abandonar a defesa
da colectividade, estamos enfraquecendo a cidadania em nosso país, assim como nossos
próprios direitos.

2.3. Papel da Sociologia para a Constituição da Cidadania

A Sociologia estimula a compreensão do que é ser cidadão e o professor deve compreender


que a sua prática docente tem a ver com a sua prática política, com sua postura frente às
contradições do dia-a-dia. Não basta ter o discurso e sim ter uma prática cidadã, o aluno
percebe muito claramente se o professor não tema quela prática política que ele tenta
estimular tanto durante as aulas.

A partir dessa análise, coloca a Sociologia como uma disciplina fundamental ao seu
educando, tanto em sua formação geral quanto no exercício de sua cidadania. Além disso,
coloca que a sociologia tem o papel de buscar e incitar questões de toda a formação da
sociedade. Também, exercita o conhecimento da realidade em que se vive bem como a
tomada de posição por parte dos sujeitos em relação às circunstâncias que estão a sua volta
(Meksenas,1992, p.16).A partir da noção de cidadania, o processo de constituição da
cidadania passa pelo reconhecimento de identidade por parte do educando e auto-reflexão da
realidade que vivencia. A sociologia situa-se, dessa maneira, como uma ferramenta na
construção da cidadania dentro da sala de aula, assim objectivando a partir da sala de aula a
transposição os muros da escola. Portanto, infere-se que a disciplina de sociologia destaca-se
em contribuir para formação geral do estudante estimulando a problematização das questões
políticas, económicas e sociais da sociedade, principalmente quando estabelece relações com
outras sociedades.
3. Considerações finais

O conceito de cidadania tem por si só grande complexidade e diferentes formas de


abordagem. De uma maneira geral, a cidadania está intimamente ligada à formação social do
indivíduo a partir de um processo de construção de um sujeito civil, capaz de entender suas
instituições, mediar seus conflitos e respeitar as diferenças inerentes ao convívio social. Além
de estar relacionada com a capacidade do indivíduo de se guiar dentro de uma máquina
estatal, a cidadania está atrelada a outros aspectos, como a construção de uma identidade
nacional e o sentimento de pertencimento dos sujeitos que compõem uma nação.
4. Referencia bibliográficas

Cardoso, R. C. l. (1994). A trajectória dos movimentos sociais. In: Dagnino, Evelina.

Os anos 90: política e sociedade no Brasil. são Paulo: Brasiliense. p. 81-90.

Dagnino, E. (1994). Os movimentos sociais e a emergência de uma nova cidadania. São


Paulo: Brasiliense; p. 103-118Meksenas, P. (1992).Sociologia. São Paulo: Cortez. Silva, M.
H., & Silva, K. V. (2010). Dicionário de conceitos históricos. Editora Contexto. p. 50.

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