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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

EDMILSON GALDINO DA SILVA

Flórida/EUA

2022
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

EDMILSON GALDINO DA SILVA

RESENHA CRÍTICA

Flórida/EUA

2022
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1 INTRODUÇÂO

O presente trabalho trata-se de uma resenha crítica sobre dois artigos


que abordam e aprofundam a temática da cidadania. Sendo eles o, escola:
educação para cidadania, escrito pelas autoras Andriele dos Santos Zwetsch e
Patrícia dos Santos Zwetsch, no ano de 2015, e o artigo, Educação e cidadania:
para que serve a escola? De Sérgio Murilo Rodrigues, publicado em 2018. Ambos
os artigos trabalham o processo de construção da cidadania, dentro do ambiente
escolar, e esta resenha busca correlaciona-los aprofundando as temáticas por eles
abordados.

2 DESENVOLVIMENTO

O direito a cidadania e a sua construção ao longo do processo de


formação da criança, está assegurado nos mais diversos documentos que protegem
e amparam a criança. Está na Constituição Federal, no ECA, e na própria lei de
Diretrizes e Bases da Educação. Este enfoque presente nas leis mais importantes
de nosso arcabouço jurídico se dá exatamente em função da importância que se tem
para a construção de uma sociedade mais humana, a valorização e propagação da
cidadania desde a mais tenra idade.
Podemos ver que a cidadania evoluiu junto com a sociedade brasileira,
saindo de uma visão limitada, onde só reconhecia como cidadão as pessoas que
exerciam alguma atividade laboral reconhecida pelos poderes de então.
Perpassando por um período onde era mesmo proibido ter direitos, sendo um
momento muito obscuro de nosso passado, onde ficamos sob ameaça da ditadura
militar, que cerceava os direitos de ser cidadão. Mas com o passar do tempo e a
perca da força do regime militar, o Brasil retorna ao mundo civilizado e volta a dar a
importância merecida para a cidadania como fonte de construção de uma sociedade
moderna.
Logo, a cidadania engloba os seguintes aspectos: direitos humanos, a
igualdade, a liberdade, a dignidade, a democracia, a autonomia, o Estado e a
educação. Exatamente em função da amplitude que a cidadania pode exercer,
perpassando pelas áreas mais importantes, é que ela sofre ataques advindos do que
um dos autores chama de racionalidade instrumental, que nada mais seria que uma
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forma de controle das grandes massas, que chegaria até mesmo a escola, sendo
neste ambiente chamada da educação instrumental.
Grosso modo essa educação instrumental simplifica todos os processos
de ensino, e tenta produzir uma pessoa o mais eficaz possível, que busca somente a
vitória e o topo, sem se preocupar nas formas de chegar lá. Apesar de ser eficaz,
este tipo de educação não ajuda em nada na formação do cidadão, na verdade ela
corrobora com a sua degradação, perpetuando o modo preparador emanado da
sociedade capitalista contemporânea. Neste caso, a razão instrumental e suas
derivações devem ser substituídas pela razão comunicativa. Esta sim consegue
ajudar a escola na formação de um futuro cidadão.
A educação tem a finalidade de ajudar a moldar as gerações futuras aos
preceitos, crenças e modo de viver de cada sociedade, sendo perpassada pelas
gerações anteriores, que já tem a sua visão de mundo e de sociedade produzida e
debatida ao longo de anos, e que por sua vez, advém de uma visão de sociedade
anterior a ela. Em um movimento cíclico em que a educação toma papel de
destaque.
Esta educação é um direito garantido em lei e que foi conquistado ao
longo dos séculos através de duras lutas sociais. Uma vez que, por muitos séculos a
educação era um direito reservado somente as classes dominantes, sendo usada
neste período como um instrumento de perpetuação do status quo. Com este projeto
de se manter no poder, as elites deixavam as grandes massas na obscuridade da
ignorância, para que assim fossem manipuladas de maneira mais fácil. Somente
com o advento da revolução industrial é que se inicia o processo de mudança que
conferiu a importância hoje dada a educação, como produtora de cidadania.
Logo, a construção da cidadania deve se fazer presente dentro do
ambiente escolar, não somente no currículo oficial, mas também no currículo oculto,
nas aulas desenvolvidas por todos os professores, em projetos, na relação existente
entre os vários atores que compõem o ambiente escolar. Pois somente trabalhando
de maneira integrada é que é possível a construção plena deste cidadão consciente.
A cidadania como nos diz um dos autores, é a arte de conviver em
sociedade. Sendo esta convivência harmoniosa, sabendo aceitar as divergências e
diferenças que naturalmente irão aparecer em função da pluralidade cultural em que
vivemos. Outro ator importante que tem-se que destacar é que todos os espaços da
sociedade são capazes de trabalhar a cidadania, como igrejas, sindicatos,
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associações de bairro e etc. Porem é a escola e a família os maiores responsáveis


para que este processo ocorra de maneira mais profunda e consiga assim trazer
melhores resultados.

3 CONCLUSÂO

Trabalhar a cidadania então, se apresenta como um grande desafio. Pois


há a necessidade de se engajar uma gama alta de atores envolvidos em um
processo que necessita de perenidade. Somente todos trabalhando junto é que se
pode formar pessoas mais conscientes de seus direitos e deveres, e preparados
para ingressar e contribuir na melhoria da sociedade em que vive.
Ao fim deste trabalho podemos responder facilmente a indagação
realizada por um dos textos, usando como subsidio os dois artigos. A escola neste
contexto de formação do individuo serve para ajudar na formação deste, dando-lhe
encaminhamento ético, moral, social e até mesmo comportamental, para que
munido destas informações, possa a pessoa ir gradativamente desenvolvendo a sua
visão de mundo. Os dois artigos se complementam de maneira magistral, parecendo
mesmo que foram escritos pelas mesmas pessoas.

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